Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 5
Capítulo 5 - Ser Fraco É Para Os Fracos


Notas iniciais do capítulo

É, é, título terrível, não sou boa com isso. Mas o capítulo está bem legal, finalmente o Greg se impôs em alguma coisa na vida! Boa leitura =D



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Os passos de um Greggory furioso ecoavam nos corredores da Sede. Por que achavam que ele era louco? Ele iria tirar suas próprias conclusões com Ágata. Depois de alguns atalhos e passagens que acreditava que apenas ele conhecia, chegara ao seu destino.

Greg abriu a posta sem bater.

- Oh, vejo que já está melhor, Sr. Field. Escute, vamos excluir essa ideia de possessão, ok? Este fato foi apagado. Nada aconteceu. – ela piscou para ele.

Ele teve vontade de arrancar o olho dela fora.

- ESCUTA AQUI, NÃO É SÓ PORQUE LHE CONVÉM, QUE VOCÊ TEM QUE MANDAR ALUNOS PARA O COORDENADOR PEDAGÓGICO! EU NÃO SOU MALUCO! – Greggory esbravejou.

Ela abriu um sorriso.

- Então poderia me explicar o que aconteceu na sua classe de Prática? – perguntou a Srta. Brown, juntando as duas mãos sobre a mesa.

- Eu só... Perdi um pouco o controle! Eu estou em perfeitas condições! – Greg disse, socando a mesa.

- Sim, sim. Essa sua reação e a sua entrada triunfal provam o contrário... – ela retrucou.

O menino respirou fundo. Não podia perder a paciência.

- Você está insinuando que eu sou maluco? Ah, mas é claro, o orfãozinho está cheio de traumas de infância, e só porque teve um deslize em uma aula, porque não mandarmos para um hospício? Vamos botar um cara amigável, para que ele não fique assustado! E QUANTO AO IDIOTA DO KIRCKY? NINGUÉM PEGA NO PÉ DELE PORQUE ELE É AGRESSIVO! MAS SE GREGGORY FIELD LEVANTA A MÃO PARA MATAR UM MOSQUITO, OH MEU DEUS, ELE É UM SURTADO BIRUTA, TEM TENDENCIAS A SER HOMICIDA, ASSIM COMO A DROGA DO IRMÃO! – tarde demais, sua paciência se esvaíra como ar, em um balão de festa. Greg estava ofegante, e o sorriso de Ágata se dissolvera.

- Ninguém aqui disse isso, Sr. Field, creio que está tirando conclusões precipitadas e...

- NÃO FOI ISSO O QUE DISSERAM, MAS FOI O QUE QUISERAM DIZER! SÓ PORQUE OS MEUS PODERES VIERAM ANTES E EU SOU O MAIS NOVO DAQUI, NÃO QUER DIZER QUE SE EU DER UM PASSO FORA DA LINHA, EU SOU UMA ANOMALIA, UM RATINHO DE LABORATÓRIO! MAS QUE DROGA! – Greggory berrou. Ele estava ficando cada vez mais irritado com a calma que a voz da Srta. Brown expressava. Era preferível que ela gritasse com ele, do que ficar com esse tom ameno e suave. Aquilo estava o deixando louco.

Ele urrou, e em seguida saiu da sala tão rápido, que um vento fez com que alguns fios do coque perfeito do cabelo de Ágata se desprendessem.

- Nós não terminam... – ela tentou dizer, mas Greg já havia partido.

Ele não tinha a menor ideia de quantas aulas perdera, ou onde estariam Dylan e Sabrina, muito menos que dia era. Ele só sabia que estava de cabeça quente, e precisava descontar a raiva em algo, que não fizesse mal a ninguém, de preferência. Então, ele teve uma ideia.

Greggory deu meia volta e começou a andar na direção oposta, até chegar ao refeitório. Lá, Treinadores conversavam animadamente, mesmo sem ser a hora de nenhuma refeição. Ele lembrou-se que certa vez, ouvira que os Treinadores ficavam sem fazer nada durante os intervalos das aulas que não eram deles.

Ele caminhou em direção a uma loira de olhos claros, que era bem mais velha que ele. Ela apertava os músculos de Peter, o treinador de Dylan, que se exibia para ela, com um exuberante sorriso. O garoto não falou nada: Chegou onde eles estavam, puxou a menina pelo braço, e a arrastou até a arena.

- De onde veio tanta força, Greg?

- Preciso treinar.

- Algo me diz que você não está muito bem.

- Preciso treinar. – repetiu.

- Certo. – ela compreendeu e não fez nenhuma pergunta a mais. Cerrou os punhos e concentrou-se. Fechou os olhos, e, em seguida, desapareceu.

Não sou como meu irmão.

Greggory deu uma rasteira giratória rápida ao seu redor.

Eu consigo dar conta das tarefas que me passam. Eu sou capaz.

Ao sentir que atingiu algo, ele instantaneamente pegou e girou com a tal coisa.

Eu não sou maluco.

Ele arremessou longe e ficou procurando onde estaria. Sentiu algo agarrar seu pé por trás, e, em poucos segundos, estava no chão; Tinha caído de cabeça.

Não preciso de babá, eu se me virar muito bem sozinho. Foi assim praticamente a minha vida inteira.

Greg levantou-se rapidamente e mentalizou fogo ao seu redor. Logo, uma bola de fogo já tinha se formado em sua mão.

Não preciso de atenção especial só porque sou o mais novo. Eu tenho as mesmas condições dos outros.

Ele fechou os olhos. Podia sentir cada respiração próxima. O vento atrapalhava o fogo, por isso, ele podia monitorar Emily, mesmo sem vê-la. Ele sentiu um leve sopro atrás de seu ouvido direito. Acostumado com as peças que ela costumava pregar, arriscou-se e investiu contra a orelha esquerda.

EU SOU CAPAZ.

A bola de fogo desprendeu-se de sua posse, e foi em direção ao lugar que ele tinha mirado. Acertaria em cheio, se Emily não tivesse abaixado (ele sentiu o vento desviando) e dirigindo-se a toda a velocidade para as costas de Greggory. Ele já sabia que ela estaria ali, logo, antes dela repousar sua mão sob o ombro dele, o menino já tinha agarrado seu braço, feito-a girar, e arremessado-a contra o chão, provocando um lamento fino.

- Nada mal! – ela disse, ficando visível, com uma cara de dor. Não parecia machucada, mas parecia que o impacto tinha doido.

Greg nada disse, apenas saiu de perto dela, e fora para o bebedouro. A água parecia mais escassa. Ele ouvira alguma coisa do seu lado esquerdo, podia jurar que era uma pessoa, mas logo esqueceu-se disso, pois Emily caminhava na direção dele.

- O que te deu hoje, tampinha? – Emily perguntou. – Estava inspirado ou com raiva?

- O que você acha? – Greggory respondeu, passando o braço sob a boca, para tirar o excesso de água que escorria para seu queixo.

- Para você ficar motivado assim? Raiva, com certeza, raiva. Não vou nem perguntar o motivo de você estar assim tão bravo, pode ser perigoso. – ela disse, fazendo uma cara de medo.

Greg abriu um leve sorriso. Droga, ele não podia sorrir, ele estava zangado.

- Puxa vida, se você tiver que ficar chateado para lutar bem assim, no próximo treino eu xingo seu irmão! – Emily brincou. Ela conhecia toda a história de Greggory. Na verdade, todos passaram a conhecer, depois que Thomas foi preso.

- Bom, eu não iria reclamar disso! – riu-se o menino.

- Ah, assim é bem melhor. Com um sorriso. – ela disse, olhando nos olhos dele. Greg apenas fitava o chão. Uma das coisas que ele mais gostava em Emily, é o fato de que mesmo que seja a coisa mais interessante do mundo, se você não estiver afim de falar, ela não insiste.

- Greg, daqui a quinze minutos é a janta, a hora que eu vou embora... Você consegue ficar esse tempo sozinho? – Emily disse, meio sem jeito.

- Sim, sim, tudo bem. – mentiu o garoto. Não estava tudo bem. Na verdade, não estava nada bem. Mas era bem mais simples dar uma resposta mais curta, porque se ele dissesse que não estava, ele teria de explicar o motivo. E ela só iria querer saber a causa apenas por curiosidade, e não pelo fato de se importar com ele. Ele precisava de Dylan, que o fazia ver o lado bom de todas as coisas, e Sabrina, que era uma estrategista de primeira, e logo daria umas dicas de como se controlar.

Emily não pareceu muito convencida, mas mesmo assim apertou o ombro de Greggory, como um consolo e levantou-se.

- Se cuida. – ela disse e saiu.

Ele ficou andando a esmo pela S.A.H. As vezes, apareciam algumas pessoas em grupos ou em duplas, mas nunca sozinhas. Riam, das coisas mais bobas. A vida é curta demais para ser desperdiçada com a tristeza. Tristeza. Essa palavra trazia Malina à cabeça de Greg. Ela era a pessoa mais rigorosa que ele já conhecera, mas ele realmente sentia falta dela. Ele apostara que se ela ainda fosse sua treinadora e mesmo depois de ter derrotado-a nesse treino, ela iria querer uma revanche, ou exigir mais. Além de severa, era extremamente competitiva.

Pouco depois, o murmúrio dos Aprendizes saindo de suas salas já era audível, o que significava que Greggory tinha de ir para o refeitório. Ele caminhou lentamente em direção ao local.

- Olha lá! Olha ele lá! – disse uma voz familiar que se sobressaiu em meio à conversa alta de crianças barulhentas. Era Dylan, que falava com Sabrina.

- Mas que coisa, Greg, onde você se enfiou? Você está bem? – falou a garota, checando para ver se estava tudo bem antes de abraçá-lo, em seguida, o fez.

- Ficamos preocupados! Patrícia disse que Sophie viu que você quase incendiou a S.A.H inteira por causa de um prendedor de cabelo... – contou Dylan. – Mas que história mais doida é essa?

Greggory desandou a falar. Contou tudo o que aconteceu. Ele descobrira que só tinha ficado “fora do ar” por uma tarde, mas, mesmo assim, seus amigos deram falta dele.

- Como assim “Você era o objeto”? Como isso é possível? – Dylan perguntou, com seu cérebro trabalhando a mil. Provavelmente estava vasculhando em todos os neurônios alguma informação sobre isso, em um dos zilhoes de livros que ele já tinha lido.

- Eu não sei como eu fiz. Eu só sei que depois eu fui parar numa sala branca, no meio do nada. Com o Coordenador Pedagógico. – afirmou o menino.

- Mason, não é? Patrícia me disse que ele é um geek muito fofo... – Sabrina disse, dando uma risadinha. Dylan olhou para ela de cara feia.

- Como assim, “muito fofo”? É estranho ver você falando assim. – ele disse.

- Estranho por quê? Eu sou uma garota, eu tenho direito de ter minhas quedinhas. Afinal de contas, eu não sirvo apenas para lutar. – ela rebateu.

- Se vocês quererem saber, eu acho essa Patrícia uma fofoqueira. – Greg falou, e todos começaram a rir. – Estou falando sério! Não tem nem mais graça eu contar as coisas para vocês! Ela já falou absolutamente tudo! – continuou o menino, e mal conseguia falar, de tanto rir. – A Patrícia já falou para vocês de praticamente todas as coisas possíveis de se falar! – ele pensou em algo, e antes que pudesse se interromper, acabou escapulindo: - Mas aposto que ela não sabe que Thomas me mandou uma cartinha bem amorosa! Haha, para não dizer o contrário! – e tornou a rir, dessa vez, sozinho. As caras de Sabrina e Dylan fecharam, e ficaram ambos sérios. Em seguida, se entreolharam. Greggory parou de rir, percebendo a grande burrada que acabara de fazer. De fazer não, que acabara de falar.

- Explique-se. – falou Sabrina, cruzando os braços.

Quando Greg ia começar a falar, sentiu-se empurrado pelo monte de Aprendizes famintos pela janta, que era servida pontualmente as 18h00min. O garoto nem conseguiu começar a frase, mas seria tolice nadar contra a correnteza, por isso, desistiu e foi procurar para um lugar para comer. Pegou rapidamente uma mesa próxima da porta, para não se demorar muito e principalmente para não ser esmagado na hora da saída.

Ele se sentou e esperou pacientemente por Dylan e Sabrina. Greggory não poderia pegar a comida e deixar a mesa sozinha, afinal, ele não queria perder o seu lugar.

- Cuidado, gente, o Possuído pode atacar novamente! Cuidem de suas bandejas, copos e pratos! Oh, e não se esqueçam dos talheres! – alguém caçoou de Greg. Era um tom irônico, mas havia mais algo implícito na voz, que ele ainda não tinha distinguido o que era.

Ignore. Eles querem me tirar do sério. Não sou um tipo de aberração, até mesmo porque aqui todo mundo tem alguma esquisitice. Pensou.

- Olha, se ele ficar irritado, as coisas podem esquentar para você! – riu-se mais alguém. Todo o refeitório agora se direcionava para ele. Algumas pessoas ainda não sabiam do ocorrido, e cutucavam os amigos em busca de informações. Quando desvendavam, ficavam com medo.

- Ora, ora, ora! Se não é o Maluco da Presilha, hã?! – falou uma voz peculiar. Greggory virou-se lentamente a cabeça. Contou até dez. Ele queria que Greg saísse do sério.

- Ora, ora, ora! Não vejo ninguém que tenha pedido a sua opinião! – retrucou o menino. O refeitório inteiro se calou.

- Retire o que disse, seu nanico. – grunhiu Kevin, levantando-se de sua mesa e indo até Greggory, em uma curta distancia perigosa.

- Ou o que? Alguém me arruma uma presilha? Vou ensinar bons modos para esse Mané. – Greg caçoou. Ele estava aderindo às brincadeiras. Seria o único jeito de deixarem-no em paz.

Kevin deu um passo em direção a Greggory. E este não demonstrou nenhum medo.

- Você não me assusta mais. – Greg disse, botando as mãos atrás das costas. – Sabe, eu percebi que meus poderes são muito mais evoluídos que o seu, portanto, sua força bruta é inútil, e não me intimida. E se você me atacar, menos pontos por ter usado seus poderes fora da sala de aula. Quantos pontos você tem, Kircky? Cinco?

Todos começaram a cochichar.

- Você está certo! – alguém gritou.

- É isso aí!

- Cansei de ser zooado! – falou outra pessoa.

- Esse cara é um perdedor! – disse mais alguém.

Aos poucos, todos se levantaram de suas cadeiras e bateram em suas mesas. Em seguida, gritaram:

FIELD! FIELD! FIELD!

- Está ouvindo? Vá para o banheiro chorar, neném! – Greggory falou, e sem nenhum esforço, abriu a porta do refeitório, só com o poder da mente. Kevin pegou sua bandeja, e, irritado, saiu de lá. Todos começaram a aplaudir e a vibrar.

Alguns minutos depois, Dylan e Sabrina apareceram. Não tiveram problema nenhum na fila da comida, pois todos deixaram eles passarem na frente, e o trio pegou a melhor parte da comida. Com a mesa, foi o mesmo. Tiveram várias brigas para decidir com quem eles iriam se sentar, e optaram pelo grupo do Segundo Ano.

Em meio a varias conversas, Greg não pode deixar de pensar que isso tinha servido para dispersar do assunto sobre o Thomas. Mas ele sabia que em alguma hora, seria perguntado novamente. E não tinha a menor ideia do que iria responder.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Esse eu achei que ficou bem bacana. Preciso de Reviews, novas ideias, incentivos, divulgaçoes.... Tudo o que vocês puderem fazer já será de grande ajuda. O próximo capítulo promete emoçoes! O Titulo será... Capítulo 6 - Treinamento Ao Ar Livre. Até os Reviews.



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