Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 55
Capítulo 55


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeem mil desculpas pela demora na postagem! É difícil arrumar tempo e concentração pra escrever. Quero tudo no capricho pra vocês! Não me abandonem! ;)



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- Santana, quando seu pai chegar quero que você conte com o máximo de detalhes que puder como isso aconteceu, eu quero esses criminosos apodrecendo atrás das grades! – a mulher falava alterada – Vamos atrás dos melhores advogados!

- Eu... eu não quero lembrar disso... – Santana tentava conter o choro, mas assim que olhou pra Jessie sentada ao seu lado com um olhar triste e depois pra sua mãe com ar de compaixão não conseguiu segurar e caiu nos braços da mulher a abraçando apertado – Eu não quero nem imaginar o que seria se a policia não tivesse chegado – falava entre soluços saindo do abraço e apontou para a namorada que se espantou com a raiva que a garota proferia aquelas palavras – Olha pra ela mãe, olha o que fizeram com meu raio de sol! – acariciou com cuidado o rosto dela que começava a chorar também – ela foi a que mais sofreu as consequências disso.

A visão da ruiva dos fatos era diferente, pra ela, quem mais se machucou havia sido Santana! Ela não merecia ter passado por aquilo, visto toda aquela cena. Não queria que os outros tivessem as mesmas lembranças que ela tinha, de ver alguém que se ama a sua frente sofrendo e se sentir impotente para impedir isso. Se culpava por não ter pensado em outra alternativa, outro caminho, por não terem saído mais cedo do bar e principalmente por desmaiado na hora crucial, deixando a namorada encarar aquilo sozinha... Ela remoia aquilo dentro de si e ouvia uma voz ecoando em sua mente:

Covarde, você não merece estar aqui...”

Afundou o rosto no pescoço da latina quando ouviu essa voz. Queria fugir dela, fazia tempo que ela não aparecia, tinha medo do que ela era capaz. Santana acariciava seus cabelos enquanto sua mãe fazia o mesmo nela e falava palavras de conforto para as duas.

- Vocês estão bem agora! – Maribel falava emocionada olhando para as duas meninas em prantos que não pareciam nem um pouco bem – Estão entre amigos! Com a ajuda do tempo e muito carinho, vamos fazer essa dor e essas lembranças irem embora! – ela olhou pra ruiva que tinha um olhar perdido – Jessica, eu estava louca pra te conhecer! Sempre que Santana falava de você eu ficava com mais vontade e ultimamente, quando conversávamos no telefone ou no Skype, era só sobre isso que ela falava – a garota conseguiu dar um sorriso tímido e olhou feliz pra latina que a observava deitada em seu ombro – Infelizmente imaginava as circunstâncias melhores.

- É um prazer conhecê-la também senhora! – a ruiva respondeu tímida – Queria recebê-la melhor, mas como vê, o clima não está muito favorecedor.

- Ver vocês a salvo é uma ótima recepção! – olhou aflita para as meninas mas tentou desviar desse assunto.

- Apesar de Quinn ter sido uma intrometida, eu amei ter sua presença aqui Mama... – a morena falava sincera – Parece que tem um peso aqui dentro... um susto e tanto!

- Yo lo sé... lo sé mi querida! – a mulher acariciava o rosto da filha – Tudo vai se ajeitar agora! Felizmente não chegaram a tocar em vocês!

- A senhora vai passar a noite conosco? Tenho um colchão sobrando... – Jessie parecia em alguns momentos se desligar da situação, do torpor que se encontrava e agia como normalmente era, uma garota gentil e preocupada em agradar – Posso dormir nele e a senhora fica na cama com Santana!

- No, por Dios! Claro que não! Fico satisfeita com o colchão, está perfeito! – ela olhou para o rosto e o braço engressado da menina – Você precisa muito mais de uma cama confortável querida! E meu nome é Maribel, não “senhora” – ela sorriu segurando no queixo da garota – Preciso agora, de um banho relaxante! Posso usar o banheiro?

- Claro! Santana vai mostrar onde fica. Pode utilizar o que estiver lá caso tenha esquecido alguma coisa! - ela deu um sorriso – Afinal, essa é a casa da sua filha também!

A latina que já se levantava pra acompanhar sua mãe, virou-se ao ouvir isso e viu um sorriso brincando no olhar na namorada sentada no sofá, se sentiu feliz. Abaixou-se e lhe deu um selinho demorado enquanto sua mãe seguia para o quarto para abrir a mala.

- Você é meu raio de sol! – ela sussurrou devagar – Sem seu brilho e seu calor vou congelar de tristeza! Mantenha esse sorriso meu bem! – trocaram outro beijo, agora mais longo, carinhoso.

A garota deu outro sorriso contido e concordou com a cabeça enquanto mordia o lábio inferior e via a latina ir de encontro a sua mãe e respirava fundo.

“Você não merece ela...você não merece ninguém!” – a voz gritou na sua cabeça e ela fechou os olhos implorando pra que ela fosse embora.

XXX

- Gente, que barra isso hein?! – Kurt se jogava no sofá exausto pelo dia que passou, as meninas concordaram com ele.

- Quinn, foi você que ligou pra Maribel? Não acredito – Rachel balançava a cabeça descrente – Santana vai te matar!

- Vai nada! Nessa hora o melhor é o abraço de uma mãe! – ela pausou pensando na sua própria mãe que não lhe deu apoio quando mais precisou, na época que ficara grávida e foi expulsa de casa – Talvez ela me ameace de morte amanhã, mas no fundo deve estar agradecendo por eu ter feito isso! – sentaram-se lado a lado no outro sofá, de frente para Kurt que estava pensativo.

- Foi muito legal você preparado um jantar pra gente... você se mostrou uma ótima amiga para elas! – a morena falou sem disfarçar que estava caidinha por ela – Passou a tarde toda lá... – terminou a fala e ficou olhando pra Quinn que pareceu tímida com a observação.

- Eu sei que ela faria o mesmo por mim, apesar de não demonstrar isso! – deu de ombros, voltou a encarar a amiga com seus olhos sedutores.

- Bom, estou acabado! Acho que só me resta dormir! – ele se levantou assustando as meninas que estavam em transe num mundo só delas – Podem continuar fingindo que não estou aqui – falou num tom ranzinza.

- Ohhh desculpe Kurt, não foi nossa intenção estamos apenas conversando... – Rachel tentou se explicar mais o amigo já ia pro quarto.

- Vê se pelo menos aproveitem o momento a sós! Vou colocar os fones de ouvido! – gritou do quarto provocando-as.

Rachel balançou a cabeça rindo, mas percebeu a loira a encarando enquanto mordia o lábio inferior com uma cara nada inocente.

- Quer brincar de que Rachel Berry?

- Eu... eu... – ela ficava encabulada principalmente por perceber o desejo surgir só de ouvir aquela voz rouca próxima ao seu ouvido – Eu achei que você estivesse cansada e preocupada demais com as meninas pra pensar em outra coisa que não fosse dormir – tentou disfarçar. Tinha medo de unir seus lábios nos dela pois sabia que não iria mais querer desgrudá-los.

- Eu estou um pouco cansada realmente... Mas nada que me impeça de sentir saudade de ficar próxima a você – Quinn ainda falava naquela voz lenta, se mexendo no sofá e sentando o mais próximo possível da morena enquanto colocava o braço no apoio do sofá roçando nas costas dela, puxando seu ombro trazendo-a mais pra perto – Fiz meu máximo por minhas amigas hoje, agora preciso pensar um pouco em mim – aproximou seu rosto do de Rachel e sentiu a respiração quente dela – Em nós... – as bocas agora estavam a centímetros de distância e ambas não resistiram a tentação de uni-las num beijo.

Se beijavam sem pressa, as mãos de Rachel mesmo hesitantes passeavam pelas costas da loira enquanto a de Quinn acariciava sua nuca e seus cabelos. Elas pareciam ter um fôlego eterno, o beijo não cessava e cada vez sentiam vontade de ficarem mais e mais próximas. A morena sentia seu corpo esquentar e se espantava com as sensações que tinha apenas ao sentir sua pele ser tocada por Quinn.

Rachel pausou o beijo e respirou fundo. Sentia seu coração batendo na boca. Ficou parada, retomando o fôlego, olhando assustada para a loira que a encarava de volta com um olhar curioso.

- Tudo bem Rach? – ela sorria vendo a menina tentando desviar o olhar.

- Tá... tudo legal! Eu só... – ela se abanava com a mão – Precisava respirar um pouco – sorriu sem graça.

- Respirou? – a loira já ia pra cima dela novamente com uma cara de assanhada mas Rachel desviou.

- Quinn... Melhor dormirmos... – ela falava de olhos fechados, pois a menina não desistia e dava beijos no seu pescoço e queixo deixando-a cada vez mais tentada.

- Você tá com medo de quê? – mais uma vez aqueles olhos de esfinge a tentavam decifrar.

- Medo? Eu não estou com medo de nada! – ela não conseguia olhar nos olhos da loira.

- Tá bom então... vamos dormir – ela ia se levantando do sofá sem olhar pra morena que estava em meio a uma luta dentro de si. Morria de vontade de começar outro beijo com Quinn sem pensar onde isso ia terminar, mas também tinha medo do que poderia acontecer se ela deixasse as coisas fluírem. Sentir o que estava sentindo por outra mulher era algo novo pra ela.

- Quinn, senta aqui... – Rachel falou baixo, quase implorando.

- Por quê? Pra gente parar na melhor hora?

- Pra mim, a melhor hora é estar com você, não importa como... – a morena sabia agradar quando queria e viu a loira titubear entre sentar no sofá ou ir para o quarto.

- Pra mim também Rach – ela se deu por vencida e sentou novamente ao lado da garota que deu um sorrisinho de vitória – Mas é que... bom, eu sou humana, tenho vontades, desejos – ela fez uma careta, tentando fazer a outra entender ao que ela se referia.

- Eu também sou um ser humano caso não tenha percebido e... Sinto a mesma coisa – falou tímida, olhando para as próprias mãos. Agora foi a vez de Quinn dar um sorriso de vitória.

- É, e você sente vontade de quê? – se aproximou mais da morena, colando suas pernas.

- Sinto vontade de fazer uma coisa que nunca fiz com mulheres... vontade de te tocar em partes que me envergonho pra falar em voz alta – ela ainda olhava para as mãos – E eu tenho medo de não fazer a coisa certa.

- Acho que nesse caso não existe coisa certa a se fazer, é só se deixar levar... – a loira deu um sorriso cativante enquanto deslizava as pontas dos dedos pelo pescoço de Rachel e descia pelo colo, percebendo a pele arrepiar-se por onde passava – Eu mesma, não sei muito sobre isso... Não acha que seria interessante descobrirmos juntas?

- Não sabe? – agora Rachel olhou espantada para Quinn pra ver sua resposta. Achava que a garota já era entendida no assunto.

- Não sei... – deu uma risada tímida vendo o espanto da morena – Acredita em mim! – deu um empurrão de leve no ombro dela rindo envergonhada – Vamos aos poucos, juntas, ok? – Rachel concordou com uma carinha marota – Não precisa ficar com medo de nada, ninguém vai te julgar e eu não sou nenhuma expert nisso! Santana é que sabe das coisas... – ela falou pensativa mas logo percebeu a cara de curiosidade da menina e viu que tinha falado demais.

- Como você sabe?

- Ué, eu imagino que ela saiba... – tentou desconversar.

- Quiiiiiinn... – Rachel fez um olhar repreensivo – Não vai me dizer que...

- Que o quê?

- Que você já testou os conhecimentos daquela latina safada! – a morena deixou a voz sair mais alto agora.

- Assim você vai acordar o Kurt! – a loira tentava disfarçar – Melhor irmos dormir, amanhã conversamos sobre isso – começava a se levantar, mas Rachel a segurou.

- Me conta...

- Contar o que?

- Você e ela já...?

- Sim. – Quinn fechou os olhos e respirou fundo - Ela foi a primeira e única – falou olhando para os pés agora, enquanto sentia o rosto corar - Por enquanto – ela fez questão de frisar para a morena que a olhava de boca aberta – Ah qual é Rach... quero que você seja a ultima!

- Ai, podia ir dormir sem essa... – a morena se levantou perdida, imaginando Quinn e Santana na cama, fazendo sabe-se lá que tipo de posições do kamasutra lésbico.

- Só uma vez... Ela me ajudou a perceber as coisas... – Quinn ia atrás da morena, falando com voz dengosa tentando fazer a garota olhar pra ela – Rach...

- Eu preciso colocar meus pensamentos no lugar – a morena falou rápido antes de fechar a porta do banheiro na cara da loira. Ia começar seu ritual de beleza e Quinn sabia que demoraria uma eternidade pra acabar. Ficou decepcionada com o caminho que a conversa tinha tomado, mas não ia dar o braço a torcer. Pelo menos essa parte estava dita.

- Ok, boa noite pra você também, sua chata! – Deu uma batida forte na porta e não obteve resporta. Se encaminhou para a cama de Santana, não iria dormir junto com a morena, queria dar um gelo nela. Deitou emburrada pensando em como Rachel é cabeça dura, mas logo se lembrou da situação que suas amigas se encontravam e sentiu-se egoísta, ficando brava com amenidades desse tipo. Logo sentiu o sono chegar e adormeceu rapidamente, realmente estava exausta.

XXX

Santana arrumou o colchão para que sua mãe dormisse na sala enquanto Jessie observava tudo sentada no sofá. Não podia ajudar com um dos braços engessado então dava um apoio moral. Depois que se despediram e Maribel finalmente se deitou pra descansar, a latina fez sinal com o dedo pra que a ruiva a seguisse até o quarto. Fechou a porta com um sorriso.

- Agora, sua vez – falou animada enquanto puxava a blusa da garota com delicadeza e passava sobre sua cabeça – Tenho que dar banho no meu bebê! – ela fez carinho no rosto dela e sorriu ao ver a ruiva dar um sorriso tímido.

- San, eu não quero te atrapalhar... só me ajuda a tirar a roupa que eu me viro lá no banho! – passou a mão livre pelo cabelo solto da latina de forma carinhosa.

- Mas do jeito que você fala parece que te dar banho é algo muito sacrificante pra mim! – sorriu a abraçando pela cintura – Eu sei que você faria a mesma coisa por mim! É um prazer lhe servir minha princesa! – falou enquanto se abaixava tirando a calça folgada que ela usava.

- Ainda sou sua princesa? – Jessie falou timidamente.

- É claro! Minha princesa guerreira! – Santana a cobriu de beijos delicados no rosto e acariciava sua costa nua.

Jessie pegou na mão da latina que estava sobre seu ombro e levou até sua própria cabeça, a garota apenas observou curiosa até que sentiu um pequeno relevo no lado esquerdo em meio aos cabelos ruivos.

- Cicatrizes de batalha da sua guerreira – ela deu de ombros vendo uma interrogação no rosto da morena – Traumatismo craniano. – continuou guiando a mão da namorada e deslizou pela lateral da barriga – Costela quebrada, uma perna... Me atropelaram e nem aconteceu nada com o cara que fugiu. Amanheci muitos dias depois no hospital e sequer pude dar um ultimo adeus pra Lola. – ela falou séria, as lágrimas pareciam ter se esgotado nos seus olhos – Sou fraca.

Santana não sabia o que dizer pra fazer a garota mudar de ideia sobre aquilo. Devia ser uma dor imensa sentir-se culpada por algo que não se pode ter controle algum. Acordar sabendo que nunca mais você poderá ver a pessoa que ama, conviver com o arrependimento de não poder salvá-la, de sua ultima conversa ter sido uma discussão. Mas ninguém pode controlar seu destino e a latina pensava na melhor maneira de mostrar para a ruiva que ela tinha dado o melhor de si diante daquela situação.

- Você continua sendo minha guerreira! – ela acariciou os cabelos avermelhados, passando a mão principalmente na cicatriz que ela nunca tinha notado – Nunca ouse se chamar de fraca! – beijou-a ternamente e depois pegou sua mão e foram caminhando em silêncio para o banheiro.

“Fraca, fraca, fraca...você é uma fraca!” – a voz cantarolava de modo provocativo dentro da cabeça da ruiva enquanto ela se deixava guiar pela namorada. 


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Notas finais do capítulo

Dias melhores virão! ;)
Paciência!

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