Lágrimas Do Tridente escrita por Icaro Pratti


Capítulo 12
Capítulo 12 - Reféns


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas postarei o próximo capítulo ainda essa semana para tentar compensar tanta demora. Não sei se alguém continua comigo, tive meus problemas pessoais... Essas coisas de sempre [não quero falar muito sobre].
Gostaria de dedicar esse capítulo para todas minhas recomendações, não irei dedicar para uma pessoa apenas.

libueno, Lali Albuquerque, Luana Suzuki, Luiza Caser, Angel Herondale e pela Myca (que ainda irei bater por ter excluído o perfil) u__u



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O colchão vazio ao acordar e um frio que faz com que todo meu corpo arrepie; uma sensação desconfortável, eis a solidão: esta tem sido a melodia dos últimos dias. Quero fugir, quero levá-la comigo, quero desaparecer por lugares desconhecidos, é o único jeito de ficarmos juntos até o fim.

Um banho rápido, uma roupa casual e estou pronto para mais uma jornada em busca de patrocinadores e conquistas. A partir de hoje, as relações começam a se estreitar, os grupos serão formados e teremos uma visão de jogo, as notas podem trazer tudo, mas ao mesmo tempo, nos tirar.

Olho para o relógio; já passou da hora de visitar Declan e ver as proporções do incidente. Seu quarto ainda cheira a remédios, o que me espanta é ver Alfred próximo dali, cochilando.

– Alfred – chamei-o antes de balançar uma de suas pernas.

– Finn – exaltou-se um pouco alto demais. – Oh, ops. – foi o que ele disse quando levei um dos dedos à boca pedindo por silêncio.

– Como ele está? – tentei falar o mais baixo possível.

– Ele não poderá ir ao treinamento hoje, apenas nas apresentações. Tentarei dar o meu máximo... você sabe o que acontece com os que tentam fazer o que ele fez.

Tortura. Pensei cautelosamente antes de dizer qualquer palavra.

– Darei o meu máximo para ajudá-lo, tentarei esconder algumas feridas, os buracos nos cabelos e algumas manchas... – sentou na cama e soltou um suspiro alongado.

– Sei que vai conseguir, afinal, ele está nas mãos do maior preparador de toda Panem – pisquei um dos olhos para ele e pude o ouvir enlouquecer por uns segundos.

Ir ao quarto de Declan fez com que todas as lembranças do dia anterior passarem pela minha cabeça, todas as lembranças do passado, todos os pesadelos e tudo que está em volta de mim. Todos sabem que aquele campo de força foi criado depois de muitos tentarem se matar, mas porque Declan tentara se matar?

A pergunta perdurou um bom tempo antes de chegar a uma conclusão: somos reféns de tudo isso, nada podemos fazer, não há como fugir. Caminho até o quarto de Annie com uma lágrima no fundo dos olhos, temos tão pouco tempo juntos.

– Posso entrar? – pergunto após bater suavemente na porta.

Quando obtive o pequeno sim como resposta, daquela doce voz que sempre me alerta do quanto a amo e de quantas vezes gostaria de tê-la ao meu lado. Abri a porta e encontrei uma Annie delicada de sempre, mas agora, com suas roupas de treinamento muito coladas ao corpo e com suas unhas que já se estavam roídas. “Confio em você” – foi o que consegui dizer antes de me despedir e deixar um leve beijo em seus lábios.

A falta de Declan hoje ao treinamento irá fazer com que um alerta seja aceso para mim e para Maggs, sei que estaremos sob total sigilo, como se isso nunca tivesse acontecido. A ideia foi inventar que ele está com um vírus e que já está sendo tratado; a descoberta do que ele tentou fazer pode acarretar tanto na perda de patrocinadores, quanto em alguma revanche da capital, sair antes dos jogos é significado de morte. Desde ontem, começamos a subornar alguns médicos, outrora subornos em assistentes do sistema da capital. As reações iriam se estreitar ainda mais, cada palavra tornou-se ainda mais minuciosa e de imensurável valor, agora, mais do que nunca, estamos perto do destino dos meus tributos, de Annie, da minha vida.

Maggs decidiu que devemos nos separar para conseguir patrocinadores, vasculhar toda a capital em busca de alguém que aposte seu dinheiro e sua esperança em um dos nossos tributos, mas apenas risadas são devolvidas em troca das propostas oferecidas, criamos expectativas demais e não conseguimos segurá-las. Com o decorrer do dia, uma única coisa foi obtida em nossas mãos: a derrota. Os antigos patrocinadores começaram a trocar suas apostas e apenas o dinheiro esvair-se de nossas mãos, estamos em péssimas condições.

A ausência de Declan nos grandes telões criou um alarme e as apostas caíram drasticamente, apenas apontam para nossos desastres desde os meus jogos e o despreparo dos tributos do Distrito 4. Minha foto e algumas cenas da arena brilham nos telões com uma frase instigadora, “Uma edição dos Jogos Vorazes nunca mais vista, feroz, sangrenta e gloriosa”, leio-as silenciosamente tentando esquecer todos aqueles momentos dentro da arena.

A noite já se alastrou e vejo que é hora de voltar, a multidão de fãs que se encontram próximo ao prédio é imensa, os telões já mostram Caesar Flickermann novamente, mas agora falando sobre as expectativas de notas e possíveis habilidades dos tributos, formação de grupos, o que há de se esperar?

“Força, agilidade, perseverança, objetividade?” – o ouvia gritar – “Qual será a principal característica do seu tributo este ano? Você já tem o seu favorito? Já fizeram suas apostas?”.

As perguntas ecoavam pelas ruas da capital, diversas telas mostravam a mesma imagem, as pessoas vangloriando o telão em busca de alguma novidade, qualquer coisa que pudesse demonstrar um favoritismo para qualquer tributo ou apenas fortalecer suas apostas. Passo pela multidão acenando e mandando beijos, assinando rapidamente fotos, revistas, roupas – preciso mostrar a imagem do querido menino do tridente de sempre.

– Finn, Finn – ouvi alguém chamar. – Quais são as suas expectativas para este ano? – perguntou-me uma repórter que se aproximara.

– As melhores, garanto. Temos alguns truques na manga e surpresas a se esperar – terminei com a leve piscada e um beijo para as câmeras, o que foi motivo de delírio pelas ruas. A caminhada até o final da multidão foi longa e esperada, antes que as portas fossem fechadas, foi possível identificar minhas imagens assumindo os grandes telões, minhas falas passando e logo depois algumas imagens do meu desfile e do meu treinamento, podia-se ouvir o grito de várias mulheres perpetuarem por ali.

O silêncio começa a ecoar enquanto caminho até o elevador e pressiono o número quatro, o barulho da minha respiração é único ali e alguns instantes depois a porta se abre no meu andar. Alfred está sentado na poltrona, Declan está deitado sobre o pequeno sofá com alguma espécie de bolsa sobre a testa, Maggs e Annie não estão ali.

– Finn meu, meu... Finn! – exclamou Alfred assim que me viu e correu para me abraçar.

– Boa... Boa noite Alfred – disse desconsertado afastando-me dele sem graça.

– Onde estão Annie e Maggs? – ele abaixou os olhos em sinal de desapontamento.

– Annie está ferida, está com a Maggs...

Ouvir aquelas palavras fez com que meus pés se movessem automaticamente para o elevador, mas ele não está ali no andar, me resta apertar o botão e esperar.

– Onde elas estão? – gritei sem hesitar sentindo meus olhos começarem a lacrimejar.

– Eu não sei, não sei! Pacificadores levaram Maggs daqui, não me deixaram... – foram as últimas palavras que escutei antes de entrar no elevador que havia chegado.

Senti minhas lágrimas começarem a escorrer pelo rosto e conter minhas forças nos pulsos; segurei antes de dar um murro na lateral do elevador e sentir apenas a dor entrecortar meu corpo. “É tudo minha culpa, foram eles”, era a frase que conseguia pensar e repetir diversas vezes.

Quando apertei o botão para centro de treinamento, um bilhete chamara minha atenção. “Segunda porta à direita no segundo corredor. – P.”

O centro de preparação é o único lugar hábil que poderiam levá-la, ou o centro de treinamento. Tentei imaginar por onde começar, a escolha foi onde estava mais próximo. O elevador parou no subsolo e sabia que havia chegado ao centro de treinamento, tinha de começar por um lugar, o que era aquele bilhete? Era para mim?

O barulho de taças e gritos, conversas e risadas demonstram que os idealizadores ainda estão aqui e, provavelmente, finalizando suas notas. Vejo a a porta da sala que me apresentei alguns anos atrás lançando vários tridentes, deixando-os impressionados, como desejo que isso fosse apenas um sonho.

Procurar pelas pequenas salas de preparação seria uma árdua e demorada busca, mas era o único lugar que poderia começar. Comecei a caminhar pelo primeiro corredor e conseguia relembrar cada momento de anos atrás, tento esquecer tudo isso e começo a abrir várias portas, mas estão vazias. Logo avisto uma porta com dois pacificadores e um arrepio percorre minha nuca.

Sim, era o segundo corredor e a segunda porta à direita. Só podia ser ali.

Corro até lá desesperadamente e sinto minha mão ficar tensa, o suor escorrer pelo meu rosto. Chegar à porta foi um alívio, ao mesmo tempo em que sufocante, uma mão logo me afastou com força da porta, o pacificador acabara de me empurrar contra a parede oposta e nenhuma palavra que ele falara havia sentido para mim.

– Deixe-me entrar! – gritei sem obter resultados.

Os pacificadores mantiveram sua compostura e não se moveram com minhas sinceras súplicas nem quanto com os gritos exacerbados. Foi quando abaixei o rosto e pensei em desistir. Cerrei meus punhos no capacete de um dos pacificadores, senti o sangue escorrer por entre meus dedos enquanto a superfície gelada da arma, do segundo pacificador, encostava-se a meu pescoço. Hesitei antes de continuar, uma horrível sensação percorreu meus dedos e sentia o sangue escorrer por meu braço, o outro pacificador caíra no chão gritando com a mão em seu capacete, tinha de fazer algo. Chutei a porta, que abriu com um estrondo, ao mesmo tempo em que lançava meu corpo para dentro.

Meus olhos ficam mórbidos quando encontrei o corpo de Annie estirado sobre uma maca e diversos aparelhos em volta de seu corpo, Maggs não estava ali. A pele de Annie estava cinza e os cabelos espalhados pelo colchão, sua respiração pesada e escassa perdurava naquele cômodo.

– Ela pôs em risco todos os nossos planos! – ouvi uma voz feminina gritar – Ela estragou tudo, você fugiu às nossas regras!

– As circunstâncias mudaram, tudo mudou! – reconheci a voz de Maggs aos gritos.

Foi quando afastei de Annie e segui até a porta que ouvia os barulhos. Ela estava entreaberta e parei próximo para escutar toda a conversa.

– Você sabe que não poderia ter a feito chamar tanta atenção! Não era isso que pedíamos – a outra voz continuava – Esse ano era perfeito para o Distrito 5, você sabotou aquelas roupas! Aquele rapaz seria um ótimo comandante, Maggs... – a mulher começara a gaguejar e a situação se embaralhar na minha cabeça.

– Eu já disse que tudo mudou. Ela quem vai vencer, queira você, ou não! – Maggs rebateu com a voz rouca.

– Você vai pagar por essas escolhas, você está fora dos nossos projetos. Seus tributos pagarão por isso neste e nos próximos anos, se considere uma perdedora. Isso que fiz com ela foi o começo de muitas outras – desafiou aos gritos.

Não consegui me manter ali perante as palavras que deixaram a boca da mulher, uma hesitação tomou conta de mim, tinha de fazer algo. Empurrei a porta com força e ouvi-a bater contra a parede.

– Cale a boca sua, sua... – comecei, mas não tive forças rápidas para continuar, estava perante uma mulher com cinco pacificadores em volta. – Idiota! – completei com a lágrima atravessando meus olhos.

– Finn... – Maggs aproximou relutante.

– Ora, ora, o menino do tridente... Finnick Odair. É claro que me lembro deste ano, que maravilhoso ano! – a mulher começara. – Prazer, Merilyn – ela disse com um sorriso falso deixando seus lábios.

– Anote uma coisa: ela será a campeã. – Maggs a cortou. - Acho bom não duvidar de mim, você sabe que quando quero algo, sou bem capaz de conseguir – Maggs a desafiou enquanto segurava meu braço.

– Veremos Maggs, veremos... – a mulher nos olhou. – Quem manda nos jogos deste ano sou eu, lembre-se disto.

– Quem manda nos jogos são os patrocinadores e garanto que eles pedirão sua cabeça – Maggs disse antes de fechar a porta me puxando pelo braço.

O barulho da porta se fechando e do suspiro entrecortado de Maggs. Dois pacificadores agora se encontravam dentro do cômodo e pude ouvir o barulho de outra porta se abrindo, provavelmente a mulher havia deixado o cômodo com sua assistência particular.

– Quem e-e-ra ela, Maggs? – perguntei assustado e já com a própria resposta em mente.

– A produtora deste ano... – respondeu levando suas mãos no meu machucado.

– Ela vai matar a...a... – suspirei não conseguindo concluir a frase e a dor tomar conta de mim.

– O que você ouviu aqui, ficará entre nós... Para sempre. – Maggs disse de uma forma nunca dita antes, com os olhos fixos aos meus.

Tentei entender tudo que estava acontecendo, todo o assunto que havia acabado de presenciar, aquela mulher, Maggs, os jogos. Eles vão matar Annie, está tudo evidente para mim.

– O que aconteceu com ela? – aproximei minha mão das de Annie e senti o calor de seu corpo.

– Ela não disse muito antes de desmaiar novamente, acho que sabotaram os arames que ela iria utilizar.

Olhei para aquele rosto, a enorme quantidade de cinzas e o restante do corpo ainda tampado por uma colcha branca. Mesmo com aquele cheiro de queimado, eu podia sentir seu cheiro inconfundível, o melhor cheiro do mundo.

– Você a leva? – Maggs perguntou acariciando os cabelos de Annie.

– Não devíamos deixá-la aqui? – perguntei olhando para os aparelhos.

– São apenas para desintoxicar a fumaça, os levarei. Precisamos tirá-la daqui urgente, ninguém pode nos ver. -

Maggs pegou meu braço e enrolou um pano para tentar enganar os machucados, passei um dos braços por trás do pescoço de Annie e o outro por trás de seus joelhos. Maggs saiu antes com os aparelhos em mãos, hesitou na porta olhando para os lados e então um dos pacificadores fez um sinal de “positivo”.

– Não – disse antes dela prosseguir.

– Podemos confiar nestes – Maggs disse rispidamente.

Mesmo sem entender nada, segui-a até o elevador sem qualquer problema; ainda era evidente o barulho da festa dos idealizadores, o ódio por um momento é a única coisa que podemos ter em mente. “Idiotas, idiotas” - as palavras repetem-se por diversas vezes na minha mente.

Logo estávamos de volta ao andar do Distrito 4, Caesar Flickermann já está com suas despojadas roupas e fazendo remakes das colheitas dos Distritos, logo identifico o rapaz do Distrito 5, um menino forte, corpulento e com seus olhos azuis, se entregando como tributo.

– Por que ele é tão especial? – perguntei hesitado.

– Ele quem está tomando as atenções, mesmo com a capital tentando manipular para o Distrito 1 e 2 – Maggs quebra o vazio. – A nota dele poderá mudar tudo hoje.

– Espero que não mude – disse entrelinhas.

– Esses jogos não vão ser fáceis, temos talvez a maior equipe de carreiristas já vista – ela disse sem devaneios.

– Carreiristas nem sempre são os vitoriosos – tentei encontrar um ponto de paz, mas sabia que as coisas não estavam tão fáceis assim. – Qual o nome dele? – continuei.

– Scott. – Declan disse com a voz áspera.

Logo vi o nome brilhar na tela, Scott e Chloe, os dois do Distrito 5. Os irmãos ruivos do Distrito 8, seus pequenos tamanhos e fragilidades são os pontos que mais chamam atenção, mas fico preocupado com o que pode ter acontecido com Annie nas apresentações individuais. Assim que a remake das colheitas terminaram, Caesar começa a especular sobre os grupos que poderiam ser formados, nenhum nome fora mencionado, mas as intenções foram jogadas no ar, como sempre. Fiz minhas somatórias, Distrito 1, Distrito 2 e Distrito 5, pelo menos 6 tributos juntos contra todos.

– Oito, com o Distrito 4 – Declan completara.

Podia ver o quão debilitado Declan estava, mas a cor já começara a acender seu rosto.

– Hoje foi um dia muito especial para nossos tributos – Caesar começara. – O dia das apresentações individuais.

Sabia que demoraria um bom tempo até realmente começar o anúncio. Ajeitei Annie em meus braço e comecei a caminhar até seu quarto, ela delicadamente se acomodava no meu peito, seu rosto delicado e seus cabelos embaraçados pelo rosto. Coloquei-a delicadamente sobre o colchão, e tampei sua cintura.

– Já volto – foi o que suspirei perto de seu rosto antes de lhe dar um beijo na testa e caminhar até a sala.

Na sala pude sentir a euforia de Alfred e perceber que as notas já haviam começado a ser anunciadas. Perdi o começo da exibição, mas logo puder ver o rosto de Annie brilhar e uma nota 6 aparecer em frente ao seu rosto, logo depois brilhara o de Declan com uma nota nove.

– O que ele poderia ter feito? – perguntei-me diversas vezes olhando para seu corpo estirado no sofá.

Logo as imagens continuaram e o Scott aparecera na tela com sua nota 10. Olhei para Maggs e sabia que muita coisa viria em frente, mas que Declan era um ótimo candidato a carreirista, temos um adversário para Annie dentro do próprio distrito.

Voltei para o quarto de Annie e fui até o banheiro, molhei a ponta de uma toalha e voltei para limpar seu rosto. Passei delicadamente o pano por seu rosto, fiz o processo repetidas vezes e logo aquelas sujeiras já estavam menos acumuladas e sua pele na linda cor de sempre. Quando comecei a deslizar o pano pelo seu braço, um suspiro de dor esvoaçou de seus lábios, foi quando me dei conta da grande ferida existente por baixo da sujeira. Uma enorme queimadura ia do pulso até o seu cotovelo, o que me deixou perplexo por um momento.

Saí do quarto em busca de Alfred e ele procurou tudo que podia para arrumar as feridas antes de dar imensos pulos e gritos de terror.

– Ah, pensei que íamos levar esse ano! Não acredito nisso! – entristecia-se enquanto envolvia o braço de Annie com uma espécie de atadura.

– Iremos levar – disse estridente.

Ele se levantou, pegou em uma caixa uma seringa com agulha e logo aproximou do pulso sem machucados de Annie.

– Para quê isso? – perguntei assustado para a seringa.

– Vai amenizar a dor e fazer com que ela durma até amanhã.

Antes de ele sair do quarto, respondi com meu leve obrigado para tentar alegrá-lo, sabia que algo havia mudado em sua expressão. Sentei ao lado de Annie, faltava pouco mais de um dia para a nossa despedida, seus olhos fechados ali, seu corpo frágil amedrontado e agora estava com uma porção de feridas. Cada um pagaria por cada machucado daquele, começando pela produtora destes jogos.

Sabia que muita coisa deveria mudar, tudo deveria começar com pequenas palavras. As mãos de Annie estavam uma sobre a outra na região do umbigo, aproximei meus lábios da parte da atadura dando um leve toque, um suspiro deixou seus lábios. Olhei-a antes de deitar ao seu lado e aproximar meu corpo do seu, eu era quem protegeria.

Apenas uma coisa estava fixada em minha mente: se é o Finnick Odair que eles querem ter, é o Finnick Odair que eles terão. É hora de fazer justiça com as minhas mãos, é hora de vencer estes Jogos Vorazes.

Eles irão pagar por isso – foi o que disse antes de dar um beijo na testa de Annie e deitar-me ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, no final do próximo teremos o que é tão esperado para a fanfic. O próximo conta com entrevista e outras coisas mais. Espero que estejam comigo



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