Heart Attack escrita por ariiuu


Capítulo 3
Um segredo bizarro


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu com mais um capítulo. Confesso que eu mesma não esperava que fosse conseguir escrever algo tão estranho, mas espero que gostem :P
Divirtam-se!



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Heart Attack



Um segredo bizarro


“Eu respirei o ar da manhã, e tudo o que eu podia sentir era o cheiro do mar e do orvalho na grama do navio. Eu precisava aumentar o nível de glicose no meu sangue. Precisava comer algo que açucarasse a minha vida que havia se tornado amarga. Depois daquela tarde onde quase fui capturada por bandidos no centro de Dressrosa, tive que me deparar com algo que meu coração não estava preparado para sentir. E consequentemente meu corpo. E agora, minha mente. Queria mesmo estar errada, mas o fato é que não consigo lidar muito bem com essa história ridícula de razão e emoção. Eu queria mesmo é acreditar que o único motivo de viver, além dos meus sonhos, era o dinheiro... E infelizmente o dinheiro não pode comprar uma borracha pra apagar o que estou sentindo. Por que raios isso teve de acontecer de novo!!? Eu faria um testamento, deixando todo o meu tesouro para os meus futuros filhos, caso existisse mesmo uma borracha que apagasse esses malditos efeitos...”


...


Costa ao sul de Dressrosa



A tripulação prosseguia com o plano de derrubar um dos Quatro Imperadores, porém, Law precisava enviar uma mensagem para um de seus companheiros que se encontrava em Dressrosa, mas zarparia naquela noite para uma ilha que não era Zou. Ele estava com a fruta Mera Mera no Mi, que Luffy havia conseguido na batalha contra todos os competidores do coliseu, mas isso era um fato oculto aos espectadores daquela batalha. Caesar também havia sido devolvido como planejado. O plano estava tomando um rumo que nem mesmo Law havia previsto.

Já havia amanhecido e todos estavam acordados, matando o tempo com suas atividades matinais. Nami estava na cozinha fazendo algo diferente para comer. Ela cantarolava enquanto preparava seu doce no fogão, porém se assustou com alguém que adentrou ao local de forma inesperada. Na mesma hora ela esbanjou uma careta quando olhou para o sujeito.

– Traffy-Kun... Mas que surpresa desagradável...

– Onde tem um canivete?

– Canivete? Você acha que a cozinha é lugar de canivete?

– Eu só quero um canivete. Não sua opinião. – O moreno procurava impaciente pelas gavetas do armário. A ruiva ficou exasperada com a resposta mal criada do shichibukai.

– Por que não vai à oficina e pede um pro Franky!? Sua presença está me incomodando! Não vê que estou ocupada!?

– Nossa... Eu não imaginei que uma pessoa como você pudesse cozinhar... Por acaso isso é comestível...? – O cirurgião sorria de canto enquanto desdenhava da ruiva que se encontrava com uma colher de pau mexendo freneticamente algo dentro de uma panela no fogão. Ela ficou indignada com a resposta mal criada.

– Mas é claro que é comestível! Por acaso já ouviu falar em brigadeiro!? Provavelmente não e você também não deve gostar de doces, já que sua alma é amarga, aha-ahahahahahahahaha!!! – Enquanto ria, a navegadora provava uma porção do brigadeiro como se quisesse abafar o riso. Ela nem mesmo reparou que o cirurgião se aproximava.

Nami estava tão distraída que não reparou naquele movimento. Quando deu por si, Law já havia passado suavemente o polegar pelo lábio inferior dela, tirando a camada de chocolate do local e saboreando logo depois. A ruiva se manteve estática diante daquele movimento ousado.

– Você está enganada... Eu gosto de doces... – Ele dizia enquanto virava de costas para ela. Naquele momento Nami não entendia por que internamente se encontrava em turbulência, então ela decidiu quebrar aquele clima estranho entre os dois.

– Por que não disse antes...? – A voz embaraçada da mesma mostrava o quanto ela se sentia acanhada diante daquela ação ousada dele.

– Eu realmente preciso de um canivete. – Aquele timbre misterioso, os gestos concisos e aquela aparência magnífica chamavam a atenção dela. Algo estava errado. Desde quando ela gostava de reparar como aquele cabelo liso combinava harmonicamente com o rosto que mostrava traços tão perfeitos? E o olhar enigmático que quando cruzava com o dela, parecia ir além e decifrar o que havia de mais oculto? Provavelmente ela estava louca e aquele devaneio era o mais ridículo que já teve em sua vida.

Querendo sair do transe, ela resolveu ajuda-lo na missão de achar um canivete.

– Espere aqui. Vou achar um canivete pra você.

A única coisa que Law pôde ver em seguida foi a porta batendo. Se perguntava por que a ruiva lhe ajudaria, sendo que ela não tinha motivos para isso. Pelo contrário. Ela deveria odiá-lo pelo que fez com ela.



...



– O que um canivete estaria fazendo na biblioteca...? – Nami se perguntava quando havia perguntado para o cibirgue sobre um e o mesmo dizia que o objeto estava na biblioteca. A ruiva remexeu em várias gavetas dos armários, porém não achara nada. Quando olhou para o lado, viu as coisas do cirurgião em cima de uma das mesas. E lá estava o mapa de Dressrosa que um dos companheiros dele havia desenhado. A navegadora parou para observar o desenho e resolveu apanhar o papel para analisar direito. Nisso, outros papeis caíram no chão.

– Como sou desastrada... – Enquanto juntava os papeis para coloca-los de volta no lugar, ela percebeu uma foto no meio deles. A curiosidade falou mais alto e Nami resolveu averiguar.

Automaticamente os olhos da ruiva abriram mais que o comum. Um espanto alarmante tomou conta do rosto dela e a mesma começou a soletrar coisas que nem mesmo ela entendia.

– Mas... O-o que... QUE MERDA É ESSA!!!?



...



Law se encontrava impaciente em frente a porta que dava ao convés. Lá, todos estavam fazendo coisas ridículas a seu ver. Mas não importava. Logo eles partiriam para o próximo passo daquele plano maquiavélico que os levaria para algum lugar que ele ansiava em chegar.

– Eu não disse pra você me esperar na cozinha...? – Nami chegava sorrateiramente no local. Law a olhou de canto, achando patética aquela pose, pois ele jamais seguiria uma ordem dela.

– Você achou o canivete...?

– Não. Mas achei algo bem mais interessante... – Ela articulava de forma ousada.

– É...? Uma faca de cozinha...? – Desdenhava de modo provocativo.



– Não... Sua foto abraçado com a Dra. Kureha...



Law arregalou os olhos e sentiu uma forte constrição no estômago. Já Nami esbanjava um sorriso malicioso e macabro. O que a ruiva tinha em mãos que provocara um alarme assombroso no cirurgião era uma foto onde Law se encontrava acariciando as mechas louras da mentora de Chopper, enquanto a mesma se encontrava com uma das mãos no pescoço dele.

– Como você...? – O shichibukai não continuou. Ele suava frio.

– Além de cadáveres, você também flerta com mulheres de terceira idade...? Agora entendo por que me dispensou e ainda me fez em pedaços... Você deve ser adepto a esses fetiches sexuais bizarros... Não é...? Daqui a pouco você vai me dizer também que sente atração por animais... – Nami se sentia completamente revigorada. Era como se naquele momento conseguisse se vingar por Law tê-la menosprezado e lhe cortado em pedaços.

– Espere... Como sabe o nome dela...? – O assombro dele se tornou ainda mais perceptível quando ele percebeu que ela podia conhecer a médica da ilha de Drum.

– Quer mesmo saber...? – A petulância de Nami alcançava as alturas da estratosfera. Aquilo feria drasticamente a autoestima dele. A ruiva não esperou que ele perguntasse de novo. Resolveu dizer a verdade logo depois.

– A Dra. Kureha é a mestra do Chopper. Foi com ela que ele aprendeu tudo sobre medicina. Eu havia pegado uma doença em Little Garden e ela cuidou de mim. Todos a conhecem, com exceção de Robin, Franky e Brook.

– Aquela rena não me era estranha desde o começo... – Law puxava da memória algo como se a Doutora mencionasse sobre um pupilo que era um animal e também usuário. Várias gotas desciam da testa do cirurgião. Sua feição era de espanto e indignação.

– Bem... Então vamos...?

– O quê...? Vamos para onde...? – Law perguntava tentando entender o sentido daquela questão.

– Para alguma boutique no centro de Dressrosa. Eu escutei a conversa com seu companheiro no Den Den Mushi. Hoje você vai encontra-lo num baile da corte real.

– E o que tem isso...? – Ele indagava desconfiado.

– Eu quero ir a esse baile. Então você terá que comprar um vestido pra mim, pois essa é uma ocasião especial. – A navegadora completava sorrindo ternamente. Era nítido que aquilo era uma ameaça.

– E se eu disser não...?

– Bem... Acho que todos aqui vão saber sobre o seu caso amoroso com a Doctorine... – Nami sorriu vitoriosa, mas se surpreendeu com o veloz movimento do shichibukai, que em frações de segundo arrancou a foto das mãos dela.

Eu me recuso. – Ele ergueu a foto no intuito de mostrar que havia a pegado de volta.

– Hmm... Você acha mesmo que sou idiota...?

– O quê...? – Law não entendia.

– Não me chamam de Gata Ladra por acaso, sabe...? – Ela o encarou firmemente.

– O que você fez...? – Perguntava, já sabendo o que ela talvez respondesse.

– Tirei várias cópias dessa foto e deixei espalhadas em muitos pontos estratégicos do Sunny... Então, acho melhor você reconsiderar a ideia de comprar um vestido apropriado para que eu vá ao baile... E com você...

Mais gotas escorriam da testa dele. Law sabia que não devia ter mexido com aquela garota daquele jeito. Ela era mais perigosa do que imaginava.

– Maldita aliança...



...



– Esse lugar é realmente lindo! – Os olhos da ruiva brilhavam quando vislumbravam a arquitetura local da ilha. Embora andassem sem disfarce no rosto, trajavam capas pretas com capuz.

– Vamos logo comprar esse vestido. Precisamos voltar para o navio.

– Eu sei. Precisamos voltar logo pra eu poder me arrumar! – A ruiva dava uma piscadela no ímpeto de provoca-lo ainda mais. Law pretendia ir naquele baile sozinho, mas graças à ruiva, a tripulação inteira tomou conhecimento e todos “se convidaram” para o evento.

– Ali! Vamos naquela loja! – Nami corria contente. Depois de dois anos em Watheria, aquele seria o primeiro evento que iria. Afinal, foram dois longos anos presa numa ilha apenas treinando.

Um estranho grupo se aproximava rapidamente. Eles trajavam roupas pretas e estavam armados e a cavalo. As pessoas ao redor gritavam desesperadamente, pois os mesmos estavam roubando e agredindo todos no meio da rua.

– Saqueadores...? – Law indagava, analisando se não eram empregados rebelados de Doflamingo ou então simples bandidos.

A ruiva ouvia o barulho da confusão e então parou no meio do caminho. Quando resolveu virar o rosto, curiosa com a aglomeração, um dos homens a capturou jogando-a em cima do cavalo.

– ME SOLTAAAAAAAA!!! – Ela gritava desesperadamente, tentando fugir do enlace. No mesmo momento, Law atentou para a cena e logo passou a agir. Se não fizesse nada, levariam a navegadora. Não que fosse má ideia, mas a aliança com Luffy era mais importante do que seus recentes problemas pessoais com Nami.

– Room... – A auréola em volta do pulso do cirurgião se expandiu, formando o círculo. Law facilmente teve o controle do corpo da ruiva e a levitou, tirando-a das mãos do bandido. Um movimento tão veloz, que em segundos a mesma foi parar nos braços do shichibukai.

– Você...

– Vamos fugir. Eles são muitos.

– O quê!? Mas você pode facilmente acabar com todos eles num piscar de olhos!!!

– Eu não quero chamar atenção.

Os dois passaram a correr rapidamente e os bandidos os perseguiram.

Law segurava a mão da ruiva, lhe conduzindo por várias ruas que conhecia. A prioridade era despistá-los, e essa tarefa permaneceu por longos minutos.

Depois de muito correrem, eles adentraram a um beco e se esconderam atrás de dois refrigeradores externos de um restaurante ao lado. Law prensou Nami na parede, ficando de frente para a mesma. Ambos estavam ofegantes, pois correram por muito tempo. Os bandidos passavam na avenida, procurando pela dupla.

– Eles... Já foram...?

– Sim...

– Droga... Pensei que eles realmente iriam me levar embora... – Ela articulava com dificuldade.

– Seria ótimo, se você fosse levada por um deles... – O shichibukai sorria encarecidamente e uma veia surgia na testa da ruiva.

– Tudo isso só por que descobri seu segredinho bizarro...? Você é um cara estranho. Prefere cadáveres e mulheres velhas a uma linda mulher no auge de sua beleza.

– É mesmo...? Seu ego está tão ferido a ponto de se sentir menos que um cadáver e uma mulher com quíntuplo de sua idade...?

– Não. Você está enganado... Eu não me incomodo com isso, por que você não é uma pessoa normal. Qualquer homem daria tudo para estar comigo agora...

– Você tem razão... Eu não sou igual aos homens normais...

– Heh... Vejo que finalmente se convenceu disso, então por que não assume logo sua paixão por cadáveres, velhinhas e ani-

Nami não conseguiu terminar a frase. Ousadamente Law havia lhe roubado um beijo no ímpeto de fazê-la se calar.

Os lábios dele eram suaves e quentes. Os olhos dela se mantiveram mais abertos do que o normal, pois seu cérebro ainda tentava processar o motivo do mesmo estar ali, movendo delicadamente seus lábios sobre os dela. Um toque excitante e demasiadamente delicioso. Ela sentia a imensa vontade de empurrá-lo, mas seus instintos pediam por mais. Seu coração batia mais rápido e os efeitos sentidos eram os mais intrigantes. Foi então que seus olhos fecharam e seus braços envolveram o pescoço dele num enlace. Naturalmente as mãos do shichibukai desceram até a cintura da navegadora. A partir daquele momento, ele sentiu que ela passou a correspondê-lo, e por mais que quisesse rir, se sentia aprisionado pelo doce toque da ruiva. Seu beijo tinha sabor de laranja. Tal como seu perfume. E a forma como os dois se rendiam um ao outro mostrava um magnetismo mútuo.

Quanto mais Nami sentia seus lábios sendo explorados de forma ousada, mais seu cérebro lhe dizia para parar. Foi então que deixou o que sentia de lado e tomou sua consciência de volta. Por mais que Law fosse um homem extremamente atraente e interessante, ele não tinha o direito de beijá-la sem sua permissão. Um violento e sanguinário movimento fez o cirurgião se afastar e a única coisa que ele pôde sentir foi seu lábio inferior sangrando, pois Nami havia lhe mordido ferozmente.

Ele a encarou cinicamente enquanto lambia o sangue que escorria pelo lábio de forma provocativa. A reação da ruiva foi a pior possível.

Se você fizer isso de novo... Eu juro que vou enviar aquela foto para os maiores jornais da Grandline... – A carranca da navegadora era a maior prova de que não estava blefando.

Mais uma vez ele a correspondeu com seu olhar misterioso, frio e pra completar... Audacioso.

– Você diz isso, mas não consegue resistir a mim, não é mesmo...? Nami-Ya... – E mais uma vez aquele sotaque sexy junto daquele sorriso debochado e tão petulante, arrancava novas veias na testa da navegadora.



– Vá sonhando... Seu necrófilo...¹















E êis aqui a foto que fez com que a Nami manipulasse o nosso sádico e ardiloso shichibukai:



Dra. Kureha: Sua sortuda! ;D


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Notas finais do capítulo

¹ Necrófilo = Pessoa que pratica perversão da necrofilia. Tradução mesmo = Pessoas que violentam cadáveres :D
Se eu demorar mais de duas semanas para postar é por que estou muito ocupada com meu trabalho. No próximo capítulo a Bonney entrará em cena. Pobre Law... :B Estou esperando os reviews ^/