Santana se espantou ao ser chamada pelo seu apelido pela garota que mal tinha conhecido. E ela tratou de explicar:

- Aqueles caras da mesa que você atendeu, quando voltei para entregar o pedido, me perguntaram por que a Snixx não veio. Pensei: Ela conseguiu um apelido  mais interessante que seu segundo nome – ela tranquilizou Santana e ao falar isso tocou rapidamente na perna da latina despretensiosamente. A latina se espantou com o toque  e o frio na barriga que sentiu quando ele foi feito. Sorriu para a ruiva a sua frente e explicou:

- A Snixx pra mim é praticamente outro ser extracorpóreo. Ela se manifesta quando eu fico um pouco irritada e foi isso que aconteceu quando aqueles caras disseram que queriam me comer – fez uma careta e completou – Acho que vou ouvir coisas piores com o passar do tempo não é?

- Ah sim! Mas você se saiu bem! Pessoas idiotas sempre vão aparecer por lá. Mostre que é superior. Eu já ouvi muitos desaforos e cantadas nojentas. É só fechar os olhos, imaginar-se no paraíso, sorrir e continuar como se nada tivesse acontecido. Tente manter a Snixx controlada – a ruiva alertou com uma expressão divertida no rosto. – Mas eu costumo deixar meu trabalho para trás assim que abaixo aquela porta do bar, então vamos falar de coisas mais interessantes: Você – tocou novamente a perna da latina, (que não se manifestou) mas dessa vez não tirou a mão - Há quanto tempo você está aqui na Big Apple?

- Cheguei fazem 3 meses. Moro com mais dois amigos em um apartamento alugado. Uma aspirante a diva da Broadway e um... bom, outro aspirante a diva também. E você? É brasileira mesmo? – Santana tentava não encarar a moça mas aqueles olhos tinham algum magnetismo e ela não conseguia evitar ficar olhando para eles enquanto a ruiva respondia.

- Estou em New York a 5 anos. E sim, apesar da minha brancura e cabeleirara exótica sou brasileira. Antes que você pergunte, eu não sei sambar, não gosto de carnaval e nem de futebol. – disse sorrindo.

- Eu não ia perguntar isso... – Santana se perdia nos olhos verde esmeralda e viu que estava sem palavras ou assunto.

A ruiva então continuou (a latina notou que ele gostava de falar): - Sinto muita falta do Brasil, mas amo New York! Vim pra cá sem um objetivo certo. Minha meta é ser feliz. Não importa onde, nem como. E enquanto eu estiver assim aqui, é aqui que vou ficar!

Santana concordou. Ela também se sentia sem objetivo nessa grande c idade e todos queriam ser felizes. Mas isso ela ainda não estava conseguindo totalmente. Vir para New York havia sido uma grande realização. Um passo para a vida adulta e a realização do seu sonho. Mas qual era seu sonho? Ela não sabia exatamente.

-... Eu vou descer aqui Santana.

A latina despertou de suas reflexões e viu que ela também saltaria nessa mesma estação e levantou-se ao mesmo tempo em que a ruiva.

- Eu também! – a latina não pode evitar um sorriso. – Que coincidência!

A ruiva sorriu em retribuição e desceram lado a lado. Caminharam em silencio por um tempo, cada uma com seus pensamentos e então a ruiva parou bruscamente e colocou um braço na frente de Santana pra que ela também parasse.

- Pera aí... você mora no loft da esquina, com a Rachel Berry e o Kurt  Hummel? Você é o motivo da gritaria que eu ouço quase sempre? – a moça perguntava com os olhos arregalados como se tivesse descoberto um grande tesouro.

- Sim, geralmente sou eu o motivo de gritarias, mas... - Santana fez cara de confusa – Como você sabe onde eu moro e sabe o nome das gêmeas Olsen?

Jessica riu do apelido que a latina colocou nos colegas. Riu também porque saber onde Santana morava era a melhor notícia que ela poderia receber no dia.

- É porque eu moro no andar de baixo do apartamento de vocês, simples assim – ao falar isso a ruiva tocou com o dedo indicador a ponta do nariz de uma Santana de sorriso embasbacado. E ela nem sabia por que estava sorrindo.