Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 24
A Caixa de Pandora


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem o capítulo .. ;)



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Gothel se segurou para não gargalhar por conta da expressão da vampira e do viking.

Aquilo era tão satisfatório que ela até esqueceu o extresse de algumas horas atrás, quando descobriu que Rapunzel estava viva. Ela culpou Breu, é claro. O inútil ainda deixou Jack Frost escapar e salvar os outros três... Mas agora não tinha importância. Ela vencera. Faltava apenas um coisinha ou outra, mas ela tinha a Caixa de Pandora.

A sensação de segurar a adaga era inigualável. Sentir-se poderoso era algo tão prazeroso que Gothel sorria todos os dias. Seus feitiços se aperfeiçoaram. Sua habilidade mágica, também. Tudo graças a uma lâmina azul que vivia naquela oficina, pegando poeira.

Agora nada a deteria. A prova disso eram seus novos escravos, dominados pelo poder dela. Os Guardiões caíram, finalmente. Foram derrotados.

A expressão do viking era tão pálida que Gothel achou que havia morrido.

- O que você fez com eles? - a vampira pergunta igualmente perplexa.

Gothel sentia-se agradecida pela pergunta.

- Nada demais. A adaga foi quem fez todo o trabalho...

- MALDITA! - o viking gritou pronto para correr na direção dela, mas o sábio dragão o segurou.

Gothel apenas ri.

- Guarde os elogios para depois... Ou posso mandar que seus amigos se suicidarem.

O viking para de debater-se. O sorriso de Gothel cresce. O frio da caverna agora estava grandiosamente agradável. E pensar que antes ele a incomodava. Pensando bem, quando o mundo afogar-se em Trevas por completo ela vai querer aquele sentimento de geada. No final foi bom ter Jack Frost como escravo.

- Pessoal... - diz o viking numa tentativa falhada de fazer os amigos voltarem ao normal - acordem.

Gothel assopra a adaga. Aquilo era um poder que ela mesma descobrira. Deixava o coração mais gélido e frio do que o vento que soprava na caverna.. E mais escuro do que as sombras dentro dela.

Era isso o que ela estava fazendo com o coração bondoso e corajoso daqueles Guardiões.

A Guardiã da Coragem exibe um sorriso frio e seco para o viking.

- Estamos acordados, Soluço - ela diz. Não havia nada que agradasse Gothel mais do que aquilo. Breu tinha que estar ali para aproveitar. Mas ele estava ocupado liberando os pesadelos.

- Merida... - os olhos do Guardião lacrimejam - você também não... Pessoal não deixem essa bruxa mudar vocês!

- É tarde demais para nós, Soluço... - diz Jack Frost.

- Agora - continua Rapunzel  - você está conosco?

E Merida:

- Ou contra nós?

Gothel estende a mão como um gesto de "bandeira branca". Aquele Guardião era muito poderoso, ela podia ver. Era preciso contato físico para que a magia da adaga funcionasse em sua mente.

Soluço hesita. Gothel concentrou a persuasão mais ainda. Ele era o Guardião da Amizade. Era algo estúpido, mas poderia pôr tudo a perder se ele soubesse como usar sua magia corretamente.

Então a maldita da vampira interrompe tudo.

- Soluço, não! Não é isso o que você é - ela olha para Gothel, como se a desafiasse - ela vê que você é poderoso. Ela não pode te fazer nada sem contato físico.

Os ouvidos de Gothel ardem em ódio.

- Eu odeio seu maldito pai por ter te ensinado essas coisas - diz Gothel, mentalmente amaldiçoando Drácula e jurando mata-lo num momento próximo.

Soluço recolhe a mão que já se aproximava da dela.

- Não... - diz Soluço - não preciso me aliar a você.

- Poupe-me, viking. Sua Aldeia já se afogou em Trevas. Seus amigos estão dominados e o resto dos Guardiões, caindo aos pedaços. A única coisa que te resta é esse dragão e essa vampira que vão te deixar logo, logo.

- Nunca! - grita a vampira.

Então Gothel ergue a adaga.

- Duvida, bonitinha?

Gothel invocou seu próprio poder, juntamente com o da adaga. Sussurrando palavras que desconhecia. Olhando fixamente para a maldita vampira que poderia acabar com tudo. Seu ódio por ela (e pela própria vida) ativou o poder da adaga, que brilha em uma luz azul.

A luz azul reflete nos olhos da vampira, que aos poucos se entrega ao transe. Quanto mais fraca ela ficava, mas Gothel sentia o poder da lâmina em suas mãos preenchendo-a.

A vampira estava quase sobre seu domínio... Até o viking estragar tudo.

- NÃO! - ele grita.

Então uma explosão de luz dourada sai do peito dele, derrubando Gothel e a adaga que ela segurava tão firmemente nas mãos. O salão, antes tão escurecido pelos poderes que ela se esforçou em realizar começou a iluminar-se. Gothel começou a se desesperar. O que ela temia acontecer, acontecia.

Quando o viking parou de brilhar e a adaga também, os Guardiões saíram do transe. Gothel estava fraca com o ataque, mas precisava resgatar Pandora se quisesse vencer. Então arrastou-se até onde ela estava, com dificuldade.

- Soluço! - ela ouviu a Guardiã da Coragem gritar.

Os Guardiões saudavam uns aos outros, aliviados. Se Gothel tivesse sorte eles não a veriam atravessar a Sala até sua glória.

Mas eles a viram.

Ela sentiu os pés congelarem. O frio que sentiu neles não se comparava ao vento gélido da caverna de alguns minutos atrás. Era pior. E a prendia no chão impedindo-a de se mover.

- Tire-me daqui! - ela grita.

- Se eu fosse você ficaria bem quietinha - diz a voz de Jack Frost.

Então ela usa toda sua força para invocar uma pequena magia. Que fez a adaga levitar e flutuar rapidamente até as mãos dela. O Guardião do Inverno grita, percebendo o que havia acontecido. Ela ergue a adaga e o gelo que prendia seus pés explode. Ela foi ficando mais forte. Levantou-se.

- Acharam mesmo que seria tão fácil? - perguntou olhando para o rosto dos malditos Guardiões.

Eles eram corajosos. Suas expressões era determinadas como se estivessem prontos para morrer. O que não era nenhum problema para Gothel.

- Você não vai conseguir. - diz Rapunzel.

- E vocês vão? Eu tenho uma arma poderosa. A MAIS poderosa. E vocês?

Um momento tenso de medo passou pelo rosto deles. Gothel sabia que venceria... Então a vampira se junta a eles. Espera um minuto! Onde ela estava?

Ela sorria.

- Acho que é uma boa hora para amaldiçoar meu pai novamente - diz mostrando uma caixa ornamentada em suas mãos.

Gothel queria berrar de ódio. Mas se controla.

- Sua... maldita - ela diz, então seus ombros relaxam - o que vai fazer? A Caixa não tem utilidade nenhuma sem Pandora.

- Tem sim - afirma Rapunzel.

- Começamos o plano agora? - pergunta a Guardiã da Coragem aos outros, deixando Gothel confusa.

- Começamos - Frost responde.

Então os Quatro Malditos Guardiões pegam a Caixa e a erguem. E a última visão de Gothel antes de tudo ficar escuro e vazio, é de uma explosão de luzes amanteigadas.


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