Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 7
Capítulo 7 - Não estou reconhecendo você




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Finalmente a aula chegara ao fim e como neste dia eu não iria embora com a Debby porque ela teria que passar no dentista, e eu estava muito apertado, dei uma passada no banheiro antes e então fui caminhando sozinho. A escola já estava vazia, parecia que eu tinha demorado uma hora lá.

Quando passei pelo estacionamento, não tinha quase movimentação de gente e carros. Mas então percebi uma coisa estranha e logo parei para observar. Will deu um abraço na Liah, professora de literatura, e eles entraram no carro juntos e partiram.

Senti como se aquilo não tivesse certo. Mas por quê? Eles estariam tendo um caso?

Fui embora com aquilo na minha cabeça. Eu só pensava se aquilo pudesse mesmo ser real.

Talvez o meu problema fosse esse, me preocupar demais com tudo que acontece, como se eu já não tivesse problemas suficientes.

Mas uma coisa dessa não podia ser simplesmente ignorada. Eu ia fazer de tudo pra descobrir se meus pressentimentos estavam, de fato, certos!

Embora Will não fosse mais tão meu inimigo assim e também eu não pensava que pudesse ser ele quem me mandou as mensagens, mas isso era algo que eu podia ter ao meu favor. Longe de mim pensar em usar isso contra ele, enquanto ele tivesse do jeito que está comigo, ou seja, sem implicâncias, eu não faria nada contra ele. Só precisava saber.

Era muito estranho pensar que isso pudesse ser verdade. Liah era uma mulher loira, alta, bonita, casada e com filhos, não ia correr um risco desses. Talvez, mais uma vez, fosse coisa da minha cabeça. Talvez fosse só uma carona atoa. Mas tinha uma pessoa que poderia me ajudar a descobrir mais sobre isso: Adam!

Mais tarde, adicionei Adam no facebook. Por sorte, ele estava online e logo fui puxando papo com ele.

_Oi.

_Oi – ele respondeu.

_Tudo bem?

_Sim, e vc?

_Legal. Então, queria que me esclarecesse uma coisa!

_Tipo?

_Sobre o Will.

_O que tem ele?

_O que você sabe sobre ele?

_Não muito! Ele acabou de chegar de uma viagem na Europa.

_Europa? Vish, que rico! Kkk

_kkkk pois é, já tinha estudado com ele antes, mas nunca fomos muito próximos! Desculpa.

_Mas sabe se ele namora?

_Não que eu saiba! Por quê?

_Aconteceu uma coisa estranha hoje.

_O que?

_Estou achando que ele pode ter um caso com a professora Liah!

_Como assim? :O

_Os vi juntos hoje no estacionamento... Queria ter certeza!

_O Oliver é a melhor pessoa pra te falar sobre isso... Ele sempre sabe tudo sobre o Will, e vice versa.

_Mas eles são amigos, ele não vai sair contando os segredos dele pra qualquer um.

_Verdade!

_De qualquer forma, topa investigar isso comigo?

_Não sei se é o certo, mas eu não perco uma oportunidade de descobrir uma coisa assim.

_Assim que se fala! – disse animado.

_Gente, esse lugar tá começando a ficar interessante! kkk

_kkk amanhã falamos com ele então!

_Ok.

E me desliguei.

Eu estava disposto a saber a verdade. Acho que ser vítima de uma pessoa que sabe muito sobre mim me motivou a querer saber mais sobre outras pessoas. E ter Adam cuidando disso comigo, seria melhor! Claro que minha real intenção de me aproximar do Adam era de consequentemente ficar mais próximo do Gabu, mesmo que isso não era uma boa coisa a se fazer. Mas a essa altura, eu já não me importava mais.

Foi quando meu celular tocou. Era Debby me ligando.

_Alô? – atendi.

_Oi. – disse ela – Foi direitinho pra casa?

_Quase fiquei perdido sem a minha babá me mostrando o caminho.

_Besta!

_Mas por que a pergunta?

_Nada, só me preocupo com você!

_Hum. Tá tudo bem!

_Ok. Então até amanhã!

_Até... – desliguei.

Preocupa-se comigo? Por quê?

Só depois que desliguei o telefone parei pra pensar. Eu devia ter insistido com a Debby. Qual o motivo dela ligar a essa hora pra perguntar se estou bem, isso nunca aconteceu. Achei estranho ela me dizer que se preocupa comigo! Soou como eu tivesse correndo algum risco.

_Eai, cabeção?! – disse meu irmão entrando no quarto – Gostando da escola?

_Normal! – respondi – As coisas continuam como sempre. E você?

_Ah, fora o que os caras andam aprontando comigo, tô de boa!

_Aprontando?

_É... Com umas garotas lá e tal!

_Ah! Já entendi.

_O Sam me perguntou sobre você hoje.

_O Sam? – perguntei assustado.

_Engraçado! Eu não sabia que vocês se falavam.

_O que ele perguntou?

_Sei lá... Como você tava!

_Ah! Deve ser pela Jhulie! – dei a desculpa.

_Achei que esse fosse um caso antigo.

_Nunca se sabe.

_Pois é! – ele disse sem interesse – Vou tomar um banho! – e saiu.

Meu irmão é moreno, mais alto que eu e com músculos definidos. É uma pessoa muito vaidosa, aliás, eu sou o único da família que não é vaidoso com a aparência. Enfim, meu irmão era o típico garoto arrasa corações na escola. Estava na mesma série que a minha, mas era pra estar no último ano, porque é um ano mais velho que eu. Mas ficou reprovado no ano passado.

Enfim, fiquei assustado quanto ao que ele disse. Mas Sam não deve ter tido nada demais, se não ele iria lembrar, e também Sam não faria algo que colocasse em risco sua reputação na escola. Da mesma forma, eu queria ter o questionado mais, porém não podia me comprometer. Isso era um risco pra mim.

Fui para o banheiro do meu quarto e tomei um banho quente a fim de relaxar um pouco. Esse ano estava sendo muito desgastante pra mim, mais do que costumava ser. E ainda tinha o problema Gabriel Torres, que insistia em continuar na minha cabeça. Os sentimentos dentro de mim estavam mudando e eu estava quase aceitando isso! Embora fosse difícil, mas a atração por ele era mais forte do que eu já tinha sentido por qualquer outra pessoa. Eu não queria estar passando por isso, mas estava sendo inevitável. Sempre que eu ficava sozinho, quando percebia já estava pensando nele.

Naquela noite, logo cedo, deitei em minha cama e fiquei observando o céu pela janela. Estava estrelado e a lua cheia. Lindo! Transmitia-me uma serenidade e esperança, de que tudo vai melhorar. Assim, observando as estrelas que iluminavam a calada da noite, acabei adormecendo.

-

_O que houve? – Debby me perguntou enquanto íamos pra escola.

_Nada! – respondi surpreso – Por quê?

_Sei lá... Você está estranho! Parece feliz!

_Deu pra perceber? Aliás, isso é ruim?

_É que já faz tempo que não te vejo com um sorriso nos lábios.

Debby tinha razão! Era sempre ela que percebia tudo. Naquele dia eu tinha acordado contente. Minha cabeça estava cheia de problemas, mas naquele dia, eu não me deixei abater. De qualquer forma, eu não sabia o motivo de estar me sentindo assim. Mas também não iria reclamar.

Chegamos à sala, e para a minha infelicidade, Gabu não tinha ido naquele dia. Fiquei um pouco frustrado, mas achei que talvez só estivesse atrasado.

A primeira aula acabou e a cadeira ao lado de Adam permanecia vazia. Então, dirigi-me até lá e me sentei. Eu sabia que ele estava curioso sobre nossa conversa de ontem, logo, não iria se importar com minha presença ali.

_E o Gabu? – perguntei. Talvez tenha sido um pouco inconveniente, mas não pensei nisso antes.

_Não sei por que ele não veio hoje! – Adam respondeu.

_Legal! Ficarei por aqui mesmo então.

_Não sei se ele ia gostar de vê-lo no lugar dele.

_Como se ele ao menos gostasse de vir pra escola.

_Faz sentido!

Adam era simpático de todas as formas. Fico me perguntando por que só começamos a nos falar depois de um ano estudando junto. Talvez no ano passado eu estivesse muito preso a mim mesmo e achava que estava bom.

Passei as outras duas aulas ali, eu estava me dando muito bem com Adam. Ally de vez em quando me chamava pra eu voltar pro meu lugar, mas eu não tinha vontade. Chris estava se achando do grupo, me encarava sempre que Ally chamava isso me motivava ainda mais a não voltar. Eu estava me sentindo muito melhor ali. Eu observava Will sutilmente durante a aula de matemática, era o típico aluno dedicado, que estava sempre querendo impressionar os professores. Isso só alimentava minha tese sobre o que vi no estacionamento.

No intervalo, Adam e eu saímos juntos e nem fomos lanchar. Fomos atrás de respostas. Pra nossa sorte, encontramos Oliver sozinho, sentado próximo à fonte, mexendo em algo em seu celular. Então, aproveitamos a chance e fomos ter com ele.

_Oi Oliver! – disse Adam, educado – Como vai?

_Bem e você? – disse ele.

_Bem.

_E o Will? – perguntei me intrometendo na conversa.

_Não sabiam que estavam amiguinhos agora! – ele respondeu.

_Só achei estranho vocês não estarem juntos agora.

_O Will anda meio estranho ultimamente.

_Estranho? – perguntei querendo saber mais – Como estranho?

Oliver então se levantou com cara de desconfiado e me encarou por alguns instantes.

_O que você quer saber? – ele perguntou.

_O que você tem a me contar? – retruquei.

_Brincando de policial? – ele disse rindo.

_Eu não brinco! – respondi.

_Então um conselho: Não entre nesse jogo.

_Quem está jogando?

Ele soltou um sorriso de canta de boca e virou as costas para sair.

_Espere ai! – disse, talvez um pouco mais alto do que era pra ter sido.

_O que foi? – ele perguntou ainda de costas.

_Eu só queria saber um pouco mais dos meus novos colegas.

_Já imaginou que às vezes é mais fácil não saber muito dos outros?

E saiu.

Não tentei impedi-lo dessa vez. Estava convencido de que ele não iria falar nada sobre seu amigo. Eu tinha perdido!

_Você tinha que ter ido com mais calma! – disse Adam.

_Ele não contaria! – respondi.

_Da próxima vez, deixa comigo! Sou ótimo pra fazer as pessoas falarem.

_Bom saber!

Passamos o resto do intervalo andando por ai a procura do Will, mas ele havia sumido. Todavia, foi muito bom passar um tempo com Adam, ele era engraçado e falava das mesmas coisas que eu. Dessa forma, nos entendíamos. Eu sentia falta disso nas pessoas que conviviam comigo.

Quando estávamos de volta à turma, praticamente todos já estavam lá. O engraçado era que quase não tinha barulho lá dentro.

Percebi Chris vindo em direção, tentei fugir, mas não teve como.

_Então Math – disse ele – e nosso trabalho?

_Não sei. Só tem eu no seu grupo pra você perguntar? – respondi.

Acabei sendo um pouco grosseiro, mas a verdade é que eu já estava farto daquele garoto e não se tocava.

Olhei para Debby, ela estava boquiaberta. Virei meu olhar e todos na sala pareciam estar meio assustados. Então fui para o meu lugar e me sentei.

Chris estava imóvel.

_Chris? – Steffy chamou – Vem aqui. Fica aqui conosco.

Ele finalmente se mexeu e foi até lá e se sentou.

Ninguém dizia nada. Comecei a me sentir mal e permaneci calado. Isso de tratar mal outras pessoas nunca tinha acontecido comigo, mas naquele momento achei necessário, talvez agora aquele menino me deixasse em paz.

Na hora de ir embora, Debby não me esperou. Fui correndo até ela então.

_Com pressa hoje? – perguntei tentando descontrair.

_Eu sou a única pessoa pra você voltar pra casa? – ela respondeu.

_Pra falar a verdade, sim!

Ela não respondeu.

_Porque você está tomando as dores daquele menino?

_Porque você o tratou daquela forma na frente da turma toda?

_Você sabe muito bem o que ele fez comigo.

_Ele já disse que não foi ele.

_Eu não tenho certeza! E de qualquer forma, ele mentiu pra mim! Agora quer ser o bonzinho, eu não tenho motivos pra ser legal com ele.

_Escuta Math, você pode fazer o que quiser.

_Tem certeza que vai deixar esse falso ficar entre nós?

_Não sou eu que quero assim.

_Ah o problema sou eu!

_Você não era assim... Tá mudado!

_Você sabe dos meus motivos.

_Ok Math! Mas quando você tinha seus problemas, você costumava ser melhor do que isso... Não se abalava tão fácil. Você era um exemplo! Era...

Eu não sabia o que dizer. Virei uma estátua ali e Debby foi embora. Eu não conseguia me mover, lembrei então de Chris na sala. Até deixei escapar uma lágrima do meu olho direito. Foi ai que consegui que mover mexendo rápido minha mão em direção ao olho para secá-lo e ninguém perceber como estava.

Logo, o inacreditável aconteceu: Gabu apareceu em minha frente com um sorriso largo, encantador.

_Eai? – disse ele estendendo a mão – Como foi a aula hoje?

_Sem esporros por parte dos professores sem você lá! – resposta errada.

_Aquele bando de merda só sabem encher meu saco!

_E porque você não foi?

_Tinha umas coisas da empresa pra resolver.

_Você trabalha?

_Contando moedas numa empresa de cerveja.

_Legal.

_Não é legal. Só a parte que eu termino e fico jogando no computador de lá!

_Entendi.

_Pois é. Eu tava procurando o Adam pra pedir a matéria de hoje, mas acho que ele já foi. Tem como você me emprestar?

_Claro. Nem teve muita coisa hoje!

_Melhor! – ele disse rindo.

Então, abri minhas coisas ali mesmo e fui tirando o que ele precisava e o entreguei.

_Valeu irmão! Até amanhã...

_Até...

Ele já foi saindo depressa, me deixando ali satisfeito por tê-lo ajudado.

Segui para casa sozinho, aliás, acompanhado de um sorriso bobo que não saía de jeito algum do meu rosto. Nada mais me importava.

Definitivamente Gabu não era o cara que eu julgava. Ele era um cara legal.

Ao chegar em casa, já fui logo me jogando no sofá do jeito que estava e fiquei pensando nele. Foi quando percebi que eu tinha 0% de chances de ter o que eu queria algum dia. Não ia mesmo acontecer, era tudo fantasia da minha cabeça, que eu não conseguia controlar. Então, sem perceber, eu já estava aos prantos.


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Notas finais do capítulo

Próximos capítulos as coisas vão esquentar na cidade... Não deixem de comentar, por favor!



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