Heart Attack escrita por ariiuu


Capítulo 19
O sol da meia noite


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora de mais de duas semanas. Fiquei presa com outra fanfic (que já concluí) e agora apareceu três trabalhos com curto prazo de entrega. Não tive tempo para escrever nesses dias, então fui fazendo o capítulo aos poucos e só hoje terminei.
Este capítulo é crucial para os fatos dramáticos. Finalmente entra em ação o vilão dessa fase horrível que a ruiva está passando. O que vai acontecer? Acompanhem e descubram!



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Heart Attack


O sol da meia noite





...




“Não era como se tudo tivesse desabado diante de mim... Era pior... Estava presa num labirinto cujas paredes eram feitas de espinhos, chamas e veneno. No chão havia cacos de vidro e caia várias armadilhas do teto. Para onde eu iria...? Alguém me ajudaria a sair dali...? E caso encontrasse a saída, o que me esperaria...?”




...





Nami finalmente havia acordado depois daquela longa noite de tortura. Ela se encontrava um pouco receosa por continuar naquele laboratório, mas Law havia lhe advertido a continuar ali até certo horário. Enquanto isso, ela aproveitaria um delicioso café da manhã que ele mesmo havia preparado.

Antes de sair, o cirurgião lhe deixou um bilhete.

“Eu preparei seu café da manhã com nutrientes ricos em vitamina C, que é essencial para cicatrização. Coma à vontade e depois me encontre do lado de fora da mansão, perto da maior árvore do jardim às onze horas. Te explicarei sobre o plano de fuga. E não se esqueça de vestir as roupas que deixei aí em cima. É o tradicional uniforme de escravos, mas estas estão limpas.”

Após ler o bilhete, Nami sorriu. Ele não parecia ser a mesma pessoa de semanas atrás... A forma como lhe tratara atualmente era bem diferente de antes. Será que tinha acontecido algo...? Mas não importava. Ele estava ali para tirá-la daquele sofrimento... Não haveria o por quê não acreditar em suas boas intenções.




...



Law estava totalmente atento aos passos dos Tenryuubito, e os mesmos sabiam sobre a movimentação de vários guardas de Impel Down ali. Alguns deles haviam chegado com novos escravos, fora as mercadorias que os dragões celestiais encomendavam. Todos estavam devidamente distraídos, como o cirurgião suspeitava.

Estava quase dando o horário do encontro, mas ele partiu mais cedo para o local combinado.

Ao chegar lá, se surpreendeu ao ver que Nami já havia chegado. Ela trajava as respectivas roupas de escravo e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo firme.

– Por que veio cedo...? – Ele perguntou logo que chegou e a ruiva se dirigiu à ele.

– Por que estou curiosa com o plano... Me diga logo como sairemos daqui...

Law parou por um momento para analisa-la. Ela parecia bem. Seu semblante estava diferente do outro dia.

– Como está o ferimento...? – Ele perguntava enquanto fixava o olhar no local.

– Está tudo bem e não estou sentindo mais nada, como você havia dito antes. Obrigada por cuidar tão bem de mim... Você é um excelente médico... – E após o agradecimento, ela sorriu ternamente. Um sorriso tão confino e agradável...

– Eu apenas fiz o que deveria ser feito... – Lentamente ele virou o rosto, um pouco modesto com as atuais palavras e gestos da ruiva.

– Agora me diga logo como será esse plano.

– Certo... Daqui a três dias chegará uma nova carga para os Tenryuubito, mas tomei conhecimento que eles despacharão outra. Você vai se infiltrar no meio dessas mercadorias que estarão dentro de uma carruagem.

– Mas como farei para entrar sem que ninguém veja...? E você...? Ficará aqui...?

– Minha habilidade me permite usar teletransporte. E eu sou um soldado da prisão, esqueceu? Assim que cumprir meu dever, voltarei para Impel Down. – Ele sorriu convicto, mostrando que ela deveria se preocupar mais consigo mesma do que com ele, já que seu disfarce também era uma forma de se manter seguro.

– Você tem certeza que esse plano dará certo...? – Ela arqueou uma sobrancelha, duvidosa.

– Com a minha habilidade, isso vai ser fácil... Não se preocupe com os detalhes. Temos alguns aliados do lado de fora que nos ajudarão caso algo dê errado.

– Que aliados...? – Nami contestou desconfiada.

– Você não precisa saber agora. Quando sairmos daqui, você os conhecerá.

– Tudo bem... Mas o que devo fazer enquanto isso? Continuar trabalhando como se nada estivesse acontecendo?

– Isso mesmo. Mas estarei sempre por perto para garantir que você não seja maltratada.

Nami alargou o olhar. Por que ele estava sendo tão gentil e prestativo...? Por que ele deixava tão claramente que a protegeria caso alguma coisa acontecesse...?

– Você... É o mesmo Trafalgar Law que eu conheço...?

– Creio que sim, por quê...?

– Você... Está diferente...

E após a frase, um vento forte soprou, quebrando o silêncio que havia pairado entre os dois.

Law não sabia o quanto estava agindo diferente com ela, mas sabia e admitia pra si mesmo que algo havia mudado drasticamente de lugar...

– Eu estou apenas zelando por sua segurança por que prometi ao Chapéu de Palha que cuidaria de você... – Afirmou um pouco desconsertado. Ele não podia simplesmente dizer que estava fazendo tudo aquilo por que queria protege-la de verdade.

– Aah... Então você está fazendo isso por Luffy...? Entendi... – A ruiva respondeu um pouco desapontada. Por um momento chegou a pensar que o cirurgião estaria agindo daquela forma por outros motivos...

– Seja como for, agora vá. Não podemos correr o risco de sermos pegos.

– Tudo bem então. – A ruiva olhou ao redor, para logo depois começar a caminhar para longe dali, porém, ela parou no meio do caminho, ficando alguns passos longe dele.

Ela se virou e o encarou seriamente. O moreno não entendeu.

– Tome cuidado... – Foi tudo o que a ruiva conseguiu dizer. Ela precisava dizer aquilo, pois em meio a tanto zelo e atenção que o mesmo lhe dera, ela se sentia na obrigação de dizer algo que o incentivasse.

– Não se preocupe. Eu ficarei atento. – Ele sorriu completamente satisfeito, para logo depois ver a ruiva correr para longe dali.

Aquele pequeno gesto que mostrava o quanto ela estava preocupada, de longe havia lhe deixado feliz. Um motivo totalmente supérfluo, mas que fazia toda a diferença.


Mas a alguns metros dali, havia alguém escondido atrás de uma das árvores do jardim. Ele presenciou toda a cena.

A após ver o cirurgião se ausentar dali, ele sorriu.

– Eu não tenho ideia de como esse cara veio parar aqui por sua causa, mas não vou deixa-la escapar tão facilmente de mim... Nami... – Arlong estava convicto que no momento certo, pegaria a ruiva mais uma vez e finalmente teria sua vingança.




...




Faltavam quinze minutos para a meia noite e efemeramente a mansão ficou agitada. Alguns Tenryuubito se moviam ansiosos, esperando a entrega de uma mercadoria.

Finalmente a carga havia chegado, e o dono da mansão saiu para recebê-la pessoalmente.

Uma garota saiu de dentro da carruagem que havia entrado no estabelecimento do Dragão Celestial.

O Tenryuubito foi logo averiguar.

– Boa noite. Entrega para o senhor Haroldo.

– Sou eu! Você trouxe o que pedi!?

– Sim, mas preciso dar algumas advertências sobre a mercadoria. – Uma garota vestida com um uniforme de empregada e cabelos negros compridos dizia enquanto segurava um imenso pacote.

– Me diga garota... Quem foi que te enviou...? – O Tenryuubito perguntava discretamente.

A garota moveu os lábios ocultamente.


Joker...


– Ótimo. Era tudo o que precisava saber...

– Preciso lhe instruir sobre as formas de uso e-

– Eu não quero saber disso pirralha! Passe logo esse pacote pra cá!

– Mas-

– Está se opondo a uma ordem dada por um Dragão Celestial!? – O homem se impôs enquanto apontava uma arma na cabeça da garota.

– Não senhor... - Ela respondeu imobilizada, mas crente que se pudesse, acabaria com aquele homem num piscar de olhos.

– Qual é mesmo o seu nome...? – Ele perguntou enquanto ainda a ameaçava.

– Baby 5. – Ela redarguiu receosa.

– Direi ao seu superior que está fazendo um péssimo trabalho!

– Então creio que poderá conversar com ele a respeito disso nesse exato momento...

– Por quê...? – O homem redarguiu desconfiado.

– Por que ele já está dentro de sua mansão lhe aguardando para tomarem um chá.




...




Law havia se separado dos outros soldados que se encontravam na mansão. Já era tarde, mas antes de se recolher, ele averiguaria como a ruiva estava.

Enquanto andava pelos corredores de dentro da mansão, ele percebeu uma presença estranha, porém familiar...

O moreno analisou estrategicamente tudo ao redor. O ambiente estava calmo e um pouco escuro, já que algumas luzes se encontravam apagadas. Mas havia algo estranho... E era óbvio que alguém estava ali... Ele podia sentir a presença de alguém... E não era um dos soldados, escravos ou mesmo os espalhafatosos Dragões Celestiais... Parecia ser alguém perspicaz a ponto de apagar sua presença facilmente e tão nitidamente... Porém, Law confiava em seus instintos, que diziam para se manter o mais alerta possível.

– Seja quem for que estiver aí, apareça... Não pode ocultar sua presença... Eu já percebi que está aqui...

Após tal ultimato, Law pôde ouvir uma risada...


Uma risada extremamente familiar...


Os olhos do cirurgião se alargaram rapidamente. Uma forte compressão no estômago pôde ser sentida e automaticamente seus batimentos cardíacos aceleraram.

– Há quanto tempo... Law...

O moreno não se virou. Mas sabia quem estava atrás de si. Mesmo depois de anos sem reencontrá-lo, seria impossível não saber quem era. Aquela voz obstinada e dissimulada... Só pertencia a uma pessoa... Alguém que ele realmente temia...

Law se virou e então pôde finalmente encará-lo em sua frente...


– Doflamingo... – Articulou extremamente temeroso.


O shichibukai estava ali. Na sua frente. Trajando aquele mesmo estilo de roupa aparatoso. Com aquele habitual sorriso no rosto e os óculos que escondiam a cor de seus olhos. Aquele que esbanjava um brilho sinistro na escuridão... Um relampejo... Uma vivacidade lúgubre como uma estrela solar... Um sol que resplandecia a noite...

Internamente Law se perguntou o que ele estava fazendo ali e se ele possivelmente havia lhe seguido.

– Como poderia adivinhar que você estaria no lugar ao qual eu trataria de negócios...? O destino é mesmo engraçado, não acha...? – O loiro riu sarcasticamente de modo assombroso. Suas intenções assassinas eram notáveis.

Law não soube o que dizer, mas sabia exatamente aonde aquele diálogo chegaria. Sabia que se não bolasse um plano imediatamente, todo o esforço que fizera, iria por água baixo, mas o mais importante...

Doflamingo não poderia saber que ele estava ali por um propósito... Um propósito ao qual a navegadora do Chapéu de Palha estava envolvida. Caso contrário, até mesmo ela sofreria as consequências.

– Por que está disfarçado de soldado...? Eu não sabia que você seria tão audacioso a ponto de se infiltrar na mansão de um Tenryuubito... Qual o seu objetivo aqui...? – E mais uma vez o shichibukai indagava de forma arrepiante.

– E o que um reles Shichibukai estaria fazendo na mansão de um deles...? Por que está aqui...? Que eu saiba, este é o lugar onde os poderosos do Governo Mundial se encontram... O que os anciões diriam se soubessem que você está na casa de um dos nobres sem que os mesmos estejam cientes sobre isso...?

De repente a feição de Doflamingo mudou.

Você tem me dado muito trabalho ultimamente Law... E ironicamente o destino nos colocou frente a frente... Acho que já passou da hora de resolvermos nossos problemas, não acha...? – E após replicar tais coisas, Doflamingo fez um movimento e no mesmo instante Law reagiu, trazendo a grande espada para suas mãos.

Doflamingo pausou o suposto ataque. Law não entendeu.

– Não seria inteligente lutarmos na mansão de um nobre... Mas... Isso não significa que eu não possa te matar, porém... Me lembrei de algo muito mais interessante...

O loiro se moveu rapidamente para perto do cirurgião e passou a dizer algumas coisas...


– Não importa o quanto tente se rebelar contra mim... A sua real natureza é o seu pior inimigo...


Os olhos cinza se estenderam por um tempo considerável. Doflamingo sabia onde mexer... Ele sabia que a melhor forma de pará-lo, seria incitando-o a respeito de fatos que somente o cirurgião sabia... E que com toda a certeza lhe derrubaria certeiramente.

– Você não devia jogar indiretas... Nem me relembrar de coisas que não valem a pena... – Law redarguiu tenso e seriamente.

– É mesmo...? E por que não...? Será engraçado ver... Que a pessoa que cavará sua própria sepultura não será eu, mas... – Doflamingo pausou, para logo depois terminar.


– Será você mesmo...


E mais uma vez o cirurgião não soube o que dizer ou pensar... Doflamingo conhecia seu real caráter e também havia sido testemunha de seus piores atos... Relembrar de tudo aquilo não era algo ao qual estava psicologicamente preparado.

– Donquixote! Então é aqui que você está!!? – O dono da mansão invadia os corredores, interrompendo a conversa entre os dois.

– Minha subordinada entregou a mercadoria...? – O shichibukai indagava.

– Sim, mas... Vamos para outro lugar... Precisamos conversar sobre minha última encomenda e... Saia logo daqui, soldado! Volte para o seu trabalho! – O Tenryuubito urrava com furor ao ver que Law ainda se encontrava ali.

O moreno mais uma vez encarou Doflamingo e sabia... Que ele não sairia dali enquanto não cumprisse seu objetivo.

E ele sabia exatamente qual era.




...




Depois de atravessarem algumas ilhas, um navio pirata cujo capitão era conhecido como um dos onze supernova foi visto ancorando na ilha Hera. Essa ilha era conhecida por ser um lugar independente, onde havia uma fortaleza gigante comandada pelos melhores guerreiros do mundo. Um lugar onde não existia uma base da marinha, pois era extremamente difícil para o governo ter o total controle daquela ilha.

Uma ilha onde piratas podiam transitar livremente, sem nenhum tipo de problema. Prova disso era que muitos deles ficavam até mesmo meses por ali, pois além da tranquilidade, aquele lugar possuía vários tipos de entretenimento.

X-Drake e seus homens ancoraram ali e passaram a vagar pela cidade em busca de suprimentos. Mas ao passarem por uma viela, se depararam com uma cena preocupante.

Alguém se encontrava extremamente ferido, jorrando sangue por todos os lados.

– Homens, chamem agora o médico do navio! Esta pessoa está quase à beira da morte!

– Sim capitão! – Alguns dos piratas correram de volta para o navio, atendendo à ordem do capitão.

Ele podia leva-la para o hospital mais próximo, porém, confiava que o médico de sua tripulação conseguiria reverter aquele quadro.

Drake ajeitou parte do tecido que cobria o rosto da pessoa, mas ao ver sua fisionomia, o pirata se assustou.


– Você... – Ele replicou chocado.


Naquele momento o capitão sabia que estava salvando não somente uma pessoa, mas alguém conhecido no mundo dos piratas, e que com toda a certeza lhe traria problemas no futuro.




...




Law se dirigiu para o canto mais escuro da mansão. Um lugar aonde a luz não chegava. Ele ficou perto de uma das janelas, observando as árvores do lado de fora.

Enquanto o vento soprava as folhas para longe, ele se recordava de alguns fatos que se esforçou para não se lembrar durante os últimos meses. Não era algo fácil e aquilo podia ser considerado um de seus piores pesadelos. Algo que estava dentro de si, por mais que fingisse não estar.

Ele havia mantido um autocontrole magistral, e por um momento, sentiu que nada sairia dos eixos, porém... As recentes palavras de Doflamingo provaram que ele estava errado.

Uma partição obscura ao qual ele jogara todas as lembranças ruins... Um lugar ao qual o monstro dentro de si estava preso...

Um lugar que estava prestes a desabar e desmoronar com tudo o que ele havia conquistado. Nada podia impedir que tal fenômeno acontecesse.

Nada e nem ninguém podia...




...





Já era uma e meia da manhã e a ruiva se encontrava do lado de fora da mansão, esperando pelo cirurgião. Embora muitos escravos ainda trabalhassem, ela encontrou várias brechas para se manter perto da porta principal.

Law estava atrasado. Eles haviam combinado de apenas manterem um breve contato visual no intuito de mostrarem se tudo estava caminhando conforme o plano.

Mas o cirurgião simplesmente não apareceu e a navegadora começou a ficar preocupada.

– Nami-Chan...?

– Sim...?

– Você parece bem inquieta... Está acontecendo alguma coisa? – Akira, a garota que havia lhe ajudado naquele dia, se encontrava no mesmo local que a ruiva. Elas estavam trabalhando juntas.

– Está tudo bem. Não se preocupe. – Nami redarguiu com um sorriso no rosto. Mas era notável que algo não estava bem.


Enquanto a dupla continuava com os afazeres, mesmo naquela hora da madrugada, passos foram ouvidos.

– Acho que o Tenryuubito está vindo. É melhor sairmos daqui... – A garota dizia de forma assustada.

– Mas... Eu não posso sair ainda... – Nami simplesmente não conseguiu dar uma resposta coerente. Akira ficou sem entender.

– Me desculpe Nami, mas não acho inteligente continuar aqui. Vamos sair, por favor!

– E-eu não posso... Me desculpe... Vá se mim... No encontramos mais tarde.

– Mas-

– Não se preocupe... Eu ficarei bem...

A garota ficou sem entender, ao mesmo tempo em que se manteve aterrorizada. Estar perto de um Dragão Celestial era pedir para ser chicoteado e torturado das piores formas, já que eles sempre encontravam algum motivo para maltratar os escravos.

– Tome cuidado Nami-Chan... – E finalmente a morena correu para bem longe.

Nami continuou ali, ouvindo o barulho de passos e agora, risadas.


– Quando você vai me vender aquela cigana!? Eu a quero na minha coleção de cortesãs!

– Está se referindo à Violet...? Ela não está à venda... É uma de minhas subordinadas mais rentáveis...

Quando as portas da mansão foram abertas, Nami visualizou o Tenryuubito saindo junto de uma pessoa. Alguém extremamente alto e-

Os olhos da ruiva se estenderam em choque. Aquele que se encontrava ali naquele momento era...

– O que você está fazendo aqui, escrava!? – O Tenryuubito gritava de modo estridente e aquilo de longe havia surtido efeito na navegadora. Havia algo mais aterrorizante naquele momento para se preocupar.

– “O Shichibukai... Donquixote Doflamingo...” – Ela pensou enquanto se manteve imóvel e em silêncio.

O atual e maior inimigo de Law e agora atual perseguidor dos Chapéus de Palha. Aquele que era considerado insano por ter um incrível poder de persuasão e por traçar esquemas implacáveis... Um shichibukai que parecia ter privilégios que os outros seis não possuíam...

Doflamingo encarou a ruiva de cima em baixo, analisando-a totalmente.

– Essa escrava... Tenho a impressão de já tê-la visto em algum lugar... – O loiro replicou duvidoso.

– Mas é claro que já ouviu falar! Essa é uma pirata que capturei quando o grupo de tritões havia chegado a Mariejoa.

– Pirata...? – Ele arqueou uma sobrancelha em resposta e Nami sabia que seria descoberta.

– Não diga... – Nami replicou em baixo tom, completamente aterrorizada por dentro ao saber o que Doflamingo faria, caso descobrisse quem ela era.

– Você não conhece!? A alcunha dela é “Gata Ladra”. Ela é do bando do Chapéu de Palha. – E por fim o Dragão celestial revelou a identidade da garota.

Os olhos da navegadora acenderam e um semblante de espanto tomou conta de sua face.

Doflamingo sorriu maliciosamente de canto. Agora ele constatava que tudo fazia sentido.

Aliança com o Chapéu de Palha – A navegadora de Monkey D. Luffy capturada como escrava – Law disfarçado de soldado de Impel Down. Mas o mais impressionante... Por que ele mesmo estava se arriscando para salvá-la...? Mesmo que fosse em prol da aliança com Luffy, cavalheirismo nunca fez parte da personalidade do cirurgião. E então...

Doflamingo passou a questionar várias coisas dentro de si sobre a situação onde Law e aquela garota eram os protagonistas.

– Ora ora... Então vejo que você conseguiu uma joia rara... – O shichibukai passou a se aproximar lentamente e Nami recuou para trás. Estava completamente abismada e não sabia o que fazer...

– Não se aproxime... – Os olhos castanhos chamejavam de medo.

– Por que não me aproximaria...? Estou diante da navegadora do novato mais promissor dessa geração... Mas me diga garota... Está com medo...? – Uma risada diabólica pôde ser ouvida.

Nami recuou vários passos para trás, mas sentiu a parede da mansão tocar suas costas.

Não havia mais para onde escapar.

A ruiva não soube como agir, porém, a única coisa que seus instintos pediram era que corresse para bem longe dali.

Sem pensar duas vezes, ainda que fosse loucura, a navegadora começou a correr desesperadamente para longe dos dois.

– Volte aqui sua maldita! – O Tenryuubito gritou.

– Não se preocupe... Ela voltará... – E então, estendendo a mão direita, Doflamingo fez com que o corpo da ruiva obedecesse ao seu chamado.

Nami se assustou ao ver seu corpo fazendo movimentos involuntários.

– Mas o quê!? – Ela se perguntou internamente ao ver que suas pernas faziam o caminho inverso de onde ordenava.

Ela estava voltando o caminho que havia corrido.

Logo ela entendeu. Provavelmente aquilo fazia parte da habilidade do Shichibukai. E também sabia que não teria como se livrar daquilo.

Estava de pés e mãos atadas.

Ela se debatia enquanto suas pernas caminhavam para perto dos dois mais uma vez, e então... Quando finalmente Doflamingo a posicionou em sua frente, ela ficou imóvel, mas esbanjando uma feição de fúria.

O loiro se aproximou da garota, se agachou e a contemplou intimamente, olhando fundo em seus olhos.

Nami desviou o olhar. Ela suspirava densamente enquanto seu corpo todo tremia, por tentar se desvencilhar do poder dele e também por que no mais íntimo de seu ser, se encontrava aterrorizada.

– Você parece ser uma garota extremamente difícil de domar... – Ele contrapôs com um sorriso no rosto, para logo depois inclinar a mão direita e levantar o queixo dela.

Ainda assim, Nami não o encarou. Ela manteve o olhar fixado para o lado, porém, não seria por muito tempo.

Ele controlou a direção do olhar dela, fazendo com que lhe encarasse de volta.

Por algum tempo ele a observou, nos mínimos detalhes.

– Linda... Extremamente linda... Você é uma mulher cuja beleza física é quase incomparável. – Ele afirmava, enquanto continuava analisando-a.

Os olhos da ruiva se mantiveram semicerrados. A agonia e a aflição tomaram conta de sua mente e corpo. Ela não sabia o que dizer, nem o que fazer... Se perguntou se ele a mataria ali mesmo... Se perguntou onde estava o cirurgião... Se perguntou por que não havia saído dali junto de Akira...

– Me solte... Por favor... – E finalmente ela sussurrou de modo trêmulo e hesitante.

– Me dê um bom motivo para soltá-la... – E mais uma vez ele sorriu. Doflamingo arquitetava vários planos maléficos em sua mente e estava prestes a fazer o que mais gostava...

Iniciar um jogo extremamente perigoso, onde Trafalgar Law seria a peça principal.


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Notas finais do capítulo

Agora ferrou... O que o Doflamingo vai fazer!? E o Law? Por que não apareceu? Por que ele sumiu?? E o que o Doflamingo quis dizer com essa história de real natureza? Me atrevo a dizer que o Law não tem se mostrado totalmente verdadeiro, mas todas as respostas estarão no próximo capítulo =D
Alguém gostou da aparição do Drake na fic? E quem será que ele salvou? Alguém se arrisca?
E o maldito do Arlong? O que ele pretende pra ter sua vingança??
Espero os reviews. O próximo capítulo estará extremamente tenso...