Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Primeiro Ataque


Notas iniciais do capítulo

Nada a dizer. Apenas tenham uma boa leitura.



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Ele não se lembrava de como havia ido parar na cama. A única certeza era de que o quarto estava diferente, mais escuro, e agora possuía uma janela.

Greggory levantou-se e caminhou até ela. Diferente do que pensou, a janela não dava para a parte de fora da Sede, e sim, para a parte de dentro. A deturpação desde que vira o lugar pela a ultima vez era absurda: Pessoas corriam feito loucas, e havia chamas. Alguns gritavam o nome de Greg, e outros tentavam desesperadamente sair da S.A.H, porém, as portas estavam trancadas.

- Você é o único que pode parar o fogo! – alguém falou, entrando no quarto e tocando no cotovelo de Greggory. Era Mary.

- Agora você quer que eu faça algo? – ele falou, ainda meio irritado pelo dia anterior. Agora que todos precisavam dele, ele era o melhor?

- VOCÊ NÃO PODE DEIXAR CENTENAS DE PESSOAS MORREREM POR CAUSA DO SEU EGOISMO E DO SEU EGO IDIOTA! – ela falou, se exaltando e fazendo a cama de Greg flutuar.

- Eu não tenho medo de você. – ele falou, sem mudar o tom de voz.

Mary atirou a cama nele, e ele desviou facilmente.

O que ele estava fazendo? Dylan e Sabrina provavelmente estariam no meio de toda aquela gente, e eles não mereciam morrer. Nenhum deles merecia.

O que estava havendo com Greggory? Ele tinha de fazer a coisa certa!

- Estamos aqui brigando enquanto eu devia estar salvando as pessoas...

- CORRA! – Mary disse.

Greg começou a correr, mas ela era bem rápida. Ele não conseguia pensar em usar poder nenhum sob tanta pressão. Quando chegou ao caos, não encontrava nem Sabrina, nem Dylan, nem nenhum rosto conhecido. As pessoas batiam nele, e, aos poucos, ele foi caindo, e tudo escurecendo.

- Hey! – alguém o cutucou.

Ele abriu os olhos sentindo gotículas de suor em sua têmpora. Greggory estava ofegante.

- O que...?

- Você estava gritando... - ela respondeu. - Dava para ouvir do dormitório feminino, isso estava me incomodando...

Aquilo não fazia nenhum sentido. Mary tinha medo dele, o que ela fazia no dormitório masculino? Dylan dessa vez estava na cama de baixo.

- Como você conseguiu entrar aqui? Eu... Você não tinha medo de mim, porquê você veio? Por que Dylan não acordou se eu estava gritando?

- Eu só vou falar uma vez. A cada vez que você resistir de encontrar o seu destino, alguém daqui será levado. Não conte a ninguém, vá sozinho. Seu prazo será de duas semanas. Esse será o tempo que você vai levar para chegar a Athos. Cada dia de sua demora, um cairá. – Mary falou com uma voz sombria.

Em seguida, tirou uma faca dourada do bolso de sua causa e ela própria encravou em seu peito. Greg mal teve tempo de impedir. Um grunhido saiu de sua boca, ela arregalou seus olhos, abriu a boca, jogou os ombros para frente e sua coluna vertebral ficou arqueada. Mary caiu no chão.

- Cara, que barulho foi ess...? – Dylan ia perguntando mal humorado, até ver o corpo de Mary no chão, e ficou boquiaberto.

Em alguns segundos, algo como fios prateados adornaram o corpo da menina e ela simplesmente desaparecera.

Greggory ficou congelado.

- Mas que diabos acabou de acontecer? Devemos chamar ajuda? – Dylan foi o primeiro a ter uma reação, levantando-se da cama e andando de um lado para o outro. Ele agachou-se no chão e balançou as mãos onde Mary estava, há poucos segundos, só para conferir de que ela realmente não estava mais lá. – GREG, EU TÔ FALANDO COM VOCÊ!

- Até que parte você ouviu? – perguntou.

- Não ouvi nada, só ouvi o grito dela e a faca, e ela sumindo. Você fez algo, mesmo que sem querer ou...?

- Por quê você acha que fui eu? Só por causa da história da “Possessão”? Eu podia esperar isso de qualquer um, menos de você... Se você está assim paranóico, então Sabrina deve estar também. Muito bem. Vocês vão ficar sem me ver por bastante tempo, não deviam me tratar assim. – Greggory falou, tomando uma decisão. Ele não agüentava mais segredos, mentiras, desconfianças e nem pessoas morrendo ou se prejudicando por sua causa. Todos ficariam melhores sem ele, e ele, sem as pessoas. Sempre foi assim a sua vida inteira, não é mesmo? A solidão já é uma velha amiga, provavelmente não se incomodará em recebê-lo.

- Espera, aonde você vai? – Dylan perguntou, mas Greg não respondeu.

Ele passou praticamente o dia inteiro procurando por Ágata, que tinha resolvido sumir quando ele mais precisava falar com ela. Ele TINHA de sair da Sede, quer ela queira ou não. A sua tarde e noite, fora praticamente um borrão, e ele não lembra muito bem o que aconteceu naquele dia. Dylan não tocou mais no assunto, e Sabrina era uma máquina de indiretas, que Greggory não entendia.

Quando já era noite, descobriu que Ágata tinha acabado  de voltar para a Sede. Ele bem tentou contato com ela, mas já havia passado da hora do toque de recolher, mas ele decidiu que amanhã bem cedo iria vê-la.

O despertador nem precisou tocar. Greg levantou sozinho, se arrumou em silencio, e saiu do quarto. A penumbra ainda açoitava a Sede, dando um ar macabro, mas o garoto não tinha medo, porque seus anseios estavam lá fora, ali, Greggory sabia que estava seguro, mas nenhuma das pessoas que o conhecia podiam ter essa certeza.

Quando passou pelo refeitório, ainda com as luzes apagadas, as pessoas gritaram “surpresa!” e ele nada entendeu.

- Ah, não é a Sabrina, pessoal, de volta à seus postos! – falou um rapaz, que, pela voz, Greggory reconheceu que era Jason, o treinador da menina.

As pessoas estavam cercando uma mesa, que tinha bolo, salgados, refrigerantes e docinhos. Tinha alguns balões e uma grande faixa acima da janela: “Parabéns pelos dezesseis, Sabrina!” . Foi então que Greg lembrou-se: Hoje era o aniversário de Sabrina. Ele tinha ficado tão atordoado com o treinamento, o irmão e o desempenho acadêmico que esquecera completamente.

- Ela está vindo! Greggory, vai ficar aí parado na porta igual uma múmia?! Ou vem para cá ou cai fora! – Jason falou. – Rápido!

Greg correu para debaixo da mesa e as luzes foram apagadas novamente.

-... Mas está cedo demais para o café! Viu?! As luzes estão até apagad... – ela ia dizendo para uma amiga.

- SURPRESA! – todos gritaram, e Sabrina tomou um susto, e depois deu um belo sorriso. A maioria das pessoas foi falar com ela, abraçá-la, cumprimenta-la e dar os presentes de aniversário, mas Greggory estava de mãos abanando.

- Ahn, que bom que veio, Greg! Estou feliz por você estar aqui! – ela disse, vindo até ele.

- Oh, obrigado... Meus parabéns! – ele falou, abraçando a garota. Ela mal sabia que ele não tinha ideia que fora apenas uma coincidência ele passar por ali naquela hora.

- Valeu! Hoje vai ser um dia incrível! – Sabrina disse, olhando para os lados. Parecia procurar alguém.

- O que foi? – Greggory perguntou.

- Hmm... Dylan. Você o viu? Eu acho que ele não veio, porqu...

- Que barulho é esse? – Sophia gritou, fazendo todos se calarem e aguçarem os ouvidos.

- Eu também estou ouvindo! – uma outra garota gritou. As pessoas começaram a assentir, e o estomago de Greg se remexeu. Não podia ser o que ele estava pensando, não de novo, não ali, não naquele momento...

De repente, do bebedouro irrompeu água para todo o lugar, mas não molhou ninguém. A água ia atrás de Sabrina, que ficou para, estática. A água se materializou em um vestido azul claro muito bonito, e logo surgiu um homem-de-agua, com um smoking, e começou a dançar com ela. Sabrina ria, e aos poucos foi se acostumando. A água estava morna, e deliciosa de se tocar (e dançar). Ainda era uma novidade poder tocar nela sem que ela se desfizesse.

Sabrina e o homem de água continuaram dançando sem musica por mais um tempo, e as pessoas olhavam encantadas. Quando ele a girou para longe, uma pessoa pegou sua cintura e o homem de água se foi, assim como seu vestido.

- Feliz aniversário, Sabrina. – ele disse, tirando uma caixinha de seu bolso e dando para ela. As pessoas fizeram “Ooownts” e “AAAw” quando ela abriu: Na caixa, havia um cordão de prata com um pingente em forma de coração, da exata cor do seu vestido. Era uma espécie de pedra de gelo de cor azul bebê, que não derretia e era bem sólida. Sabrina levou as mãos à boca quando viu o que era. – Posso?

Ela assentiu, virando-se de costas e levantando o cabelo. Nesse momento, Dylan botou o cordão no pescoço dela. Sabrina deu um longo abraço nele.

Uma chuva de aplausos para os dois.

- Gostou? - ele perguntou, sussurrando em seu ouvido.

- Eu amei, Dylan! – Sabrina respondeu, sem conter o sorriso. – Você sabia da história?

- Bom, não acho que foi coincidência... – ele falou, dando um sorriso travesso. – E  a festa, está gostando?

- VOCÊ ORGANIZOU?! – ela perguntou, ainda o abraçando. Dylan, que estava virado para Greggory, vendo a cara do amigo, respondeu:

- Eu e Greg.

- Oh, vocês não existem! – Sabrina falou, soltando Dylan e puxando Greggory para o abraço. Mais aplausos.

- VOCÊ FOI AVISADO. MAIS UM DIA SE PASSOU. MAIS UM SOFRERÁ AS CONSEQUENCIAS PELA SUA COVARDIA! – alguém disse, e Sabrina soltou os dois instintivamente.

Jason tirou a mesma faca que Mary usou e encravou-a direto em seu peito. Com um movimento mudo da boca, ele disse “Me ajude” – e fios prateados o envolveram, do mesmo jeito que foi com Mary.

                                                

- O que aconteceu? – Sabrina perguntou, desesperada.

As pessoas começaram a gritar.

- É, parece que eu vou fazer uma viajem. E talvez eu não volte mais. – Greg falou, com uma voz soturna.


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Notas finais do capítulo

Adoro terminar a história assim. O próximo capítulo será: Capítulo 9 - Srta. Evans retorna #porfavornãomematem. Até os reviews xx



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