Memórias - ABANDONADA escrita por Bibelo


Capítulo 15
Ato II - Sentimentos - 4º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Hello meus amores :3

Vim aqui lhes entregar de bandeja esse capítulo novo, fresquinho e quentinho com 4.000 e poucas palavras (para compensar o atraso)

Primeiro de tudo, quero agradecer a todos os comentários que eu recebi. No Num intervalo de quase 3 semanas, meus comentários aumentaram de 89 para 167. Eu fiquei numa alegria só! amei ler cada comentário :3

Quero agradecer também a Aylla di Angelo pela linda e maravilhosa recomendação. MINHA PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO :3

Eu achava que mina fic não fosse digna de uma, mas, ao receber essa, eu fiquei imensamente feliz. :3

Obrigada mesmo.

Esse capitulo é para todos vocês, em especial a ti Aylla!

aproveitem.

Sem mais, Boa leitura!



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~Ato II - Sentimentos - Capítulo 4

–Todos levantem as mãos paro o alto. - gritou um homem vestindo uma espécie de fantasia que lhe cobria todo o corpo com uma saia rodada, alterando-se entre listras e bolinhas pretas e brancas, meias calças mescladas entre ambas cores, e uma enorme coroa de pedras incrustadas se localizava no topo de sua cabeça; uma forte maquiagem também oscilando entre estas cores se evidenciava.

As pessoas da festa levantaram seus copos transbordando bebidas, alcoólicas ou não, enquanto levantavam as mãos e pulavam no lugar. O homem pegou o microfone novamente e retornou a cantoria junto de uma mulher com roupas similares. Num inglês fluente, ambos cantavam pelo fino fio de voz ainda presente após a noitada.

Já se passavam das três da manhã quando as pessoas começaram a se dispersar da casa noturna. Desta, uma garota de longas madeixas vermelhas se desequilibrava tropeçando em seus próprios pés descalços. Ao seu lado, um rapaz de cabelos loiros curtos a segurava por um dos braços enquanto proferia algo indecifrável.

Do outro lado, um rapaz de cabelos ruivos virava a garrafa de wisky, como se fosse água, garganta abaixo. A seu lado, uma garota o acompanhava com um copo com Vodka com limão; ambos já se encontravam corados pela embriaguez.

De uma visão nítida se tornou turva, e de música ao fundo da festa se tornaram gritos de dor e agonia, e o rapaz a sua frente se incendiou gritando e se carbonizando. A garota gritou ou ver sua pele sendo rasgada e o sangue jorrar como água. De uma festa virou um incêndio, de musicas se tornou gritos, e de um sonho se tornou pesadelo.

Sakura acordou eufórica de seu sonho segurando sua cabeça com força que latejava forte, como várias marteladas no lugar incessantes. Um choro, abafado por seu grosso edredom, se mantinha presente e grossas lágrimas escorreram pela dor que sentia pelo corpo. Suas feridas pulsavam como se fossem recém feitas, sua garganta seca e suplicante doía, e com uma voz fina sibilou:

–Não aguento mais.

~*~*~*~*

–Sakurinha, amor, vamos ao shopping? - pediu Ino debruçada sobre a mesa de Sakura.

–Claro, porque não. - disse ela com um sorriso fraco.

–Aconteceu algo? - perguntou Hinata preocupada. Sakura somente suspirou.

–Mais um sonho, Hina-chan. Não sei o que fazer para eles acabarem. - afirmou ela.

–Mas esses sonhos seriam o que? - disse Ino curiosa.

–Não sei, esse é o problema. Não me lembro o que eles são, só sei que são pesadelos. - comentou Sakura pensativa.

–Poderia ser uma espécie de lembranças, não? - mencionou Hinata ponderando as ideias de lembranças do acidente ou não.

–Talvez seja sim, algo relacionado ao seu acidente. - falou Ino.

–Pode ser, ainda mais se tratando de pesadelo. Talvez... - falava Sakura.

–...Talvez seus cérebro a negue de lembrar dos pesadelos para sua própria saúde mental. - completou Hinata recebendo um aceno das duas.

–Interessante. Bom raciocínio Hinatinha. - elogiou Ino.

–Bom, mudando um pouco o foco da nossa conversa, as audiências para a peça serão amanhã. Já sabem qual o papel que querem fazer? - perguntou Hinata se levantando ao ouvir o toque do intervalo.

–Nem a peça eu sei qual é. - comentou Ino desinteressada.

–Alice no país das maravilhas. - disseram Sakura e Hinata em uníssono.

–Olha, uma peça infantil, que incrível. - resmungou Ino.

–Mas você não queria Romeu e Julieta, muito menos Hamlet. - lembrou Hinata do dia da votação para a peça.

–Só que eu também não votei em Alice. - disse Ino pegando sua fruta e saindo da sala junto das duas.

–O estranho foi que Romeu e Julieta não saiu. - confessou Sakura.

–Ninguém aguenta mais Romeu e Julieta. - informou Hinata sentando-se na mesa de madeira. Sakura sentou a seu lado.

–Mas eu achei que por ter o Sasori e o Sasuke as meninas votariam nessa peça clichê. - ratificou Ino mordendo sua maçã.

–Ai você me pegou. - disse Hinata.

–Estão falando da Peça? - Perguntou Gaara ao se sentar de frente para Sakura.

–Sim. - disseram as três em uníssono.

–Já que é assim, querem concorrer para qual papel? - continuou Gaara curioso.

–Acho que eu vou tentar o papel de Alice. - falou Ino.

–Só por que você é loira? Que arrogante. - provocou Gaara apoiando o rosto em sua mão.

–Não é por isso. - disse ela cruzando os braços.

–Claro que é. - disse Gaara e Hinata em uníssono. Ela revirou os olhos:

–Tá, é pelo cabelo. Mas olha o trabalho a menos que eles teriam - afirmou Ino convicta.

–Entendo. - falou Sakura pensativa quanto o papel de Alice.

–E você, cerejinha, qual papel vai concorrer? - perguntou o Sabaku. Sakura sorriu sem graça:

–Não sei ainda. - murmurou ela: - Talvez o papel da Rainha de Copas seja uma boa. - admitiu soltando um riso sem graça.

–Entendo. Eu talvez preste para Chapeleiro Maluco ou para o Rei, que não faz absolutamente nada. - zombou ele fazendo-as rirem.

–Falando em malucos, - começou Ino: - cadê o resto da manada? - comentou curiosamente. Gaara deu de ombros.

–Nem os vi direito hoje. - afirmou o rapaz.

–Não seria bom procurá-los? - perguntou Sakura preocupada.

–Báh - grunhiu Ino: - aproveita o Silêncio. - Incentivou fechando os olhos.

–Com você aqui não há silêncio que reine. - cutucou Hinata zombeteira. A Yamanaka riu forçado:

–Olha, não vou nem dizer nada. - murmurou suspirando em seguida.

Gaara sorriu voltando seu olhar à Sakura. Mexendo em seu bolso da calça, tirou dela um pedaço pequeno de papel, aparentemente era um ingresso. Colocou-o na mesa fazendo-as olharem.

–Eu e a Temari ganhamos ingressos para o Teatro Municipal daqui. - disse ele: - a peça será João e Maria. E como ganhamos uma a mais pensamos em te levar. Eae? Topa, cerejinha? - chamou esperançoso.

Sakura abriu um largo e belo sorriso:

–Eu quero sim. - vociferou ela juntando as mãos em frente ao corpo: - obrigada Gaa-kun. - sibilou ela usando um dos apelidos os quais Ino lhe dera a tempos, ignorando os ofensivos, quase pulando de alegria.

–Que bom, minha linda. - falou o rapaz: - Vou ficar com o ingresso, a gente te pega amanhã a noite, ok? - perguntou ele meigo. Ela assentiu ainda mergulhada em alegria.

–Ótimo, agora que esta todo mundo feliz... - começou Ino: - CADÊ A PORRA DA MANADA? - vociferou ela se levantando batendo o pé e caminhando sabe-se lá para onde. Os três riram.

–Mas é verdade, eles nunca fazem outra coisa a não ser vir aqui. - disse Hinata curiosa. Gaara deu de ombros:

–A menos que eles tenham ido na onda da Temari e... - antes que terminasse, ele e Hinata saíram em disparada atrás de Ino deixando Sakura sozinha em seu mundo de arco-íris.

*~*~*~*

–A gente não pode desgrudar de vocês um segundo sequer e já fazem merda? - disse Gaara dando uma bronca daquelas. Temari bufou:

–Não foi nada demais. - afirmou cruzando os braços.

–Como que não foi nada demais? Vocês jogaram tinta nas lideres de torcida. - comentou Ino se segurando para não rir.

–Viu, não foi nada demais. - confirmou Tenten dando de ombros.

–Depois disso vocês jogaram penas, ovos sem contar nas pedras que Temari jogou com o estilingue. - emendou Hinata visivelmente alterada: - Eu esperava mais de você Nejiniisama. - afirmou Hinata estufando as bochechas em desagrado.

–Não era nossa intenção inicial, mas como tudo que fazemos com a Temari não fica no básico, já sabe né. - comentou Neji alterado.

–Deixem de frescura, não deu em nada. - sibilou Temari convicta.

–Como não deu em nada? - desta vez foi Tenten quem disse: - Vamos ficar na detenção por mais 2 meses além dos outros que já estávamos. - admitiu suspirando pesado.

–E tudo por culpa de quem? - comentou Neji ao vento.

–Temari. - falaram todos em uníssono. Ela deu de ombros.

–Idaí? Eu já to de castigo por cem anos depois da eternidade mesmo. - assim ela saiu de perto deles.

–É, olha o que dá ter uma irmã como ela? - grunhiu Gaara: - Tente não se meter em problemas assim viu, cerejinha. - falou o rapaz esperando uma resposta que não veio: -Sakura? - ele se virou, mas nada da garota.

–Ela nem estava aqui, desde o começo. - disse Shikamaru pela primeira vez.

–E onde ela está? - perguntou Tenten. Ino e Gaara deram de ombros. Neji suspirou.

–Vocês deixaram sozinha justamente pessoa que menos sabe se cuidar, bravo. - ridicularizou o Hyuga afastando-se o grupo.

–O que deu nele? - perguntou Ino.

–É a primeira detenção dele. Seu histórico impecável foi jogado no lixo. - afirmou Shikamaru.

–Ele tá Puto. - disseram Ino e Gaara em uníssono.

*~*~*~*

Caminhando pelos corredores a passos largos, Karin bufava de raiva com o resultado da votação do teatro. Ela estava louquinha para encenar Romeu e Julieta com Sasuke e tascar-lhe um beijo de amor verdadeiro, mas, por culpa de ameaças feitas por Temari antes da votação, tiveram de fazer Alice; a maldita peça da Alice.

Todos do terceiro ano não gostaram nem um pouco disso, muito menos Sasori, e disso Karin tinha cem por cento de certeza. Essa peça lembrava deles. A ultima peça que fizeram antes do acidente, a ultima lembrança que tinham deles antes do enterro.

Era doloroso para todos, mas como foi por unanimidade, nada disseram. Andando pelo jardim, Karin reparou em Sakura sozinha na mesa de madeira, sonhadora e risonha. Não evitou o riso medonho que surgiu em seu rosto e, mais do que depressa, andou até ela.

–Sakura-sen... - ela pigarreou: - Sakura. - disse em tom forte. Ela a olhou de canto e, por milésimos de segundo ela pode ver um olhar que a dois anos não via, um assustador e tenebroso olhar . Na mesma rapidez que a viu, também a deixou de ver dando espaço a um largo sorriso.

–Karin-Senpai. - chamou ela se levantando e curvando-se de leve: - Quer alguma coisa? - perguntou de modo educado esquecendo-se de tudo que ela havia feito. A ruiva saiu de seu devaneio enquanto acalmava seu coração assustado.

–É-É, só vim conversar um pouco. - disse por fim sentando-se de frente para ela. Sakura estranhou, mas nada disse, somente se sentou e aguardou pelo tão prestigiado assunto de sua Senpai.

–O que gostaria de conversar? - perguntou.

–Na verdade, eu vim te avisar. - começou ela: - Essa peça, Alice no país das maravilhas, não foi muito bem aceita pelo povo do terceiro. - admitiu: - Não teria como você falar com sua tia para mudar isso? - concluiu com o olhar pidão. Para ela, também não era um momento que quisesse se lembrar. Sakura torceu a boca.

–Eu tão tenho regalias, Senpai, minha tia não é injusta. - disse: - Posso, ou melhor, irei tentar, mas acho que não vai adiantar de nada. - terminou ela se sentindo culpada por não poder ajudar, já Karin odiou-a por falar com ela daquela maneira.

–Tsk, sabia que era uma inútil - cuspiu: - A propósito, só você serve para ser a Rainha de Copas, ai de você se resolver fazer outro. - Assim, foi embora deixando uma grande dúvida pairando na mente dela.

Minutos depois de Karin ter ido embora, Temari chegou chutando e xingando meio mundo antes de se sentar.

–Ai, mais que ódio. Eu estava quase terminando de filmar aquela cena inusitada quando a carrasca siliconizada apareceu do cú de Judas para me atrapalhar. - trovejou Temari socando a mesa fazendo Sakura soltar um gritinho agudo pelo susto. Somente nesse momento ela percebeu a presença da pequena: -Sakurinha, meu anjo.

–Bom dia, Tema-chan. - falou colocando uma das mãos no peito: - me assustou. - afirmou a garota com um sorriso bobo.

–Desculpe, meu anjo, eu estou um pouco irritada, nada demais. - concluiu ela arrastando a bunda até se encostar na Haruno: - Você vai com a gente no Teatro, né? - pediu ela com olhar de cão que caiu da mudança, Sakura não evitou rir.

–Claro que irei, não se preocupe. O Gaa-kun me convidou. - disse ela por fim.

–Aquele maldito cabeça de fósforo foi mais rápido. - praguejou Temari cerrando as mãos em punho tirando um riso gostoso da Haruno.

–Enfim, eu gostaria de te perguntar uma coisa. - falou Sakura chamando a atenção de Temari.

–O que seria?

–Karin-Senpai veio aqui um pouco antes de você chegar: - começou ela: - me dizendo que o terceiro ano se sentia incomodado sobre a peça que escolhemos. Você sabe porquê? - encerrou ela em tom curioso.

–Bom, se me lembro bem, a ultima peça que houve na escola que foi feita pelo terceiro ano foi Alice no País das maravilhas. - afirmou: - Eu assisti a peça, foi hilário. A Rainha de Copas tinha uns vinte parafusos a menos, e o chapeleiro era uma comédia, além de ser um loirinho lindo e sexy. - admitiu ela dando de ombros tirando um gostoso sorriso de Sakura.

–Entendo.

–Pelo que eu soube, aconteceu alguma coisa no ano deles, mas nada me vem a memória. Foi algo que abalou toda a escola. - afirmou Temari fechando os olhos a fim de se lembrar.

–E sabe o que era?

–Não, nessa época eu vivia matando aula pela cidade, não sabia de nada. - falou na maior cara de pau. Sakura suspirou.

–Poxa, que pena. - disse somente isso fazendo uma cara emburrada.

–Eu tenho de te ensinar a disfarçar - comentou Temari em baixo tom: - Bom, se quer mesmo saber, pergunte ao Sasori, tenho certeza de que ele iria te contar. - afirmou ela como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–E por que você acha que ele me contaria?

–Porque ele lambe o chão por onde você passa. - cuspiu ela deixando a garota mais curiosa ainda: - Ele gosta de você, faz tudo por você, então, aprenda a usar isso à seu favor. - encerrou bagunçando os cabelos róseos da mais nova.

–Ok, vou perguntar. - falou a garota.

–perguntar o que? - Disse Sasuke ao chegar por detrás delas fazendo ambas gritarem. Ele somente rolou os olhos.

–QUER ME MATAR DO CORAÇÃO SEU TRAVESTI? - vociferou Temari tirando um grunhido irritado do Uchiha.

–Travesti? - repetiu Sakura curiosa.

–Ignore ela Sakura. - falou ele sentando-se a seu lado.

–Bom, com já vai bater o sinal, vou buscar o meu homem. Até mais tarde meu anjo rosa. - falou Temari ao longe mandando beijos imaginários para Sakura.

Esta sorriu se virando para Sasuke e encarando-o.

–Onde estava? - perguntou ela curiosa.

–Fui devolver um livro, e ficar o mais longe possível das lideres de torcida. - afirmou ele estando totalmente a par da situação.

–Por que?

–Temari aprontou de novo, e, dessa vez, arrastou mais gente do que só o nosso grupinho. - proferiu ele com a voz arrastada. Sakura rolou os olhos.

–A Tema-chan não tem jeito. - afirmou ela mexendo em seus cabelos.

Sasuke olhou-a mais atentamente, ela estava alegre, risonha, brincalhona. Um sorriso brotou no rosto do moreno.

–Pra que tanta alegria? - perguntou ele curioso, mas sem deixar a seriedade sumir de seu rosto.

–Eu vou no Teatro amanhã com o Gaa-kun e a Tema-chan. - respondeu ela com o tom de voz alto e bem fininho, como se fosse um grito histérico. Seu sorriso deu uma morrida, mas foi imperceptível.

Sasuke tinha quase cem por cento de certeza de que o Sabaku estava gostando da Sakura e saber que ela iria sair sozinha com ele não desceu bem. Num suspiro latente, Sasuke se levantou chamando a atenção da rosada.

–Aconteceu alguma coisa? - comentou ela. Ele somente negou com a cabeça e continuou seu caminho deixando-a sozinha.

Ela permaneceu um pouco ali antes de resolver falar com seu Senpai. Faltava pouco para o sinal, mas se fosse rápida conseguiria tirar toda aquele história a limpo de vez. Andou apressada pelos corredores movimentados em busca de Sasori. Hora perguntava a alguém hora procurava por si só.

O achou perto das escadas que dava para o segundo andar. Estava sozinho, o que já era um ponto ganho a seu favor. Caminhou até ele o barrando antes que entrasse de vez naquela muvuca e não conseguisse mais achá-lo. O pegou pelo pulso antes mesmo que dissesse algo e o levou até a escada do segundo andar, do qual ninguém descia ou subia naquele horário.

–Finalmente te achei, Sasori-Senpai. - afirmou ela resfolegando algumas vezes. O rapaz sorriu:

–E a que devo a honra? - disse ele a fazendo sorrir.

–Queria te perguntar uma coisa - começou ela -, mas entendo se não quiser me contar. - continuou esperando algum consentimento do mais velho que foi dado por um aceno com a cabeça: - Bom, eu estava conversando com a Karin-Senpai e...

–Espera ai. - interrompeu ele: - A Karin? -contestou ele recebendo uma afirmação da mais nova: - Já até imagino. - disse ele com a voz arrastada de decepção.

–Na verdade - prosseguiu Sakura: - Ela não disse nada demais, eu quem estou meio curiosa. - admitiu: - Ela veio me pedir, ou melhor, me suplicou, para falar com minha tia para mudar a peça, pois nenhum de vocês estavam de acordo. - falou ela esperando alguma bronca por estar se metendo, mas não recebeu nada a não ser o olhar sério.

–E?

–E, queria saber o motivo. - afirmou: - Perguntei a Temari e ela me disse que essa foi a ultima peça feita por vocês, e que foi muito legal, mas que depois aconteceu alguma coisa bem grave e vocês não fizeram mais nada do tipo. Teria alguma ligação? - encerrou ela aguardando uma resposta grosseira ou irritada, não aguardava aquele sorriso lindo que surgiu em seu rosto.

–Não foi nada demais. É que já fizemos essa peça antes, é bem infantil sabe. Não me lembro de nada grave que aconteceu depois, na verdade. - disse ele: - Mas como a Temari saberia se ela nunca ficava mais de uma hora na escola? - falou o rapaz, dessa vez, quem sorriu foi Sakura.

–É verdade. - comentou: - Então não aconteceu nada demais? Se não eu tento falar com minha tia e... -

–Não precisa, meu amor. - disse ele com a voz terna: - É só que já fizemos mesmo, não tem nada demais nisso. - afirmou ele.

–Nada mesmo? - insistiu Sakura.

–Nada.

Um lindo sorriso brotou no rosto dela que abraçou forte o mais velho.

–Que bom. - falou ela se soltando: - Tinha ficado preocupada. - encerrou se curvando: - Bem, eu já vou indo o sinal tocou a uns dois minutos. A Karin-Senpai também havia dito para eu ser a Rainha de Copas, não sei porque. Mas isso não importa muito. Até. - Assim ela se foi. Sasori nem ao menos havia escutado o sinal.

Aquele sorriso em seu rosto morreu no segundo seguinte em que ela sumiu de vista, juntamente com o resquício de brilho em seus olhos. Suspirou, pesado e cansado:

–Tem que aprender a ficar quieta Karin.

*~*~*~*

–Onde você estava Sakura? - perguntou Ino ao ver a garota passar pela porta.

–Estava conversando com o Sasori-Senpai. - afirmou ela se sentando. Ino não evitou o sorriso malicioso:

–Jura? Já ta metendo chifre no Sasuke é? - zombou a loira recebendo um beliscão de Hinata.

–Fique quieta. - advertiu ela: - Entendo, Saky-chan, mas tente não se atrasar para a aula. - pediu recebendo um aceno da rosada.

O dia passou rápido. Quase toda a sala do primeiro ano B ficaram de castigo, portanto, a bronca que toda a sala levou de Tsunade valeu até mesmo para aqueles que nem estavam a par da história toda.

Chegando em casa, Sakura correu para seu quarto, onde pegou a pequena parte do roteiro ao qual ela concorreria e começou a ler.

Andou de um lado para o outro tentando decorar as falas, as quais eram bem familiares. Mexia os braços, fazia caretas, rodopiava, e gritava a famosa frase:

–Cortem-lhe a cabeça. - trovejou ela com a voz grave e maldosa, além da expressão medonha que surgiu em seu rosto. O som de palmas a fez se virar para a porta dando de cara com sua tia.

–Você tem o dom para isso. - afirmou ela se aproximando da mais nova.

–Tomara, tia. Quero muito mesmo esse papel. - disse convicta. Tsunade sorriu, aquilo era bem nostálgico.

–Sabe, você sempre gostou de atuar. Por isso eu disse que você tem o dom. - começou ela: - Uma vez, você me disse que seria atriz, mas não de novela e nem de filme, e sim de teatros. Trabalhar na Broadway. - ambas riram: - Aproveite isso e tente se lembrar de algo. - Lhe dando uma piscadela, Tsunade foi até a porta.

–Tia. - chamou a garota: - O Gaa-kun e a Tema-chan me chamaram para um teatro amanhã. Posso ir? - pediu ela suplicante. Tsunade se virou encarando-a.

–Não gosto dessa família Sakura. - advertiu a mais velha.

–Mas por que? - insistiu. A mulher suspirou se aproximando novamente da rosada.

–Eles não são confiáveis, minha pequena. Tive muitos problemas com o irmão mais velho deles. - afirmou.

–Eles tem um irmão mais velho? - perguntou curiosa.

–Sim, seu nome é Kankuro. - confirmou: - Era um rapaz bem arteiro. deve ter agora uns vinte e poucos anos. É só uma cisma minha com eles, nada demais. - afirmou ela dando uma pontada de alívio em Sakura.

–Então, posso ir? - falou ela praticamente ignorando tudo que a mais velha dissera.

–Pode. - respondeu por fim rendida à pequena. Esta sorriu agarrando o pescoço da tia.

–Obrigada. - agradeceu distribuindo vários beijinhos pelo rosto da mais velha que sorria abobada.

*~*~*~*

"Caros alunos, aqueles que possuem interesse na apresentação de Teatro, por favor, compareçam ao Anfiteatro, onde ocorrerá as audições individuais e fechadas aos concorrentes."

A voz de Tsunade foi ouvida por toda a escola e, todos aqueles que fariam o teste se dirigiram até o local. Não foram muitos, mas pode ver que a grande parte era do terceiro ano, o que - de certo modo - espantou praticamente todo o Ensino Médio.

Os teste foram rápidos, começando com o de Alice; todos feitos por ordem de chegada. A maioria queria o papel de Rainha de Copas - considerando as meninas - enquanto o Chapeleiro maluco era almejado por todos os rapazes, exceto por Temari, que pretendia atuar como a chapeleira.

Levou quase duas horas nas audições até se encerrarem e os juízes discutirem sobre em um lugar mais afastado. Todos os alunos permaneceram sentados nas cadeiras estofadas do Anfiteatro aguardando o resultado que seria dado ainda naquele dia.

Do lado direito, ficava o Primeiro Ano, e no lado direito exclusivo ao terceiro. Uma divisão tola, mas que funcionava para ambas partes. Na primeira fileira, Sakura e o resto conversavam e discutiam sobre as audições e quem pegaria o que:

–Olha, eu com certeza serei a Chapeleira. - disse Temari convicta.

–Você não chantageou ninguém, né? - pediu Gaara. Ela bufou.

–Tentei. - todos riram.

–Pena que a Tenten não veio. - admitiu Hinata.

–Bom, todos tivemos escolha, se ela quis dança, quem somos nós para contrariar. - comentou Neji sentado na segunda fileira ao lado de Gaara e Sasuke.

–Ela continua sendo uma traíra! - assumiu Temari se ajeitando na cadeira, já que estava de costas para o palco.

–Tadinha, Tema-chan. - proferiu Sakura tirando um riso gostoso deles.

No palco, todos os jurados retornaram da reunião com um envelope em mãos - provavelmente com os resultados - e montes de papéis com as falas de cada personagem. Indo em direção ao microfone, Tsunade chamou a atenção de todos:

–Já designamos as pessoas para seus devidos papéis e, antes de eu dizer quem são. - falou recebendo murmúrios desagradáveis dos alunos: - Silêncio! Enfim, vou pedir à Tanigushi Yuki tomar a palavra daqui para frente.

Vários cochichos foram ouvidos pelos alunos do primeiro ano, mas se calaram ao verem ao veterana em pé de frente ao microfone. Dando duas batidinhas nele com o dedo indicador, pigarreou e começou seu falatório:

–Bom dia, meus amores. - disse: - Eu estou aqui como representante de todos os alunos do terceiro ano a fim de dar-lhes algumas palavras que nos são importantes. - ela deu uma pequena pausa antes de prosseguir: - Há dois anos, fizemos essa mesma peça. Foi uma loucura. Brincadeiras, risadas, piadas, ofensas, xingamentos, talentos; Tudo misturado no nosso primeiro ano.

"Eu me sinto muito honrada de ter estado com eles, acompanhando-os por seus caminhos e, vivendo aqueles momentos de alegria. - falou ela com um sorriso bobo e os olhos brilhantes pelas lágrimas que teimavam em sair: - Infelizmente, essa foi a ultima lembrança que tivemos deles."

"O terceiro dessa época, os quais devem estar cursando faculdade nesse momento, se negaram a participar devido aos estudos; os segundos estavam em uma viagem, por isso, coube a nós - e somente nós - do primeiro para executar, criar, e desenvolver as personagens do teatro - ela deu uma pausa maior: - Por isso, admito que o trabalho e o teatro foi de exclusividade dos Primeiros anos, mas em especial o meu."

"O primeiro dessa época tinham várias pessoas queridas e que, infelizmente, não se encontram mais entre nós. - ela fungou antes de prosseguir: - Tivemos, dois dias depois dessa apresentação, de enterrar três dos nossos amigos queridos." - revelou ela chocando todos do primeiro.

"U um de nossos amigos, que está nessa sala hoje, ter de ir reconhecê-los, sendo que nem mesmo tínhamos como saber quem era quem por tão carbonizados que estavam. - ela pausou, limpando as lágrimas: - E enterramos. Enquanto isso ficamos na angústia, pois com eles tinham mais dois amigos nossos. Queridos e valiosos amigos, pelos quais eu daria a vida."

"Um deles ficou desaparecido por seis meses após o acidente, para depois reaparecer do nada, o que nos foi uma alegria só. Já, nosso outro amigo ficou em coma. - A hora em que ela disse isso, Sakura sentiu uma forte pontada no peito: - E, a nossa felicidade, é ver ela acordada, andando, se comunicando, mas... - ela desabou: - Ela não se lembra de nós. - Naquele momento, todos ligaram os pontos.

–Desculpem - pediu ela: - Estamos fazendo isso e, com a permissão da diretora Tsunade, mostraremos a gravação da peça e, quem sabe, não ajude nas suas memórias. - assim, ela se virou pra Sakura: - A gente ama muito você Sah-cchi.

Assim, vários do terceiro desabaram, junto de Yuki e Sakura pela emoção que sentiam. Sasori sorriu, não choraria, já tinha o feito muito naquele intervalo de dois anos, mas não se negou a sorrir abobado.

–Vou passar esse vídeo. Espero que gostem. - Assim ela pegou um controle branco do projetor de Slides. Do teto, desceu um telão branco.

–Aproveitem, se inspirem e vivam esse momento Nostálgico. - Assim, o vídeo se iniciou e Sakura, que debulhava em lágrimas, não acreditava no que via na tela.





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Notas finais do capítulo

Querem me matar? Torturar ou esquartejar? Como motivo mas se me matarem não poderei atualizar né uehuehueeh amo deixar um suspense no ar :3

Vocês não vão descobrir muita coisa com esse vídeo, só o essencial ;) mas vai ser chocante!

obrigada a quem leu, e a quem não vai me matar.

beijos e mordidas



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