Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 12
Capítulo 12 - Não se subestime




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O sol batendo na janela incomodava um pouco os olhos de Greg, já que ele tinha ficado por tanto tempo sob as luzes artificiais da Sede, e só via o sol uma vez por mês. Ele até tentou ignorar isso, mas o perturbava cada vez mais.

- Hm, com licença, Mason, você se importaria de trocar de lugar comigo, por um tempo? Acho que Greggory e eu temos umas coisas para conversar. – falou o Sr. Payne, metendo a cabeça no corredor e falando diretamente com o rapaz. Greg olhou para Mason, que assentiu calmamente com a cabeça, e então, trocou de lugar.

- Como está? – perguntou o Sr. Payne.

- O de sempre. – respondeu Greggory. Essa pergunta o incomodava. Não era mais tão simples respondê-la. Às vezes sua cabeça ficava confusa, pois ele tinha motivos para sorrir, então ele não devia aproveitar? Amigos que todos sonham em ter, poderes fantásticos que qualquer um morreria para ganhar, uma vida nada pacata, que várias pessoas implorariam para trocar... Mas, por outro lado, tem seus pais. Quer dizer, não tem seus pais. Não tem mais Malina. Não tem mais irmão ou irmãs, nem ao menos as primas. Nem parente algum. E agora, pessoas estavam sumindo por sua causa. Por isso, Greg tinha suspeita de ser bipolar. Ora feliz e brincalhão, ora calado e triste.

- E isso é bom?

- Não sei me diz você. Estamos praticamente indo a uma missão suicida para a cidade inimiga, onde meu irmão Assassino que escapou de uma Prisão de Segurança Máxima controla e rapta pessoas inocentes, e eu sou a única esperança de vocês para capturá-lo. Isso parece bom?

                        

- Olha, eu sei que é muita pressão sob você, mas me escute: Greggory, você é capaz. Não foi você mesmo que disse que queria que fosse tratado como se realmente tivesse mostrado os Poderes Precocemente? Então, estamos fazendo isso. Não foi você, o primeiro a ir lá reclamar quando Kevin entrou?

- Tem uma grande diferença aí, Sr. Payne. – Greg falou, levantando as sobrancelhas e virando-se para ele.

- Olha você pode até pensar que não consegue, que é demais para você, mas com o treinamento certo, você VAI conseguir. Acredite.

- Ah, claro, e quanto tempo temos para me treinar para virar um Caça-Poder de primeira? Creio que não muito, não é mesmo? – Greggory disse, agora olhando para a janela.

- Preste atenção! Thomas irá fazer de tudo para que você não chegue a Athos com vida. Ele é um covarde, ele quer matar você sem fazer esforço. Tudo que ele botar para impedir nossa entrada aquela cidade, irá fazer com que nossa Jornada demore mais. Ou seja, nesse tempo, eu posso treinar você. Vamos ter tempo o suficiente.

- Se eu fosse você, não contava com isso. Thomas é imprevisível. – Greg falou.

- Escute, eu sei que é difícil para você confiar nas pessoas por causa de Malina, e Thomas, e suas primas, mas você...

- Parece que você anda falando demais com o Mason. Isso me parece um relatório meio técnico demais, não acha? – Greggory falou, tirando suas próprias conclusões.

Sr. Payne engoliu em seco.

- Greg, isso é necessário. Não vê? Precisamos saber o que se passa na sua cabeça!

- Porque eu sou o irmão da Aberração. O que também me torna outra aberração.

- Não! Para saber suas ambições. O que você mais quer. O que você teme. – Sr. Payne disse.

- E para quê isso interessa? Uh, sem ofensas, é claro. – Greggory falou, mas era bem obvio que ele tinha a intenção de ser rude.

- Para o Treinamento! Se você é movido à raiva e trabalha melhor furioso, vamos irritar você! Se você tem o extinto protetor de proteger os amigos, vamos explorar isso! Se você não gosta de ser deixado para trás e de pessoas que tenham duas caras, vamos usar isso à seu favor! – ele falou, agora mais empolgado. – E então, está nessa? – Sr. Payne levantou a mão para Greg tocar.

Ele não tinha outra opção. Era isso ou ir atrás de Thomas totalmente despreparado.

- Eu estou nessa. – Greggory falou com convicção e tocou na mão do Sr. Payne.

- Esse é o espírito! Nós vamos conseguir, me ouviu? - Greg assentiu, sorrindo fracamente. O entusiasmo do Sr. Payne era mesmo contagiante. – Bom, acho que Mason já pode voltar para cá. – falou, bagunçando o cabelo de Greggory.

Depois de terem trocado de lugar novamente, todo o entusiasmo de Greg fora por água abaixo. Então, tentando não demonstrar, ele ficou calado por um tempo. Por um longo tempo.

- Está tudo bem? – Mason perguntou, dando um susto no menino, que olhava concentrado através da janela, vendo grandes elevações pedregosas.

- Oh, está sim.

- No que pensa tanto? Quero dizer, suas mãos estão suadas, e você fica torcendo uma contra outra, e... Sua respiração está alterada. E eu sou formado nisso. Você não consegue me enganar. – Mason disse, abrindo um leve sorriso. Era cativante; Dava vontade de contar tudo o que passa em sua mente, os seus maiores segredos. Mason tinha cara de ser confidente.

- É que eu não tenho muita certeza do que esperar lá. Eu não sei os perigos que vamos enfrentar, e mais; Se algo acontecer a alguém, eu me sentirei culpado, pois vocês só estão aqui por causa da minha ideia maluca de vir atrás dele. – Greggory falou, começando a sacudir uma das pernas, impaciente.

- Greg, ninguém aqui sabe exatamente o que esperar, também. Se os Diretores da Associação de Heróis decidiram aceitar a sua proposta, é porque não tem outra maneira. E acredite em alguém que tem um passado obscuro: Não vale a pena se sentir culpado, porque é exatamente isso que ele quer que você sinta. O que você tem de se perguntar é: O que eu posso fazer para reverter essa situação? Se não puder, deixa. Melhor ainda se você não assistir nada, porque aí, você não fica com imagens ruins da sua cabeça, remoendo e... Enfim, é melhor.

- Passado obscuro? Você fala do seu passado? – Greg perguntou, agora curioso.

Nesse momento, algo realmente pesado caiu no ônibus. Um estrondo ruidoso. Greggory gelou. Ele achou que estavam começando a ser atacados. Nada iria acontecer com ninguém, só se fosse com ele próprio. Então, ele levantou.

- Onde vai? – Mason perguntou.

- Ver o que foi isso. – ele respondeu, rapidamente. Por fora, parecia mais confiante do que de fato estava.

- Não é para o seu bico, Greg! Melhor ficar aqui...

Tarde demais. Após o motorista ter pedido para todos ficarem dentro do ônibus, em segurança e sem fazer barulho, ele levantou e abriu as portas, para verificar de onde viera o barulho. E Greggory passou correndo até a entrada do ônibus, sem que ninguém conseguisse impedi-lo. Quando ele queria ser rápido, ele conseguia. Era imbatível no pique-bandeirinha antes do St. Burguins. Só por esse motivo, sempre era escolhido primeiro nos dias de educação física.

- Apanhem-no! – gritou o Sr. Payne, também se levantando.

Do lado de fora havia agora uma paisagem montanhosa: Vales repletos de barro e terra alaranjada. Alguns montes eram cobertos de grama e vegetação. Outros, por sua vez, eram lisos e viscosos. Se houvesse uma chuva ali, com certeza também teria um deslizamento.

O motorista encontrava-se na lateral do ônibus, local onde guardam as malas, e encarava o compartimento, atônito, sem acreditar no que via.

- O que tem aí? – Greg perguntou, se aproximando devagar. Quando chegou perto suficiente, mal acreditou. Não era possível. 


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