Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 10
Capítulo 10 - Vida Solitária


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é triste, e é uma pequena despedida. Prestem atenção nos detalhes, eles serão usados depois (como sempre).



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O dia passou de forma muito rápida. Sabrina o abraçava a cada trinta minutos, Dylan soltava piadas para distrair a todos, mas de nada adiantava.

Já era hora da janta, e os três estavam sentados no refeitório, mesmo após terem terminado de comer, afinal, queriam aproveitar o máximo de tempo que ainda tinham juntos. Como sabiam que era o ultimo dia dos três juntos antes da partida, ninguém se preocupou em brigar com eles por isso.

- Algo está estranho com a minha roupa, e isso tem um tempo. – disse Dylan, brincando com o pote vazio de pudim.

- A minha também, é como se... Sei lá, é diferente. – Sabrina concordou. – Provavelmente é porque estamos crescendo,e  talvez precisemos trocar os trajes.

- Bem, pode ser. Mas enfim...

E a conversa seguia com coisas banais. Eles tentavam agir da forma mais normal possível para não lembrar Greggory da Expedição, mas ficava cada vez mais difícil. Enquanto eles conversavam sobre a polemica: “Batata assada ou frita?”, Greg pensava em como seria se ele fracassasse. Mesmo que ele morresse, ainda existia a possibilidade de morrer sem ter feito nada. E existe a possibilidade de viver sem ter feito nada, o que seria pior. E também existe a outra de morrer como um Aprendiz memorável, e a ultima e menos provável, viver como um aprendiz memorável. Essa era a que ele mais desconsiderava, afinal, não tinha nem noção do que fazer.

- O que você acha, hein, Greg? – perguntou Sabrina. A cabeça do menino estava em outro lugar. Ele estava imaginando o que iria fazer quando encontrasse com Thomas.

- Hã? – ele perguntou.

- De a gente ir com você. Você está se sentindo bem?

- Sim, sim, é que... Eu não tenho a menor ideia do que fazer. Digo, todos lá tem uma função, certo? O que eles esperam que eu faça?

- Ué, mas não era você que estava determinado? – Dyaln perguntou.

- Olha, não é que eu esteja dando para trás nem nada, mas veja só, todos lá tem um propósito, eu sou só o irmão fracote que só causa tragédia, e que pela primeira vez na vida teve a oportunidade de fazer algo que presta.

- Você sabe que não é assim, Greggory. – Sabrina falou, ficando chateada. Ela odiava vê-lo triste e ainda pior: se criticando.

- Ah, não? Você fala isso porque não sabe. Dylan é o inteligente, sempre tem uma estratégia. Você é a corajosa, sempre está pronta e disposta a lutar. E eu, sou o que?

Silencio. Nenhum dos amigos sabia o que dizer.

- Você é nosso amigo. E nós sempre contamos com você, você nunca nos decepcionou. – falou Dylan.

- Oh, certo. Então eu sou um bom amigo. Isso pode me salvar em uma batalha? Hm, creio que não, não é mesmo? – ele falou, saindo da mesa e indo em direção ao dormitório. Nem Dylan nem Sabrina foram atrás dele. Tinham de ser compreensíveis com o amigo, afinal de contas.

Enquanto andava, topou com Emily, sua treinadora.

- Wow, parece que alguém não vê por onde anda. – ela disse, brincando com os cabelos do menino. Ele permaneceu emburrado. – Que houve?

- Ué, você não soube? Achei que você fosse a primeira a...

- Eu sei que você vai para Athos porque seu irmão maligno está controlando uma pessoa por dia da Sede, para poder encravar uma faca simbólica no peito e ir para sei lá aonde. Sei também que foi convocada toda uma expedição para acompanhar você. O que eu quero saber é o porquê dessa cara.

- É que... Eu só atrapalho, sabe. Sei lá, esse negócio tem tudo para dar errado, mas é a única chance que temos. E não quero mais causar sofrimento. Se... Se você pudesse ver a cara dos pais de Malina quando... Sabe... Eu queria poder... Ah, mas que droga.

- Greg, nunca achei essa ideia de sair da S.A.H uma boa coisa, mas eles vão lutar com unhas e dentes para proteger você. A norma é: Melhor perder um profissional do que um Aprendiz. E outra, você não é um empecilho. Muito pelo contrário, se você não tivesse tomado a iniciativa, nunca iriam saber o que estava acontecendo.

- Se eu não existisse, nada disso estaria acontecendo.

- Tem pessoas em situações piores que a sua, Greggory. Se não fosse por você, Dylan e Sabrina nunca teriam se conhecido. Se não fosse por você, a Srta. Evans já teria se matado. Se não foss...

- O QUE? – ele perguntou, boquiaberto.

- Puxa, ela não te contou? Bom, lembra aquele sobrinho dela? Ele fugiu de casa, e agora ela está sozinha em Niceville. O marido dela a deixou há vários anos. As amigas dela, agora, têm medo dela, por ter sido envolvida naquele escândalo, de ter ficado hipnotizada. As primas dela moram no Arizona, e elas não se reúnem há pelo menos vinte anos. O único motivo dela não ter deixado de viver foi a A.A.H e você. Agora você é o sobrinho dela, Greg. Na verdade, é mais que isso. Você é o filho dela. – Emily disse.

- Eu... Eu não fazia ideia... – falou o menino, espantado, olhando para o rodapé da Sede. Depois olhou para Emily – Olha, eu vou voltar de Athos, está bem?

- Eu tenho certeza que sim. Porque senão, quem vai ficar zangando e lutar comigo até me ver no chão? – ela disse, durona, e em seguida apertou o ombro dele. – G, não importa o que aconteça, eu sempre estarei com você, me ouviu? E lembre-se você sempre tem seus amigos, pessoas que te amam e zelam por você. Você não está sozinho. Não precisa sofrer calado, nem sozinho. Se tiver alguma angustia, desabafe. Não se ache forte, porque você sem amigos não seria nada. Eles são sua fortaleza.

- Obrigada, Em. – Greggory disse abraçando-a.

Assim que se soltaram, cada um seguiu seu caminho. Agora, mais aliviado e ainda pensando nas coisas que ela lhe disse, Greg lembrou-se de uma coisa, e resolveu ir para o outro lado.

Enquanto andava, bateu em algo. Era uma pessoa. Era Kevin.

- Não estou para brigas. – Greggory alertou.

- E eu não perguntei nada. – o brutamonte rebateu, e em seguida disse – Fiquei sabendo que você vai sair da Sede para ir atrás do seu irmão maluco da cabeça. Só espero uma coisa – e fez uma pausa dramática – Que você pare esse seu irmão retardado e ganhe alguma coisa na vida, porque você é um Perdedor. Aí você vai ser transferido daqui e eu nunca mais vou ter que ver essa tua cara de iguana. – falou, empurrando Greg para fora do caminho, e seguindo para o outro lado do corredor.

O que tinha acabado de acontecer? Kevin tinha desejado sorte para Greggory, a seu modo? Ou tinha sido apenas um insulto? Sem refletir muito sobre o momento e ainda um pouco confuso, saiu correndo, em busca da Srta. Evans. Depois de alguns minutos de busca, Greg a encontrou.

Ela estava sentada em um banco da Sede, em um corredor deserto, sozinha. Ele ficou encarando-a por um tempo, mas logo depois, correu em sua e apertou sua mão, e em seguida beijou. Depois tornou a aperta-la, com mais força. Ele não queria deixa-la. Simplesmente não podia...

- Por que isso, querido? – ela perguntou, gentilmente.

- Caso algo aconteça... Sabe... Olha, eu... – Greg começou, mas nem conseguiu terminar a frase.

- Greggory, agora você vai me ouvir. No dia que você saiu da A.A.H e veio para a Sede, eu me despedi de você... E... Fiquei muito mal depois disso. Eu sentia que as coisas não faziam mais sentido; o que costumava me alegrar não chegava nem a me fazer dar um sorriso, o que costumava me irritar, tinha virado para mim um tanto faz, e passei muito tempo assim, no “automático”. Querido, você sabe há muito que é mais de um aluno para mim... Por isso, nada vai acontecer durante essa Jornada, me ouviu? Eu não vou permitir... Eu não iria querer me despedir de você outra vez... – ela disse, com os olhos marejados. Depois, ela fungou e olhou para o outro lado. Tinha de ser forte.

- Um abraço... Seria um despedida? – ele perguntou, bem baixinho.

- Acho que não, se ninguém ver... – e depois de um sorriso brotar nos lábios dos dois, eles se abraçaram. Em seguida, Srta. Evans deu um beijo na testa do menino. Eles ficaram assim por um tempo, mas logo das caixinhas de som ambiente da S.A.H, que usavam para dar anúncios importantes ou coisas do gênero, saiu uma voz conhecida: A do Sr. Payne.

- Boa noite a todos. Esta transmissão está sendo ouvida apenas para os que vão à Missão de Athos. Esta é o toque de recolher, hora de ir para cama. Amanhã teremos muito que fazer.

Com isso, Greg abraçou a Srta. Evans uma ultima vez antes de partir. Antes que pudesse levantar, ela perguntou:

- Quem te contou?

Greggory ia que perguntar do que ela estava falando, mas sabia muito bem do que se tratava. Era obvio que ela perguntava da conversa com a sua Treinadora.

- Isso realmente não interessa. O importante é que você está aqui, e está salva e segura. Olha, eu prometo que vou voltar. Voltarei por você. – Greg falou, e saiu, sem nem esperar uma resposta. Sabia que depois disso ficaria mais difícil deixá-la, mas era uma missão precisa, muitas vidas estavam em jogo.

Ainda no banco, uma lágrima percorreu o rosto da Srta. Evans, que falou para si mesma:

- Sei que vai, Greggory, sei que vai.


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Notas finais do capítulo

E aí, bom? Desculpe pela demora para postar, é que eu tô a semana inteira para postar, e só hoje que eu terminei de escrever o 16 e já tenho 2 paginas prontas do 17. Na verdade essas duas páginas prontas eram para ser do 15 também, mas iria ficar enormemente monstruoso, então terminei na pior suspense possível. Bem, como eu já disse, eu escrevi umas partes de ação e estou morrendo de curiosidade de ver a reação de vocês. E agora, eu botei um pouco de mitologia céltica (na verdade só alguns nomes) e umas criaturas um tanto... Diferentes. Eu gostei bastante do resultado, achei bem original, mas não sei vocês... Enfim, quando eu postar esses capítulos, quero reviews BEM detalhados, tá bem? Porque eu me empenhei para caramba para fazer algo bem acabado, então, o que custa se você detalhar um pouco mais o seu review? (É, eu só tenho um leitor mesmo, e para a minha sorte é um esplêndido autor). O título do próximo capítulo, será: Capítulo Antes de tudo, conheça bem seu inimigo. Vejo você nos reviews xx



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