Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 12
Na Toca do Coelho...


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal! A fic tá crescendo e agradeço a todos vocês por isso. Para aumentar a curiosidade, fiz um capítulo pela visão do Norte!



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Norte estava mais do que preocupado. Uma semana para o Natal. A Oficina estava destruída. E ele idem.

         O incêndio na fábrica só ajudou para acabar com as condições físicas e emocionais de Norte. O bom velhinho agora estava mais velhinho e cansado do que nunca estivera. Se sentia esgotado e fraco. Com dores e nenhuma esperança. Fada também não estava bem. Não tem forças para retornar ao Palácio das Fadas e suas fadinhas estão tão fracas quanto ela.

         O único que ainda tinha algum tipo de força restando é o Coelhão (e o Jack, óbvio).

         Porém o Coelhão estava nervoso. Girava para lá e para cá, girando seu bumerangue nos dedos. Norte trocou olhares com Sand. Com certeza Coelhão não confiava nesse seu “amigo” ladrão. Parecia mais nervoso que o habitual.

         - Vai dar tudo certo, Coelhão – a Fada diz, tentando acalmá-lo.

         - Não sei, não sei. Flyn Rider é um canastrão. E pouquíssimo confiável. É provável que o Mundo acabe em poucos minutos com ele em posse da Caixa de Pandora.

         Isso foi o suficiente para Norte ficar pior do que já estava.

         - Ele não pode abrir a Caixa – diz Norte lembrando-se – não é Guardião.

         - E espero que Jack não a abra se conseguir pegá-la dele!

         Eles ficam silenciosos e pensativos por uns tempos. Até que a Fada decide fazer uma pergunta que martelava na cabeça de todos os outros Guardiões.

         - Como você o conheceu, Coelhão?

         Coelhão para um momento. Como se decidisse se contasse ou não.

         - A ideia de Páscoa e coelhos tinha começado a surgir. Eu havia virado Guardião havia uma semana e não sabia como começar... Não sabia meu cerne.

         Ele fez uma pausa. Todos continuam ouvindo, atentos. Ninguém jamais ouvira essa história do Coelho.

         - Havia próximo a um reino – continua ele – um orfanato. “Perfeito!”, eu pensei, “posso aprender alguma coisa por ali”.

         Coelhão recomeça a andar pelos lados com o bumerangue nos dedos. Começara a ficar agitado. Ele continua com a história:

         - Quando vi as crianças ali, sem os pais, mas mesmo assim felizes. Seguindo com a vida... Eu os achei incríveis. Mas havia um garotinho que não era muito esperançoso. Era... Triste. Mais do que os demais. O jovem Eugene! Eu queria alegrá-lo. Como os outros. Então, no domingo de Páscoa, eu pus um livro em seu quarto. “As Aventuras de Flyn Rider”. Não imaginei que o jovem ficaria tão feliz e com tanta esperança com aquele livro. E percebi meu cerne.

         Todos continuam quietos. Refletindo. Norte percebeu que talvez o tal Eugene não conhecesse o Coelhão pessoalmente. Mas ele sabia que no fundo, toda criança feliz lembra de quem o deixou assim. É por isso que acreditam neles!

         - Ele mudou até o próprio nome! – Coelhão comenta por fim.

         - Incrível! E se tornou ladrão?

         Norte estala os dedos. Rindo de alegria. Lembrou-se finalmente de onde ouvira aquele nome. Ele se levanta com dificuldade.

         - EUGENE FLITZGERALD! – grita.

         Coelhão olha para ele, com as sobrancelhas franzidas.

         - É. É o nome dele.

         - Um dos primeiros na lista dos Levados – ele diz apontando o dedo para sua tatuagem no braço esquerdo.

         - Significa que...

         - Nada – Norte dá de ombros – só lembrei do nome.

         Fada pega o Globo de Neve que estava do lado do Coelhão.

         - Precisamos falar com esse cara! – ela diz,

         - Não vai adiantar de nada.

         - Precisamos fazer alguma coisa, rapazes! Ficar aqui sentados não ajuda na missão dos outros.

         - Poderíamos tentar descobrir os planos de Breu...

         Todos olham para Norte.

         - Como? – pergunta em uníssono.

         Norte dá um risinho malicioso.

         - Vocês ainda não se acostumaram com o fato de que meu Globo é multifuncional?

         Coelhão revira os olhos.

         - Se servir para espionagem eu agradeço!

         Norte pega o Globo das mãos da Fada o gira nos dedos como uma bola de basquete. Ele sussurra o comando: Invisível.

         O Portal abre. Exibindo Breu em sua caverna, próximo ao seu escuro e sombrio Globo terrestre, onde as pequenas luzes (indicando cada criança que acredita) se apagavam.

         - Por que não fez isso antes? – pergunta Coelhão baixinho.

         Eles espiam. Um Portal se abre do outro lado da sala. Era negro e sombrio. Como um buraco negro que não sugasse. Uma mulher sai de lá. Era esbelta e bonita aos olhos de Norte. Tinha pele morena e cabelos negros cacheados. Tinha pelo menos uns 30 anos. Parecia poderosa.

         Norte percebeu de imediato que se tratava da aliada do Breu.

         Ela se aproxima de Breu, rindo.

         - Quais são as boas notícias? – pergunta o Bicho Papão com amargura.

         - O caldeirão nos deu mais uma informação.

         - Qual?

         - Transilvânia. Nossa adaga está lá. Com um tal de Flyn Rider.

         Coelhão arregala os olhos de terror. Norte pensava a mesma coisa que ele: como ela sabia?

         Breu exibe um sorriso maligno.

         - Perfeito. O lugar onde mais possuímos poder!

         - A armadilha está pronta?

         - Prontíssima, minha rainha.

         A mulher estranha sorri com satisfação.

         - Sabe em que lugar da Transilvânia estão? – ele torna a perguntar.

         - No Hotel.

         - O QUÊ?

         - É melhor você deixar seu passado lá, Breu. Se não tudo dará errado.

         Breu abaixa os olhos.

         - Você está certa como sempre, Gothel.

         Gothel sorri. Então olha diretamente para o Portal e a conexão falha.

         - Co... Como ela sabia do Portal? – pergunta o Coelhão gaguejando.

         - Ela me parece ser uma bruxa poderosa. – diz Norte.

         - E essa coisa do Breu com aquele lugar? – pergunta Fada.

         - O Hotel é um lugar para monstros temidos. Desconfio que foi o único lugar que o acolheu quando ele ficou desacreditado.

         Coelhão retorna a girar seu bumerangue.

         - Uma coisa é certa: – ele diz – Jack, e os outros, estão em perigo mortal. E todos nós estaremos se o plano de Breu, qualquer que seja ele, der certo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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