Abro os olhos e ainda está de madrugada o brilho da lua entra pelas janelas abertas e eu sinto frio, aperto-me e desejo poder fechar a janela, obviamente é mais um dos meus castigos. Escuto passos e alguém abre a porta, levanto o olhar e vejo Ares e Athena, incrivelmente eles não estão se batendo.

Athena me observa com pena, Ares ainda está com o olhar de ódio, mas ele sempre foi assim mesmo não tendo nada, mas agora era diferente ele tinha um grande motivo. Athena se ajoelha e limpa com as mãos as lagrimas que ainda correm.

– Não gosto de ver você assim. – ela fala – Uma vez na vida eu tenho que concordar com, Ares.

– Mãe, não dá para agüentar te ver sofrendo por nada. – por um momento ele deixou de ser o deus da guerra e falou brando.

– O que querem... não posso fazer nada. – suspiro e sinto novamente as correntes apertarem meu pulso, tento parar de chorar, contudo as correntes rasgam minha pele e meu sangue escorrega por elas e pinga no chão, eu seguro para não gritar – Não posso nada.

– Pode... – Athena olha para as correntes e tenta fazer alguma coisa – Mesmo sendo meu pai ele não te merece. A única coisa que deve fazer é... se separar dele.

– Está dizendo... – as correntes apertam.

– Sim. – quem fala é Ares – Faça isto ou ficará aqui.

– Temos que ir sei que ele está vindo. – Athena fala.

Deusa da sabedoria e com o melhor ouvido do Olimpo, sua audição ainda me fascina. Ares olha para ela e se levanta, sei que ele não quer ir embora porém precisa sair. Os dois somem pelas portas e eu tento segurar a dor.

Em questão de minutos o sol está saindo e eu o vejo, sinto o cheiro de rosas quando ele chega. O maldito cheiro de Afrodite.