Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee
Notas iniciais do capítulo
E aí pessoal! A fic tá crescendo e agradeço a todos vocês por isso. Para aumentar a curiosidade, fiz um capítulo pela visão do Norte!
Norte estava mais do que preocupado. Uma semana para o Natal. A Oficina estava destruída. E ele idem.
O incêndio na fábrica só ajudou para acabar com as condições físicas e emocionais de Norte. O bom velhinho agora estava mais velhinho e cansado do que nunca estivera. Se sentia esgotado e fraco. Com dores e nenhuma esperança. Fada também não estava bem. Não tem forças para retornar ao Palácio das Fadas e suas fadinhas estão tão fracas quanto ela.
O único que ainda tinha algum tipo de força restando é o Coelhão (e o Jack, óbvio).
Porém o Coelhão estava nervoso. Girava para lá e para cá, girando seu bumerangue nos dedos. Norte trocou olhares com Sand. Com certeza Coelhão não confiava nesse seu “amigo” ladrão. Parecia mais nervoso que o habitual.
- Vai dar tudo certo, Coelhão – a Fada diz, tentando acalmá-lo.
- Não sei, não sei. Flyn Rider é um canastrão. E pouquíssimo confiável. É provável que o Mundo acabe em poucos minutos com ele em posse da Caixa de Pandora.
Isso foi o suficiente para Norte ficar pior do que já estava.
- Ele não pode abrir a Caixa – diz Norte lembrando-se – não é Guardião.
- E espero que Jack não a abra se conseguir pegá-la dele!
Eles ficam silenciosos e pensativos por uns tempos. Até que a Fada decide fazer uma pergunta que martelava na cabeça de todos os outros Guardiões.
- Como você o conheceu, Coelhão?
Coelhão para um momento. Como se decidisse se contasse ou não.
- A ideia de Páscoa e coelhos tinha começado a surgir. Eu havia virado Guardião havia uma semana e não sabia como começar... Não sabia meu cerne.
Ele fez uma pausa. Todos continuam ouvindo, atentos. Ninguém jamais ouvira essa história do Coelho.
- Havia próximo a um reino – continua ele – um orfanato. “Perfeito!”, eu pensei, “posso aprender alguma coisa por ali”.
Coelhão recomeça a andar pelos lados com o bumerangue nos dedos. Começara a ficar agitado. Ele continua com a história:
- Quando vi as crianças ali, sem os pais, mas mesmo assim felizes. Seguindo com a vida... Eu os achei incríveis. Mas havia um garotinho que não era muito esperançoso. Era... Triste. Mais do que os demais. O jovem Eugene! Eu queria alegrá-lo. Como os outros. Então, no domingo de Páscoa, eu pus um livro em seu quarto. “As Aventuras de Flyn Rider”. Não imaginei que o jovem ficaria tão feliz e com tanta esperança com aquele livro. E percebi meu cerne.
Todos continuam quietos. Refletindo. Norte percebeu que talvez o tal Eugene não conhecesse o Coelhão pessoalmente. Mas ele sabia que no fundo, toda criança feliz lembra de quem o deixou assim. É por isso que acreditam neles!
- Ele mudou até o próprio nome! – Coelhão comenta por fim.
- Incrível! E se tornou ladrão?
Norte estala os dedos. Rindo de alegria. Lembrou-se finalmente de onde ouvira aquele nome. Ele se levanta com dificuldade.
- EUGENE FLITZGERALD! – grita.
Coelhão olha para ele, com as sobrancelhas franzidas.
- É. É o nome dele.
- Um dos primeiros na lista dos Levados – ele diz apontando o dedo para sua tatuagem no braço esquerdo.
- Significa que...
- Nada – Norte dá de ombros – só lembrei do nome.
Fada pega o Globo de Neve que estava do lado do Coelhão.
- Precisamos falar com esse cara! – ela diz,
- Não vai adiantar de nada.
- Precisamos fazer alguma coisa, rapazes! Ficar aqui sentados não ajuda na missão dos outros.
- Poderíamos tentar descobrir os planos de Breu...
Todos olham para Norte.
- Como? – pergunta em uníssono.
Norte dá um risinho malicioso.
- Vocês ainda não se acostumaram com o fato de que meu Globo é multifuncional?
Coelhão revira os olhos.
- Se servir para espionagem eu agradeço!
Norte pega o Globo das mãos da Fada o gira nos dedos como uma bola de basquete. Ele sussurra o comando: Invisível.
O Portal abre. Exibindo Breu em sua caverna, próximo ao seu escuro e sombrio Globo terrestre, onde as pequenas luzes (indicando cada criança que acredita) se apagavam.
- Por que não fez isso antes? – pergunta Coelhão baixinho.
Eles espiam. Um Portal se abre do outro lado da sala. Era negro e sombrio. Como um buraco negro que não sugasse. Uma mulher sai de lá. Era esbelta e bonita aos olhos de Norte. Tinha pele morena e cabelos negros cacheados. Tinha pelo menos uns 30 anos. Parecia poderosa.
Norte percebeu de imediato que se tratava da aliada do Breu.
Ela se aproxima de Breu, rindo.
- Quais são as boas notícias? – pergunta o Bicho Papão com amargura.
- O caldeirão nos deu mais uma informação.
- Qual?
- Transilvânia. Nossa adaga está lá. Com um tal de Flyn Rider.
Coelhão arregala os olhos de terror. Norte pensava a mesma coisa que ele: como ela sabia?
Breu exibe um sorriso maligno.
- Perfeito. O lugar onde mais possuímos poder!
- A armadilha está pronta?
- Prontíssima, minha rainha.
A mulher estranha sorri com satisfação.
- Sabe em que lugar da Transilvânia estão? – ele torna a perguntar.
- No Hotel.
- O QUÊ?
- É melhor você deixar seu passado lá, Breu. Se não tudo dará errado.
Breu abaixa os olhos.
- Você está certa como sempre, Gothel.
Gothel sorri. Então olha diretamente para o Portal e a conexão falha.
- Co... Como ela sabia do Portal? – pergunta o Coelhão gaguejando.
- Ela me parece ser uma bruxa poderosa. – diz Norte.
- E essa coisa do Breu com aquele lugar? – pergunta Fada.
- O Hotel é um lugar para monstros temidos. Desconfio que foi o único lugar que o acolheu quando ele ficou desacreditado.
Coelhão retorna a girar seu bumerangue.
- Uma coisa é certa: – ele diz – Jack, e os outros, estão em perigo mortal. E todos nós estaremos se o plano de Breu, qualquer que seja ele, der certo.
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O que acharam?