Heart Attack escrita por ariiuu


Capítulo 14
Perfeita camuflagem


Notas iniciais do capítulo

Trouxe mais cedo por que tive tempo para escrever :D Este capítulo está bem envolvente... E revelações inesperadas estão presentes!



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Heart Attack


Perfeita Camuflagem





...




“Eu precisava seguir um roteiro... E por mais que o odeie, dependo desesperadamente desse script para me manter viva. Me disfarçar não era uma completa novidade. Fiz isso por vários anos quando agia como ladra no East Blue. Mas dessa vez eu tinha um parceiro extremamente desagradável ao meu lado. E por mais que eu me esforce pra encenar, queria entender por que nessa noite ele agiu tão inexplicavelmente... No mínimo deve ser por que ele me odeia! Aha-há-há, imagino o quanto vai se sentir aliviado quando me vir embarcando num navio para bem longe dele... E de certa forma é o que mais quero... Ficar longe desse sádico e insolente, porém... Enquanto isso não acontece, preciso me focar na minha perfeita camuflagem.”




...




– Você está completamente louco!

– Pare de gritar ou vai estragar o disfarce... – Law dizia antes de abrir a porta do quarto que os dois permaneceriam durante a viagem.

– E-eu não vou fazer isso... Ainda mais com você!

– O que você prefere...? Chegar ao porto sem levantar suspeitas e embarcar no próximo navio... Ou ser pega e levada para a prisão de Marineford...?

– Eu não acho que isso vá acontecer...

– Há uma opção ainda mais interessante... – Law sorriu ousadamente de canto. A ruiva o encarou duvidosa enquanto o mesmo permanecia em frente a porta por onde sairiam.

– Se um Tenryuubito se interessar por você... De pirata procurada você se tornará uma reles escrava... Qual dessas opções você prefere...? – Após o término da frase, Nami se recordou do episódio com um Dragão Celestial no Arquipélago e o quanto os nobres do governo mundial eram impiedosos e cruéis... A ruiva sabia que não precisaria pensar duas vezes.

– Eu não escolho nenhuma dessas opções... – Ela abaixou o rosto em resposta. De longe tinha uma noção do quão desumano um Tenryuubito poderia ser.

– Então pare de agir como uma criança. – O cirurgião e a navegadora saíram do quarto e após o mesmo trancá-lo com a chave, imediatamente agarrou a mão dela, lhe puxando pelos corredores do navio.

Ambos desembarcariam na Redline. A terra sagrada de Mariejoa possuía um grande porto onde a ruiva desceria. Mas para pegar um novo navio com destino a Water 7 ela teria de passar por Marineford... Então não seria necessário descer no Arquipélago de Sabaody.

Nami não estava gostando do tal disfarce que Law havia lhe arrumado... Prova disso foi a careta que a mesma ousou manter firme em seu rosto ao desfilar pelo corredor de mãos dadas com ele.

Tudo precisaria soar o mais natural possível... Mas seria impossível enquanto a navegadora não desfizesse a carranca óbvia.

– Para onde está me levando...? – Contestava indignada, mas discretamente.

– Para o restaurante.

– O quê...? Mas eu não estou com fome...!

– Reservei uma mesa ao lado da janela...

– E daí...?

Por um momento Law pausou seus passos, largou a mão da ruiva e encarou a intimamente. Ele ainda não acreditava que a mesma continuaria com aquela relutância infantil.

– Vamos repassar o plano...?

Não! – A ruiva respondeu malcriada e de imediato.

– Preste atenção... – Law principiava a frase, enquanto sentia uma veia surgir em sua testa, de tamanha impaciência. – Eu e você... Estamos aqui como um casal recém-casado e em lua de mel... Então atue o seu papel com perfeição, ou a segurança do navio vai perceber... – Ele terminava quase num sussurro, pois alguém poderia ouvir.

– Se era pra arrumar um passaporte onde nossos sobrenomes precisavam ser os mesmos, eu poderia simplesmente ser sua irmã... E não sua esposa... – Nami questionava em baixo tom.

– Eles não liberariam o visto se não fosse por um motivo como este... Estamos indo para Mariejoa e não uma pequena vila vizinha ao lado da qual você foi criada... – O moreno redarguia de forma presunçosa.

– Você está me chamando de caipira!? – A voz dela soou mais audível e mediante a isto Law mais uma vez segurou a mão dela e a puxou com mais força na direção do restaurante. Por ora era só ignorar a criança que resmungava baixo.

Mesmo com o semblante arrogante na face, Nami não deixou de mostrar o quanto se encontrava extremamente bela em seus atuais trajes, mesmo disfarçada.

Quando havia se encontrado com Law no porto de Toy House, ela achava que de lá embarcariam, mas ali apenas tinham começado com o plano do disfarce.

Eles usaram tintura para o cabelo, produtos para cobrir suas tatuagens, lentes de contato e trajes finíssimos que mostrariam ambos como um casal e em lua de mel. Era óbvio que a aparência dos dois chamaria a atenção de qualquer marinheiro que transitasse pelo porto de Mariejoa, caso não se disfarçassem, pois além de loucura seria suicídio.




...




– Porqêê estãon demora-ando com a min-nha carneee!!? – Jewelry Bonney comia feito louca e com seu típico jeito impaciente que deixava muitos ao redor abismados. Naquele momento ela estava com a aparência de uma criança de oito anos.

– Por que você simplesmente não come como gente...? – Mihawk que estava sentado na mesa que a garota comia, esperava a mesma pessoa que a glutã.

– Eu est-tou c-com muita fommme! – Ela respondia de boca cheia.

– Quando é que vai aprender a ter bons modos na mesa, Bonie-Chan!?


Uma figura poderosa e extremante temido e conhecido por todos do oceano adentrava a taverna.


– Qual vai ser hoje, ruivo!? O sakê de sempre!? – Um dos barmen que parecia ser um velho conhecido do Yonkou oferecia bebida, pois era notável que o mesmo frequentava assiduamente a taverna.

– Não posso beber hoje! – Respondia animado.

– Finalmente... – Mihawk expressava a indignação reprimida por estar ali.

– Desculpe a demora Taka no Me. Ela deu muito trabalho...?

– Ouça... Essa é a última vez que pago esse tipo de favor pra um bêbado, então eu sugiro que da próxima vez você arrume uma babá de verdade pra essa menina. – O espadachim redarguia de modo frio e impaciente.

– Isso não acontecerá novamente. Eu vou ter uma conversa séria com ela depois que... Bem, pelo jeito ela não vai terminar com essa comida tão cedo, então por que não bebemos um pouco...? – O sorriso desavergonhado de Shanks soava cínico e Mihawk revirou os olhos de aversão, pois ele tinha alegado ao barman que não beberia.

– Não vou beber. E ela está entregue, então não tenho mais nada para fazer aqui. – Retorquiu desinteressado enquanto se levantava no intuito de sair da taverna.

– Espere Taka no Me! Me conte as novidades!!! – Shanks gritava cinicamente.

Antes que pudesse ser ouvido, Mihawk já havia saído rapidamente do local, pouco se importando com o que o ruivo dizia.

Bonney continuou a comer.

– Termine logo isso... Quero que me esclareça por que estava no navio daquele novato... – O ruivo já sentenciava a devoradora enquanto puxava uma cadeira da mesma mesa no intuito de se sentar.

– Tá, mas depp-pois... – Ainda havia muitos pratos em cima da mesa. Provavelmente ela levaria longos minutos até terminar com tudo.

– Certo, já chega. Pare de comer agora. – O tom de Shanks soava ameaçador e a garota cedeu na mesma hora.

– Quer saber o que fui fazer lá...?

– Exato. – Replicava ríspido.

– Negócios...

– Que tipo de negócios...?

– Eu apenas sequestrei uma pessoa de uma tripulação novata e ganhei algo em troca que ajudará na minha caçada...

– Quem você sequestrou...?

– Você não vai perguntar o que eu ganhei no sequestro!? – Ela protestava exasperada. A voz infantil unida à expressão séria contrastava e por um momento Shanks teve vontade de rir.

– Para começar, Bonie-Chan...-

– Já disse pra não me chamar assim!

– Que seja... Mas eu já disse antes... Desista desse plano de vingança... Você não tem chance...

Bonney lançou um olhar furioso em resposta.

– Você sabe que estou disposta a morrer por isso! E agora que posso finalmente achar o meu alvo, você me diz pra desistir!?

– Escute Bonney... Já faz dois anos e eles estão mortos. Esqueça isso de uma vez... Você pode voltar a navegar pela Grandline com sua tripulação e seguir seus sonhos... Por que dar cabo de sua vida por algo sem sentido...?

A garota ficou em silêncio. Naquele momento ela sentiu que todo o seu apetite havia sumido. Ela se virou de costas para o mesmo e pegou seu chapéu que estava em cima da mesa.

– Os meus sonhos estão mortos e enterrados há muito tempo... E é por esse motivo que eu não queria aceitar sua ajuda... A sua compaixão me dilacera por dentro de uma forma que sou obrigada a engolir todo o orgulho que me restou... – Naquele momento a glutã voltava à sua aparência adulta. Shanks abaixava a cabeça.

– Eu apenas não queria ver uma pirata tão promissora como você ter um destino trágico por algo que não vale a pena. Mas... Daqui para frente não direi mais nada. – O Yonkou se levantou da cadeira e se dirigiu à porta da taverna.

– Por que está me dizendo tudo isso!? Ninguém vem para o Novo Mundo sem que esteja preparado para a morte!

– Eu concordo... Mas todos estão preparados para morrerem verdadeiramente como piratas... É diferente do que você está fazendo...

Bonney relutou as últimas palavras e seus lábios tremeram... Mas ainda assim ela insistiu e deixou que o impulso fosse mais forte.


– Você devia ser o primeiro a se vingar daquele porco por ele ter lhe dado essa cicatriz!


No mesmo instante Shanks se virou e a encarou intimamente assombroso. Ela não tinha o direito de mencionar sobre aquilo.

– Cuidado... Não pense que terei clemência de uma pirralha apenas por compaixão e consideração aos meus falecidos inimigos... – A voz dele era entonada com frieza e aversão.

– Eu não mencionaria sobre suas decisões se você parasse de se meter nos meus assuntos... E se quiser, eu posso agora mesmo lhe devolver esse bracelete. – A devoradora esbanjava seu aspecto orgulhoso e intransigente sem um pingo de medo. Ainda que o Yonkou lhe fizesse em pedaços, morreria feliz por saber que fez o que pôde para acabar com o seu maior inimigo.

Shanks voltou a andar na direção da porta, mas parou em frente a ela.

– Não vou tirar minha proteção de você... Quando desistir desses planos idiotas, sei que vai me agradecer. – O pirata então se ausentou da taverna.

Bonney encarava tudo de forma precisa. Seu olhar era nítido em relação à sua decisão. Duas pessoas importantes lhe foram tiradas da forma mais trágica e ela não o perdoaria por isso, tampouco se conformaria...

Ela iria atrás de Barba Negra... Ainda que não tivesse chances e morresse por isso...


Ao menos o braço dele ela levaria consigo.





...





O casal ainda trafegava pelo longo corredor de mãos dadas, ainda que Nami não estivesse nem um pouco a fim.

Os passageiros notavam o quão sublime o casal parecia. A navegadora, que naquele momento se encontrava com os cabelos louros no tom caramelo, presos elegantemente de forma que as pontas escorriam pelos ombros, usava uma tiara com pequenas pedras brilhantes. Os brincos também estavam em harmonia com o objeto preso no cabelo e a alça do vestido de seda na tonalidade vermelha.

O cirurgião se encontrava com os cabelos no tom azul marinho e penteados para trás. Ele ainda usava seus típicos brincos de argola e lentes de contato verde. Trajava um terno branco com uma camisa num tom azul escuro por dentro e uma gravata da mesma cor que o terno.

Depois de serem mirados por várias pessoas ao redor por causa da beleza simétrica de ambos, os dois finalmente chegavam ao restaurante que se encontrava cheio.

Tudo ali era perfeito e de primeiro mundo. As mesas bem decoradas, a fraca e sofisticada luz dos lustres de cristal e até mesmo o concerto que os músicos no meio do salão executavam com muita dinâmica e perícia. Um típico ambiente de uma classe superior. Os dois não estranhariam se um Tenryuubito estivesse jantando ali.

Law conduziu Nami até a mesa reservada e antes que ela pudesse se surpreender com a vista magnifica da janela, ele puxou suavemente a cadeira para que a mesma se sentasse.

O ato de cavalheirismo automaticamente fazia com que a navegadora se recordasse de algo...

Da primeira vez que jantou com Eustass e a forma como o mesmo mostrou pequenos atos de gentileza em meio à personalidade atroz e opressora.

O semblante dela se desfez em nostalgia e Law não conseguiu entender.

Quando os dois se sentaram, pegaram os cardápios e paginaram as folhas até que encontrassem algo que lhes agradasse. Após isso, ambos fizeram seus respectivos pedidos ao garçom.

Nami ficou calada por longos minutos. Ela olhava para o oceano de forma taciturna... Completamente distante dali. Seus pensamentos rodeavam em torno de Nojiko e sua vila. Estava disposta a averiguar aquele fenômeno que causava incêndios, pois por dois longos anos estudou sobre a ciência do tempo e ela sentia que talvez pudesse fazer algo a respeito.

– Nami-Ya...? – Law a chamou quase num sussurro e ela respondeu com um intenso olhar colérico.

– Por que não dá um jeito nesse seu sotaque do North Blue...? Pare de me chamar assim... Vai estragar o disfarce... – Ela fechou o cardápio de forma barulhenta.

Naquele instante o cirurgião percebia o quanto a garota estava insatisfeita pelo fato do mesmo acompanha-la em sua viagem até o próximo porto. E de forma curiosa se perguntava por que estava se sentindo estranho por ser reprovado o tempo todo.

Quando Nami resolveu olhar a janela e contemplar o céu estrelado que acompanhava o luar fascinante, Law percebeu que ela ainda usava o anel que Kid havia lhe dado.

Por alguma razão a navegadora continuou usando o objeto mesmo depois de se disfarçarem e aquilo despertou a indiscrição dele.


Mesmo com todo o drama que estava vivendo com sua irmã e sua vila... Ela ainda tinha tempo para pensar em Eustass Kid...? Por quê...?


Por que se sentia incomodado com algo que não tinha nada a ver com ele...? E por que se importaria...? Talvez a hostilidade e rivalidade que existia entre ele e Kid havia desencadeado uma ponta de desconfiança e incerteza em relação à ruiva... Ainda que a aliança tenha sido feita com Monkey D. Luffy... A pessoa mais importante do bando do Chapéu de Palha e também o único que o ajudaria em seu objetivo, pois a navegadora apenas seguia ordens de seu capitão.

Ainda que se sentisse em conflitos até mesmo por causa de Jewelry Bonney... A única mulher que lhe enfrentou sem medo de dizer o que pensava... A única que havia lhe desafiado e despertado um lado que nenhuma outra mulher havia conseguido... Ele sabia que Bonney nunca seria sua e já havia lhe perdido antes mesmo de conquista-la, pois seus objetivos se resumiam apenas em vingança... E os sentimentos mais profundos que ela podia nutrir por alguém eram direcionados aos seus inimigos... Uma profunda mágoa pelos assassinos de duas pessoas que ela admirava plenamente. Aquilo com certeza resultaria num futuro manchado de sangue e mágoa que seriam enterrados em seu túmulo.


Mas com a ruiva era diferente...


Tudo foi efêmero e completamente inesperado... Ele queria entender quais eram os atributos que despertaram a atenção de seu perverso e sinistro rival a ponto de almejá-la intensamente... E também...

As ambições da ruiva não se resumiam em vingança como as de Bonney... Ela tinha sonhos, assim como ele também tinha... Ela era boa no que fazia e suas habilidades eram únicas... Sua personalidade contrastava com seu real caráter... Pois ao mesmo tempo em que era mesquinha e egoísta...

Ela era generosa e altruísta...

Características que profundamente e secretamente ele admirava. Algo que gradativamente lhe atraiu certeiramente, sem chances de escapatória...

Mas ele não conseguia simplesmente demonstrar isso... Era excitante, mas ao mesmo tempo aterrorizante e... Patético... Completamente patético.

Nami estava presa a um laço que formou junto com seu adversário mais cruel... Simplesmente... Por que se sentia importunado de forma como se aquilo parecesse uma provocação...? Era isso...? Algo que somente Eustass podia ter...? Algo que apenas ele fosse capaz de alcançar e dominar...? E se assim não fosse, até onde a ruiva o deixaria lhe sobrelevar...? E se deixasse... O que aconteceria depois...? Ele estava disposto a tirar a prova naquele exato momento.

A música que o quarteto de cordas passou a executar naquele momento basicamente era uma peça vagarosa. Havia uma pequena pista de dança no meio do salão principal e vários casais se encaminharam para lá.

Enquanto Nami parecia medir a distância entre si e as estrelas ao fitar a janela, ela percebeu que o cirurgião se levantou de onde estava, e ao dar a volta pela mesa onde ambos jantariam, ele se posicionou ao seu lado lhe estendendo a mão.


– Vamos dançar.


O quê...? – Ela disse em alto tom enquanto abria os olhos mais do que o comum. Por um momento a ruiva segurou a imensa vontade de rir. Aquela com certeza era a piada do ano... Trafalgar Law, o ser mais desinteressado sobre tais futilidades estava ali lhe pedindo uma dança...?

– Não me diga que nunca foi a nenhuma festa de elite antes e que não sabe dançar...? – Ele sorria petulantemente de canto.

– Não banque o superior pra cima de mim! É claro que sei dançar... – Uma carranca germinava no rosto dela.

– Então me mostre... – Ele articulava discretamente enquanto manteve a mão direita estendida.

– Já vou avisando que se pisar no meu pé, darei o troco...

– Eu ia dizer a mesma coisa... – O sorriso audacioso dele se estendeu por mais tempo.

Nami se levantou elegantemente da cadeira e segurou a mão dele. Ainda que estranhasse aquele pedido repentino, ela sentia que aos poucos estava desvendando pedaços da mente dele, afinal... O cirurgião era um tanto imprevisível e era quase impossível acompanhar seu raciocínio.

Automaticamente Law lhe conduziu para a pista.

As luzes que eram refletidas sofisticadamente pelo belíssimo lustre de cristal tornavam o ambiente propício juntamente com a requintada música.

Efemeramente os olhares dos dois se cruzaram e assim permaneceram por um tempo significativo. Ambos continuaram inexpressivos.

A navegadora levou a mão direita ao ombro e a esquerda nas costas dele. No mesmo instante ele também se achegou a ela, levando a mão direita à cintura curvilínea e a esquerda em suas costas.

Os dois facilmente entraram no ritmo da música, pois o andamento da melodia era vagaroso.

Outros casais também estavam ali e tudo ao redor colaborava para que o ambiente estivesse propenso a uma energia romântica. Quando a ruiva se deu conta de tal coisa, se sentiu extremamente idiota, ainda mais se tratando de seu par... Um pirata sádico e traiçoeiro que não merecia sequer um elogio... Mas por um momento... Só por um momento...

Ela não pôde deixar de reparar no perfume alucinante dele, que parecia ser uma deliciosa mistura de hortelã e baunilha...

Quando deu por si, já havia se acolhido ao pescoço do moreno e obviamente o mesmo estranhou a aproximação, mas antes que pudesse dizer algo, ela não pôde deixar escapar...

– Esse perfume é delicioso... – A navegadora sussurrou derretida enquanto se deixava entorpecer pela fragrância dele. Estava tão amolecida por aquele aroma, que institivamente seus olhos se fecharam.

Naquele instante o cirurgião sentiu que uma porta havia sido aberta. Era a brecha perfeita que ele precisava...

Enquanto a ruiva ainda se mantinha perdida diante daquele perfume, ele desviou os lábios até o ouvido dela e de modo sussurrado...


– Eu me esqueci de dizer que você está extraordinária hoje... Nami...


A navegadora abriu os olhos automaticamente naquele momento, arqueou uma sobrancelha e ficou em silêncio por algum tempo. Pela primeira vez ele havia lhe chamado pelo seu nome. Sem completar com o sufixo “Ya”. Aquela voz tão única, grave e rouca em seu ouvido era enlouquecedora... Embora tivesse ficado um pouco surpreendida, mas sem demonstrar, ela sabia que aquilo não passava de pura encenação... Ele cumpriria seu papel até chegarem ao porto e então finalmente se separariam... Ela faria o que ele mais desejava...

Se ver livre dela...

Os dois eram tão antagônicos que chegava a doer. E de duas uma... Ou ele estava levando aquela encenação como uma competição onde ansiava ganhar o primeiro lugar, ou então...

Ele estava com febre.

Mas a primeira opção parecia ser a mais óbvia, porém não admitiria ficar para trás... Ela seria uma oponente à altura e atuaria de fato e de verdade como uma mulher rendida à paixão... Mediante a situação em que lhe colocara, a navegadora decidiu dar a resposta que ele obviamente não esperava.


– Você também está perfeito hoje... Law...


Ao término da frase, ela esquivou o rosto, olhou na direção onde todos jantavam e exibiu a perspectiva impecável de uma mulher extremamente apaixonada...

O olhar dele alargou ao vislumbrar um brilho confino na face dela. Uma clareza suave e tênue que parecia ironicamente mexer com algo dentro de si. Algo que nem mesmo ele sabia o que era, mas que latejava de forma instigante.

– Senhores... – O garçom interrompia os desvairos do cirurgião ao repentinamente chegar à pista com a garrafa de vinho que Nami havia pedido.

Os dois apanharam suas taças para que o mesmo entornasse o líquido.

Após isso, Nami caminhou rumo à mesa em que estavam sentados anteriormente e Law a acompanhou. Mas antes de se sentarem, a ruiva levantou a taça com o vinho que cintilava de longe.

– Um brinde. – Ela sugeriu.

– Sobre...? – Indagou confuso.

– Sua esplêndida atuação... – E audaciosamente Nami sorriu dissimulada. Ela havia finalmente se convencido que era preciso agir corretamente com o seu papel, não apenas por questões de sobrevivência, mas por se sentir intimidada ao constatar que as últimas ações dele soavam como uma real competição de ‘quem fingia mais’.

Porém... Pela primeira vez desde que entraram na pista de dança...


Law não estava atuando.


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Notas finais do capítulo

Como assim não tava atuando?? Que história é essa!!? :ODesculpa gente. Eu ia revelar todo o começo do futuro trágico da Nami nesse capítulo, mas não deu. Antes de qualquer coisa, eu precisava esclarecer quais eram as impressões do Law para com ela, pois não haveria sentido a fic entrar na fase mais importante e designar o papel respeitável que o Law terá sem que ele tivesse mostrado qualquer coisa pela Nami (e convenhamos que a TPM dele nos últimos capítulos tem sido intragável, pois ele estava pegando pesado com a ruiva... Mas... O motivo foi revelado... Uma pequena mescla de ciúmes com admiração... Chocados?? 8D )- Ao menos o braço dele ela levaria consigo. Momento Yusuke Urameshi :P Alguém aí lembra de quando o Yusuke disse pra Genkai antes da final do torneio das trevas: Pelo menos vou quebrar os óculos escuros do cara xDDDDDDDD Gente, não liguem não... Eu sou amante de YYH há quase duas décadas... O único anime que se tivesse continuado num ritmo chocante que seria pau a pau com One Piece é Yuyu Hakusho. Na minha humilde opinião :B Mas já deu pra sacar qual é a da Bonney nessa fic? Eu disse desde o início que ela nunca representaria perigo pra Nami, mas as haters continuam a odiando mesmo assim xDEu deixei esse capítulo mais comprido por que estou vendo que o pessoal parece ter broxado um pouco com os últimos acontecimentos...Estou me perguntando onde estão determinados leitores que sempre deixavam reviews nos capítulos onde a Nami foi sequestrada pelo Kid... Espero que vocês não tenham morrido antes de lerem o final da fic...E pra encerrar: Leitores fantasmas... Nem que vocês deixem um review de UMA linha, mas DEIXEM! Não vai cair o dedo, eu já disse... Então não tenham medo :DEssa nota final ficou enorme... Me desculpem T-T Até o próximo ^/