Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 40
Espera.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo COLOSSAL pra neguino nenhum botar defeito!!
Enjoy.



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     - Onde está o Bill? E a Giovanna?

     Olhou aflita pela sala de espera da UTI. Virou-se para se sentar e levou um susto ao ver que Bill estava atrás de si.

     - Bom dia, mãe!

     - Que susto, Bill! Quer me matar? Onde estava?

     - No toalete.

     - E a Gih?

     - Dormiu no meu colo e eu pedi que a levassem para um quarto. Aliás, para que quarto. Vou procurar o cara que a levou, peraí.

     - E o seu irmão?

     - A última notícia deram de madrugada. Tinha 5% de melhora.

     - Ah, que bom... Então ele já tá fora de perigo?

     - Aí eu não sei, mas acho que sim. Vou lá.

 

___________________________________________________________

 

     Giovanna abriu os olhos e não reconheceu o lugar onde estava. Custou um pouco a se lembrar os detalhes dos acontecimentos das últimas horas. Recordava-se que estava com sono, mas não como tinha dormido. Levantou-se da cama e saiu no corredor, em busca de alguém que pudesse lhe explicar como tinha ido parar ali.

     - Hey, moça – chamou – eu não sou paciente, como cheguei aqui?

     - Qual é o teu nome? – a funcionária perguntou.

     - Giovanna.

     - Hmm... Então acho que foi pra você que pediram um quarto só pra dormir.

     - Quem foi?

     - Um rapaz de rastas no cabelo, Bruno..., Benito...

     - Bill?

     - Isso.

     - Obrigada.

     - Disponha.

     Gih voltou pra dentro do quarto, deitou-se de novo e ficou pensando... Como estaria Tom? Onde estaria Bill? Dali a uns minutos a porta do quarto se abriu – e Giovanna viu Bill pela fresta.

     - Bill! Entra!

     - Bom dia... Já acordou?

     - Aham.

     - Dormiu bem?

     - Sim. Bill...

     - Hm.

     - Como eu dormi?

     - Hahaha! Não lembra?

     - Não!

     - A gente tava conversando, você tava com muito sono, eu disse pra você deitar no meu colo e você dormiu. Aí agora pouco precisei usar o toalete, daí pedi pra que te trouxessem pra cá.

     - Ah. Eu nem lembrava. E o Tom, como está?

     - Na mesma.

     - Não deram notícia?

     Ele negou com a cabeça.

     - Ai, que agonia! E... Posso sair daqui? Só vai me deixar mais agoniada ainda.

     - Vamos. Minha mãe tá lá na sala de espera.

     Giovanna calçou-se, arrumou o cabelo e voltou com Bill.

     - Bill! – chamou Simone ao ver o filho – Bill, Bill, venha cá!

     - Calma, mãe. O que houve?

     - Deram notícia do seu irmão.

     - E como ele tá?

     - Ótimo! Saiu da UTI! Mas tá dormindo ainda.

     - Sério? É, sério, ele melhorou? – Gih perguntou.

     - É sim, acabaram de me falar. É a Gih?

     - É, mãe. – Bill respondeu.

     - Nossa! Continua morando aqui, Gih?

     - Aham. E na mesma casa.

     - Como eu nunca mais te vi? Leipzig não é tão grande.

     - ‘Cê não tinha ido junto pra Magdeburgo em 2005?

     - Fui, mas na metade de 2007 eu voltei. Eles estavam fazendo sucesso demais, e viajando; não dava pra ficar de sombra, né.

     - Acha que o nosso sucesso foi ruim, mami? – Bill perguntou fazendo beicinho.

     - Não. Mas você preferia que eu fosse atrás de vocês pra todos os lugares pelo resto da vida?

     - Também não precisa exagerar. – ele disse.

     - Então. E você, Giovanna, por que nunca mais nos vimos?

     - Eu fui pro Brasil em 2007 e fiquei dois anos por lá. Voltei em dezembro agora.

     - Ah, tá explicado. Mas por que Brasil? Não podia ter ficado aqui pela Europa mesmo?

     - Não, eu sempre quis conhecer o Brasil; pintou uma oportunidade, eu fui.

     - Ah, bom.

     - Mãe, você disse que ele saiu da UTI?

     - Saiu.

     - Pode receber visita agora?

     - Só às 9h.

     - E que horas são?

     - 7h50.

     - Merda!

     - Bill!

     - Foi mal, mãe. Força do hábito. – Sorriso de tacho mode ON.

     Os três ficaram conversando na sala de espera, Bill olhava o relógio a cada 30 segundos.

     - Mãe.

     - Quié, Bill?

     - São 9h.

     - E você tá esperando o quê pra ir ver o seu irmão?

     Bill saiu correndo.

     - Você também. Acho que você e o Tom têm bastante assunto, hã?

     Giovanna saiu correndo também. Simone riu e foi atrás, andando.

     Bill entrou no quarto, Tom estava dormindo. Ainda estava ligado ao aparelho que reproduzia os batimentos cardíacos por “pis”. Não precisava de um para respirar. Mas Bill conversou com o irmão, mesmo assim:

     - Você tentou. Bem sabia que a reação seria como foi. ‘Cê já tava cansado de saber que não deveria ter feito o que fez. Mas vai fazer o quê, já tá feito mesmo, né? Eu sei que eu fui um chato te enchendo o saco pra falar com ela, mas é que eu fiquei realmente muito irado com essa de tu ter usado o meu nome... – pausa. – Tá, eu me entrego, a sua atitude foi errada, mas você tava certo. Ela me disse agora a pouco que gostava de mim... Não, não foi o que ela disse. Ela disse que... quando eu e você começamos a nos aproximar dela, ela olhava, sim, mais pra mim; mas depois começou a olhar pra você. Em resumo: nem ela mesma sabia. Talvez gostasse de nós dois; exatamente isso, ela disse. A Giovanna me contou que, num dia aí que tava conversando por e-mail com você achando que era eu, sonhou contigo de noite. Ou seja, o laço dela comigo sempre foi mais forte; mas você era, sei lá, como o queijo na lasanha, não pode faltar de jeito nenhum. Eu me senti um idiota ouvindo tudo isso dela, mas o que se pode fazer, é a verdade. Não dá pra fugir. Duvide-o-dó que você está ouvindo tudo isso, mas eu precisava desabafar. Acorda logo, cara.

     Ele saiu do quarto, para que Giovanna entrasse. Ela entrou, ficou olhando para Tom em silêncio, por alguns minutos.

     - Se você... – disse enfim – se você me desculpar por... ter te feito vir parar aqui... Eu te desculpo também. Talvez precise disso tanto ou mais do que você.

     Gih terminou de dizer isso e uma lágrima escorreu por sua face. Ela pegou a mão dele e continuou:

     - Me... Me desculpa, Tom! Eu fui tão idiota! Você tava sempre lá... Por que, por que nunca me falou? Talvez tudo tivesse sido tão diferente... – pausa para enxugar as lágrimas – Ai, eu tô aqui falando tão abertamente, mas não sei com que cara eu vou olhar pra você quando acordar. Mas eu vou olhar mesmo assim. Eu não vou te julgar antes de saber o que realmente te fez passar pelo Bill. Acontece que, com tudo o que você me disse... Acabou piorando a situação. Acorda, vai. Eu só vou me sentir em paz quando você me disser que está bem. Ah, e mais uma coisa: Obrigada por ter me contado. Antes tarde do que nunca, né?

     Giovanna sentiu sua mão ser um pouquinho apertada por Tom.

     - Melhora. – deu um beijo na testa dele e saiu.

     Tirando uma fratura no braço e um osso quebrado na perna direitos, Tom não tinha nada. Só ficar duas semanas engessado e tudo voltaria ao normal.

     Tom passou os três dias seguintes dormindo. Bill e Giovanna só faltavam levar o guarda-roupa pro hospital, não saíam de perto do gêmeo mais velho por um só segundo. Era uma tarde de segunda-feira quando receberam a notícia de que Tom tinha acordado. Não sabiam o que fazer primeiro: ir vê-lo ou avisar a mãe e a mídia de que ele recobrara a consciência. Decidiram que cada um faria uma coisa. Bill foi vê-lo primeiro, enquanto Gih se encarregou de avisar a todos.

     - Tom? – disse Bill entrando no quarto.

     - Bill!

     - Finalmente acordou, hein. ‘Cê tava dormindo desde quinta-feira.

     - Que dia é hoje?

     - Segunda, dia 30.

     - Ôh louco.

     - Tá mais preguiçoso do que eu.

     - Besta!

     - Nossa, de nada, se é assim que você agradece por eu ter ficado quatro noites mal dormidas aqui do seu lado.

     - Foi mal. Sendo assim... Obrigado.

     - Obrigado pelo quê? Eu tenho a obrigação de cuidar do meu irmãozinho mais velho. Vem cá, você não quer mudar de posição, não? Como ainda aguenta ficar deitado depois de quatro dias imóvel dormindo direto?

     - Se desse que me moveria, mas com dez quilos de gesso é meio complicado...

     - Que exagero!

     - Mas isso pesa! Me sinto Tom Kaulitz do lado esquerdo e uma orca do direito.

     - Hahahahahaha!!!

     - É verdade!

     - Mas é hilário mesmo assim! Hahaha!

     - Bill...

     - Hm?

     - E a Gih?

     - Tá ali fora, ligando pra mamãe.

     - Ela também ficou aqui o tempo todo?

     - Não desgrudou de você. Se eu não tivesse mandado, ela não teria dormido nada durante esses quatro dias.

     - Caramba...

     Nesse momento Giovanna apareceu e olhou para os dois pelo vidro.

     - Quer que eu a chame? – Bill perguntou.

     - Não precisa. Ela tá ali atrás, ó.

     Bill se virou, a viu e a mandou entrar.

     Ela hesitou um pouco, mas entrou. Em silêncio, os dois ficaram olhando um pro outro sem ter como começar a falar.

     - Gih... – Tom se pronunciou.

     - Tom.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem, povinho.