Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 19
Capítulo 19 - Paraíso Natural


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam lembrados da menina ruiva. Ela será de suma importância para a estória. Postarei mais um capítulo hoje, porquê esse é mais para vocês imaginarem o lugar. O próximo que vai mostrar os acontecimentos.
Boa leitura x



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Era fantástico dormir sem se preocupar quem ia ficar de vigia, ou se você ia ser morto por um raio maluco, e acordar da mesma forma, também era incrível. Apesar de ser cedo, Greg acordou bem humorado, e viu o nascer do sol de sua sacada. Ele tinha se esquecido de como era respirar o ar livre, não o ventilado, da S.A.H. E tinha esquecido que o sol era redondo, não quadrado, como o formato da janela da Sede.

Em Banshee o sol parecia ser maior e mais vivo; os pássaros pareciam cantar mais alegremente, e era quase compreensível, como se falassem nossa língua. Eles tinham a dádiva de passar, através do canto, o que estavam sentindo. E hoje, estavam muito felizes.

Ao olhar um pouco para baixo, o menino percebeu o enorme pomar que tinha nos fundos da casa de Bartira. Havia vários frutos deliciosos e maduros, e ao vê-los, Greggory começou a aguar instantaneamente. Estava morto de fome. Apesar de ter um ou outro que não conhecia, mal podia esperar para prová-los. Já estava farto de sempre o mesmo café da manhã na S.A.H.

Vestiu sua camisa e foi em direção ao banheiro - contando a primeira porta do corredor, desta vez-. No meio do caminho, encontrou Sabrina, descendo apressadamente as escadas.

– Oh, bom dia! – ela disse. Estava radiante, e sem o Uniforme. Usava uma blusa branca florida, e um short verde-água, que ia até acima de sua cintura. Seus cabelos estavam presos com uma presilha em forma de borboleta, cor-de-prata. – Eu já me sentia irritada com aquelas roupas. Não quer trocar as suas também? Não devem ser tão incomodas quanto as minhas, mas deve se sentir melhor. – ela disse, entrando rapidamente no quarto e pegando a mala de Greg. – Aqui estão suas coisas. Eu dei as do Dylan antes do banho, e então fui até seu quarto para levar as suas, mas... Você já estava dormindo, não quis fazer barulho.

– Sem problemas. – ele disse.

– Já ia me esquecendo! O banheiro é um pouco... Diferente.

– O que quer dizer?

– Você vai ver. – Sabrina falou, e desceu as escadas, esbaforida.

Greggory deu de ombros e escolheu uma blusa vermelha simples e uma calça preta, bem leve. Depois de guardar sua mala, foi para o banheiro.

Era, de fato, diferente. Ao invés de chuveiro, tinha uma espécie de planta, mas muito resistente, que jorrava água, sem parar. Essa água ia para um filtro, e era purificada, sendo renovada e voltando para o ciclo. A água era coletada de um lençol freático, muito abaixo de onde eles estavam.

O vaso era basicamente o mesmo esquema, porém o que ficava ali era despejado na terra (bem abaixo dela, não deixando odor nenhum no solo) servindo como adubo e fortificante para as plantas.

Após um rápido, mas relaxante banho, Greg saiu do banheiro e, segundo o relógio que tinha no corredor, faltavam exatos três minutos para as sete.

Todos já estavam à mesa, - incluindo as Ninfas-. A menina que Greggory vira ontem também estava lá, e olhou feio para ele. Mesclada a raiva, havia um pouco de curiosidade. Bem, mas bem pouca.

– Bom dia. – ele disse, se sentando entre Dylan e Sabrina, de frente para a garota.

– E aí, cara. – Dylan cumprimentou, cortando um pãozinho fresco. Tinha sido feito naquela hora.

A maioria falou com Greg, mesmo que com sibilos, mas falaram.

– Bom dia... Greggory, não é? – Bartira falou.

– Ah, então esse é o nome do invasor. – a ruiva falou, num tom hostil.

– Anelouise, não fale assim. São nossos hospedes. Pelos Céus, eles não estão aqui nem há um dia e você já está sendo uma péssima anfitriã! – Bartira ralhou. – Bem, voltando... Hoje temos muitas tarefas, e vamos ter de dividi-las. Dois no pomar, três para as domésticas e três na floresta. Decidam entre si. – ela falou, de um jeito gentil, porém, ela tinha um ar superior, assim como Anelouise, mas ela não era nem um pouco educada.

Combinaram que Dylan e Sabrina ficariam no pomar, Srta. Sanders, Mason e Sra. Brown iam ficar nas atividades domésticas e Greg e Sr. Payne iam ficar na floresta.

– Pois muito bem, falta um. Minha filha, o que você vai fazer hoje? – Bartira perguntou.

– Ora, mamãe, me dê uma folga, estou cansada do Festival das Flores, de ontem! – Anelouise disse, levantando o tom.

– Já falamos sobre isso, não vou voltar no assunto do Festival. Você vai ficar na floresta, porque não escolheu enquanto podia. – ela rebateu.

– Mas você não me deixaria ir para o Festival se soubesse, não é mesmo?! Ugh! – falou, batendo o pé e se levantando. A menina fechou a cara, pegou algumas cerejas e saiu da mesa, chateada.

Bartira fechou os olhos com força e respirou fundo. Depois abriu-os, com um sorriso no rosto.

– Hm, me perdoem. Ela é assim mesmo. Mas ela vai voltar. Vamos tomar café.

– E então, como dormiram todos? - perguntou a Srta. Sanders, com a voz muito melhor do que Greggory lembrava.

– Não dormia bem assim faz tempos! – disse Dylan, e Greg assentiu. Sabrina apenas sorriu, e os outros concordaram.

– Você quem dormiu com Ane, não foi? – Bartira perguntou, em direção a Sabrina.

– Sim, fui eu. Ela não é má companhia... Eu também ficaria daquele jeito se uma estranha entrasse e dormisse no mesmo quarto que eu.

– Oh, sim. Minha filha não é habituada a mudanças bruscas, porque sempre viveu numa zona de conforto, e sua tia sempre a mima. – a Ninfa contava, e de repente, seu olhar ficou nebuloso, e ela fitou o chão por uns instantes, mas logo voltou ao normal. – Mas e então... Soube que estão procurando Sucebros.

– Sim, para as Harpias. Onde podemos encontrá-los? – a Sra. Brown perguntou, dando uma pequena golada em seu suco de laranja.

– Felizmente há uma aldeia, não muito longe daqui, onde existem Sucebros, mas eles são muito difíceis de capturar, porque além de ficarem em montanhas, são muito rápidos e habilidosos na arte de escapar.

– Mas se tem uma aldeia com Sucebros e desde o inicio nós só tínhamos vindo para cá por eles, porque nos mandaram para um Vilarejo diferente? – Dylan perguntou, franzindo o cenho.

– As Ninfas não são muito receptivas quanto aos nossos visitantes. Especialmente... Magos. Mas como vocês são Heróis, deixaram vocês passarem. Pois bem, no passado, eu fiz uma coisa, da qual não me arrependo, mas a maioria das Ninfas nunca me perdoou. Como castigo, fui banida do meu... Emprego, e tiraram minha casa. Tive de vir para essa, que foi bancada pela minha irmã, e o castigo foi receber os Peregrinos aqui. Portanto, sou a única Ninfa que pode fazê-lo. Lógico que poderia ter uma que os acolhesse, muito mais perto da Aldeia, mas apenas eu tenho a permissão de fazer isso legalmente. Se Ninfas forem pegas escondendo Forasteiros, podem ser presas, ter suas casas, empregos e até filhos retirados. – Bartira disse, em um tom baixo e macabro, muito diferente de todos os jeitos que ela já falara com eles. – Mas... E então, o que estão achando do verídico pão-de-mel?! – falou, mudando de assunto bruscamente.

O resto do café foi apenas conversa jogada fora, e diversas perguntas da parte da Ninfa, curiosíssima para saber a vida cotidiana de Heróis na Sede.

Greggory realmente tentava se concentrar na conversa, mas não conseguia parar de pensar na...

– Anelouise! – Bartira exclamou, batendo uma mão na mesa. A menina veio, ainda chateada. – Leve-os para a floresta. E o resto, podem começar. – ela anunciou. – Eu vou... Dar uma saída.

Ane olhou feio para a mãe, e assim que ela saiu pela porta, o olhar da menina pousou em Greg. Ela revirava os olhos sem parar, e Greggory não conseguia falar.

– Vamos então. Por que estamos aqui, feito múmias? Quanto antes acabarmos, melhor. – Sabrina disse, trazendo Greg para a realidade.

Mason falou algo no ouvido da Srta. Sanders, que deu um risinho, e eles saíram da mesa. Dylan apenas olhou para Sabrina e também se retiraram.

– Creio que seu treinamento começa hoje, estou certa? – Sra. Brown perguntou, se levantando.

– Sim, de fato. – Greg falou, tentando se exibir. Depois de olhar para Anelouise, percebeu que ela tinha curiosidade em seu olhar.

– Mas que treinamento? – ela perguntou, tentando parecer o menos interessada possível.

– Ora, algo que não é assunto de Fada. – Greggory rebateu, com um ar superior. Ela levantou as sobrancelhas. Não esperava essa resposta.

– Não sou uma FADA. – ela disse, com desprezo. – Sou uma Ninfa. Fadas praticamente não fazem nada. Ninfas cuidam da natureza, da água, das plantas... Dessas coisas, entende?

– Muito bem, crianças, percebo o amor entre vocês, mas vamos andando, não temos tempo a perder. – o Sr. Payne disse, levantando e empurrado os dois porta a fora. – Até o almoço. – ele disse para a Sra. Brown, que acenou.

– Eu vou à frente. – Ane disse, levantando o rosto e jogando os cabelos no rosto de Greg, acelerando o passo. Ele respirou fundo e pensou em uma resposta, mas ao ver o olhar de reprovação de Roger, acabou desistindo.

A paisagem era muito bonita. A área que caminhavam tinha menos casas, mas podia-se ver a Aldeia, ficando cada vez menor. A grama era muito verde, e brilhava, porém não estava alinhada. Não muito longe, viam-se árvores, grandes e muito vividas. Os pequenos frutos coloridos tinham destaque do meio de todo aquele mar de verde.

Após mais um tempo de caminhada, chegaram a uma floresta, e as árvores eram maiores do que Greggory tinha imaginado.

– Pois é... Lar doce lar! Sejam bem vindos ao Paraíso. – Anelouise disse, sorrindo, olhando para o céu, que estava impecavelmente azul.

– Como assim? Você não mora aqui... – Greg perguntou, e Ane deu uma risadinha, e um tapa na testa dele.

– Eu sei, seu grande panaca. As Ninfas moravam aqui, nas Florestas, antes de se darem ao luxo de ser como Bruxos, vivendo em casas... Os humanos os copiaram. Daí os Heróis também, mas com mais tecnologia. – explicou, como se fosse a coisa mais obvia do mundo. – Enfim... Há muito que se fazer por aqui... Aparar a grama, tirar os frutos podres do chão e dar uma polida nas flores... O que vocês vão fazer? – perguntou.

– Aparar a grama. Depois nos reunimos aqui novamente para decidir quem mais vai fazer o que.

– Está bem. Na hora do almoço temos de voltar pra casa. Mamãe é rígida com isso. – ela alertou.

Greggory assentiu, e ela virou-se e foi caminhando numa trilha estreita onde mal tinha lugar para pisar. O que dizer? Anelouise conhecia o lugar.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Adorável Distração.
L. Chandler x



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