Sete Dias Para Viver escrita por Cerine


Capítulo 13
Capítulo 13




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-O que é isso? –perguntou ele, abismado, olhando para aquela coisa enorme do meio da sala.
 

-Um pinheiro, não está vendo? –respondi despreocupadamente.
 

-E... O que um pinheiro está fazendo no meio da sua sala? –perguntou ele, sem tirar os olhos daquela grande árvore.
 

-Não é óbvio? Ele será uma árvore de Natal! –falei, e Brian me encarou com aquela expressão atordoada de quem está falando com uma pessoa fora de sua sanidade mental.
 

-Hã? Mas ainda estamos em Abril! –replicou ele, e pôs as mãos na cabeça, já ficando zonzo de ter passado por tanta coisa estranha nesses últimos dias.
 

-E daí? Por acaso você esqueceu que só me restam três dias? Mesmo que eu quisesse, não poderia esperar para montar uma árvore de Natal em dezembro! –argumentei aborrecida.
 

-Então... Você quer montar uma árvore de Natal agora? – perguntou ele, e suspirou de exaustão.
 

-Isso mesmo! Sempre quis fazer isso, mas meus pais nunca me deixaram montar uma árvore de Natal, na verdade, eles sempre pediam para nossos empregados fazerem isso... –falei, enquanto rodeava o pinheiro e sentia a textura de sua folhagem.
 

-Você nunca montou uma árvore de Natal antes? 
 

-Não... Essa será a primeira vez que eu vou montar uma árvore de Natal em toda a minha vida, por isso eu preciso da sua ajuda!
 

Brian me encarou com aquele olhar de pena.
 

-Tudo bem... –falou ele com uma expressão de derrota, e eu apenas dei uns pulinhos em comemoração.
 

-Então, por onde começamos? –perguntei animada, e Brian se espreguiçou, deixando o corpo mais leve para começar o trabalho.
 

-Deixe-me ver... Onde estão os enfeites natalinos? –perguntou ele.

-Estão ali no canto, dentro daquelas caixas! –falei, apontando para as caixas de papelão que se encontravam no canto da sala. –Não sei se eles serão suficientes...
 

-Hã? Mais são cinco caixas enormes! Como assim não serão suficientes? – grasnou Brian, que já estava quase enlouquecendo.
 

Retiramos alguns enfeites de dentro das caixas e começamos a enfeitar a árvore. Penduramos nos galhos muitas bolas vermelhas, douradas e prateadas. Enfeitamo-las com pinhas, sinos e laços. Também utilizamos diversas luzes coloridas, que piscavam de modo sincronizado ao som de uma linda música natalina. Muitos enfeites ainda sobraram dentro das caixas, e mesmo que eu quisesse usar todos eles, Brian me impediu, pois segundo ele, se utilizássemos mais enfeites do que deveríamos, a árvore ficaria exagerada e feia.
 

-Bom, agora só falta à estrela no topo da árvore! –falou Brian, e retirou uma estrela reluzente que estava dentro de uma embalagem colorida e a entregou em minhas mãos.
 

-Eu não alcanço o topo da árvore, então você pode colocá-la para mim... –falei.
 

-Eu? Mas é uma tradição o dono da casa pôr a estrela no topo da árvore! –disse ele.
 

-Mas eu já disse que não alc... –antes que eu pudesse terminar a frase, Brian me segurou pela cintura e me levantou para que eu pudesse alcançar o topo da árvore. 
 

Fiquei um pouco assustada, mas logo me recuperei daquela sensação de estar nos braços dele e segurei firme nos ombros de Brian, e com uma das mãos, levei a estrela até o topo do pinheiro. Desta forma, finalmente a árvore de Natal estava completa.
 

-Ufa! Finalmente terminamos! –falei, olhando orgulhosa para a árvore de Natal reluzente.
 

-Fizemos um ótimo trabalho, não é? –comentou Brian, também observando a árvore com uma expressão de orgulho.

-Sim! –respondi sorrindo.
 

Descansamos esparramados no sofá enquanto tomávamos um refresco de limão. Brian estava exausto, e bocejava a cada cinco minutos.
 

-Esses são os seus pais? –perguntou ele, observando um porta-retratos que ficava na estante da sala.
 

-Isso mesmo... –falei um pouco desanimada.
 

-Você se parece com a sua mãe... –comentou ele com um pequeno sorriso, e logo em seguida bocejou novamente. -Tem certeza que não quer se despedir deles?
 

Abaixei a cabeça e suspirei entristecida.
 

-Bom, eu já tentei ligar para eles algumas vezes, mas sempre acabo desistindo antes de discar o último número... –respondi inconformada. -Está vendo esse pedaço de papel perto do porta-retratos? –perguntei, e Brian olhou curioso para o pedaço de papel. -Os números escritos nele são o telefone dos meus pais... Eu sempre deixo esse papel aqui, bem perto da foto deles, desta forma, sempre que eu olhar para esse porta-retratos sentirei vontade de ligar para eles... Eu quero ligar, mas... Tenho medo da reação deles...
 

Brian olhou para mim com aquela expressão de pena. Logo depois, ele passou alguns segundos observando o papel em cima da estante com uma expressão preocupada no rosto. 
 

-É melhor eu ir andando... –falou ele, levantando-se do sofá e deixando o copo vazio em cima da mesa de centro.
 

Acompanhei-o até a porta e nos despedimos. Brian sorriu e acenou para mim antes de entrar no elevador.


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