Seguimos viajem pelas montanhas, Ártemis caminhava ao meu lado e eu consegui ver lágrimas rolarem por seus olhos. Dou um abraço nela e pego sua mão, vou caminhando junto com a ela pela neve funda. Nossos passos eram rapidamente encobertos pela neve que caia do céu, nossas respirações saiam tão frias que uma nuvem se formava diante de nossas bocas. Senti meu corpo começar a congelar, nenhum ser humano conseguiria viver em temperaturas tão altas, já havia virado picolé humano.

Estávamos ao pé da montanha não sei qual pois aquela terra era fora da visão dos deuses, nem Apolo do sol conseguia ver o que acontecia naquele lugar. Era quase impenetrável, o único meio de entrar era ou pelo ar - na maioria das vezes as criações do Hefesto congelavam - ou pela terra. Eros já tentou vir aqui, mas o friozinho do sul do Alasca não o permitiu passar. Hermes também tentou, mas acabou por voltar por não achar algo que importasse. Eu nunca tentei vir aqui, eu estava mais ocupado com as amantes do que com as bases inimigas dos monstros, então a culpa da Hera ser seqüestrada por um maluco e estar presa é minha culpa, eu poderia saber onde ela estava se eu tivesse prestado mais atenção.

Pai, é melhor pararmos! Ártemis fala, a nuvem de respiração no seu rosto flutua Tem uma trilha aqui, temos que repousar um pouco.

Não posso, tenho que acha-la! falo e observo o céu escuro alguns flocos de neve flutuando com o vento.

Se tiver de lutar, como você está não irá vencer. presto atenção em suas palavras, minha cabeça falando para eu continuar Um bom descanso, sei que não irá dormir muito.

Assim seja, Ártemis! falo para ela.

Cinco minutos e nós dois dentro da cabana que a Ártemis tinha montado, deitamos e ela rapidamente dormiu, mas eu fiquei ali... olhando para o teto da cabana e escutando os uivos dos ventos que sopram assim da montanha. Tento me lembrar de bons momentos, e claro, todos eu estava junto dela.

Lembro de um dia em particular, foi ela que fez um piquenique e me chamou. Fomos juntos comer ao lado do rio Styx, o rio e suas águas cristalinas brilhavam como se as águas fossem feitas de cristal ou como se eles tivessem um brilho próprio, como se fossem vivas. Sentamos juntos a borda do rio, ela observava atentamente alguns peixes passarem por perto dela, sempre achei lindo o jeito que os animais gostavam dela, pégasos indomados que não escutavam a ninguém se rendiam aos pés dela. Pareciam como simples potros.

Sempre a admirei e amei, mas não queria assumir que eu, o Rei do Olimpo, dependia de uma mulher. Mas foi o pensamento mais besta que eu já tive em toda a minha vida, eu a traía para que eu mesmo não duvidasse de mim, para saber que eu era independente e que nunca dependeria de ninguém. Mas a verdade é que eu dependo, minha vida sem ela é como Tempestade, sem trovão; Praia, sem sol; Música, sem melodia. Estou me sentindo só, é assim minha vida sem ela!

Finalmente meus olhos se fecham e eu consigo dormir, um curto sono sem visões ou sonhos, apenas um sono vazio e sem vida, assim como eu estou.