Ele estava lá, corajoso como sempre, no meio da batalha, como se nada pudesse atingi-lo, e eu acreditava nisso também, ele vinha em minha direção, inabalável, nada o parava, eu me sentia segura assim, ele estava ali, então tudo estava bem, eu estava apaixonada, mesmo quando são os piores homens, você não vê defeito algum, quando é o capitão América, você simplesmente sabe que não há defeitos...

Então algo aconteceu, uma bala perfurou o peito dele e ele caiu, o escudo fora largado no chão enquanto ele pressionava o peito e arfava em dor, eu corria em sua direção e tentava salvá-lo, mas tudo o que eu ouvia eram os gritos de vitória do exército adversário, eu gritava tão alto, mas ninguém me ouvia, minha garganta doía de tanto gritar, ele falava comigo, mas eu estava surda, nada entrava, nada saia, eram apenas meus olhos castanhos nos azuis dele, estávamos morrendo lentamente, mas estávamos bem, estávamos em agonia, mas estávamos juntos, até o momento que ele caiu no chão, foi quando eu desabei também.

– Vivian? Vivian ? Você está bem ?-Steve me perguntou com olhos arregalados

– Onde eu estou? - perguntei confusa

– Na minha casa, mais precisamente, no meu quarto - falou sorrindo torto

– Ah! Eu te acordei? - perguntei preocupada

– Não! - ele negou, eu apenas continuei olhando com uma sobrancelha arqueada- Na verdade, sim, o que aconteceu? Teve um pesadelo?

– Eu não sei, parecia tão real, tão tangível, como se realmente tivesse acontecido, por favor, não me deixe, não vá embora, não me abandone, por favor! - falei chorando lembrando do meu sonho

– Eu não irei, eu estarei ao seu lado quando você precisar, não fique pensando nisso- falou me abraçando e beijando minha testa - Vamos tentar dormir de novo? Por favor, ainda é madrugada

– Achei que soldados acordassem cedo - falei implicante

– Eu sou capitão, não soldado - ele piscou

– Convencido!

E assim como eu acordei, eu dormi, tão de repente como se fosse natural e tranquilo

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Steve não estava ao meu lado quando acordei, então coloquei uma camisa dele que estava no chão, que ficava um vestido em mim e fui procurá-lo pela casa. Eu o encontrei na cozinha colocando a mesa.

– Bom dia! - cumprimentei com um beijo

– Boa tarde! Você dormiu demais, teve mais algum pesadelo? - eu apenas neguei com a cabeça - Quer conversar sobre aquele pesadelo? - eu neguei de novo com a cabeça, eu nunca fui dependente de homem algum (talvez do meu pai quando eu era mais nova?), nunca senti como se eu precisasse da pessoa pra viver, então é novidade pra mim, acordar no meio da noite suando e gritando pelo nome de alguém, eu não sou assim, Steve está me mudando de alguma forma

Talvez seja o jeito como ele fala comigo, como se eu fosse importante, como se ele realmente se importasse, talvez seja a forma com que ele tira meu cabelo que teima em cair nos meus olhos e coloca atrás da minha orelha, como ele olha nos meus olhos e eu sei que ele não está mentindo, ele não é ciumento, não é prejudicial à minha saúde, porém mesmo assim ele é uma droga, pois eu estou cada vez mais viciada e se nosso relacionamento acabar, eu precisarei ir para uma clínica de reabilitação, porque mesmo que eu negue, eu já não sei como minha vida seria mais difícil sem ele.

Talvez a verdade seja que eu o amo.