Silent Town escrita por Jhay


Capítulo 9
Capítulo 9




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10 de julho de 2012. 09h30min

 Aquelas ruas pareciam todas iguais, ainda bem que Alyce tinha um ótimo sendo de direção, uma intuição que quase sempre estava certa e um mapa. Era só seguir em frente e chegaria lá. Estava com medo e muito preocupada. Até aquele momento nenhum monstro ou fantasma passou por ela. Talvez eles fiquem escondidos, ou em um bar, pensou tentando animar a si mesma. Por mais que não quisesse encontrar algo sobrenatural, também não achava uma boa coisa não encontrar algo fora do normal. Ouvia somente seu all star surrado em contado com o chão. Ali estava bem frio, suas mãos estavam congelando. Não se lembrava se estava frio antes...

 Algo se moveu à frente. Alyce ficou imóvel e prendeu a respiração. Não conseguia ver nada por causa da escuridão e da neblina. À sua direita tinha um prédio de quatro andares e do lado esquerdo uma casa de jardim morto. Ouviu algo quebrando em algum lugar. Seus pêlos eriçaram. Agora desejava voltar a mesmice segura de sua vida. Mas isso não era possível, pois para voltar a mesmice era necessário ter todos juntos, e isso só aconteceria se conseguisse salvar Leon.

 Um grito. Alyce olhou para a esquerda, de onde o som tinha vindo. Era estridente como o da última vez. Olhou para frente novamente, desta vez o espaço não estava vazio. Não era um monstro como aquele que correra atrás daquele grupo. Era um espectro. Não como aquele garoto bonito que apareceu para ela. Longe disso. Aquele era estranho e assustador. Tinha olhos completamente pretos, face branca e um pouco transparente, seus cabelos estavam bagunçados, na testa uma ferida se abrira profundamente, quase deixando o crânio daquele lado à mostra, os lábios foram arrancados, deixando os dentes podres aparentes. Estava em um filme de terror, era isso que Alyce pensava. Sabia que seu rosto estava branco como papel e os olhos azuis arregalados se destacavam consideravelmente. Colocou a mão na boca e mordeu a si mesma para não sair correndo berrando como uma maluca. O espectro abriu a boca e soltou uma espécie de suspiro, Alyce se lembrou dos filmes de zumbis. Ele virou-se e continuou andando, como se não tivesse nada de interessante ali. Alyce percebeu que estava mordendo sua mão ainda. A soltou. Quase furara a si mesma com aquela mordida. Pelo menos consegui não gritar. Parece que esses amuletos funcionam mesmo, pensou aliviada. Forçou-se a continuar andando. Não podia parar. Seus passos  leves eram amortecidos elas folhas em decomposição no chão. Espero que aquele grito não tenha causado problemas para alguém. Ela estava preocupada, mas não tinha como ajudá-los. Outra lágrima escapou. Era salgada.

 Ao longe pode ver uma silhueta. Era deformada e ela não conseguia distinguir se era uma pessoa ou só uma árvore, se não fosse outra coisa. Respirou fundo e reuniu a pouco coragem que ainda tinha. Cada passo se tornava mais difícil e fazia seu coração bater mais rápido. A silhueta não se mexia, e a cada instante ficava mais próxima. Alyce olhava de um lado para o outro com medo de ver mais alguma coisa anormal. Por que as coisas nunca eram normais com ela? Por que sua família não era como as outras? Por que ela não podia ser igual? Detestava ser diferente. Mas era assim dês aquele dia. Aquele que mudará a sua vida. Aquele dia que tiraram sua inocência. Tão jovem... Tão cedo...

 Algo passou perto da silhueta que não se movia. Outro e mais outro. O que era aquilo? Uma reunião bizarra?

  – Tome cuidado! - sibilou uma voz.

 Não vinha de lugar algum e de todos os lugares. Parecia que tinha saído das paredes das casas

  – Cuidado! Cuidado! Se eu fosse você não ia até lá - era uma voz e ao mesmo tempo várias -  Volte!

 O que era aquilo? Aquelas vozes sinistras estavam querendo que ela voltasse? Por que? Eram vozes confiáveis ou fantasmas da cidade que não queriam que ela abrisse a caixa? E se abrisse? O que iria acontecer? O que sairia de lá de dentro? E depois que saísse? Iria destruir tudo e matar todos? Ela também morreria? E os outros? De que outra forma poderia ir embora? Não tinha escolha, tinha?

 Perguntas, perguntas e mais perguntas. Elas rondavam à sua volta como dançarinas invisíveis. Não vou mais voltar atrás, disse com convicção. Agora que estou aqui não tem mais volta. De qualquer forma, se eu morrer aqui, não faria tanta diferença, pelo menos a culpa e o remorso não existiriam mais. Será que eles poderiam me acompanhar depois da morte? Acho que não. Espero que não.

 Agora podia ver melhor o que era a silhueta imóvel. Era uma escultura de mármore de uma mulher com uma mão na boca em sinal de silêncio e a outra mão quebrada. Sua expressão era de uma pessoa aterrorizada, como se pudesse ver o que estava acontecendo ali. A escultura no pedestal presenciava uma cena horrível. Uma dezena de monstros estavam debruçados no chão sobre alguma coisa. Alguma coisa não, pensou com assombro, alguém!


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Notas finais do capítulo

Se você gostou então comente, se não gostou comente o porque de não ter gostado u.u
Agradeço, seus Lindos e lindas!



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