Sarah Adams escrita por Marina Andrade


Capítulo 16
Capítulo 15 - Quebrando regras


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que esse cap. tenha esclarecido alguns dos mistéiros da fic. Desculpem a demora (de novo). Prometo terminar a fic até 31/12.

Bjs.



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Na quarta seguinte, Sala nº 133, carteira do fundo, 09:00 hs.


 


Não sei o que é pior, ouvir o professor falar sobre a Terceira Guerra Bruxa ou ter o Crab na minha frente tapando o quadro. Haha, qual é, Draco. Aula de História da Magia é bem interessante. Ah, claro. Quarenta e cinco minutos ouvindo um professor fantasma falar sobre a vida dos quatro fundadores da escola. Suuuper interessante. – Draco respondeu, sarcástico. – Shh, estou tentando ouvir o professor. Olha que eu canto hein? Não! Qualquer coisa menos você cantando! Cinco patinhos foram passear, além das montanhas à beira do mar. Eu mereço! – Pensou Sarah, enquanto dava livradas em Malfoy, que ainda cantava mentalmente.


 


-Algum problema aí atrás, senhorita Adams? – O professor Peter perguntou.


 


-N-não, professor. Eu estava tentando matar uma mosca que tinha pousado na cabeça do Malfoy. – Disse Sarah, arrancando risadas de todos.


 


-Hum. Bom, espero que já tenha terminado. – Respondeu o professor, com um quê de riso na voz. – Bom, como eu dizia, em meados de 1910, correu um boato pelo castelo de que foram encontradas cartas da própria Rowena Ravenclaw, escondidas dentro de uma sala secreta do castelo, mais precisamente dentro de um baú. De acordo com os registros da escola, essas cartas eram todas destinadas a um homem, que muitos acreditam ser o misterioso namorado que Ravenclaw teve, o que a deu de presente a coruja de prata, que está hoje no Salão Principal da Corvinal, sobrevoando o falso céu. Bom, segundo a lenda, todas as cartas eram declarações, poemas românticos, bilhetes que ela e o misterioso homem trocavam, cartas marcando encontros, entre outras coisas mais. Mas o item mais valioso de que se tem notícia é o diário de Ravenclaw. Até hoje não foi comprovado que esses itens realmente existiram, mas um relato realmente intrigante, em forma de poema, foi deixado na biblioteca. – Todos ouviam atentamente, até mesmo Draco tinha parado de cantar na mente de Sarah. – Porém, esse poema não está disponível para a leitura de ninguém, a não ser do diretor da escola. – Sarah suspirou, triste com a notícia.


 


Querendo ler uma coisa dessas? Quem não gostaria? Esse poema é uma pista para encontrar o diário de Rowena Ravenclaw! Quem não gostaria de ler um diário desses?! Bom, deixe-me pensar... Eu, com certeza, o Crab provavelmente, - Disse Draco, apontando para Crab, que dormia profundamente na carteira em frente a eles. – E o Goyle, sem dúvida. – Ele apontou para Goyle, que estava muito distraído cutucando o nariz. Riram.


 


...


 


No mesmo dia, quarto do corredor secreto, 23:58 hs.


 


Diário, bom, pelo visto, esse ano não vou preencher nem cinquenta páginas devido à minha falta de tempo. Fazer o que, né...


 


Vamos às novidades:


 


Primeira: Há rumores correndo pelo castelo de que o tal baile vai realmente acontecer, mas até agora ninguém sabe a real origem da história. (Misterioso)


 


Segunda: Minhas aulas de Oclumência acabaram! (Pausa para dancinha da comemoração) Ainda bem que o Draco está dormindo – e babando - e não viu isso, ufa! Continuando, nessa segunda feira o Snape veio até minha humilde residência (estou falando sobre o quarto que divido com Draco) e me contou as boas novas. Disse que eram ordens de Dumbledore. Fiquei meio sem entender, já que a conexão parece ter se solidificado durante essa semana. Bem quando eu achava que eu estava quase com a minha liberdade mental em mãos a conexão voltou com força total. Tão forte que em alguns momentos eu chego a pensar como o Draco! É sério! Ontem quando o Harry me cumprimentou no café da manhã a única coisa que passou pela minha cabeça foi “Lá vai o Cicatriz”. Ainda não aconteceu coisa parecida com o Draco, mas pelo visto não vai demorar.


 


Terceira


 


-SARAH! SARAH! SARAH! – Draco acordou de repente com uma expressão assombrada, pulando em cima do colo de Sarah, que arremessou diário e pena pelos ares de susto.


 


-Draco, quer sair de cima do meu colo! – Disse ela, o empurrando para o lado.


 


-Você não vai acreditar no que eu sonhei! – Disse ele, sentando ao lado de Sarah na cama.


 


-No quê? – Perguntou ela, curiosa.


 


-Sonhei com o diário de Rowena Ravenclaw! – Disse ele, sacudindo-a pelos ombros. – Foi tão real! Eu podia jurar que estava em Hogwarts, há três mil anos atrás!


 


-Calma, respira... – Disse Sarah lentamente, respirando com ele. – Isso, oxigênio é bom...


 


-Sarah, tem mais. – Disse ele, depois de se acalmar. Sarah ouvia atentamente. – Eu sonhei que Voldemort estava tentando encontrá-lo também. Ouvi uma conversa dele com Lestrange.


 


-Sua tia?


 


-A própria. No meu sonho eles estavam numa casa escura e fria, conversando num quarto, ambos de costas pra mim. Eu os ouvi dizer que era preciso encontrar o baú de Ravenclaw pra ter certeza de alguma coisa. Depois não ouvi mais nada, e desde quando acordei estou com uma letra e uns números na cabeça.


 


Sarah parecia pensar a todo vapor quando Draco terminou. Olhava para o quarto, para o olhar espantado de Draco, para tudo o que tinha acontecido nos últimos meses. Toda a confusão que sua vida tinha virado começara num simples momento: quando ela e Draco Malfoy se olharam pela primeira vez no Salão Comunal. Desde então, tudo se tornou uma bagunça de conexão, Comensais, dementadores, sequestros, invasões, batalhas, treinos para a maior batalha do mundo dentre outras coisas que nunca foram esclarecidas. Como por exemplo: por que quando ela e Draco se olharam pela primeira vez seus olhos pegaram fogo e os dele pareceram se transformar em prata líquida?


 


Só a um jeito de saber.


 


-Eu ainda não acredito que vou te dizer o que eu vou te dizer agora. – Disse ela, tapando os olhos de vergonha.


 


-O quê? – Perguntou ele, sem entender.


 


-Primeiro tem que me dizer a letra e os números que estão na sua mente agora.


 


-D-5-110.


 


Sarah suspirou.


 


-Exatamente como eu pensei. Bom, é o seguinte. – Disse ela se levantando decidida. – Vamos invadir a Seção Restrita da biblioteca.


 


-Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha! – Draco rachou os bicos, rolando na cama. – Você endoidou?! E o que te faz pensar que eu, monitor chefe de Hogwarts, vou arriscar meu cargo pra invadir a biblioteca há essa hora? – Perguntou ele, se recuperando da crise de riso.


 


-Até onde eu sei tudo indica que você sonhou com a localização exata de um livro na biblioteca.


 


-Como assim?


 


-D é o corredor, cinco a estante e cento e dez o número do livro. Tem que ser na Seção Restrita, já que o resto da biblioteca começa na seção F.


 


-E o que é que um livro tem a ver com isso tudo?


 


-Draco, nós vamos achar o baú de Rowena Ravenclaw e saber o porquê de Voldemort o estar procurando.


 


-Sarah, isso pode ter sido apenas um sonho! E o que é que o baú de Ravenclaw tem a ver comigo?


 


-Não sei. – Respondeu ela, com sinceridade. – Sempre me aferrei à lógica em situações como essa, Draco. Mas nesse exato momento estou me aferrando à intuição. Mas, já que não está curioso... – Disse ela, tirando ele de sua cama e se enfiando embaixo das cobertas. Draco deitou na sua cama e fechou os olhos.


 


(Dez segundos depois...)


 


-Tá bem, você venceu! Vamos invadir a Seção Proibida da biblioteca! – Disse ele, se levantando e vestindo o roupão. Sarah vestiu o dela e ambos saíram do quarto empunhando a varinha, tomando todo o cuidado para não fazer barulho.


 


-Quem é que está fazendo a ronda hoje? – Sussurrou Sarah para Draco, enquanto ambos andavam encostados à parede.


 


-A Grifinória. E os aurores, é claro. – Sussurrou ele de volta.


 


-Filtch! – Disse Sarah, olhando para trás.


 


-É, e Filtch também. – Disse Draco indiferente, até ouvir o miado de Madame Nora bem ao seu lado e os passos pesados de alguém vindo para o corredor. – Alguma idéia? – Perguntou ele, vendo que estavam num corredor sem estátuas ou fontes, e não daria tempo de correr.


 


-Tenho uma, mas não acho que seja das melhores.


 


-Eu tenho duas: damos uma de Homem-Aranha e escalamos as paredes ou fingimos ser sonâmbulos de verdade. – Disse ele, dando a entender que suas idéias não eram das melhores. Os passos de Filtch se aproximaram e Madame Nora foi ao seu encontro.


 


-Não é das melhores, mas vai ter que servir! – Sussurrou Sarah, destrancando uma das portas do corredor com um feitiço não-verbal e empurrando Draco para dentro da sala, traçando a porta de volta logo em seguida.


 


-Quem está aí? – Filtch perguntou na sua voz rouca e arrastada, andando pelo extenso corredor. Draco e Sarah nem respiravam. – Seja quem for, não pode se esconder. – Disse ele, começando a destrancar as salas uma a uma.


 


-Mais alguma idéia? – Sussurrou Draco para Sarah, enquanto ambos olhavam para a sala de aula em que tinham parado.


 


-Estou pensando! – Disse ela, olhando o que tinham a seu dispor. – Cadeiras, mesas, bancadas, quadro, armário... Armário! – Ela pensou, arrastando Draco junto com ela para dentro do armário. Assim que fechou a porta do armário Filtch entrou na sala, e depois de poucos segundos eles ouviram um auror chamá-lo de outro corredor. Esperaram mais alguns segundos até que ele estivesse distante e só então voltaram a respirar, saindo do armário apertado. Sarah saiu primeiro.


 


-Essa foi por pouco. Jurava que ganharia um mês de detenção! – Disse ela, enquanto Draco saía.


 


-É. Culpa daquela gata infernal! – Praguejou Draco, saindo do armário meio cambaleante.


 


-Hahahahahahahahahahahahahahahahahaha! – Sarah disparou a rir, tanto que se sentou no chão para evitar cair.


 


-O quê? Qual é a graça? – Perguntou Draco, com as mãos na cintura.


 


-Seu chapéu! – Disse ela, antes de voltar a rir. Draco pôs a mão sobre a cabeça e tirou um chapéu de pele com um rabo de esquilo que tinha se agarrado à sua cabeça quando foi sair do armário, como aqueles que os mosqueteiros usam, e disparou a rir junto com Sarah. Assim que se recuperaram da crise, levantaram e olharam em volta.


 


-Sala de Trato das Criaturas Mágicas. – Concluiu Sarah, ao ver os rabiscos sobre fadas-mordentes no quadro e o armário do qual tinha saído, que estava cheio de livros de aparência monstruosa.


 


-Esse lugar me lembra o Hagrid. – Disse Draco, jogando o chapéu de volta no armário e o trancando de volta com um feitiço.


 


-Precisamos de um plano. – Disse Sarah.


 


-Um plano pra quê?


 


-Draco, tem mais de vinte aurores rondando os corredores do castelo nesse momento. Nós precisamos encontrar um jeito de passar por eles. – Draco suspirou.


 


-Nessas horas eu queria ser invísel. – Disse ele, sem idéias.


 


-Draco, você é um gênio. – Disse Sarah, com um sorriso mais “Adams” impossível no rosto.


 


...


 


(Cinco minutos depois, corredor do andar de cima.)


 


-Conseguimos! – Disse Sarah, enquanto corriam por um corredor.


 


-Sarah, você ainda não me disse por que diabos nós tivemos que driblar três aurores e uma Weasley para chegar até esse corredor! – Disse Draco, tentando acompanhá-la. – O que você tem em mente?


 


-Harry Potter. – Disse ela, parando em frente ao quadro da Mulher Gorda.


 


Draco tentou – e falhou – não tentar demonstrar ciúme em sua voz:


 


-Sarah, se você tem uma queda pelo Testa-Rachada não me interessa, estou mais interessado em saber o que estamos fazendo aqui.


 


-Testa-Rachada? O que aconteceu com o suave Cicatriz?


 


-Não mude de assunto.


 


-Tá bom. O seguinte é o negócio: não sei se você sabe, mas o Harry tem uma capa da invisibilidade.


 


-É. Eu sei.


 


-Então, se pegarmos a capa, podemos chegar até a biblioteca e dar um jeito de distrair quem estiver de guarda.


 


-Genial! Mas por que alguém ficaria de guarda na porta de uma biblioteca?


 


-Na semana passada eu fiquei na bilbioteca até que um auror me disse que o turno dele de vigia estava na hora de começar.


 


-Hum... Tem outro problema.


 


-Qual?


 


-Como vamos passar por ela? – Perguntou ele, apontando para a Mulher Gorda, que roncava encostada na moldura do quadro.


 


-Acha que eu não pensei nisso? – Perguntou ela, retirando da parede o enorme quadro ao lado do da Mulher Gorda, pintado com um belo jarro de flores sobre uma mesa.


 


-O que está fazendo? – Perguntou Draco, ajudando-a.


 


-Se eu estiver certa, desde que o mundo é mundo o filtch esconde os artefatos apreendidos... aqui. – Concluiu ela, mostrando a Draco o imenso buraco que havia atrás do quadro, parecido com um armário de vassouras, porém sem portas.


 


-Como é que você sabe disso?! – Perguntou ele, espantado.


 


-Essa meu caro, é uma das vantagens de ser um Adams. – Disse Sarah, tirando uma vassoura de dentro do compartimento secreto, limpando a poeira com um feitiço.


 


-O que você tem em mente? – Perguntou Draco, vendo-a entregar outra vassoura para ele.


 


-Vamos entrar pela janela, diretamente no quarto do Harry.


 


-Você está doida?


 


-Não. Eu sou doida. – Disse ela, saindo voando pela janela mais próxima.


 


Na falta de opção. – Pensou ele, montando em sua vassoura e seguindo-a. Voaram em volta do castelo, tomando o cuidado de não planarem muito alto, para não esbarrarem nos dementadores. Assim que ouviram o já conhecido ronco de Ron Weasley – que dava para ser ouvido quando dormiam na sede da Ordem – entraram no quarto pela janela aberta, fazendo o menor barulho possível para não acordar Ron e os outros.


 


-Tem idéia de onde possa estar? – Sussurrou Sarah, olhando no baú ao lado da única cama vazia do quarto, obviamente de Harry, que ainda estava na ronda com Gina.


 


-Deixe-me pensar... Se eu fosse o Testa-Rachada, onde eu esconderia minha preciosa capa da invisibilidade? – Pensou Draco, revirando um baú. – Achei! – Disse ele, esquecendo de sussurrar, fazendo com que Ron se revirasse na cama.


 


-Aranhas, aranhas... – Murmurou ele, voltando a dormir.


 


-Pegue a capa e vamos. – Disse Sarah. Ambos saíram voando pela janela.


 


...


 


-Ai meu pé, Sarah! – Reclamou Draco, enquanto ambos andavam encolhidos debaixo da capa.


 


-Desculpe.


 


-Preste atenção onde pisa!


 


-Ai, Draco! – Disse Sarah rindo, quando Draco tropeçou e segurou em sua cintura para não cair.


 


-Foi mal. – Disse ele, se recompondo.


 


-Chegamos. – Sarah sussurrou ao ver que estavam a poucos passos do auror que estava de guarda em frente à porta da biblioteca. – Sua vez de ter idéias.


 


-Acho que tenho uma. – Disse ele, tirando a varinha do bolso do roupão.


 


...


 


O auror David Turner estava, pela terceira noite consecutiva, de guarda na porta da frente da biblioteca da escola. Tedioso. Ainda estava no último ano de faculdade, já com seus quase vinte e um anos, e em seu último estágio lhe davam o mais banal pra se fazer: vigiar uma estúpida biblioteca.


 


Andar pelo castelo em busca de Comensais para arrebentar? Não, vigiar a biblioteca. Vagar pelos jardins e manter os dementadores na linha? Não, vigiar a biblioteca. Ter uma boa noite de sono depois de um dia inteiro de trabalho? Não, vigiar a maldita biblioteca! – Pensou ele, entediado, enquanto andava de um lado para o outro. Até que uma luz forte chamou sua atenção, vinda do final do corredor à sua frente.


 


-Quem é? – Perguntou ele, dirigindo a luz da sua varinha para o fim do corredor. – Ei, você aí da luz! – Disse ele, sem obter resposta. A estranha luz apenas virou o corredor lentamente. – Qualquer coisa é melhor que vigiar a maldita biblioteca! – Pensou ele, decidindo seguir a luz.


 


...


 


-Funcionou! – Draco sussurrou, parando o feitiço de levitação que estava fazendo a lanterna que ele convocou flutuar. – Sua vez.


 


-Unlock! – Disse Sarah, fazendo com que a porta da biblioteca se abrisse. Entraram correndo. – Abaffiato!


 


-Pra quê? – Perguntou Draco, vendo-a lançar o feitiço bloqueador de som em toda a biblioteca, trancando a porta de novo logo em seguida.


 


-Essa é uma das três regras que eu aprendi com meu tio Jack no natal de 2003. – Disse Sarah, tirando a capa de cima deles.


 


-Três regras pra quê?


 


-Bom, ele nos ensinou que quando estiver quebrando regras, precisa seguir três regras: não seja visto, não seja ouvido e não seja pego. – Disse Sarah, enquanto caminhavam para a Seção Restrita.


 


-Cara, sua família é muito louca.


 


-Draco, o que é que você esperava de uma família de sonserinos natos que lutam contra Comensais ao mesmo tempo?


 


-Bom, leve em consideração que a única Adams que eu conheço bem aqui é você. E, cá entre nós, você não é uma das mais comuns. – Retrucou ele, examinando a porta. – Alguma idéia de como abrir?


 


-Huum... Unlock! – Disse Sarah, tentando usar o velho feitiço de família. – Nada.


 


-Bombarda! – Tentou Draco, ainda sem sucesso. – Desse jeito não vamos a lugar algum. Continue pensando enquanto eu procuro algum livro que possa nos ajudar.


 


-Bem pensado. – Disse Sarah, examinando a porta. – Bom, o vidro deve ser à prova de feitiço, então acho que um feitiço não vai adiantar. A fechadura também parece ser a prova de magia... E de grampos de cabelo, provavelmente. – Sarah pensou alto, ponderando sobre o que fazer quando...


 


CRASH! – Draco arremessou uma enciclopédia enorme no vidro inteirisso da porta, deixando-o em pedaços.


 


-Pronto, agora é só quebrar o resto e entrar. – Disse ele, pegando outro livro de capa pesada para empurrar os cacos que sobraram.


 


-Draco, ficou doido?! – Perguntou Sarah, incrédula.


 


-Qual é Sarah? – Disse ele, enquanto quebrava os cacos da vidraça que ocupava quase a porta inteira, apenas cercada pela grossa moldura. - Você andou pelos corredores de Hogwarts em horário proibido, invadiu uma sala de aula, roubou o armário secreto do Filtch, invadiu um quarto da Grifinória, roubou a capa da invisibilidade do Testa-Rachada e invadiu a biblioteca. Eu tenho todo o direito de quebrar um vidrozinho, não acha? – Perguntou ele, entrando pelo buraco. Sarah o seguiu.


 


-Ei! Você participou de tudo isso também! E, aliás, eu estava mais preocupada com o livro que você arremessou do que com a porta em si. – Disse ela, olhando a identificação das estantes.


 


-Sarah, você é surpreendente. – Disse Draco, sem entender o motivo de tanta preocupação com um livro.


 


-Vou encarar isso como um elogio. – Disse ela, passando de estante a estante. – É esse. – Ela entrou no corredor D.


 


-Parece que ninguém vem aqui há séculos. – Disse Draco, olhando as teias de aranha que se estendiam por toda parte.


 


-E talvez não venha mesmo. Olha a data de publicação desse livro. – Disse Sarah, pegando um livro qualquer na estante. – Cinco de outubro de 1440 a.M.


 


-Como é que eles sabiam que estavam em uma data antes de Merlin?


 


-Videntes, provavelmente. Excelentes videntes. - Disse Sarah, limpando o pó que cobria uma placa na entrada do corredor D. – “Livros Mágicos – 3000 à 300 anos a.M.” – Leu ela, iluminando a placa com a varinha.


 


-É, pelo visto voltamos à época em que os bruxos moravam em cavernas e se chamavam “Uga”. – Disse Draco, zoando. Riram.


 


-É essa. – Disse Sarah, parada em frente à prateleira número cinco. – Procure o livro número 110. – Amvos começaram a procurar, limpando a poeira com feitiços e tirando teias de aranha com as mãos.


 


-Sarah. Acho que encontrei. – Disse Draco, pegando um enorme livro de capa verde-escura fechado com uma correia de couro. – “Livro dos Mapas”. – Disse Draco, lendo as enormes letras escritas à mão em prateado na capa. – Não vem assinado.


 


-Acho melhor nos sentarmos pra ler. – Disse Sarah, andando até a única mesa em toda a Seção Restrita, uma pequena mesa redonda com três cadeiras simples. Se sentaram e abriram o livro. Estava em branco.


 


-Um livro em branco?! – Se espantou Draco, não querendo acreditar que todo o seu esforço pra chegar onde estavam tinha sido em vão. Sarah passou a mão nas páginas e apertou os olhos, como se na esperança de que as palavras estivessem escritas em tinta clara demais para ser lida. Draco fez o mesmo na outra página. Assim que sua mão tocou no livro, palavras escritas em tinta preta começaram a surgir na mesma caligrafia da capa. Sarah tirou a mão ao ver que era Draco quem estava tendo sucesso.


 


-O que você está fazendo?


 


-Não sei, eu só toquei no papel. – Disse ele, tirando a mão. Assim que fez isso, as letras sumiram. Encostou de novo e começou a ler o que surgia. – “Bem vindo ao Livro dos Mapas, saudações do autor.” – Assim que Draco acabou de ler uma pena branca surgiu da página.


 


-Incrível! – Disse Sarah, impressionada. Depois que Draco pegou a pena, a frase se apagou. – Acho que você tem que dizer “oi”.


 


-Tá bom. “Oi, meu nome é Draco Malfoy”. – Ditou Draco, enquanto escrevia, vendo que a pena funcionava se tinta. Assim que acabou, sua frase foi absorvida pelo livro, e novas frases do autor começaram a surgir.


 


“Bem vindo”. (N/A: eu criei um livro meio parecido com o diário de Riddle que aparece no segundo filme. Me desculpem por roubar a idéia.)


 


-“Quem é você?” – Escreveu Draco, continuou Draco, assim que as palavras sumiram.


 


“S. S.”


 


-S. S.? – Perguntou Draco, sem entender.


 


-Nenhum nome me vem à cabeça agora. – Disse Sarah. – Pergunte o que devemos fazer com o livro.


 


-“O que esse livro faz?” – Escreveu Draco.


 


“Ele pode te mostrar qualquer lugar. Basta escrever.”


 


-“Quero saber onde está o baú de Rowena Ravenclaw”. – Disse Draco animado enquanto escrevia.


 


“Você está sozinho?”


 


-Que tipo de pergunta é essa? – Perguntou Sarah, meio irritada que sua presença pudesse estar atrapalhando.


 


-“Não. Sarah Adams está ao meu lado. Ela veio comigo”. – Draco escreveu.


 


“Adams? Ela pode vir.”


 


-Viu Sarah, ele gosta de você. – Disse Draco, zoando.


 


-Presta atenção, ele está escrevendo.


 


“O baú de Rowena Ravenclaw está em Hogwarts.”


 


-“Sabemos disso. Há mais alguma coisa que possa nos dizer?” – Escreveu Draco.


 


“Aonde você iria quando mais precisasse?” – As palavras do misterioso autor desapareceram, e quando Draco foi tentar escrever alguma coisa, sua pena arranhou o papel, sem tinta.


 


-É. Até que foi divertido. – Disse Draco, desistindo depois de tentar em muitas páginas. – Parece que S. S. não vai dizer mais nada.


 


-Não. Eu acho que ele nos deu a localização exata do lugar. – Disse Sarah, com uma expressão pensativa. Depois de alguns segundos ela sorriu, animada. – A Sala Precisa!


 


-Como? Por quê?


 


-“Aonde você iria quando mais precisasse?”. É uma pista. Só pode ser na Sala Precisa!


 


-Claro! Então, vamos? – Perguntou ele, já se levantando.


 


-Acho que você devia escrever isso ao livro.


 


-Ok. – Disse Draco, se sentando de novo, tocando a página e testando a pena, que dessa vez funcionou. – “A Sala Precisa.”


 


“Correto. Pense em rosas azuis quando chegarem lá. Boa sorte.” – As palavras do autor escorreram para dentro do livro junto com a pena, e o livro se fechou subitamente.


 


-Wow! Isso é que livro! – Disse Draco, enquanto ele e Sarah saíam da Seção Restrita. – Reparo Máximo! – Disse ele, fazendo os cacos de vidro se colarem à porta putra vez. Sarah, tem uma coisa em que não pensamos.


 


-Em como vamos sair? Eu pensei. – Disse ela, enquanto pegando a varinha. – Faça silêncio. – Ela avisou ao se aproximar da porta, a abrindo num feitiço rápido, logo em seguida lançando um feitiço sonífero no auror que estava de guarda, que nem teve tempo de pegar a varinha pela agilidade de Sarah.


 


-Você vem treinando isso? – Perguntou Draco, enquanto se cobriam com a capa da invisibilidade de Harry.


 


-É a segunda vez que faço isso. – Confessou Sarah aos sussurros, enquanto corriam pelos corredores.


 


-Quando foi a primeira?


 


-Aos dez anos, quando os Comensais invadiram minha casa. Mas essa é uma longa história. Eu te conto depois.


 


...


 


-Chegamos. – Disse Draco, tirando a capa de cima deles quando pararam em frente à parede de onde a porta da Sala Precisa surgia. – Acho melhor você tentar. Pensar em flores não é meu forte.


 


-Tá. Eu tento. – Disse Sarah, pensando no campo de rosas azuis que se encontrava na Floresta Dark, Transilvânia, um lugar pouco visitado, mas que Sarah adorava. Quase podia sentir o cheiro das rosas enquanto passava três vezes na frente da parede, até que uma porta surgiu prateada e com aspecto espectral.


 


-As damas na frente. – Disse Draco, fingindo ser cavalheiro. Sarah lhe lançou um olhar repreendedor. – Tá bom. Malfoys na frente, nesse caso. – Ambos entraram num quarto enorme, com uma cama de casal no centro, duas janelas com vista para o Lago da Lula Gigante e pro salgueiro lutador. Um armário que ocupava toda a parede leste do quarto, com um enorme espelho ao seu lado, uma penteadeira, uma prateleira de livros aparentemente muito antigos, um cabideiro e três sofás cercando um tapete e uma lareira. Tudo decorado com cortinas, lençóis e estofados azuis escuros.


 


-Uau! – Foi tudo o que Sarah conseguiu articular no momento.


 


-Está pensando no mesmo que eu? – Perguntou Draco, olhando a sua volta.


 


-Estou, desde o começo do ano. – Disse Sarah, fazendo-o rir.


 


-Acha que esse é o quarto de Rowena Ravenclaw?


 


-É o que parece.


 


-Vamos, não perca o foco. Estamos procurando um baú. – Disse ele, começando a olhar dentro do armário. Sarah resolveu olhar debaixo da cama.


 


-Encontrei! – Disse Sarah, arrastando um pesado e empoeirado baú de debaixo da cama. Draco foi ajudá-la.


 


-Não tem tranca. – Disse ele, procurando um cadeado ou buraco para chave.


 


-Então talvez seja só levantar a tampa. – Sarah sugeriu. Draco tentou, sem sucesso. – Minha vez. – Disse Sarah, levantando a tampa com facilidade.


 


-Acho que me dei melhor com o livro. – Disse Draco.


 


-Olha quanta coisa! – Sarah começou a tirar os rolos de pergaminhos da caixa. – Achamos. – Disse ela, sorrindo ao ver um livro escrito “Ravenclaw” na capa.


 


...


 (Meia hora depois...)


 


– Parece mais um livro de poesia. – Disse Draco, ao ver que não era exatamente um diário, e sim pensamentos que Raveclaw escrevia e datava.


 


-Olha só esse: “Talvez meu coração ainda seja muito imaturo, ou já seja maduro demais para aceitar sua natureza fria. 20 de maio.” Profundo, não?


 


-Será que esse tal cara de que ela tanto fala é o tal namorado que deu a coruja de prata da Corvinal pra ela?


 


-Deve ser. Tudo parece se dirigir ao mesmo homem.


 


-Esse livro é um saco! Devíamos olhar os pergaminhos. – Concluiu Draco, se levantando e pegando um dos pergaminhos do baú. – Olha só o que eu achei! – Disse ele, se sentando ao lado de Sarah. – Bilhetinhos da pré-história. Parecem ser da Ravenclaw e do tal cara.


 


-Legal! Eu leio as falas da Rowena e você lê as do cara misterioso.


 


-Ok. – Disse Draco, entrando na bricadeira. – “Minha cara Ravenclaw, sugiro que pare de ler esse livro infernal! Não sou obrigado a ouvi-la.” – Leu Draco, rindo logo em seguida.


 


-“Bebestes? No dia em que eu parar de ler pararei de respirar!”


 


-“Então aguardarei esse dia ansioso.”.


 


-“Sugiro que senteis.”.


 


-“Sugiro que pares de ler, caso contrário começarei a cantar.” – Leu Draco, rachando os bicos da semelhança entre Ravenclaw e o Cara-Misterioso e ele e Sarah.


 


-“Sugiro que cagueis!” – Ao ler a última frase Sarah não se aguentou e acompanhou Draco nas gargalhadas.


 


-Dá pra crer?! Eles são nós há três mil anos atrás!


 


-Hahahaha, ai ai. É, a semelhança é evidente. – Disse Sarah, limpando as lágrimas que começavam a escorrer pelo canto dos olhos pelo tanto que ria. – Vamos, estamos aqui pra saber o que é que tem de tão importante nesse baú pra que Voldemort esteja atrás dele.


 


-É. Acho que vou levar alguns desses pergaminhos comigo. – Disse Draco, guardando alguns pergaminhos no bolso do roupão enquanto Sarah procurava por algo importante. – Draco, encontrei uma coisa. – Disse ela séria, com um pergaminho nas mãos.


 


-O quê? – Draco se aproximou.


 


-A lista de herdeiros de cada uma das Casas. – Haviam quatro colunas, cada uma com cerca de 40 nomes. No topo de cada coluna, o nome dos fundadores.


 


-Quem será que escreve os nomes?


 


-É um pergaminho mágico. Ele se atualiza sozinho. Foi criado pelos fundadores de Hogwarts. – Disse Sarah, apontando para a assinatura dos quatro fundadores no canto da página.


 


-Como você sabe?


 


-Eu li sobre isso. Os quatro fundadores de Hogwarts criaram um pergaminho cada um que se atualizasse com o nome do herdeiro de sua Casa.


 


-Huum. Quer checar quem são herdeiros atuais? – Perguntou Draco, vendo que a ponta do pergaminho estava enrolada.


 


-Claro. – Disse Sarah, tentando imaginar quem seria. Provavelmente algum excelente aluno do sétimo ano. Ambos desenrolaram o pergaminho...


 


...


 


(Cinco minutos depois...)


 


Uma onda de esclarecimento caiu sobre Sarah, que disse a Draco - que ainda estava abobado - que tinha que ir resolver um “assunto”, saindo correndo da sala, deixando a capa da invisibilidade com Draco. Já estava tão tarde que era quase cedo, os aurores e monitores já tinham ido dormir, até mesmo Filtch devia ter apagado há essa hora. Sarah andou a passos largos e rápidos até a águia de pedra que guardava a entrada para o gabinete de Dumbledore. Enfeitiçou a águia com um feitiço que sua vó lhe ensinou e subiu as escadas de três em três degraus. Bateu forte na porta cinco vezes. Depois de alguns minutos, um Dumbledore sonolento a recebeu.


 


-Senhorita Adams?! – Perguntou ele, espantado.


 


-Me desculpe pela hora professor, mas eu preciso falar com você. – Disse Sarah, ansiosa.


 


-Entre. – Dumbledore deixou-a passar e indicou a cadeira em frente à sua escrivaninha. Deu a volta e sentou na cedeira do outro lado. – O que lhe traz aqui?


 


-Dumbledore, eu encontrei o baú de Rowena Ravenclaw. – Disse Sarah, indo direto ao ponto. Dumbledore arregalou os olhos com a informação, e sorriu.


 


-Continue. – Ele incentivou, conjurando duas xícaras de chá.


 


-E encontrei a lista dos herdeiros das Casas de Hogwarts.


 


-E... – Dumbledore bebia calmamente seu chá.


 


-E os herdeiros atuais são: James Stuart, da Lufa-Lufa, Harry Potter, da Grifinória... – Ela fez uma pausa, estranhando a calma de Dumbledore. – E da Sonserina e Corvinal... Draco e eu. – Assim que ela revelou a notícia, um sorriso de satisfação se abriu nos lábios de Dumbledore.


 


-Tenho que dizer que não estou surpreso.


 


-Como não está surpreso?! – Perguntou Sarah, sabendo que ele sabia muito mais que ela no momento.


 


-Já era tempo! – Disse ele, se levantando e caminhando pela sala animadamente. – Eu pensei que você jamais fosse dar atenção aos meus sinais! – Ele continuou, ignorando a pergunta de Sarah.


 


-Sinais? Do que você está falando?


 


-Sarah, venho tentando te contar isso desde o começo do ano. Pena que isso é uma coisa que a pessoa tem que descobrir sozinha! Regra dos fundadores.


 


-Dumbledore, eu ainda não acabei.


 


-Continue.


 


-Eu encontrei um “bilhete” de Ravenclaw e um cara. Antes disso eu encontrei um livro...


 


-Você encontrou o “Livros dos Mapas” na Seção Restrita da bilbioteca.


 


-Como você sabe?


 


-No dia que você entrou em Hogwarts sua tia Christine teve uma visão de que você e Draco Malfoy iriam encontrar o livro e o baú numa mesma noite. – Sarah digeriu a informação por alguns segundos antes de continuar.


 


-Bom, quando eu li S. S. pensei em Severo Snape, mas assim que eu vi a lista de herdeiros percebi que a letra da assinatura de Slyterin era a mesma da capa do Livro dos Mapas.


 


-Inteligente da sua parte.


 


-E também era a mesma letra que estava num dos pergaminhos que eu encontrei no baú, uma conversa entre Slyterin e Ravenclaw durante o que me pareceu uma aula.


 


-O que te levou a pensar isso? – Instigou Dumbledore, levantando uma sobrancelha.


 


-O pergaminho não estava amarelado nem empoeirado, o que é bem incomum para um pergaminho de três mil anos de idade. Concluí que era um pergaminho mágico, que até então só era encontrado na Escola de Magia e Bruxaria de Darktos, a escola mais antiga do mundo bruxo.


 


-Bom, agora você me impressionou. – Disse Dumbledore, descontraindo o ambiente.


 


-Dumbledore, eu sei que pode parecer loucura, mas eu percebi certas semelhanças entre o bilhete de Ravenclaw e Slyterin com uma das conversas que eu e o Malfoy tivemos uma vez. E isso me fez pensar, que talvez, mesmo que a probabilidade seja mínima, Ravenclaw e Slyterin tinham a mente conectada. – Assim que Sarah terminou de falar, Dumbledore se recostou mais à cadeira, e sorriu.


 


-Bingo. – Sarah arregalou os olhos, não acreditando.


 


-Então quer dizer que...


 


-Não é loucura da sua cabeça. – Dumbledore a interrompeu. - Eles realmente tinham as mentes conectadas. Slyterin e Ravenclaw. Há três mil anos atrás.


 


-E por que nunca nos contou? – Perguntou Sarah, sem entender.


 


-Essa era uma regra dele: “Os envolvidos devem descobrir”. Intrigante, não? – Disse Dumbledore, olhando-a como se sorrisse com os olhos.


 


-Não podia ter nos dado uma dica ou coisa do tipo? – Os olhos de Sarah estavam em chamas de raiva.


 


-Receio que não. Sarah... Você nunca se perguntou “Por que eu e Draco Malfoy?”? Nunca pensou o porquê de vocês dois terem sido escolhidos para a conexão ao invés de líderes fortes como o seu pai ou Narcisa Malfoy? – Sarah permaneceu em silêncio, notando que nunca tinha tido tempo para bolar esse tipo de questionamento. – A conexão entre você e Malfoy é mais simbólica do que você pensa, Sarah. E muito mais antiga.


 


Nesse momento Draco Malfoy Bombardeia a porta e entra na sala com a coruja de prata da Corvinal no ombro, confundindo ainda mais a situação.


 


-Eu preciso de algumas respostas. – Disse ele com os olhos prateados e uma expressão de fúria no rosto.


 


-Olá, Malfoy. – Disse Dumbledore, conjurando uma cadeira ao lado de Sarah. – Sente-se.


 


-Posso saber, por que diabos, essa coruja está me seguindo?! – Perguntou ele, mexendo o ombro para que a coruja de prata voasse, mas ela permaneceu no lugar.


 


-Rose, eu resolvo daqui pra frente. – Disse Dumbledore, se dirigindo à coruja, que saiu voando pela janela.


 


-O que foi isso?! – Draco perguntou, alterado. – O que é que está acontecendo?!


 


-Draco, segure a minha mão. – Sarah disse apenas, estendendo a mão para ele e olhando profundamente em seus olhos. Draco segurou a mão dela e entendeu que ela tinha algo para lhe mostrar mentalmente. Assim que Sarah sentiu que Draco estava dentro de sua mente, repassou tudo o que tinha acontecido desde que o deixara só na Sala Precisa, com cara de bobo. Assim que se soltaram e cada um sentou, Draco respirou fundo, tentando engolir toda a informação.


 


-Uau! – Foi tudo o que ele conseguiu articular.


 


-Bom, já que está por dentro dos fatos, senhor Malfoy, creio que eu possa esclarecer alguns detalhes. – Disse Dumbledore, olhando-os.


 


-Claro. – Sarah disse.


 


-Há três mil anos atrás, a única escola para bruxos era Darktos. Obviamente, os quatro fundadores estudaram lá. Helga e Godric eram melhores amigos de Rowena, digamos que eram quase inseparáveis. O arquiinimigo dos três, em especial de Godric, era Salazar. Porém, por ironia do destino, Ravenclaw e Slyterin eram os melhores alunos de toda a escola em Feitiços e DCAT, o que um dia levou um professor a colocá-los dividindo a mesma carteira em todas as aulas.


 


-Como nós. – Disse Sarah.


 


-É. Como vocês. Bom, a conclusão é que eles se odiaram ainda mais. Rowena, durante o que eu creio tenha sido o quinto ano, sugeriu que praticassem alguns feitiços juntos para tentarem se entender. Salazar aceitou a muito custo. E desde aí passaram a treinar feitiços extracurriculares, inclusive feitiços de alta periculosidade. Um dia, como já era de se esperar, um feitiço deu errado, e eles acabaram com as mentes conectadas. A conexão foi tão forte que nunca conseguiram se livrar dela completamente.


 


-Isso foi uma indireta para o nosso caso? – Perguntou Sarah.


 


-Não. Bom, das aulas de Oclumência eu desisti, pois notei que não funcionavam mesmo. Creio que essa conexão é uma coisa que só o tempo pode curar. – Ele bebeu um gole de chá antes de continuar. – O último diretor de Hogwarts antes de mim acreditava que essa conexão podia ser reaberta algum dia, e prevendo que, caso isso acontecesse, os herdeiros precisariam de um quarto protegido contra magia das trevas, construiu o quarto do corredor secreto, no qual vocês estão hospedados. Mas, voltando a história, quando Slyterin e Ravenclaw estavam no sétimo ano se apaixonaram, e viveram um amor secreto. Slyterin criou a coruja de prata com os olhos de esmeralda para que Ravenclaw se lembrase dele, por isso deu o nome de Rose, que quer dizer rosa, a flor preferida de Rowena. Rowena aproveitou e enfeitiçou a coruja para que, quando um herdeiro da conexão – caso ela voltasse – descobrisse toda a verdade, a coruja avisasse o outro, o atraindo para o local onde estava o herdeiro que descobriu.


 


-Eu tenho uma dúvida. – Disse Draco. – Voldemort ainda está vivo, ele ainda não deveria ser o herdeiro da Sonserina?


 


-Draco, quando matamos uma pessoa, nossa alma se fraciona, e perdemos uma parte dela. É como se um pedaço nosso ficasse morto para sempre. Assim que Voldemort matou e repartiu sua alma pela primeira vez, deixou de ser o herdeiro da Sonserina, e nesse exato momento, você nasceu. – Disse Dumbledore, em sua voz solene. – Bom, como devem ter previsto, Voldemort sabia da conexão entre os herdeiros da Corvinal e Sonserina, conexão há milênios fechada. Como ele soube, não faço idéia. Também não faço idéia de como ele reabriu a conexão, mas ele conseguiu. Felizmente, a parte conectada a ele não funciona muito bem enquanto vocês estão próximos, o que nos deu uma enorme vantagem. Penso que Voldemort viu a visão de sua tia, e tentou impedir que vocês encontrassem o baú de Ravenclaw antes dele. Ele queria saber mais sobre como usar a conexão, por isso tinha que encontrar o baú. Draco, quando você me contou sobre o que aconteceu durante a prova do Torneio do décimo andar...


 


-O que aconteceu? – Perguntou Sarah, sem entender.


 


-Sarah, aquela noite, depois que Belatriz te deixou desacordada eu encontrei com meu pai. Ele me disse que eu tinha uma última chance de me tornar um Comensal, se me encontrasse com ele no dia seguite, numa clareira na Floresta Proibida. Eu não fui, ao invés disso, fui contar a Dumbledore o que aconteceu. – Esclareceu Draco.


 


-Naquela noite Belatriz Lestrange não estava procurando vocês, ela estava procurado o baú de Rowena Ravenclaw no lugar mais provável: o décimo andar. Qual é o melhor lugar pra se procurar um baú de três mil anos do que o andar-cofre de uma escola, proibido para alunos e professores? – Dumbledore perguntou, retoricamente.


 


-Faz sentido. – Disse Sarah. – Mas como é que eles entraram em Hogwarts?


 


-Por uma antiga passagem num espelho do décimo andar. Assim que Draco me contou que tinha visto Lúcio saindo por um espelho, corri ao décimo andar e me certifiquei de quebrar todos os espelhos que tinham alguma passagem para outro lugar.


 


-Só me resta uma dúvida. – Disse Sarah. – Por que Voldemort quer me matar, especialmente?


 


-Porque você e Draco são herdeiros da Sonserina e Corvinal. – Sarah e Draco ainda o olhavam sem entender. - Isso quer dizer que são muito poderosos, que tem poderes que não seriam capazes de imaginar, poderes que ainda vão descobrir. Isso faz de vocês armas fortes num campo de batalha. Por isso ele quer matar vocês dois em especial. Porém, creio que ele tenha começado por seguir você a pedido de Lúcio. – Ele olhou para Draco.


 


-Não acredito que meu pai me defenderia dele.


 


-Por pior que o seu pai seja ainda é seu pai. – Disse Dumbledore. – Merlin! São quase cinco da manhã! Vocês têm que ir! – Disse ele, ao correr os olhos pelo imenso relógio de parede. – Vão, antes que alguém os veja saindo. – Sarah e Draco assentiram e se dirigiram até a saída. – E a propósito, - interrompeu Dumbledore – creio que o senhor Potter vá sentir falta da capa. E Filtch das vassouras. – Disse ele sorrindo. Sarah e Draco ruborizaram. – Desde que devolvam tudo agora eu finjo que não sei de nada.


 


-Claro. Vamos devolver. – Disse Sarah.


 


-Ah! Me esqueci de um detalhe! – Sarah e Draco pararam para puvir. – Já que estão aqui, acho que seria prudente avisar que devem arrumar suas malas para um acampamento. Partimos hoje à noite. – Concluiu ele, sumindo em uma nuvem de fumaça para evitar as perguntas.


 


 


 


Cenas para o próximo capítulo:


 


Há um mundo bem melhor, todo feito pra você... – Cantarolou Draco mentalmente enquanto seguiam na trilha. – Draco, será que você podia fazer o favor de calar a boca? Não, está no meu sangue. Só porque você descobriu que é o herdeiro de Slyterin não quer dizer que tenha que cantar como ele. A não ser que eu queira. AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR, NO LADO ESQUERDO DO PEEEEEEEITOOO, DENTRO DO CORAÇÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO! Eu odeio trilhas! – Pensou Sarah, acelerando o passo pela Floresta Proibida.”


 


 


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