You'll never know dear, how much i love...

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Você é meu raio de sol, meu único raio de sol, você me faz feliz quando o céu está nublado, você nunca saberá, querida, o quanto eu te amo, por favor, não leve meu raio de sol para longe. — Carly Simon - You Are My Sunshine

20 de Agosto de 2022.

Edward se lembrava, quando há seis anos atrás, deixou a filha no quarto do dormitório feminino da universidade de Harvard...

Quando ele descarregou a última caixa, viu Bella e Nessie se abraçando no meio do quarto, enquanto os outros – EJ, Nate e Ally – observavam tudo sentados na cama. Nessie saiu dos braços da mãe com lágrimas descendo por seu rosto, então se virou para o pai mordendo o lábio inferior.

— Posso ter um abraço, papai?

— Claro que você pode. Eu ficaria muito chateado se não recebesse esse abraço, na verdade. — brincou e abriu os braços.

Ela se jogou em seu peito, passou os braços ao redor de seu pescoço e o abraçou forte.

— Pai... — ela chorou com o rosto em seu pescoço. — Eu vou sentir tanto sua falta, tanto... Tanto...

— E eu a sua, Luz do Sol. Mas eu vou te ligar com uma frequência absurda que vai até te encher o saco e você vai nos visitar em cada oportunidade que tiver, a gente vai ficar perto.

— Ainda não vai ser suficiente.

Edward ergueu os olhos para o teto e respirou fundo, segurando as lágrimas. Já tinha tido seu próprio momento de lágrimas e lamento por ter que se afastar da filha por tanto tempo, mas sabia que seria o melhor pra ela, seria a realização de um sonho e iria ajudá-la a realizá-lo. Mesmo que no caminho tivesse que se machucar com a saudade todos os dias.

— Me escuta... — se afastou um pouco e segurou o delicado rosto dela entre as mãos, olhando em seus olhos. Eram os olhos de uma mulher adulta, mas ele ainda via aquela garotinha assustada que um dia se despedira dele no aeroporto. — Você se esforçou muito pra conseguir estar aqui hoje e agora vai aproveitar porque esse é o seu sonho. E se você sentir minha falta, você pode me ligar ou segurar essa corretinha que você carrega sempre no seu pescoço, tendo a certeza de que estarei pensando em você e sentindo sua falta a cada respiração minha, Luz do Sol.

— Ok. — ela assentiu chorando e o abraçou novamente. — Eu te amo, papai. Eu te amo muito, sempre, até a lua.

Edward sorriu e não conseguiu mais segurar as lágrimas. Quando piscou, elas desceram por seu rosto, e ele manteve os olhos fechados, apertando a filha suavemente contra seu peito e respirando o cheiro doce de morango de seus cabelos.

— Eu também te amo, Luz do Sol. Eu te amo muito, sempre, até a lua ida e volta.

— Eu amo mais. — Nessie riu entre as lágrimas. — Até a lua ida e volta, então até a nossa casa em Seattle e volta, até a lua ida e volta de novo, depois até o infinito e além.

Edward riu.

— Sua montanha de amor nunca diminuiu?

— Nunca.

— Nem a minha, na verdade, ela apenas aumentou. Porque minha montanha é essa medida vezes cinco, então acho que sabemos quem ganhou.

Nessie saiu de seus braços e lhe encarou com indignação.

— Eu quis dizer treze vezes maior.

— Você quis? — Edward franziu o cenho.

— Você nunca vai ganhar e sabe disso, papai, você não pode resistir ao meu beicinho adorável. — Nessie zombou.

— Você está certa. Mas eu te amo, Luz do Sol.

— Eu sei. — sorrindo, ela voltou a lhe abraçar.

... E com ela deixou um pedaço de seu coração.

E agora tinha esse pedaço de volta com tanto orgulho que mal conseguia respirar, sentado nas cadeiras do meio do grande teatro onde aconteceria a formatura do curso de medicina.

Sentada ao seu lado e segurando sua mão, estava Bella; do seu outro lado estava Nate e do lado de Bella estavam Ally e EJ.

No palco estavam os professores, diretores e todo o corpo docente. Depois de algumas palavras de um coordenador, todos no teatro se levantaram e aplaudiram quando os formando em suas becas e chapéus entraram e subiram no palco, tomando seus lugares ao som de Pomp and Circumstance. E quando todos estavam sentados, a música mudou para algo mais suave e ambiente.

Os discursos e cerimônias começaram, mas Edward não conseguia prestar atenção em nada mais que não fosse sua filha no palco. Podiam estar todos parecidos naquelas becas, mas ele sempre reconheceria sua Luz do Sol. Estava na primeira fila com um enorme sorriso orgulho no rosto.

Depois de anos sofrendo com a saudade dela, se reencontrando apenas nos feriados e férias, muitas conversas por telefones e presentes enviados por correio; vendo-a se esforçar para estudar, trabalhar e estagiar para conseguir tudo que queria. A garotinha que enrolou seu coração em torno de seu dedinho babado agora formada em medicina. Estava tão orgulhoso que as lágrimas desciam por seu rosto enquanto um sorriso não saia dele.

E então o coordenador chamou o orador da turma, Riley Biers. O formando, que estava sentado ao lado de Renesmee, beijou a mão antes de se levantar e se aproximar do microfone.

Edward o conhecia bem, era o namorado de sua filha desde que estavam no terceiro período de medicina. E por mais que ainda lhe desagradasse à ideia de sua garotinha ter um namorado tão sério, não podia negar que Riley era um grande garoto e beijava o chão que Nessie pisava, por isso até que gostava dele. Mas que ele não pisasse na bola ou calçaria suas botas e chutaria seu traseiro tão duro que não poderia mais sentar sem se lembrar de Edward – e Riley sabia disso, tinha recebido o aviso logo no dia que Nessie o levou em casa para apresentá-lo a toda família.

Nem no discurso dele Edward conseguiu prestar atenção, seus olhos não saiam de Nessie, que agora olhava para Riley falando com orgulho e estrelas nos olhos. Só percebeu que o discurso acabara quando todos começaram a aplaudir e ovacionar Riley, então aplaudiu também.

E então começou as entregas dos diplomas. O nome era chamado, todos aplaudiam, o formando pegava o diploma e abraçava todos os professores. Um por um em ordem alfabética. Ao chegar à letra R, seu coração de pai batia tão rápido e forte que achava ser possível ouvi-lo em todo o auditório.

— Renesmee Carlie Cullen. — anunciaram no microfone.

Edward, Bella e seus filhos se levantaram, aplaudindo e ovacionando Nessie enquanto ela caminhava para pegar o diploma. Quando pegou o canudo, ela o ergueu e o agitou.

— Vai Nessie! — EJ gritou e colocou dois dedos na boca pra soltar um alto assovio.

— Minha irmã, porra! — Nate gritou em seguida, fazendo os irmãos rir.

— Nessie! — Ally gritou também.

Bella sorria e aplaudia a filha em lágrimas, assim como Edward.

Nessie estava sorrindo até seu rosto ser tomado por uma expressão de surpresa, olhando para o fundo do teatro. Edward olhou para trás e sorriu para o que ela estava vendo

Os olhos dela se encheram de lágrimas ao vê-los, era toda sua família. Pensou que só os veria quando chegasse a Seattle e eles só veriam aquele momento por uma gravação, mas estavam todos lá no fundo do teatro.

Seus avós, Carlisle e Esme, Charlie e Sue. Jasper, Alice e as gêmeas Hope e Miracle. Seus padrinhos, Rosalie e Emmett, com os filhos Edmund, Lily e Liz. Leah e Jacob com a Sarah e Daniel. Mallory e Magnus com a filha única, Izzy. Garrett, Kate e seu filho, Sebastian. Micah e sua esposa grávida, Julie. Ethan e seu companheiro Dillon. Todos em pé e lhe aplaudindo.

Nessie piscou as lágrimas e sorriu ainda mais, acenando o canudo com diploma para eles – escutando de volta os gritos deles –, parou para tirar algumas fotos antes de continuar caminhando pra abraçar o resto do corpo docente.

Edward não podia se importar com mais nada ao redor, a não ser sua garotinha. E que, teoricamente, podia não ser mais tão garotinha, mas que seria sempre a sua garotinha.

No final da cerimônia, depois de jogaram os chapéus para cima e se abraçarem entre eles sob os aplausos de toda a plateia, os formando desceram e foram cada um para seus convidados.

Já tinham combinado com Nessie de esperar do lado de fora do teatro, onde tinham estacionado o carro, assim evitariam a confusão, então saíram juntos.

Menos de cinco minutos, eles viram Nessie se aproximar, de mãos dadas com Riley e os pais dele ao lado – Jamie e Sophie Biers, boas pessoas, assim como o filho.

Nos últimos metros, Nessie soltou a mão do namorado, abriu um enorme sorriso e correu na direção do pai. Edward nem hesitou em dar um passo à frente e abrir os braços para recebê-la, assim como fazia quando era criança.

— Essa é a minha garota! — disse ao abraçá-la forte pela cintura e a erguer do chão. — Minha Luz do Sol!

Nessie riu quando ele a colocou no chão novamente e olhou em seu rosto.

— Uma Luz do Sol médica! — ela disse empolgada.

— Que Deus nos ajude. — EJ ironizou.

— Fala isso, mas eu bem ouvi você gritar meu nome, tá? Todo orgulhoso da sua irmãzona.

— Fiz isso por pena, alguém tinha que fazer. — disse com um revirar de olhos, depois sorriu. — Tô orgulhoso de você, irmãzona.

— Eu sabia. — Nessie riu e foi pro seu irmão, abraçá-lo.

Ela amava a todos os irmãos de todo o coração, assim como toda sua família, mas tinha uma conexão especial com EJ. Ele tinha sido seu primeiro irmão e tinha estado ali sua vida toda. As memórias da época em que achavam que seu pai estava morto podiam não ser muito nítidas, mas das que tinha, EJ estava lá, podia ser muito pequeno, mas estava. Era como se tivessem passado por tudo juntos e isso o fazia ser seu irmão favorito – mesmo que não dissesse isso em voz alta, já que também amava Nate e Ally.

Depois do longo abraço e beijo no rosto de EJ, ela abraçou Nate e depois Ally, passando então para um longo abraço em Bella, que ainda chorava.

— E vocês, meu deus, o que vocês estão fazendo aqui? — ela gritou empolgada e se jogou nos braços de Jasper, o abraçando.

— Você não achou que perderíamos a sua formatura, né? — Jasper disse sorrindo e afagando suas costas.

— Na verdade só achei que só os veria quando chegasse a Seattle. — Nessie riu e foi abraçar Alice.

Ela abraçou um a um dos adultos, depois as crianças.

— Muito obrigada! Nem acredito que vocês voaram todo o caminho até aqui só pra minha formatura, mas tô muito feliz que o fizeram. Eu tô muito feliz que vocês estão aqui, de verdade.

— Nunca perderíamos a sua formatura, querida. — Esme disse ao beijar seu rosto.

Nessie sorriu e se virou para Bella, que ainda chorava.

— Para de chorar ou eu vou começar a chorar de novo, mãe. — pediu rindo.

— Me deixe chorar, não é todo o dia que você vê sua filhinha se formar na universidade. — Bella choramingou.

— Na verdade, você ainda vai ver a Ally se formar e Nate. Ele pode não ser sua filhinha mais bonita, mas ainda é sua filha.

— Tão engraçada. — Nate bufou e lhe mostrou o dedo do meio. Ele tava passando pela fase ‘adolescente de dezessete anos revoltado’, o que a fez rir.

— Vamos para o jantar de formatura agora? — Nessie olhou dos pais para o namorado.

— Vamos. Você vai com os seus pais? — Riley perguntou.

— Não, ela vai com você, o carro já tá apertado demais. — Ally bufou.

— Quanto amor dessa minha irmãzinha que não me via há meses, não? — Nessie ironizou. — Ok, então eu vou com o Riley e nos encontramos lá.

Eles se despediram rapidamente e entraram em seus carros, dirigindo para o enorme salão de festa que seria o jantar dançante de formandos e convidados.

Em menos de vinte minutos estavam ali. O salão de festa era enorme, parecido muito com um ginásio e estava elegantemente decorado. Muitas mesas grandes e redondas cobertas com toalhas brancas, decoradas com flores brancas e velas dentro de copos, taças e talhares junto, estava tudo muito lindo.

A mesa deles era a do canto direito, perto do grande palco montado na outra extremidade do lugar e de frente ao pequeno espaço aberto pra formar uma pista de dança. Agora sem a beca e o chapéu, Nessie usava um vestido azul, salto e os longos cabelos cor de bronze solto em cachos sobre seu ombro.

Ela nem sabia que o resto de sua família tinha comprado os convites também, mas todos tinham lugares reservados. Podiam não caber todos na mesma mesa, mas eram mesas realmente próximas. Nessie sentou com seus pais e irmãos, ao lado estava Riley e seus pais dividindo a mesa com seus avós, seus tios, tias e primas ao redor.

Riley não tinha nenhuma família além dos pais, então adorava toda a bagunça que sua família fazia, por isso parecia se encaixar tão perfeitamente em sua vida. Por isso ela o amava.

— Para de olhar para aquele menino, Ally. — Nate disse batendo com cotovelo na irmã.

— Que menino? — Edward perguntou com o cenho franzido.

Nessie riu. Seu pai tinha aceitado que estava crescida e que agora tinha um namorado sério, então todo seu ciúmes e possessividade estavam destinados a Ally. E assistir de fora era muito mais divertido.

— Daqui a pouco Ally vai estar com um namoradinho. — Nessie provocou.

— Cala a boca. — Ally rosnou enquanto corava forte, igual à mãe.

— Ela é muito jovem pra esse tipo de coisa. — Edward bufou.

— Eu comecei com essa idade também, não lembra papai?

— Isso porque você se perdeu cedo, não vou deixar o mesmo acontecer com a sua irmã.

Nessie gargalhou, assim como todos na mesa e ao redor, que escutaram as palavras dele.

— Não sei do que vocês estão rindo. — Edward disse olhando os homens. — Vocês também têm ou vão ter filhas meninas, logo serão as filhas de vocês nesse caminho.

E logo todos os homens soldados, Emmett e Jacob pararam de rir.

— Agora não é tão divertido, né? — ironizou.

— Você é tão exagerado. — Bella suspirou com um revirar de olhos.

— E a Ally tem quatorze anos, pai, você tem que aceitar que mais cedo ou mais tarde ela vai começar a namorar. — Nessie disse com um sorriso divertido.

— Por que vocês não me deixam em paz? — Ally choramingou. — Vamos mudar de assunto.

— Será mais tarde. EJ tem dezenove e nunca namorou.

— Isso porque o EJ é um cafajeste que faz com a filha dos outros o que você não gostaria que fizesse com a sua.

— Eu concordo com a Ally — EJ disse. — vamos mudar de assunto.

Nessie gargalhou.

E eles entraram no assunto sobre o futuro de Nessie e Riley, sobre o que fariam agora que eram formados. Como Nessie era de Seattle enquanto Riley e seus pais eram de Port Angeles – essa coincidência de proximidade que os fez se aproximar primeiramente – fazia mais sentido voltarem para Seattle pra começarem a trabalhar no hospital perto de suas famílias, pois Nessie queria essa proximidade de volta.

Meia hora depois o salão estava cheio, com todos os formandos, suas famílias e convidados. Música tocava, comida e bebida eram servidas, conversa e risada por todos os lados, muitas fotos eram tiradas, estava tudo indo muito bem.

Quando uma aluna subiu no palco com uma taça de champanhe, a música parou e todos olharam para ela.

— Boa noite, formandos, familiares, convidados e corpo docente. — a loira com sotaque britânico disse sorrindo. — Estamos muito felizes de compartilhar essa noite de formatura com todos vocês, depois de seis anos de muito estudo e dedicação, compartilhar essa vitória com vocês é incrível. Obrigada a todos por estarem aqui com a gente vivendo esse momento.

Ela parou enquanto todos aplaudiam.

— E agora vamos brinde, mais do que um brinde, é uma homenagem e não vai ser eu que vou fazê-lo, vim apenas introduzir a aluna que fará. Ela foi uma das melhores alunas da classe e formada com honras, mas ela também é muito mais do que isso, ela é uma pessoa incrível e uma amiga maravilhosa, eu chamo aqui Renesmee Cullen.

Nessie sorriu para a surpresa no rosto de todos ao seu redor, menos de Riley, que sabia exatamente o que ela faria. Ele beijou sua mão antes que ela se levantasse com a taça de champanhe nas mãos e caminhou para o palco.

Estava envergonhada, mas aquele momento merecia.

No palco, ela abraçou a amiga, Meg, então se aproximou do microfone.

— Oi, boa noite a todos. — disse timidamente. — Eu tô meio tímida e nervosa, então peço desculpas desde agora... — riu nervosamente e todos riram com ela. Nessie engoliu seco e começou seriamente: — Quando estávamos decidindo quem seria o orador da turma, eu fui escolhida, mas deixei essa honra para o Riley Biers, que foi um caso de nepotismo porque ele é meu lindo namorado. — ela riu e olhou para Riley. — Aliás, baby, você foi incrível. Eu deixei pra ele porque o discurso de formatura devia ser algo inspirador, sobre futuro, nossas possibilidades, tudo que podemos ser e fazer agora que vamos começar uma nova fase da vida, mas não era sobre isso que eu queria falar. Claro que agora o futuro é importante, muito importante mesmo — deu uma risadinha. — mas eu acho que sempre que vamos começar uma nova fase, é importante olhar para trás e fazer um balanço de tudo que nos aconteceu na fase que encerramos. Então, eu quero falar de uma parte importante dessa nossa vitória, daquelas pessoas que ficaram nos bastidores nos incentivando e apoiando a cada dia. Eu quero que agora cada um de nós, formandos, olhe para a pessoa que te incentivou e apoiou a cada dia enquanto buscávamos o nosso diploma. Pode ser seu pai, sua mãe, seus avós, seus tios e tias, padrinhos, seus irmãos, seu namorado ou namorada, um melhor amigo, qualquer um. Está olhando para eles? — ela perguntou retoricamente, enquanto seus olhos estavam sobre a mesa de seus pais. — Então agora eu quero que você dê a eles uma salva de palmas, porque eles merecem.

Nessie colocou a taça ao lado do microfone e aplaudiu também com um grande sorriso no rosto. Os aplausos duraram quase um minuto com todos os formandos aplaudindo. E quando Nessie parou, foi parando os poucos também.

— Eu sou sortuda por ter um grande grupo de pessoas me apoiando, um grupo grande e barulhento, sentado logo ali. — ela apontou para o grupo. — Nem todos ali compartilham o meu sangue, mas todos compartilham o meu coração e têm todo o meu amor. Eu jamais poderia encontrar palavras para descrever o quanto sou grata eles, mas acho que tudo se resume ao meu ‘muito obrigada’. E dentro desse grupo, tem uma pessoa que eu... — Nessie parou respirando fundo, enquanto as lágrimas se formavam em seus olhos. — Uma pessoa que eu amo mais que a lua ida e volta. Uma pessoa que merecia todos os aplausos do mundo porque ele é a melhor pessoa do mundo, Edward Anthony Cullen, que eu tenho muito honra de dizer que é o meu pai. Eu não quero me gabar e peço desculpas aos outros pais aqui presentes, mas eu tenho literalmente o melhor pai do mundo. — riu acompanhada por todos. — Eu não sei se vocês sabem, mas meu pai é literalmente um herói, Capitão Cullen do Exército Americano que lutou no Afeganistão e Iraque.

Tão patriota quanto grande parte do que estavam ali eram, uma nova salva de palmas começou.

— Já que estão aplaudindo, já digo que outros soldados, que eram do grupo dele no Iraque também, estão aqui e eu tenho honra de chamá-los de tios e tia. Jasper, Mallory, Magnus, Garrett, Micah e Ethan, e também um soldado que não está aqui, mas que eu sempre fui ensinada a honrar a memória, Nathan Malone. Todos merecem aplausos também por toda a coragem e serviços prestados.

E mais aplausos. Nessie olhou orgulhosa para o grupo até os aplausos pararem.

— Eu sempre fui criada com o ensinamento de que não há vencedores em uma guerra, não há como vencer quando tantas vidas são perdidas, mas se eu pudesse escolher um vencedor, esse seria meu pai. Ele... — Nessie abaixou a cabeça, com as lágrimas descendo por seu rosto e ergueu novamente. — Eu não me lembro de nenhum momento da minha vida que eu não o tenha amado, nem mesmo quando eu disse o contrário. Ele sempre fez eu me sentir amada e especial, sempre me fez sentir... Brilhante, isso porque ele sempre me chamou de Luz do Sol. — sorriu. — A única Luz do Sol dele. Eu era criança quando ele servia ao exército, mas eu me lembro das despedidas, de sentir sua falta, de escrever cartas e ler as cartas dele, me lembro da minha felicidade quando ele voltava pra casa e... — fungou as lágrimas quando sua voz falhou. — E eu lembro exatamente da dor que eu senti quando recebi a notícia de sua morte. Ele... — respirou fundo. — Foi gravemente ferido em combate ao tentar salvar todo seu grupo. Muitos aqui podem entender essa dor, a de perder um ente querido, é a pior sensação do mundo, eu podia ser pequena e não entender muito bem as coisas, mas eu entendia a dor. Eu podia não saber exatamente o que estava acontecendo, mas sabia que o meu papai, minha pessoa favorita do mundo, não ia voltar nunca mais pra mim. Era... Era como perder uma parte de mim, aquela parte que brilhava como uma luz do sol. E enquanto ele estava fora, essa correntinha dele — segurou a dog-tag pendurada na corrente em seu pescoço. — que ele usava enquanto soldado e meu tio Jasper me deu logo que voltou aos Estados Unidos para dar a notícia de sua morte, que fez eu me sentir perto dele todos os dias. Vocês devem estar confusos sobre isso, já que meu pai está aqui e eu falando da morte dele, acredite, toda a família se sentiu desse jeito na época. — riu e fez todos rirem. — Todos, menos eu. Minha mãe sempre teve uma sensação de que meu pai não estava morto, deve ter algo a ver com o grande amor que eles sentem um pelo outro, então meu tio Jasper foi a uma grande caçada atrás de pistas e do meu pai. E para minha eterna gratidão e felicidade, ele o encontrou. Eu não fiquei confusa sobre isso, porque eu não me importava, tudo que me importava era que eu tinha o meu pai de volta.

Os olhos de Nessie pararam nos olhos de Edward. Seu papai. As lágrimas desciam silenciosamente pelo rosto dele marcado pelo tempo, enquanto um sorriso quase aparecia em seus lábios.

— Ele ficou em coma por algum tempo e quando acordou, me lembro da minha felicidade por saber que ele se lembrava de mim e queria me ver. E depois ele ficou um tempo de recuperação no hospital e eu também me lembro da minha felicidade de tê-lo de volta em casa. Eu me lembro de como ele lutou para se recuperar completamente das sequelas do acidente, me lembro de como ele nunca deixou de sorrir pra mim e nunca deixou de me amar. E... E foi isso que me fez chegar até aqui hoje. Eu me tornei médica porque foi uma médica que salvou a vida do meu pai e o devolveu pra mim, e vocês jamais vão poder entender o quanto isso foi importante pra mim. Eu me tornei médica porque um dia eu quero poder dar esse tipo de felicidade a uma pessoa, a de salvar a vida de quem ela mais ama. E todos nós, formandos, deveríamos ter isso em mente quando estivermos em um jaleco branco, não seremos superiores a ninguém, lembrem que somos todos os humanos e que vamos lidar com vidas humanas, não é apenas um paciente, é uma pessoa que pode significar todo o mundo de outra pessoa, assim como meu pai significava pra mim. Então... — ela suspirou e riu. — Acho que já falei e chorei demais, só... Eu precisava dizer isso a todos e ao mundo o quão incrível meu pai é. Sempre respeitando e apoiando minhas decisões, sempre me defendendo quando eu precisei, me dando alguns puxões de orelha quando eu mereci, mas acima de tudo, sempre me amando incondicionalmente mais do que a lua ida e volta. Então... Pai... — sua voz falhou no choro e olhou bem nos olhos dele. — Acho que nunca te disse em voz, mas sempre agradeci em minhas orações por isso, muito obrigada por ter lutado por sua vida e ter voltado pra mim. Eu nem sei o que seria de mim sem você e na verdade eu nem quero saber, eu só amo te ter sempre comigo e não trocaria isso por nada nesse mundo, muito obrigada, eu amo você. Eu amo você mais que a lua ida e volta vezes o infinito, papai.

Nessie leu os lábios do pai ao dizer: “Eu amo você também Luz do Sol”. E sorriu.

— E pra não dizer que eu não fiz um brinde — ela riu. — Um brinde a todos aqueles que nos apoiaram e nos amaram durante a nossa vida. Sejam sempre gratos a essas pessoas, lembrem que sem elas nunca estaríamos aqui agora, nunca teríamos o que conquistamos até agora, nunca seríamos quem somos agora. Muito obrigada! — Nessie ergueu a taça. — Saúde!

Todos fizeram o brinde. Nessie bebeu apenas um gole do seu champanhe, deixou a taça ali mesmo e desceu do palco, quase correndo de volta a sua mesa, tudo que queria era dar um abraço em seu pai.

Edward se levantou e foi em sua lhe direção, lhe pegando num forte abraço.

— Eu te amo, papai. — Nessie sussurrou.

— Eu também amo você, Luz do Sol. Deus, eu te amo tanto. — Edward disse com um suspiro. — Tô tão orgulhoso de você e me envergonhando de tanto que tô chorando hoje, você devia ter me avisado que ia fazer uma coisa dessas.

— E qual seria a graça? — Nessie riu. — A surpresa é a melhor parte. E se você quer saber, está todo mundo chorando, até o tio Jasper.

— Eu sei. — Edward riu. — Ser pai amoleceu o coração desse soldado.

— Você não passou por isso porque já tem o coração mole desde que nasceu.

— Shh, fala baixo, eu tenho uma imagem de Capitão Cullen pra manter, menina. — brincou, fazendo-a rir.

— Como se todo mundo já não soubesse que você é o pai mais babão e coruja desse grupo, senhor Cullen.

Sorrindo, Edward a soltou de seu abraço e olhou em seus olhos, segurando suas mãos.

— Eu tô muito orgulhoso de você, Renesmee. Sempre tive orgulho de você, desde que você era uma bebezinha que só sabia babar, mas ver quem você se tornou hoje me dá a certeza de que fiz algo certo na vida e me faz ter muito orgulho de você, Luz do Sol.

— Obrigada, pai. — Nessie abriu um enorme sorriso.

. . .

3 de Junho de 2025.

Nessie tinha escolhido o mesmo dia do casamento dos pais, pois achava que lhe daria a sorte de um casamento tão longo e feliz como os deles. Dentro da limusine, a caminho da igreja, ela não conseguia parar de sorrir ou fazer suas mãos parar de tremer.

Edward andava de um lado pro outro na frente da igreja, devia estar parecendo o maldito noivo, quando era na verdade o pai da noiva.

O pai da noiva.

Há dois anos ele sabia que seria o pai da noiva, quando Riley veio em sua casa pedir a mão de Nessie e depois se ajoelhou na frente dela pra fazer o pedido, mas às vezes ainda lutava contra a ideia. Não era nada pessoal contra o noivo, porque até gostava muito de Riley – mais do que jamais achou que gostaria do homem que levaria sua Luz do Sol pra longe – mas não podia negar que ele era exatamente o que qualquer pai quer pra sua garotinha, além de trabalhar muito pra lhe dar uma vida de rainha, ele também era obviamente apaixonado por ela. Tinha mais a ver com a sensação de estar perdendo sua Luz do Sol.

Desde que tinha ido fazer a faculdade, Nessie não morava mais em sua casa. Depois de formada, quando voltou a Seattle com Riley, os dois passaram a morar juntos em um pequeno apartamento não muito distante, mas ainda tinha sido estranho ter sua filha tão perto e tão longe. E apesar de morarem juntos, tinham o plano de oficializar a união apenas quando tivessem alguma estabilidade profissional e agora eles a tinham – Nessie na traumatologia e Riley na cirurgia-geral –, então podiam casar e talvez começar a planejar aumentar a família no futuro, quando tivessem a estabilidade total.

Edward tinha que confessar, estava animado com a possibilidade de se tornar avô – apesar de Bella dizer se nova demais para isso –, mas ainda era sua garotinha se casando. Tentava ignorar a sensação, mas sentia um aperto no peito e um nó na garganta.

— Eu só não diria que você tá pior do que o Riley, porque ele tá quase mijando no altar. — Nate disse rindo.

Edward olhou para trás e quase sorriu para o filho, mas estava nervoso demais para isso.

— Sério?

— Ele não para de dizer que a Nessie desistiu, que deve ter fugido e agora está fugindo com o amante pro México. — ele gargalhou. — Eu disse que a Nessie iria preferir algum país da Europa, então o EJ me mandou vim aqui ver se estava tudo bem ou me chutaria.

— Você não perde uma oportunidade de provocar o Riley, hein? — Edward riu.

— Qual seria a graça de ter um cunhado se não fosse para provocá-lo? — sorriu de lado.

Edward sorriu. Nem perderia o tempo repreendendo Nate, o menino fazia de sua meta de vida encher o saco do cunhado ou dos irmãos, mas amava a todos. Nate o lembrava do soldado de quem levava o nome, seu irmão de farda Nathan. Independente da situação, sempre rindo e fazendo os outros rir, brincalhão ao ponto até de irritar, mas que você não pode ficar irritado por muito, pois o ama de todo o coração.

Na aparência, todos seus filhos tinham puxado sua altura – para a loucura de Bella, que sempre se sentia minúscula na família com seus 1,65 no meio de uma família em que todos têm mais de 1,70 – e o resto era uma mescla da aparência dos pais, os meninos mais parecidos com o pai e as meninas com a mãe.

EJ e Nate, mesmo com os dois anos de diferença, eram muito parecidos, com Nate sendo apenas um pouco mais magro. Os mesmo traços mais suavizados do pai, os cabelos desgrenhados cor de bronze, o queixo e o nariz, mas com os olhos da mãe.

Enquanto Ally e Nessie eram parecidas e, ainda assim, diferentes. Ally, a adolescente de dezessete anos, era uma pequena cópia de Bella com os mesmo traços pequenos e longos cabelos castanho chocolate, enquanto Nessie, a adulta de vinte e sete, tinha os traços da mãe e os longos cabelos bronze quase ruivo.

E não queria soar convencido ou se gabar, mas tinha feito filhos muito lindos.

Nate e EJ estavam em ternos cinza, Ally num adorável vestido lilás de dama de honra, Bella em um longo e elegante vestido vinho, e Edward num smoking preto – a pedido de Nessie, aqueles pequenos sacrifícios de ser o pai da noiva.

— Ela está chegando. — Ally disse animada ao sair da igreja e ver a limusine se aproximar.

— Vai lá avisar e sentar no seu lugar. — Edward disse ao Nate.

— Tudo bem. Tenta não desmaiar ou nada do tipo, ok? Tem um cara filmando cada segundo desse casamento. — Nate brincou ao dar dois tapinhas no ombro do pai e entrou.

Edward respirou fundo. Tudo bem, ele iria tentar não fazer isso.

Quando a limusine parou, o motorista desceu e veio abrir a porta do lado da noiva, enquanto Bella e Rosalie desciam pelo o outro lado.

Edward tinha visto a filha vestida de noiva enquanto provava o vestido na loja e então enquanto se arrumava, antes de ir pra igreja com o resto da família primeiro, mas isso era completamente diferente. Agora ela estava realmente pronta e a alguns passos do altar. Era mais... Real.

Ela desceu do carro lentamente por causa do vestido, sendo ajudada por Bella e Rosalie com cauda do vestido.

Nessie estava deslumbrante e radiante. Seu vestido era longo e tomara que caia, justo junto ao seu tronco, com uma faixa lilás formando um laço em sua cintura, então a saia larga em estilo princesa, cheio de detalhes em brilhantes. Seus longos cabelos estavam semipresos em grandes cachos bem feitos com o longo véu preso atrás com uma presilha de brilhantes. Sua maquiagem sutil dava destaque apenas aos seus olhos, uma cor a maçã do rosto e um brilho nos lábios, mas não precisava de nada mais do que isso, toda a felicidade que brilhava em seu rosto fazia dela a mulher mais linda daquele lugar.

Edward sentiu o coração acelerar e as lágrimas arderem em seus olhos enquanto ela se aproximava com o pequeno buquê de rosas brancas decoradas com fitas roxas nas mãos, com Rosalie e Bella erguendo seu vestido.

— Oh meu deus, você está fantástica! — Ally disse empolgada.

— Obrigada, Ally, você também está linda, a dama de honra mais linda.

— Eu sou mesmo, né? Roxo, definitivamente, é a minha cor. — ela deu uma voltinha pra mostrar o vestido e riu.

Então Nessie se virou para o pai.

— Oi papai. — ela disse com a voz trêmula, engolindo seco no nervosismo.

— Oi querida, você está... Deus — suspirou atordoado. — Incrível. Você está deslumbrante, é a noiva mais linda que eu já vi. E olha que eu estava presente no casamento da sua madrinha e casei com a sua mãe.

Nessie sorriu, enquanto Rosalie e Bella riram.

— Eu não posso nem discutir isso, ela é realmente a noiva mais linda. — Rosalie disse com um sorriso orgulhoso.

— Ela está... — Bella começou, mas sua voz tremeu e parou interrompida pelo choro.

— Deus, ela vai começar a chorar de novo. — Nessie riu. — Ela está chorando desde que eu coloquei o vestido e vai me fazer chorar de novo.

— Você é minha bebezinha... — Bella choramingou.

— Mãe, eu te amo, mas vai para o altar antes que você me faça desabar de novo, por favor.

— Ok. — Bella respirou fundo e beijou a mão da filha. — Eu te vejo altar.

Edward riu, beijou a cabeça da esposa e depois seus lábios, antes que ela fosse.

— Eu vou te ajudar com o vestido até a porta, então você espera alguns segundos até eu chegar ao meu lugar e mandar começarem a música, ok? — Rosalie orientou a afilhada.

— Tudo bem.

— Vamos, porque o Riley já está nervoso e achando que você desistiu de tudo pra fugir com o seu amante. — Edward brincou, fazendo a filha rir.

Segurou a mão dela e foram na direção da porta fechada da igreja, com Rosalie erguendo o vestido atrás. Rosalie arrumou o vestido, posicionando-o do jeito certo e foi para frente da afilhada.

— Pronto. Você está perfeita, está tudo perfeito, aproveita o seu momento.

— Eu vou. — Nessie sorriu. — Obrigada dinda.

Rosalie apenas assentiu com lágrimas brilhando em seus olhos, beijou o rosto da afilhada e entrou.

Então a música que Nessie escolhera para entrar na igreja, Ave Maria na antiga versão da Beyoncé, começou a tocar.

— Prontos? — Ally perguntou, segurando sua cesta de flores.

Nessie assentiu, então abriram a porta.

— Vamos, Luz do Sol? — Edward sussurrou erguendo o braço.

Sorrindo, ela entrelaçou o braço ao do pai e respirou fundo.

— Não me deixa cair, papai.

— Nunca.

Ally foi à frente como uma fadinha, jogando as flores, logo atrás Edward e Nessie.

A igreja estava cheia de familiares e amigos, todos em pé vendo a noiva e seu pai caminharem lado a lado pela nave da igreja até o altar, mas Nessie só conseguia olhar para seu noivo e Edward só pensava no braço dela no seu. Tão perto de entregá-la definitivamente a outra pessoa, outro homem.

Quando chegaram junto ao altar, Riley se aproximou com o braço estendido para pegar a mão de sua noiva. Edward segurou a mão de sua filha, olhando em seus olhos.

Em uma fração de segundos se lembrou de quando soube da existência dela...

— Oh Deus... Positivo? Você... Nós... Um bebê? — ofegou e caiu sentado na cama, quando uma tontura lhe atingiu.

E de quando falou com ela pela primeira vez...

Edward se ajoelhou e a segurando pelas laterais de suas coxas.

— Oi bebê... — disse emocionado e sorriu. — Eu sou o seu papai.

E de quando a viu pela primeira vez...

Edward nem podia acreditar. Sua filha. O pequeno bebê enrugado e sujo, meio avermelhado e chorando a plenos pulmões. Sua menininha. Nada no mundo se comparava a essa felicidade. Absolutamente nada.

E de quando a segurou pela primeira vez...

Nervoso, deixou que Esme pegasse a filha de Bella e a colocasse em seus braços.

— Jesus, Bella... — suspirou. — Ela é linda... Absolutamente linda. — passou o indicador lentamente em sua bochecha. — Oi bebê, eu sou o seu pai. — anunciou orgulhoso.

O pequeno bebezinho doce que tinha amado por toda uma vida era agora uma linda mulher prestes a se casar. Edward sentiu as lágrimas descer por seu rosto, então sorriu pra ela. Primeiro beijou sua mão, então se inclinou e beijou suavemente sua testa.

— Eu amo você, Luz do Sol.

— Eu também te amo, pai. — Nessie sussurrou.

Sorrindo, Edward entregou a mão dele ao Riley. Naquele momento ele soube que estava colocando todo o seu mundo na mão de outra pessoa e nunca se sentiu tão assustado quanto naquele momento.

— Obrigado senhor Cullen. — Riley disse com a voz pela emoção também.

— Cuida dela como se fosse sua vida, Riley, porque ela é a minha. Não me faça ter que chutar seu traseiro com minhas botas de combate.

— Pode deixar. — Riley se afastou sorrindo. — Eu prometo que vou.

— Eu sei. — assentiu com um suspiro, batendo no ombro dele, afagou a bochecha da filha e foi para o seu lugar no altar ao lado de Bella.

Trocaram um beijo carinhoso antes de ficaram olhando a cerimônia.

O ministro fez a cerimônia lindamente, mas Edward não conseguiu prestar atenção em nada que não fosse sua Luz do Sol. O sorriso não saiu do rosto dela nenhum segundo, mesmo com as lágrimas descendo por suas bochechas.

E então eles disseram o sim... Fizeram seus votos e promessas... Trocaram alianças.

— E eu vos declaro marido e mulher, Senhor e Senhora Biers. — o ministro disse sorrindo. — Pode beijar a noiva.

Com um grande sorriso, Riley segurou o rosto de sua esposa entre as mãos e a beijou lentamente.

Nessie ergueu a mão babada, balbuciou mais um pouco e mostrou sua gengiva. Edward beijou novamente sua testa e ela tocou sua bochecha, então deslizou a mão babada para sua boca.

— Oh... Eca, Nessie, isso é... Doce, mas bruto. — Edward riu e beijou sua mão babada. — Mas sabe que eu gosto dos seus beijos babados? Principalmente por serem só meus. Lembre-se disso, senhorita, porque papai é um soldado com acesso a grandes armas e com grandes botas de combate com bico de aço, então, não compartilhe esses seus doces beijos com ninguém ou seu papai terá que chutá-los por toda a cidade e matá-los. E então só poderei ver você e a mamãe nos dias de visita e a cadeia não é um lugar para mulheres tão lindas como vocês duas. E o tempo de visita íntima é bem pequeno e isso fará do seu papai, um papai urso bem irritado, ai como mamãe e papai vão providenciar seus irmãozinhos? Seus... Cinco ou talvez seis irmãos?

Edward respirou fundo e suspirou. Ela estava feliz, então isso era suficiente pra que ficasse feliz também. Enquanto observava o casal se beijar, ele passou o braço sobre o ombro de Bella e a puxou para perto, quando ela se aconchegou em seu peito, beijou seus cabelos e sorriu.

–

Em algum momento daquela noite Nessie se perguntou se alguém podia literalmente morrer de felicidade, porque se pudesse, ela estava bem perto disso. O sorriso estava tão fixo em seu rosto que sua bochecha estava até doendo. Estava tão feliz que queria apenas gritar, pular, dançar e beijar seu marido.

A recepção de seu casamento estava perfeita, assim como tinha imaginado e sonhado. Já tinha cumprimentado e tirado foto com, basicamente, todos os convidados, Riley tinha feito um lindo brinde em sua homenagem e agora, no meio do salão, ela terminava sua primeira valsa com seu marido.

Era difícil por causa do vestido, mas ele fazia tudo ser perfeito. No final da música, ele a inclinou para trás, segurando firme sua mão e sua cintura, lhe fazendo rir e quando a ergueu de volta, beijou seus lábios.

— Eu amo você, Sra. Biers. — sussurrou em sua boca.

Nessie sorriu.

— Acho muito bom, porque agora estamos casados, Sr. Biers. — brincou. — E eu ainda sou uma Cullen. Cullen-Biers.

— Você realmente não vai abrir não disso, né?

— É uma parte do meu pai, você sempre soube que eu jamais abriria mão de nada que viesse dele.

— Não sei por que eu ainda insisto. — ele riu com um revirar de olhos e beijou seus lábios rapidamente. — Falando nele, hora da valsa da noiva com o pai.

Nessie olhou para trás sobre o ombro e sorriu para o seu pai. Segurando sua mão, Riley a guiou até ele e ofereceu a mão dela á Edward.

— Você me concede essa dança, papai? — Nessie perguntou sorrindo.

— Nada me faria mais feliz. — Edward disse ao pegar sua mão.

O DJ já estava instruído sobre qual música colocar e os dois sorriram quando You are my sunshine na voz da Carly Simon começou a tocar.

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Edward levou Nessie até o meio do salão, segurou uma mão no alto e a outra em sua cintura, enquanto a dela pousava sobre seu ombro. Limitada pelo vestido, eles dançaram suavemente sem se mover muito, mas sem perder o contato visual.

— Você está bem, pai?

— Claro que eu tô, por quê?

— Porque você está me encarando... Assim.

— Você está feliz, Nessie?

Nessie assentiu mordendo o canto do lábio inferior, Edward sorriu.

— Então eu estou feliz. — beijou a testa dela.

— Você está feliz mesmo?

— É só... Estranho. Parece que foi ontem que você era uma garotinha dizendo que tínhamos a maior montanha de amor do mundo e agora você é a mulher que nem responde mais pelo o meu sobrenome, é como... Perder você oficialmente.

— Não seja bobo, papai. — Nessie riu suavemente, com as lágrimas crescendo em seus olhos novamente. — Você nunca poderá perder, inclusive, se você quer saber, Riley já sabe que eu serei uma mulher de hífen, sou uma Cullen-Biers, não vou abrir mão disso.

— É bobo dizer que essa uma das melhores notícias da noite?

Nessie riu.

— Um pouco. E nós ainda temos e sempre teremos a maior montanha de amor do mundo, papai, ninguém jamais poderá superar o nosso até a lua ida e volta vezes o infinito treze vezes.

Edward abriu um enorme sorriso.

Sorrindo, eles giraram suavemente e continuaram a dançar.

— No que você está pensando agora? — Nessie perguntou.

— Desde a primeira vez que te segurei até hoje. — Edward respondeu com um suspiro. — Parece que o tempo passou tão rápido.

— Bem, foram vinte e sente anos, pai — ela riu. — acho que isso não passou rápido.

— Esses vinte e sete anos agora tão sentindo como vinte e sete dias. Deus, por quanto tempo eu dormi?

— Essa é uma pergunta retórica ou você quer uma resposta sincera? — Nessie brincou, fazendo o pai gargalhar.

— Uma piada de humor negro no seu próprio casamento? Tsc, tsc, você devia parar de andar com essas más influências, Renesmee.

— Essas más influências são sua família, Edward.

— É, você tem razão, o jeito é lidar com isso. — suspirou exageradamente, então sorriu. — Como pai, eu posso estar tendo um pouco de dificuldade com a ideia de ter ver casado, mas eu estou feliz por você, Nessie. O Riley realmente ama você, ele olha pra você da mesma forma que eu olho pra sua mãe e isso quer dizer muita coisa, se você tem que escolher alguém pra casar, eu fico feliz que tenha sido com ele.

— Obrigada pai, muito obrigada. — Nessie disse ao se inclinar para o pai. Quebrando qualquer protocolo de uma valsa, ela simplesmente soltou a mão dele e passou os dois braços ao redor de seu pescoço, lhe abraçando. — Ai papai, eu te amo tanto, tanto.

— Eu também amo você. — Edward sussurrou surpreso pela reação dela, mas segurou sua cintura.

— De repente me bateu um medo, você está falando comigo nesse tom de despedida e eu odeio isso, porque não quero me despedir de você, nunca quero me despedir de você, pai, eu quero ser sua Luz do Sol pra sempre.

— Nessie, isso vai mudar. Só... Olha pra mim.

Com os braços ainda sobre o ombro dele, Nessie ergueu a cabeça e olhou em seus olhos.

— Você é minha Luz do Sol. Minha única Luz do Sol.

Nessie sorriu entre as lágrimas.

— Acho que eu estraguei nossa valsa, né?

— Não, você nunca poderia estragar nada. Desde o dia em que você entrou na minha vida, você melhorou tudo.

— Aqui, vamos terminar essa dança. — ela ofereceu sua mão novamente e eles voltaram à posição de valsa.

E eles continuaram a dançar. E olhando em seus olhos, Edward se lembrou de toda a vida que compartilhou com sua filha, tudo que tinham passado até estarem ali naquele momento.

Muita coisa podia ter mudado menos aquela...

— Você vai ser sempre minha garotinha, não vai? Minha Luz do Sol, minha princesinha, meu doce bebê, não vai, Nessie?

Ela era sua Luz do Sol...

— Sabe o que eu pensei quando você teve seu primeiro namoradinho, o... Qual era o nome dele mesmo? Dean?

— O Dean. Pensou que queria chutá-lo?

— Não. Quer dizer, sim — riu. — Mas não apenas isso. Eu disse que te amava, mas estava pensando... Eu sei que você está pronta para começar a voar sozinha, mas não vai muito longe ou eu vou sentir sua falta.

— Mesmo se eu voasse pra longe, eu sempre voltaria pra casa e minha casa é com vocês, pai. Mas de qualquer maneira, eu não sou um pássaro, eu sou uma Luz do Sol. E sabe qual é a melhor coisa sobre ser uma Luz do Sol? Eu posso iluminar vários lugares ao mesmo tempo e mesmo que eu vá embora por algum tempo, eu sempre acabo voltando.

Edward sorriu.

E sempre seria sua Luz do Sol...

— Eu não sou a garotinha do papai. — Nessie argumentou com um bico convencido. — Eu sou a Luz do Sol do papai.

— Exatamente. — Edward concordou sorrindo. — Mesmo se eu tiver outras garotinhas, ela será a Luz do Sol papai.

— Isso, mas sem outras garotinhas, tá?

— Isso eu já não posso garantir, querida. — Edward riu. Nessie bufou decepcionada. — Mas eu posso prometer que você será primeira e a unica Luz do Sol do papai.

... Sua única Luz do Sol.

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Nessie e Riley abraçavam e se despediam de todos, agora trocados e prontos para sua lua de mel.

E Edward observava tudo com um sorriso no rosto. Os abraços em toda a família, desejos de felicidade, lágrimas, sorrisos e beijos.

— Não me esquece de trazer algum presente do Brasil. — Ally pediu.

— Eu já disse que vou trazer presentes pra todo mundo, Ally. — Nessie riu.

— A mala já está no carro, baby. — Riley disse ao abraçá-la pela cintura por trás e beijar seu ombro. — Vamos?

— Vamos. Então... — Nessie suspirou. — Tchau família.

— Eu nem sei o que dizer pra você, porque dizer ‘se divirta’ pra uma filha indo pra lua de mel me parece muito errado. — Edward brincou, fazendo a rir.

— Eu vou me divertir de qualquer maneira, obrigada. Certo, Riley? — olhou para trás sobre o ombro e ele a beijou.

— Com todo o respeito, sogrão, mas com certeza. Eu amo você, baby. — e a beijou novamente. Nessie girou em seus braços, ficando de frente pra ele, e continuaram a se beijar.

Riley até podia amá-la, mas ele a tinha amado primeiro...

— Você é tão linda, minha doce bebê.

E Renesmee parou de chorar ouvindo o som de sua voz e seus brilhantes olhos pareciam fitá-lo curiosamente.

— Acho que ela reconhece sua voz, Edward. — Bella sorriu.

Edward sorriu orgulhoso. Claro que ela reconhecia a voz do homem que falou com ela todos os dias enquanto ainda estava na barriga da mamãe, seu papai.

— Claro que ela reconhece. — sorriu. — Ela sabe quem eu sou não sabe, bebê? Quem eu sou? Eu sou papai. — riu suavemente. — Papai! E eu prometo ser o melhor do mundo, te proteger e cuidar de você... E te amar pra sempre, assim como eu amo a sua mamãe. — beijou cuidadosamente a testa da filha.

... E ele amaria pra sempre.

E quando o casal encerrou o beijo, foram de mãos dadas e sorrindo para o carro, sob os aplausos de todos ao redor. Riley abriu a porta pra Nessie.

— Cadê o que eu pedi pra você guardar? — ela perguntou ao marido.

Edward não entendeu, viu Riley tirar um papel do bolso e entregar a Nessie, então ela se aproximou.

— Aqui. — ela deu a Edward uma nota de cinquenta dólares, fazendo-o gargalhar ao entender significado daqui.

Com um sorriso divertido no rosto, ela voltou ao carro, mas antes de entrar, ela se virou novamente:

— Papai?

— Sim?

— Eu sempre soube, só gostava de te ouvir dizer mesmo.

— O que? — Edward franziu o cenho.

— Eu sou a sua Luz do Sol, sua única Luz do Sol.

E então Nessie abriu um enorme sorriso – e como ele amava aquele sorriso, vivia para aqueles momentos –, brilhando e iluminando tudo ao seu redor, exatamente como a luz do sol deve fazer. Sua Luz do Sol.

— Eu te amo, Luz do Sol.

— Eu também você, papai. Sempre. Até a lua ida e volta.

... Please don't take my sunshine away.