Capítulo 8 – Ilha do Lost

-Jo, acorda – murmurou Elijah ao meu ouvido e eu despertei imediatamente. Algo no seu tom de voz não estava certo.

-O que aconteceu?

-Jeremy desapareceu.

Sentei-me, ainda dentro do saco de cama, e esfreguei os olhos, tentando organizar os pensamentos.

-Como assim? Eu vi-o a ir para dentro da tenda ontem.

-Deve de ter desaparecido durante a noite. E juntando ao facto de que ontem alguém tentou matá-lo… - acrescentou ele, num tom mais baixo, só para eu ouvir.

-Oh. Vamos organizar uma busca.

-Sim. Eles já combinaram as coisas. Vamos subir o monte, á procura dele. Bonnie está a tentar um feitiço de localização, Stefan, Rebekah e Elena já começaram a caminhada.

-E Damon e Shane?

Elijah inclinou a cabeça para o lado e sorriu discretamente.

-Onde Shane está, Damon está. Eles estão aqui também.

-Está bem. Vou só vestir-me.

-Mas tu estás vestida – argumentou.

-Eu gostaria de mudar de roupa – corrigi. – Não gostaria de andar pelo mato com o meu pijama de flanela cor-de-rosa.

Ele assentiu, com um sorriso nos lábios.

-Eu espero-te lá fora.

Assim que ele saiu da tenda, consegui vestir a roupa do dia anterior e saí da tenda logo de seguida. Elijah pegou na minha mão e sem mais palavras, começámos a caminhar, em direção ao grande monte.

-Eu quero muito esta cura, não duvides disso – comecei. – Mas… será que eu a mereço?

-Que pergunta é essa? Claro que a mereces! Porquê esse pensamento agora?

-Não sei – encolhi os ombros. – Olha para a tua irmã. Ela, sem dúvida, merece-a tanto como eu. E Stefan? Ele terá para sempre aquele lado sombrio se não tomar a Cura. Depois há Elena… ela é uma péssima vampira, com a Ponte de Ligação a ligá-la ao Damon. De tantos, será que eu realmente mereço-a? E depois… também tu.

-Eu? – ele arregalou os olhos. – Eu o quê?

-Tu não a queres?

-Não tanto como a quero para ti.

Sorri ligeiramente.

-Mas se tivesses a hipótese… tomá-la-ias?

Elijah suspirou alto e fez-me parar, trazendo-me para perto do seu peito.

-Não. Estão todos a pensar que a Cura é uma espécie de cascata do Niágara, mas eu não acredito nisso, seria demasiado fácil. Então, não. Eu não irei tomá-la antes de ti. Digamos que é o meu presente de casamento para ti.

-Eu também estive a pensar noutras coisas – continuei. – Como o facto de eu continuar a envelhecer e tu não. Eu acabarei por morrer e o que será de ti? Conseguirás seguir em frente? Eu estive a falar com a Caroline sobre isso e também como vampira agora, sei como é que os sentimentos funcionam. Elijah, tu conseguirias viver sem mim?

-Eu... eu já pensei nisso, Jo – confirmou ele. – É a minha forma de te honrar. Eu tentaria seguir com a minha vida. Ou pediria para Klaus me empalar durante um século ou dois para depois tentar seguir em frente. Ou simplesmente morrer. Isso também é uma opção, mas… quando um vampiro Original morre, toda a sua linhagem morre, e ainda há vampiros por aí, que fazem parte da minha linhagem, dos quais eu me importo.

Acenei com a cabeça, compreendendo o que ele queria dizer.

-Não vamos pensar muito no assunto por…

-Eu também não te posso dar filhos.

Arregalei os olhos, surpreendida pela sua afirmação. Uma informação que Caroline não me tinha dado, talvez nem ela mesma soubesse.

-Sempre podemos adotar – sugeri.

-Tu sabes o que eu quis dizer – afirmou e eu suspirei alto.

-Sim, eu sei. Nossos filhos. Do nosso ADN.

-Exatamente.

-Podemos não pensar nesses detalhes agora? Eu quero a Cura e precisamos de encontrar Jeremy que tem o mapa que nos leva até ela.

-Claro – assentiu e continuámos a caminhar por várias horas, até vermos que Jeremy não estava em lado nenhum. Decidimos voltar ao acampamento e encontrámos apenas Rebekah, Stefan e Elena.

Jeremy continuava desaparecido. Bonnie evaporou-se. Shane fugiu. Damon estava algures, a remoer a discussão com Elena sobre a Cura. A pedra que Rebekah e Stefan tinham desapareceu.

-Ótimo! – exclamei. – De Mystic Falls, acabámos de entrar na ilha do Lost!

©AnaTheresaC