Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 54
Capítulo 54


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Sei que esse clima tenso enjoa, queremos felicidade, mas como disse o Pequeno Princípe: "É preciso que eu suporte duas ou três larvas se eu quiser conhecer as borboletas" ;D



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As garotas dormiram o dia todo. Kurt apareceu desesperado no apartamento antes de ir para a Universidade, já tinha sabido do ocorrido através de Rachel que voltara ao apartamento para se arrumar. Quinn cumpriu sua parte e não deixou que nada incomodasse as duas. Conversou com o garoto e contou o que sabia da história. Disse que avisaria quando elas acordassem. A garota não conseguia se tranquilizar e depois de muito relutar, fez uma ligação.

Lembrou que elas provavelmente não comiam desde o dia anterior e tratou de inventar alguma coisa para se alimentarem quando acordassem. O ideal era uma sopa de legumes como sua vó tinha ensinado quando ela era menor e a preparava para um “bom casamento”. Assim até Rachel poderia comer quando chegasse. Acabou se distraindo com os preparativos e evitava pensar em qualquer coisa que não se relacionasse com o jantar. Ouviu a campainha e foi rápido atender para evitar barulho.

Era Tracy, a loira alta, chefe das meninas. Se apresentaram rapidamente. A mulher tinha um ar preocupado e quando viu Quinn já começou a agradecê-la por estar “dando uma mão” para as meninas. Espiou pela porta e as viu dormindo tranquilas. A ruiva estava de barriga pra cima com o braço “bom” sobre os cabelos da latina, que estava virada de lado, abraçada a sua cintura com a cabeça escondida em seu pescoço.

- Meu Deus, esse pesadelo de novo... – Tracy passava a mão pelos cabelos como sinal de preocupação enquanto voltava pra cozinha. Sentou-se na cadeira assistindo Quinn mexendo a sopa na panela.

- De novo? – a loira mais baixa perguntou curiosa.

- Jessica passou por uma situação um pouco parecida com isso a pouco mais de dois anos atrás. A namorada dela na época, Lola foi atacada por dois homens que ela diz ter visto e foi encontrada três dias depois, sem vida, num parque do outro lado da cidade – ela falou com uma expressão desanimada – Foi assassinada brutalmente, não sem antes sofrer agressão sexual, no mínimo umas 5 vezes segundo a perícia médica.

- Pobre Jess... – Quinn via que as coisas eram um pouco piores do que pensava – E pobre Lola... que morte mais miserável!

- É... a coitadinha custou a se recuperar! A garota era sua vida fora do corpo. Vieram juntas do Brasil, não se desgrudavam! Ela se culpava muito por não ter conseguido impedir que isso acontecesse. Ela contou que depois que viu os rapazes abordando a namorada, correu tentar pedir ajuda, mas na correria foi atropelada por um bêbado nojento que voltava de uma festa e estava em alta velocidade. Acordou uma semana depois no hospital, não pode sequer se despedir da Lola em seu funeral. Quebrou uma perna, 2 costelas e teve traumatismo craniano devido a pancada do carro. Foi milagre ter sobrevivido.

- Isso parece um pesadelo – Quinn fez uma careta pensando que uma gravidez na adolescência não era nada comparado a isso – A Jessica é muito forte... vivia com um sorriso no rosto! Eu nunca iria imaginar pelo que ela passou, ela conseguiu superar bem...

- Todas achávamos que sim, mas não sei como vai ser agora, com isso acontecendo ela pode surtar outra vez! Vi ela dizendo pra Santana que é uma covarde lá no hospital. Mais uma vez está se culpando pelos acontecimentos...

- Elas vão precisar de todo apoio que pudermos dar! – a loira menor se sentou na mesa olhando pra Tracy que concordou com o que ela acabou de dizer.

- Santana aparecer na vida dela foi um santo remédio! Todas as garotas do bar e a mãe de Jess acompanhávamos com expectativa os passos que ela dava, apreensivas de que a qualquer momento ela voltasse a tentar se machucar ou se isolar do mundo. Sua amiga foi o que nos traquilizou! Graças a Deus, dessa vez elas tiveram sorte, nada de tão ruim aconteceu. Você me entende – olhou pra Quinn que concordava - foi ruim, mas poderia ter sido pior! Se acontecesse alguma coisa com a latina – ela fez o sinal da cruz – Jessica morreria junto! Não ia aguentar mais uma perda!

- Santana se faz de forte, corajosa, mas temo por ela também! Parece bem abalada! – falou pensativa – Sei que ela também sofreria demais se algo acontecesse com a namorada. Elas já estão muito ligadas, dói só de ver como se olham. Uma com pena da outra. É de cortar o coração!

- Vamos estar com elas... vão sair dessa! – Tracy falava confiante e Quinn concordava. No que dependesse dela e de Rachel, nada faltaria para as amigas.

Já era mais de sete da noite quando as meninas saíram do quarto com uma carinha um pouco melhor depois do descanso. Tracy tinha ido para o bar, estavam Kurt, Quinn e Rachel somente. Esperavam com expectativa elas acordarem e disfarçavam o nervosismo tentando assistir TV.

- Oi princesas! – Kurt tentou ser divertido, mas não pode evitar um olhar rápido de espanto para o rosto e para o braço engessado de Jessie.

- Oi pessoal... – Santana falou meio sem ânimo – Que cheiro é esse? – fez uma cara curiosa.

- Sopa, fiz pra gente! – a loira falou animada – Estávamos esperando vocês pra começarmos a comer!

- Você... sopa? – a latina estava espantada – Vamos ter que provar isso não é Jessie? – Santana olhou para a namorada que ainda não tinha dito nada desde que saíra da cama. Tinha apenas apertado a morena forte e sussurrado um “Eu te amo” antes de se levantar. Ao ouvir isso Santana se sentiu mais confiante e disposta a encarar o que as esperava além da porta do quarto.

Sentaram-se todos na mesa e ninguém sabia exatamente o que falar. Rachel começou a contar uma situação que a revoltou durante uma das aulas e Kurt concordava, sabendo quem era o professor. Quinn ouvia e olhava de relance para as meninas sentadas a sua frente. Comiam devagar, sem muita vontade.

- Tracy esteve aqui mais cedo – a loira falou chamando a atenção delas.

- Tracy é uma ótima chefe... – Jessica falou pensativa e voltou a ficar atenta a sopa que comia com pouco ânimo, os outros apenas trocaram olhares confusos por sua fala aparentemente sem sentido - Mas acho que não quero mais trabalhar lá.

Santana olhou espantada para a ruiva com sua declaração mas no fundo estava com esse mesmo desejo. Resolveu não dar continuidade ao assunto.

- Ela ficou por muito tempo? – a latina perguntou curiosa.

- Um pouco... queria ver vocês para ficar mais tranquila – respirou fundo lembrando do que Tracy havia contado sobre a história triste de Jessie e se perguntou se Santana sabia a responsabilidade que tinha nas mãos cuidando dela. – E aí Jessica, estou aprovada na cozinha? – a loira tentou puxar conversa com a ruiva. Depois que soubera da sua história a admirava imensamente por sua força de vontade e disposição de viver.

- Sim, gostei bastante da sopa! – ela falou sincera, mas parecia ligada no piloto automático – Obrigada por ter se preocupado conosco!

Santana a olhava orgulhosa enquanto acariciava sua mão, colocando-a sobre sua coxa. Continuaram comendo, fazendo alguns comentários vez ou outra. A campainha soou e todos se sobressaltaram com o barulho. A casa era da Jessie e ela não parecia disposta a levantar para atender.

- Jess? – a latina a olhou esperando algum sinal.

- Atende pra mim, por favor... Não deve ser visita pra mim mesmo – deu de ombros.

- Ok... fiquem atentos! – a morena levantou e foi pra porta. Estava ainda com receio da noite passada, sentia medo de abrir a porta, de ir pra rua, de sair do apartamento seguro. Mesmo sabendo que os caras que as atacaram estavam presos, ela temia que a qualquer momento eles apareceriam defronte a porta, querendo terminar o serviço.

Quinn observava a amiga ir até a porta, de forma apreensiva, tinha quase certeza de quem era a pessoa tocando a campainha.

Santana respirou fundo e abriu a porta. Ficou boquiaberta com o que viu.

- MÃE?! - a morena estava sem palavras olhando para a mulher parada a sua frente com olhos preocupados.

- Oh mi hija! – ela puxou a garota para um abraço apertado e depois começou a examiná-la, segurando em seu rosto, apertando seus braços. Queria ter certeza que sua filha, sua preciosa menininha estava realmente ali, sã e salva.

- Mama...como? – Santana estava um pouco sem palavras e imediatamente olhou pra Quinn que se entregou encolhendo um pouco os ombros de medo do que ouviria mais tarde.

- Porque não me ligou mi amor? Estou uma pilha de nervos, apesar da Quinnie ter me garantido que você estava sã e salva agora! – ela abraçava e beijava a filha – Estava com saudades...

- Entra, entra... – ela puxou a mão da mãe e caminhava constrangida até os amigos que ainda estavam na mesa. Jessica observava com um olhar enigmático – Estamos jantando – a latina tentava agir normalmente, querendo desviar o foco da conversa, o verdadeiro motivo por sua mãe ter aparecido de surpresa.

- Seu pai está num congresso no Colorado! Colorado acredita?! Liguei urgente pra ele e depois de muito tentar ele me atendeu! Ele vai tentar chegar aqui amanhã, mi Angel... ficou tão preocupado! – ela balançava a cabeça enquanto sentava no sofá que a filha indicou.

- Bom, acho que aqueles três ali você já conhece – apontou para os amigos do colégio – E a ruiva... – ela deu um sorriso contido – É a Jessica, minha namorada – a ruiva acenou tímida para a mulher. Não esperava conhecer a sogra tão cedo.

- Ahh Jessica... que linda! – a mulher se levantou toda espalhafatosa e foi em direção a garota que lhe olhou espantada e arregalou mais os olhos quando Maribel a puxou num abraço apertado – Sinto muito querida... sinto por você e por meu bebê!

- Eu também sinto – ela tinha a voz triste e queria evitar ao máximo contato visual com as pessoas, mas sabia que tinha que atrair a simpatia da mulher que ali estava – Fico feliz que tenha vindo, para dar apoio a Santana!

- Vim para dar apoio pra vocês duas! – ela passou a mão pelo rosto triste da garota que concordou com um aceno de cabeça e depois cumprimentou Rachel, Kurt e Quinn. Olhou a casa, com paredes coloridas e ar aconchegante – Vocês todos estão morando aqui?

- Não...nosso apartamento é no andar de cima Sra. Lopez – Rachel respondeu – Aqui moram somente a Jessie e a Santana.

- Morando juntas? – ela olhou pra filha querendo uma explicação, mas a garota só deu de ombros, não tinha paciência para explicações agora.

Santana queria ficar perto da mãe, mas também queria proteger Jessie, ficar perto dela pra que se sentisse segura. Foi até a namorada que levantava da mesa, tinha comido toda a sopa do prato o que fez a latina dar um sorriso satisfeito e levá-la pela mão pra sentar-se com sua mãe no sofá.

Quinn, Kurt e Rachel perceberam que aquele era um momento particular, trataram de colocar as coisas na pia de modo organizado. Já tinham lavado a maioria das louças, restavam os pratos, que a loira decidiu vir lavar depois.

- Vamos deixar vocês a sós, colocar as notícias em dia! – ela sorriu se aproximando das 3 no sofá – Qualquer coisa é só chamar! – a latina a olhou com uma cara mortífera. Agradecia do fundo do coração por sua mãe estar ali e lhe dar colo, mas ela queria ter dado essa notícia – Boa noite meninas! – deu um abraço em cada uma e Kurt e Rachel repetiram o gesto.

Saíram devagar e depois de total silêncio na sala, a ruiva falou.

- Vou para o meu quarto também, vocês tem muito o que conversar! – ameaçou levantar-se do sofá, mas a latina segurou a mão dela com olhos suplicantes.

- Não, você vai ficar!


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Notas finais do capítulo

O capítulo foi um pouco menor hoje, é que precisei dar "aquela" parada estratégica! hauhau
E aí, estão gostando? Odiando o que estou fazendo com as coitadas? Me digam minha gente! Sou toda ouvidos, ou melhor, olhos! ;D



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