Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo


Sei que para toda fã Brittana como eu, imaginar Santana com outra garota não é legal e dá ciuminho. Mas tentem abrir as idéias, essa latina merece ser feliz!



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O dia começava cedo no clã HummelBerry. Rachel já se encontrava no banheiro fazendo seu ritual de preparação diária, enquanto Kurt preparava o café da manhã: Waffles com calda de chocolate.

Rachel estava radiante e com um semblante de pura ansiedade quando chegou na cozinha e assustou Kurt que estava distraído com a frigideira.

- Kurt, você acha mesmo que eu devo cantar aquela música?

- Querida, siga seu coração! Já falamos sobre isso! Seja você mesma, deixe sua marca para esses auditores!

A pequena assentiu com a cabeça e começou a comer, sem falar mais nada. Kurt querendo quebrar o gelo puxou assunto.

- E a Santanás? Pelo visto chegou bem tarde ontem. Acordei quando ela delicadamente –ele fez sinal de aspas no ar – adentrou no apartamento derrubando coisas.  Acho que o emprego deu certo.

- Espero que sim! Ela precisa de alguma distração naquela cabecinha. Ela está cada vez mais insuportável e mal humorada... Mas me diz Kurt, devo cantar mesmo aquela música?

O garoto girou os olhos em sinal de cansaço. Não aguentava mais falar sobre isso com Rachel. Sua sorte é que o dia da audição havia finalmente chegado. Hoje toda essa ansiedade terminaria.

- Rach, olha só as horas – Kurt se agitou ao olhar para o relógio e logo se levantou – Precisamos correr se não quisermos chegar atrasados. Os metrôs estão cada vez mais cheios e se eu chegar  5 min. depois do início da aula da Sr. Genevieve ela pode queimar meu filme em todo circulo teatral e musical da Broadway!

Agora foi a vez da garota girar os olhos diante do exagero de Kurt. Ela reconhecia o que era ser uma professora doida e logo o rosto de Cassandra dizendo que ela nunca passaria no teste de Funny Girl preencheu seus pensamentos.

Os garotos terminaram o lanche e saíram apressados do apartamento.

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A campainha não  parava de berrar e acabou acordando Santana. Ela odiava acordar com esse som. Quem ousava tocar a campainha tão cedo em plena quarta-feira? Onde estava o Hobbit e a Boneca de Porcelana? Ah sim, em NYADA. Eles tinham uma vida. Santana viu que o dia não prometia nada de bom se estava começando com essa campainha maldita soando.

Levantou ainda sonâmbula e arrastando os pés. Deu uma olhada no espelho e se viu toda descabelada. Estava só com seu pijama de verão, mesmo estando com frio. Pouco ligou pra sua aparência maltrapilha, chegou perto da porta e gritou.

- Quem é? – Ela perguntava debruçada no batente da porta, ainda ensonada.

- É a Jess...se quiser eu volto depois...

Santana arregalou os olhos e sentiu-se até mais desperta. Lembrou-se que na noite passada ela tinha feito uma nova amiga.

- Você não acha que é muito cedo para vir tocar a campainha dos outros ? – Santana não dava o braço a torcer.

- Depende...o que é cedo pra você? Para mim 13 horas já é horário suficiente para as pessoas de bem acordarem.

- 13 horas? Puta que pariu! – Santana agora estava totalmente desperta, mas o mau humor não tinha ido embora.

- Bom, já entendi que não vim numa boa hora, afinal você sequer abriu a porta pra mim. Vim te avisar que se quiser companhia para ir ao trabalho hoje é só tocar minha campainha. Quarto 204 se lembra? Saio as 17 daqui. Tenha um bom dia!

Jessica saiu sem sequer esperar uma resposta do outro lado da parede. Ela estava desapontada. Achou que Santana a receberia de um jeito melhor depois de tê-la ajudado na noite passada. Mas ela não era de agrados com quem a tratava mal. Dessa vez ela resolveu relevar, afinal ela pode perceber que a morena tinha acabado de acordar e ela constatou com os próprios olhos que a noite tinha sido bem corrida para uma iniciante.

Santana estava boquiaberta. Não era a intenção dela ter sido grosseira com a moça mas pelo visto ela fazia o estilo sensível e sequer esperou uma resposta. A latina então voltou arrastando os pés até o quarto e constatou olhando em seu celular que já passava das 13:10. Sentiu um pouco de culpa, afinal, mais uma vez, a ruiva só queria ser gentil.

A latina se vestiu rapidamente com as primeiras peças que encontrou e foi parar a cozinha a procura de algo para almoçar. O mau humor parecia ter aumentado. Agora ela se sentia culpada por ter tratado Jessica mal.

“Que saco...eu mal conheço ela! Porque estou preocupada com seus sentimentos?”

Santana tentou em vão comer alguma coisa ou se distrair com a TV. Não havia nada em ambas.  Eram 14:20 e ela teve uma ideia de redenção. Iria unir o útil ao agradável. Colocou seus tênis, pegou a bicicleta que Rachel raramente usava e desceu para a rua.

O trânsito estava caótico como sempre e as pessoas mais mal encaradas do que nunca. Morar naquele bairro era uma aventura. Lima Hights era um paraíso perto disso. Acelerou as pedaladas e depois de uns 10 minutos ouvindo buzinadas pelas barbeiragens que fazia com a bicicleta pelas ruas e atrapalhava o trânsito, logo chegou onde queria. Olhou para a fachada da confeitaria e sorriu.

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Jessica estava no seu apartamento.  Havia acordado inspirada hoje, decidida a arrumar seu guarda-roupa que se encontrava em pleno estado de caos. Depois de ter ido chamar Santana e ser mal recebida, ela voltou a sua tarefa árdua, que estava quase finalizada. Ela não havia parado sequer para almoçar e se espantou ao ver que já eram quase 3 da tarde. Hoje ela estava de folga da loja de cosméticos em que fazia um bico nos dias mais agitados. Ela era uma garota trabalhadora e queria juntar dinheiro. Mesmo que estivesse morta de cansaço por passar a noite toda dançando e servindo mesas no Coyote, durante 3 dias na semana ela trabalhava em outra loja para reforçar o orçamento. Ela gostava da vida corrida que levava. Era bom conhecer gente nova a todo momento, só era triste chegar em casa e perceber-se sozinha. Ela não tinha muito tempo para si mesma, ou para se divertir.

A ruiva estava acabando de colocar o ultimo cabide dentro do seu guarda-roupa (agora super organizado, sabe-se lá por quanto tempo isso duraria) quando ouviu batidas fortes na porta da entrada. Estava tão envolta em pensamentos sobre sua vida, que ao susto de ouvir a porta batendo virou-se rapidamente e bateu o dedinho do pé  num dos cantos da cama.

- Putz...cama filha da puta!

 Ela foi em direção a porta e mais uma vez ouviu mais batidas. Abriu uma fresta da porta e viu Santana com um sorriso tímido, parada em frente dela. Ela queria sorrir, mas a latina merecia uma vingança.

- Ah... é você! Já é hora de acordar agora?

- Vai me deixar aqui fora mesmo? Eu não sabia que você era do estilo rancorosa! – Santana deu um passo a frente quando viu que a ruiva abriu um pouco mais a porta. – Eu trouxe pra gente tomar um lanche da tarde.

Jessica agora não conseguiu evitar sorrir quando viu uma bandeja com 4 cupcakes coloridos nas mãos da latina que sorria com um olhar cativante.

- Entra sua mal criada! – Jessica agora abriu a porta totalmente e deu espaço para a latina passar – Não repara a bagunça!

- Como? – Santana não entendia a expressão, já que o cômodo estava bem arrumado.

- É uma expressão que a gente usa no Brasil quando alguém vem nos visitar... – a ruiva deu de ombros e apontou o sofá para que a latina se sentasse, enquanto ela puxava a mesa de centro para mais perto do móvel.

Santana observava o apartamento enquanto Jessica ia até a geladeira pegar algo para beberem. A latina observava os detalhes do loft, viu que a pintura nas paredes eram compostas de várias cores vivas. Tudo muito colorido, alegre. Pode ver o quarto no cômodo ao lado, com uma cama grande, com uma colcha também toda colorida, numa espécie de quebra cabeça bordado. Tudo era bem organizado.

A garota voltou e sentou-se ao lado da latina no sofá.

- E então, pesou a consciência?

- Eu não sou de pedir desculpas, nem de me sentir culpada, mas você foi tão legal comigo ontem, me ajudando e me dando dicas. Eu deveria pelo menos ter aberto a porta...

- Tudo bem, logo percebi pela sua voz rouca que tinha acabado de acordar. Eu só acho legal ter uma companhia para ir trabalhar... mas esquece, vamos comer esses cupcakes lindos e coloridos!  - Ela disse isso enquanto abria a caixinha de plástico retirando um dos bolinhos – Como você adivinhou que são meus preferidos? Quase nunca tenho tempo de comprar... a padaria é longe daqui... – Ela parou de falar e sorriu para Santana – Você foi buscar isso agora?

A latina assentiu: - Sim, de bicicleta!

- Oh! Não precisava se incomodar. Eu já ficaria feliz apenas com a sua visita!

Jessica sorriu enquanto dava uma mordida no cupcake e deixou o nariz sujo de chatilly. Santana observava o quanto ela era adorável comendo o doce e logo se lembrou de outra garota de olhos adoráveis, que brilhavam ainda mais quando ela estava feliz. Fechou os olhos e voltou para o momento, observando a garota linda a sua frente que a encarava com o rosto sério.

- Tudo bem com você? Ficou com um olhar triste de repente... – Jessica tinha um olhar preocupado, mas que provocou o riso da latina, pois a ruiva ainda tinha o chatilly na ponta do nariz.

- Tudo bem... é que as vezes eu sou assombrada por um fantasma do passado.

- Ok, me conte quando se sentir a vontade sobre isso. Sou uma ótima ouvinte. E também ótima em dar conselhos. Só não sigo o que eu falo. – a moça disse em tom divertido e de repente seus olhos se arregalaram quando percebeu que uma das mãos de Santana se aproximava do seu rosto.

- Tem chantilly, bem aqui ó – Santana passou o dedo polegar na ponta do nariz da ruiva enquanto segurava o seu rosto com os outros dedo, depois levou aos próprios lábios para provar. Deu uma lambida no dedo sujo.

Jessica só observou o movimento e não conseguiu evitar um pensamento obseno envolvendo chantillys e partes corporais inusitadas sendo lambidas.

- Vou pegar o de chocolate – Santana tentou descontrair ao perceber que Jessica tinha ficado vidrada no que ela tinha acabado de fazer. Afinal, porque ela fez isso? Estava flertando com a garota inconscientemente?

- Quer conhecer minha humilde “casa”? – Era a vez de Jessica tentar mudar de assunto.

Santana assentiu e ambas se levantaram e foram em direção ao quarto da ruiva enquanto comiam. Como Santana tinha observado a cama era realmente grande e Jessie explicou que o único luxo que ela tinha na vida era uma cama de rainha para dormir e descansar seu corpo em paz.

Santana olhou a ruiva de cima abaixou enquanto ela corria fechar as portas do guarda roupa que havia esquecido aberta quando foi atender a porta , e  mais uma vez pode reparar no corpo da moça. Agora com menos roupas que no bar. Apenas um short que deixava a popa do bumbum quase a mostra e uma camiseta branca com os dizeres BE HAPPY estampados na frente que denunciavam claramente que ela estava sem nada por baixo.

- É... Esse corpo com certeza merece o melhor! – Santana viu que tinha pensado alto, mas observou que a ruiva não tinha percebido a insinuação por continuava mostrando e explicando as coisas do quarto.

-... Eu estou assim toda desmazelada porque estou dando uma faxina geral aqui, como você pode ver. – Ela apontava para seu corpo e Santana engoliu em seco.

- Mas que horas você acordou? De onde vem toda essa disposição? – Santana ainda estava com dores nas costas e a sensação de sono atrasado e só havia trabalhado um dia.

- Daqui a pouco seu corpo se acostuma! Eu geralmente acordo as 9 para ir trabalhar. Mas hoje estou de folga e me dei ao luxo de ficar na cama até as 10!

- Bom, com essa super cama de princesa eu ficaria o dia todo nela, não só até as 10! – Santana pensou um pouco e resolveu falar – Aposto que você quase nunca dorme sozinha nela!

Jessica mudou a expressão sorridente e ficou com um sorriso murcho no mesmo instante.

- Isso foi um jeito de me chamar, na melhor das hipóteses, de “Aventureira”?

- Não... eu não quis dizer isso... é que essa cama é bem grande pra ficar sozinha em cima dela. Ela acentua mais a solidão! – Santana viu a merda que tinha dito e tentava remediar. – E qual o problema sempre ter companhia, você é uma garota atraente e o importante é ser feliz...

A ruiva melhorou o sorriso do rosto ao ouvir a latina chamá-la de atraente, mas tratou logo de explicar: - Obrigada. Sou atraente, mas antes de tudo amo meu corpo. Eu não o entrego para qualquer uma, mesmo que isso custe viver sozinha e carente. Melhor que você moça,  que namorava aquele cara estranho, o Brody.

- O QUÊ?! – Santana não pode conter um grito que fez Jessica se espantar e rir. – De onde você tirou isso sua doida? Era a desmiolada da Berry que namorava aquele boneco de plástico! Meu Deus, francamente... eu com aquele gigolô...

- É, eu sei dessa parte de ser gigolô...ele vive aparecendo lá no bar caçando alguma “acompanhante” dele. Deve ser ponto de encontro... Estranhei quando percebi que ele estava morando aqui. E então um dia o Kurt cruzou comigo e numa dessas conversas comentou que ele era o namorado de uma amiga dele. Achei que fosse você. Berry não tem cara que sai com gigolôs.

- Wow, calma aí...agora me senti ofendida também! Eu por um acaso tenho cara de quem precisa pagar pra sair com alguém? Ainda mais com aquele donkey face! E Rachel foi enganada, ela não sabia dessa “profissão” dele.

- Nossa, dessa eu não sabia! Achei que ela era conivente com isso...Maus entendidos acontecem não? – a ruiva se desculpava – A propósito, concordo com você, com esses olhos com certeza consegue o garoto que quiser num estalo de dedos!

- Na verdade... – Santana tomava coragem para dizer que meninos não eram seu prato favorito.

Jessica olhou de relance para seu relógio de pulso enquanto conversavam e quando Santana foi responder sua pergunta ela já estava a interrompendo e correndo para o guarda roupa recém-organizado.

- Santana, já são quase 17 horas! Precisamos nos arrumar se não quisermos pegar a hora do rush no metrô! Não estou te expulsando, mas é melhor você ir se vestir!

A latina preferiu terminar aquela conversa em um momento mais oportuno, assentiu com a cabeça concordando: - Eu volto em 20 minutos vestida!

- Eu preferia sem roupa... – Jessica disse isso e na hora Santana percebeu que ela havia ficava vermelha como uma tomate de vergonha. – É brincadeira, claro...

A morena riu fingindo acreditar na “brincadeira”, já perto da porta soprou um beijo para a ruiva e fechou a porta.

Jessica continuou olhando pra porta, deu um suspiro profundo e pensou consigo mesma:

“Oh Deus, não permita que eu, por mais uma vez, me apaixone por  uma garota hetero...”


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Notas finais do capítulo

Digam aí...até que elas são fofas! Comentem!



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