Sabe aquele momento em que o desespero toma conta?

"Steve, eu acho que estão me seguindo " falei respirando fundo e tentando despistar o meu suposto perseguidor, eu já estava acostumada com pessoas me seguindo, mas elas me seguiam com câmeras, celulares e outros, não com armas...

Virei mais uma esquina tentando chegar a algum lugar movimentado, claro, de fácil acesso, não consegui conter um sorriso ao ouvir uma resposta depois de um silêncio devastador " Você tem certeza? Eu estou quase prendendo um assassino " essa não era a resposta que eu esperava, mas antes de mim ele tinha um trabalho, pessoas para cuidar, a vida dele não se resumia a mim. "Claro! Faça o que tem que ser feito, eu consigo me cuidar, vou tentar despistar, quando você terminar ... Eu vou precisar de ajuda" suspirei, desliguei o telefone sem esperar a resposta e corri em direção ao nada. Para a minha felicidade, começou a chover, era o mundo conspirando contra mim só podia ser, de repente percebo que não é apenas uma,mas duas pessoas, com uma sorte do capeta o salto da minha bota quebra fazendo um Clac estridente, tiro minhas botas e começo a correr sem rumo, eu provavelmente serei raptada e meu pai terá que pagar uma fortuna ou algo assim. Corro o resto da rua esperando uma saída, mas só o que acho é uma parede de concreto, rua sem saída, tem como ser melhor? Subo as escadas laterais de um prédio, meu coração dá pulos, a adrenalina corre em minhas veias, mal consigo respirar.

Depois de chegar ao terraço do prédio antigo, procuro a frente e começo a pular de varanda em varando sabendo que eles estão atrás de mim, escorrego no chão da ultima varanda e caio na rua do outro lado, começo a tentar correr, mas meu pé está mole e não consigo me apoiar nele, arfo com a dor causada, mas aquele não será meu fim, minha pele arde em contato com meus recém cortes causados pela pele em contato com o asfalto, corro na direção oposta deles tentando não ter pensamentos negativos. Meu coração palpita, minhas lágrimas, meu suor e meu sangue se misturam com a água doce da chuva, quando vejo que não consigo mais, esbarro em alguém.

Olho para trás, já são cinco não mais três, respiro fundo e tento parecer em perfeito estado, mas um gemido escapa da minha boca chamando atenção da pessoa na minha frente, quando finalmente olho pro seu rosto, um sorriso escapa de meus lábios.

Os olhos dele brilham em fúria como nunca tinha visto, o maxilar dele esta contraído, sem falar nada, ele vai em direção aos perseguidores derrubando três no chão, dois tentam golpeá-lo, mas ele apenas se esquiva socando um, chutando outro, não consegui ver o resto da luta, meus olhos começaram a pesar, mas a última coisa que eu senti foi ser carregada por alguém

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Forcei meus olhos a abrirem, a claridade estava me incomodando, mas tentei ignorar focando em algo a minha frente. Steve estava dormindo em uma cadeira ao meu lado, seus olhos estavam fechados e serenos, bem diferentes dos da outra noite, havia um pequeno corte na lateral da sua boca o que o deixava mais humano, não tão imortal, porém tão lindo. Seus olhos se abriram de uma vez como se houvesse algum perigo.

– Você acordou- falou sonolento - como se sente?

– Me sinto bem, na verdade, não sinto nada - disse tentando mover minha mão sem sentir

– Isso é bom, porque se não doeria muito- disse sentando na borda da cama e acariciando me rosto, dei um leve sorriso.

–Achei que você fosse prender um assassino- disse encarando seus olhos

– Vai haver outros para eu capturar, mas só há uma Vívian que eu amo - eu sorri e ele beijou o canto da minha boca

– Quando eu recebo alta? - Hoje a tarde depois de uns exames

– Meus pais sabem?

–Eles ainda estão viajando - suspirei aliviada

– Eles não precisam saber, não há com o que se preocupar, eles iam se preocupar a toa, o que foi que eu quebrei afinal? - falei rápido demais,ele riu

– Você quebrou a perna, duas costela e quase quebra o braço com a queda

– viu? Nada com o que se preocupar - resumi - Como a Cat está?

– Acho que bem , falei algumas vezes com o Bruce sobre ela e ele disse que ela sente sua falta, por que você apenas não pede desculpa?

– Eu não posso, eu não vou, mas eu quero, ela é minha melhor amiga, mas não significa que esteja sempre certa, ela sabe disso, ela não pode simplesmente fazer o que ela fez! Ela não precisava ter me expulsado da casa dela,eu fui perseguida por causa disso, não quero que ela se culpe por isso, mas quero que ela pense nas ações dela, ela também foi errada em me expulsar e nem veio me visitar.

– Na verdade, ela veio, você só estava dormindo

–Não se preocupe, foi apenas uma briga de amigas, vai dar tudo certo- disse beijando-o

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– Senhorita Blues? - a enfermeira perguntou

– Sim?

– Você está liberada, volte semana que vem para alguns exames.

– Obrigada - sorri, ela retribuiu o sorriso e se dispensou

– Então, vamos? -Steve perguntou - Claro! - ele me levantou e me colocou na cadeira de rodas. Ele me levou até me apartamento e me colocou na cama se deitando ao meu lado

– você é bem durona sabia? - eu ri

–Claro que sim, cresci cercada por primos homens

– Formamos uma boa dupla, você devia ser minha parceira em crimes

– Tipo a soldada América ? Dispenso , obrigada - falei rindo - Você está falando sério?

–Sim, por que não? - ele perguntou confuso

–Steve, eu me meti em uma luta, estou com costelas quebradas, perna partida em três pedaços, não sei se quero repetir a dose - respondi séria- Obrigada pela confiança.

Me virei para encará-lo, ignorei a dor e fiquei fitando os lindos olhos azuis, logo estávamos nos beijando como se um fosse o oxigênio do outro. Nos beijávamos com intensidade, era algo quente, avassalador como eu nunca imaginei que seria, comecei a desabotoar a camisa dele , deixando a mostra seus músculos. Ele tentou inutilmente tirar meu vestido, acabei que eu mesma tirei tentando ignorar o monstro que estava o meu pé, entrelacei minhas pernas em sua cintura e aquele com certeza era meu melhor remédio