Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 13
O Hotel


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, ou boa tarde, ou boa noite! Eis um capítulo novo em folha para vocês, pela visão da Mavis! *0*



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Mavis não tinha certeza se o pai ia ficar aliviado com a presença de quatro guardiões no Hotel. Talvez ele simpatize com o dragão! Ou, quem sabe, deixe eles passarem por serem amigos do Coelhão.

A vampira ouviu a história deles. Ficou com mais dúvida pois não sabia se o pai ficaria contra o Bicho Papão. Os monstros do hotel o acolheram de bom grado, por ser um deles. E agora teriam de lutar contra?

Embora afogar o mundo em trevas não fosse prejudicar os monstros em absolutamente nada, Mavis sabe que o pai não permitiria. Não sabendo que Johnnatan (o namorado dela) ficaria em extremo perigo.

Mavis sentia saudades do namorado. Ele havia entrado finalmente para uma tal de faculdade e eles só se viam no verão.

Talvez a jovem vampira pudesse se distrair se os guardiões aceitarem juntá-la na aventura! Quem sabe...

- Hã... Mavis? - chama o guardião de nome Soluço.

A vampira pisca os dois olhos.

- Eu.

- Não vamos entrar?

Ela ficou tanto tempo pensando que esqueceu que estava parada bem na porta do hotel, com os outros olhando ela com ansiedade. Ela não podia deixar os pobres guardiões preocupados com seus pensamentos.

Ela sorri.

- Claro! Venham, vou apresentar-lhes o meu pai.

Ela abriu as portas e pôde ouvir o tom de surpresa dos outros ao verem o grande e iluminado Salão Principal, onde monstrinhos passavam correndo e suas mães iam atrás preocupadas. Mavis caminhou junto com eles pelo tapete vermelho até o balcão de recepções, onde uma bruxa teclava em sua máquina de escrever.

- Onilda. - a menina chama, tirando a atenção da velha bruxa. Onilda olha para ela por cima de seus óculos brilhantes e ergue as sobrancelhas para os guardiões e o dragão.

- Sim, senhorita Mavis? - pergunta com sua habitual voz rouca.

- Poderia chamar o meu pai? É questão de emergência.

A velha bruxa balança um dos sininhos próximos a ela. Um sininho preto que se diferenciava dos outros vermelhos. A bruxa se aproxima de Mavis como se quisesse lhe falar algo em particular.

- Quem são esses, senhorita? - ela pergunta baixinho.

- Guardiões - responde Mavis no mesmo tom baixo.

A bruxa arregala os olhos.

- Oh, pelas barbas de Merlin! Devíamos ter arrumado mais o Salão.

Quatro morcegos passaram voando rapidamente por cima delas.

Mavis ouve Rapunzel dar um gritinho.

- Acho que não é necessário, Onilda - diz a vampira tentando não rir.

- Assunto urgente, é? Não envolve toda aquela escuridão, envolve? Sabe que ela não nos prejudica...

- Mas prejudica eles! Não entendo porque devemos destruir os pobres coitados. Só para termos 24 horas de escuridão? Não precisamos. Já temos 12.

- Você fala como sua mãe...

Nesse momento um grande morcego vem voando graciosamente. O morcego se transforma ao pousar ao lado de Mavis, tornando a forma de seu pai. Drácula.

Ela sorri.

- Oi, papai.

- Oi, minha morceguinha! - ele diz abraçando-a - por que me chamou?

- Temos visitas! - ela diz apontando o queixo para os Guardiões.

O pai fica surpreso.

Jack Frosto dá um passo a frente, com um sorriso divertido e olhar ansioso.

- Você é mesmo o Drácula? - pergunta - cara eu sou muito seu fã!

A expressão do pai passa de surpresa para orgulho. Mavis escuta a Bruxa Onilda dar um risinho.

- Naturalmente - Drácula responde - o que vieram fazer aqui?

A Guardiã de nome Merida DunBronch se aproxima.

- Viemos pedir sua ajuda, Lorde Drácula - ela diz.

- Ajuda?

- Sim. Um pertence dos Guardiões foi enviado para cá por acidente. Está nas mãos de um ladrão. E se continuar lá o fim do mundo pode vir a acontecer.

- Pertence? Que pertence?

Jack Frost se aproxima e fala em tom baixo e sigiloso.

- A Caixa de Pandora.

O pai de Mavis exibe uma expressão de puro terror. A jovem não sabia que se tratava de coisa tão séria assim...

- Como Norte pôde deixar aquela Adaga escapar assim?

A expressão de Jack Frost fica sombria. Parecia pensar se diria ou não a verdade. Por fim, ele responde.

- Breu.

O ar da sala fica tenso. Os olhos do pai de Mavis, confusos. Alguns monstros passaram olhando com dúvida. Breu era literalmente um assunto delicado.

- Breu? - pergunta Drácula - o Bicho Papão?

- Sim. Ele incendiou a Oficina do Norte e pretende usar Pandora para liberar o caos. Isso não pode acontecer.

- Sim, sim. Sei disso. É proibido que interfiremos nos deveres dos Guardiões. Ainda mais quando se trata de Pandora... Com quem ela está?

- Um sujeito de nome: Flyn Rider - responde Soluço.

Drácula franze o cenho e se vira para Onilda.

- Cheque "Flyn Rider" na lista de hospedeiros recentes.

A bruxa abaixou-se e começou a folhar os manuscritos. Ela ergue uma folha de papel ofício em tom de vitória.

- Achei! - diz - Flyn Rider. Se hospedou no dia 12 de Dezembro, às 19:00. Disse que ficaria por... 23 horas.

Rapunzel franze as sobrancelhas.

- Significa que ele vai partir... AGORA!

Jack se vira para Onilda.

- Por favor... Em que quarto ele está?

Onilda vira as páginas dos relatórios.

- Quarto 176. 4° andar.

- Soluço... vai com Banguela por fora e bloqueie a janela - diz Merida - eu, Jack, Rapunzel e Mavis vamos encontra-lo no quarto.

Soluço montou no dragão e os dois saíram como um foguete. Mavis e os outros foram correndo e tropeçando pelas escadas até o quarto andar.

Quando chegaram nos corredor, espalharam-se para procurar as portas.

173, 174, 175...

- Pessoal, achei! - grita  Mavis para os outros. Jack arromba a porta. Mas quando entram, só havia Soluço revirando o quarto com Banguela do lado.

- Nenhum sinal dele - ele diz.

- Tem passagens secretas aqui - diz Mavis - se ele não usou a janela ou a porta, foi por uma delas.

- Onde estão? - pergunta Rapunzel que puxava o resto do cabelo loiro que ficou para fora da porta.

Mavis se aproximou da mesinha de cabeceira do lado esquerdo da cama e virou o abajur. Uma porta camuflada da cor do quarto se abre bem ao lado, revelando um extenso corredor de tijolos pouco iluminado.

- Vai dar no cemitério - diz a vampira - mas também pode levar a outros locais. Tomem cuidado e sigam SEMPRE em frente. O tal Flyn Rider não seria tão maluco a ponto de explorar o túnel.

- Muito obrigada, Mavis - diz Soluço agradecido.

- Foi um prazer ajudar... Eu bem que queria ir com vocês... Mas é muito perigoso. Mesmo para mim!

Merida sorri para ela.

- Foi o suficiente - diz a ruiva, ela se vira aos outros - vamos?

Banguela, o dragão, tremia de medo. O lugar de dragões não é no subterrâneo, mas ele aceitou ir ao lado de Soluço. Mavis desejou boa sorte aos outros. E quando entraram no túnel ela fechou a passagem.

- Espero que consigam - sussurrou para si mesma, dando conta do perigo que seus novos e breves amigos teriam de enfrentar caso se perdessem no corredor.


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Notas finais do capítulo

:)