Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Heeeey!!
Em ritmo de comemoração com a
volta do Nyah, eu já tô aqui
postando capítulo que acabou de sair do forno.
Boa leitura.



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— Tem certeza que vai dar certo? — Minha ansiedade já estava no limite e eu não podia fazer algo assim. Roubar é errado e roubar um museu, é pior ainda. Sei que o Jhonatan e a Alexa também não concordam muito com a ideia, mas por alguma razão Lex não confia no avô dela e meio que entendo. Isso faria ele questionar o que sua neta poderia querer com uma adaga mágica que serve para rituais, fora que ele mesmo já proibiu todos nós de fazermos mágicas fora das aulas de bruxaria.

— Não posso garantir que nosso plano vá dar certo. — Lexa admite, escondendo sua bela franja branca dentro de um gorro preto. Todos nós estávamos usando roupas pretas como naqueles filmes, como se fossemos ladrões que roubam um museu ou banco. Pera aí, estamos roubando um museu. São quase vinte e três horas, o que me lembra que temos que encontrar o garoto emo na praça de vinte e três e meia.

— Ok eu chequei a porta de trás, não há guardas. — Jhon vem em nossa direção comendo algum tipo de sanduíche, eu e Lexa olhamos para ele. — Que foi? Fico com fome quando vou roubar alguma coisa legal. — Mais uma vez olhamos para ele com ar de estranheza.

— Como assim fica com fome quando rouba algo legal? — Soltei assustado.

— Qualé? Você nunca roubou algo? — Ele disse dando uma abocanhada no sanduba.

— É, — parei pra pensar — não!

— Então se prepare, — Lexa sorriu — sua primeira vez pode ser épica. — Nós rimos e então fiquei sério. Ela agiu normalmente, tipo, será que eles fazem coisas assim muitas vezes?

— Me dá isso aqui. — Peguei o sanduíche do Jhon, que na verdade era um delicioso e incrível X-bacon, dei uma mordida e devolvi, Jhon ficou me olhando com uma feição nada legal. — Que foi? Se roubar coisas legais virar hábito, tenho que aprender a controlar a ansiedade.

— É o Erick tem razão. — Lexa falou pegando o ultimo pedaço do X-bacon dele.

— Hey pessoal! Qualé? Se soubesse que isso iria acontecer teria trazido outro. — Eu e Lexa rimos.

— Certo, o plano não é difícil. — Colocando uma planta do museu no chão, Lexa começara a explicar. — Jhon vai criar uma distração no portão principal, Erick e eu beberemos essa porção de invisibilidade e entraremos sem ninguém perceber. A sala que contém a Agada de jade, está trancada, mas eu por ser neta do anciãos tenho um cartão que vai dar acesso. O chão estará cheio de lazer infra vermelhos, o que significa que você Erick, terá que levitar.

— Ok! Mas eu não sei levitar. — Revirei os olhos. — Lembrem-se que sou apenas um casulo, não sou um bruxo formado afinal.

— Não se preocupe eu te ensino. — Ela sorriu, suspirei e esperei que continuasse. — Mas você só vai poder levitar ao meu comando. Por que assim que eu abrir a porta pra você, tentarei desativar as câmeras de segurança da sala através do painel de controle.

— É possível fazer isso? — Jhon perguntou de um jeito sínico.

— Você está falando com uma expert queridinho. — Lexa lhe lançou um sorriso debochado e cheio de alto estima.

— Ok, então você abre as portas, desliga as câmeras e eu flutuo até esta caixa de vidro transparente? — Expliquei o plano mais para mim do que a ela.

— Isso! — Lexa afirmou tensa. — Mas tem um porém.

— Sempre tem um porém. — Bufa Jhonatan exausto.

— A caixa é extremamente sensível, você não vai poder tocar nela.

— Como posso tirar a droga de uma adaga de uma caixa, se eu não posso tocar na droga da caixa? — Perguntei estressado.

— Calminha meu amor, — Lexa sorri mais uma vez cheia de si. Apesar que dou graças a Deus por ela ser assim, o que significa que ela tem quase tudo sob controle. — Aqui, pegue essas luvas. — Ela me entregou um par de luvas amarelas com uns símbolos estranhos. — Essas luvas estão encantadas com cristâneo, ao usar elas, suas mãos teram a incrível habilidade de ficar intangível.

— Intangível?

— Yeah! Ultrapassar coisas sólidas. — Jhon disse.

— Mas se ultrapassa coisas sólidas, como vou conseguir pegar a adaga? — Perguntei incrédulo.

— Sabia que você iria perguntar, — Alexa mais uma vez cheia de si. — as luvas encantadas ultrapassam coisas sólidas, a não ser que esta coisa sólida contenha magia. Esse é o principal ponto, aliás, se você não fosse um ser mágico, você não conseguiria nem segura-la.

— Uh! Legal. Sendo assim, tudo bem. — Eu ri me sentindo um completo imbecil. Ah, mas eu tenho que perguntar, tudo isso ainda é muito novo pra mim.

— E tenho que lembrar que a poção de invisibilidade só vai durar exatamente vinte segundos. — Ela avisa.

— Certo. Mas por que eu não distraio os guardas enquanto o Jhon entra? Ele já sabe levitar e fazer alguns truques, economizaríamos tempo. — Sugeri.

— Já havia pensado nisso. — Lexa explica. — Mas não sei se a energia mágica do Jhon é poderosa o suficiente para erguer algo tão poderoso quanto a adaga de Jade, e no seu caso Erick...

— As trevas me ajudariam, — pensei alto — entendi. Ok! Estou pronto. — Afirmei.

— É agora ou nunca. — Jhon disse animado.

— Prontos ou não, aí vamos nós. — Lexa sorriu — Sempre quis dizer isso.

Apenas cinco minutos para as onze da noite. A noite estava fria bem nublada, impossibilitando nossa visão da lua e as estrelas. O museu definitivamente é um lugar assustador a noite. Jhon parecia tenso, estava suando frio, que tipo de distração ele irá criar? Não posso perder muito tempo pensando nisso, tenho que me concentrar no que tenho que fazer, que também não será uma tarefa fácil. Lexa me entregou um frasquinho com a poção de invisibilidade, que não passava de um simples tubo de ensaio com um líquido fluorescente

esverdeado.

Lexa explicou que a porta de trás apesar de não ter guardas, está protegida por uma magia antiga e seu cartão, não dava acesso a esta porta eletrônica mesmo que quebrássemos essa mágica. Acho que isso só piora a cada segundo, não tenho certeza se podemos conseguir.

Jhon colocou um gorro preto cobrindo toda sua cabeça, como se fosse um terrorista. Esperamos atrás do muro, os guardas pareciam calmos, nem estavam muito atentos, mas eu pude ver suas unhas refletirem a luz, o que significa que são bruxos. Jhonatan me olhou nervoso, sorriu de um jeito que pudesse ver seus brancos dentes se arqueando num sorriso sínico, ele colocou a língua pra fora e fez o gesto de rock, levantando o dedo mindinho e o indicador. Provavelmente é o jeito estranho do Jhon de tentar parar com a tensão. E assim ele correu até a frente do museu.

Agindo por impulso eu abri o tubo com a poção, mas Lexa não permite que eu beba a poção.

— Agora não, deixa os guardas saírem de suas posições. — Assenti e observei o Jhonatan performar.

Jhon andou lentamente até que os guardas pudessem vê-lo. Ficou parado e encarando os homens fardados de um jeito desafiador.

— Hey garoto! Saia daqui imbecil! — Um dos homens ameaça. Jhon estalou os pescoço e logo depois os dedos, quase todos de uma vez.

— E quem vai me obrigar? — Daqui não dava pra ver, mas pelo jeito que o Jhon falou debochado, aposto que ele está dando um daqueles sorrisos que irritam qualquer um. Os guardas meio que sorriem, provavelmente irritados com a afronta. Um deles dá alguns passos a frente em direção ao Jhon, eram cinco guardas e sim, todos são bruxos.

Os braços de Jhon se ergueram, ele abriu as mãos e cada uma delas tinha uma bola quente e flamejante, com um fogo lindo e dourado. O bruxo que andava em direção ao Jhon ficou um pouco relutante e então os outros quatro avançaram, fazendo com que o primeiro que andava, não desse passos para trás. Os cinco guardas bruxos andavam em direção a ele, e sério, meu amigo nem parecia temer, não tremia, ou recuava, apenas esperava.

— Hey garoto, é bom você abaixar essa bola toda. — Um dos guardas falou.

— Também acho. — Um outro a esquerda falou. — Você pode se machucar.

— E quem vai tentar? — Jhon cuspiu no chão, como uma afronta.

— Tentamos te avisar. — O bruxo que estava no meio deu um pulo para o alto, que parecia mais voar de tão alto que subiu. Com o tempo nublado nem deu pra ver ele, mas uma luz branca e muito forte, surgiu no meio de uma das muitas nuvens no céu. Eu não consegui acreditar quando observei, o bruxo descia de cabeça em encontro com o Jhon. O homem estava descendo em forma de relâmpago, um grande e poderoso relâmpago.

— Erick! — Lexa chamou minha atenção. — Essa é a hora.

— Ok, — eu disse quase sem ar. Aquilo é o que um bruxo pode fazer? — Tudo bem vamos. — Olhei mais uma vez para o Jhon. Agora parecia tenso e atento para o golpe que possivelmente levará. Engoli de vez a poção junto com a Lexa e enfim entramos correndo no museu, a minha pele estava formigando um pouco e estava meio oleosa, mas isso é efeito da poção.

Passamos tão rápidos pelos corredores que quase passamos da porta onde se encontra a adaga. A Lexa foi a primeira a voltar ao normal, depois de menos que três segundos eu já estava visível novamente. Ela começara a mexer rápido no painel, passando o cartão, abrindo a porta eletrônica (que se abriu como uma porta de elevador). Rapidamente ela digita muitos números, onde apareceu uma pequena tela de LCD por cima da caixa de acesso. É incrível o quanto a Lexa é totalmente nerd e o quanto isso é legal. Nunca pensei que uma garota tão linda poderia também ser tão inteligente, tipo, a D. é esperta manja das malandragens, mas inteligente mesmo do tipo que adora ler, ela não é não.

— Tudo pronto, as câmeras de seguranças estão desativadas. — Ela sorriu como se não tivese feito nada de mais.

— Ok, agora me ensina a flutuar. — Sorri sarcástico olhando para os visíveis raios infra vermelhos se movendo sobre o chão. A sorte é que esse tipo de raio não subia mais de um metro.

— Tudo bem, feche os olhos, — Assim fiz o mais rápido possível, — Esvazie sua mente e pense no elemento vento. — Um vento frio e misterioso parecia tomar conta de mim, ele batia contra minha pele de um jeito legal, senti meus cabelos sacudirem junto. — Imagine que seu corpo é tão leve quanto esse vento que te circula. — Parecendo que eu e o vento eramos um só, me senti leve, como se, como se, pudesse flutuar.

— Como estou indo Lexa? — Perguntei, mas não obtive resposta alguma, então abri os olhos sem permissão. — Eu, eu estou levitando. — Sorri.

— Sim, você está. — Percebi um tom triste passar pela voz da Lexa, ela perdeu os dotes mágicos depois do ritual da descoberta, ela não poderá fazer coisas incríveis como essa e até posso entendê-la. — Agora concentre-se neste vento e flutue até a caixa.

— Tudo bem. — Falei tentando não sorrir, mesmo querendo muito, aliás flutuar é INCRÍVEL.

— Ah! Erick. — Olhei para ela — Não esquece as luvas.

— Uh! Você tem razão, valeu. — Coloquei as luvas em minhas mãos levitei devagar por cima dos raios. Eu tava meio desengonçado, mas acho que é normal para uma primeira vez. Eu cambaleava levemente pelo ar, como um pássaro dando seu primeiro voou.

Até que enfim cheguei ao outro lado. Ainda levitando, passo minhas mãos por dentro da caixa de vidro, a adaga de Jade é sim uma das coisas mais lindas que já vi. A lamina desta perfeita arma é feita com a pedra de jade, mas era tão fina que chegava a ser transparente. O punhal, também é feito de jade, lindamente verde e tem umas esculturas esculpidas nele. São pequenos círculos de pentagrama e flores exóticas detalhadamente talhadas.

Enfim, conseguir tirar a adaga de dentro da caixa de vidro. Ao segurá-la senti uma vibração poderosa e cheia de energia. Como se aquele pequeno objeto tivesse vida própria. No mesmo instante que segurei a arma por alguns segundos, senti meus olhos ficarem pesados e tenho certeza do que estava para acontecer, as trevas veio dizer um olá, para o objeto em minhas mãos.

*--Jhonatan--*

Vai demorar um pouco pra esse imbecis, perceberem que estão lutando contra uma cópia minha feita de lama. Até agora, meu sósia tem se livrado de forma efetiva de todos os ataques criados, por meus adversários. O que me ajuda, porque se meu clone de lama levar apenas um arranhão se quer, ele vai voltar a ser como era antes. Eu não posso mesmo lutar contra esses caras, eles são bruxos de grande nível e totalmente treinados. Eu acabei de sair do nível casulo para bruxo e eles são bruxos guardiões. OK, eu sei que tô parecendo um covardão idiota. Mas caso meu clone de lama se espatifar, eu irei enfrentar esses caras. Uma vida dependem do meu desempenho, uma vida importante, a mãe do meu melhor amigo depende deste anel. Mesmo que para isso, eu tenha que me sacrificar para salvá-la, assim eu farei.

Continuei observando meu clone pular, saltar, rolar no chão, sem nem ao menos ofegar. Ele parecia concentrado, tanto quanto eu mesmo nunca fui. Apesar de que para controlar esse carinha, eu esteja gastando muita mana mágica. Preciso ter controle e gastar o mínimo possível. Eu nunca fui realmente bom em controlar magia, sei invoca-las, usa-las e até mesmo conjura-las de forma poderosa pra alguém de meu nível. Mas controlar, é meu ponto fraco.

— Achou mesmo que eramos nós? Que nós é que estávamos lutando contra seu maldito clone de lama? — Uma grossa e rasgada voz sussurrou em meu ouvido esquerdo, me fazendo tremer.

Olhei para trás e os cinco guardas estavam atrás de mim, rindo de um jeito debochado que me irritou muito. Olhei novamente onde meu clone de lama deveria estar fugindo de várias mágicas de alto nível e o mesmo já havia virado poça.

— Ha ha! Ele achou que podia nos enganar. — Um deles gargalhou.

— É Rafael, pena pra ele, que juntos somos invencíveis. — Filhos da puta, a quanto tempo eles poderiam estar aí? Me observavam enquanto eu assistia pateticamente uma ilusão de meu clone lutar. Me levantei e cocei a nuca, eu ainda estou usando o gorro cobrindo toda minha cabeça.

— Yeah! Acho que vocês me pegaram. — Fixei meu olhar atrás de uma das árvores, próximas ao jardim do museu e me teleportei atrás de uma delas. Convocar mágicas mentalmente, simplesmente fazem com que gastemos mais mana mágica que o normal. Dizer em voz alta o encanto, feitiço ou qualquer coisa, ajuda na concentração de magia e no gasto de energia que pode causar. Infelizmente, não queria que descobrissem o tipo de mágica que estava preparando para escapar.

— Ele ainda está por aqui, posso sentir a presença dele. — Ouvi um deles gritar. — se espalhem. — Sério, espero mesmo que o Erick e a Lexa, estejam numa situação melhor que a minha.

*-- Erick--*

— Erick o que foi? Flutua de volta pra cá, rápido! — Ouvi a voz patética da Lexa, sério que ela acha que pode me apressar? Eu sou poderoso. Me virei para encara-la. — Oh não! Sério? — Ela parecia mais frustrada que assustada. Ela deveria me temer.

Encarei a garota, estou segurando a adaga de jade com a mão direita. Minha flutuação estava intacta, eu sinto que posso levitar como quero e do jeito que quero. De repente, a pequena arma verde começa a transmitir uma luz verde irritante. Mas de alguma forma eu sabia o que estava por vir.

A adaga de Jade correu de minha mão e flutuou para o meio do salão onde estávamos. Ela ficou parada, brilhando, emitindo uma luz tão forte que me forçou a voltar ao normal, dando meio que um tchauzinho a dominação das trevas no meu corpo. Com o impacto dessa forte luz, eu me desconcentrei e perdi o equilíbrio da flutuação, caindo de bunda no chão e passando por um dos raios infra vermelhos. Exatamente no mesmo segundo, todo o lugar começara a soar um barulho muito irritante, luzes vermelhas piscavam em todas as direções e uma voz eletrônica gritava.

"ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS!"

O artefato mágico cor verde, pousou no chão. Ficando em pé no meio de todo salão. Corri em direção ao mesmo e segurei forte em seu punhal. Fechei os olho por alguns segundos com ela em mãos, mas a arma não pareceu me afetar.

*--Jhonatan--*

— Estão ouvindo? Alguém está tentando roubar o museu. — Droga, o plano deu errado. Tenho que fazer alguma coisa.

— E o cara que está aqui fora? — Um dos bruxos gritou.

— Nós três entraremos, você e Rafael, peguem ele.

Tudo bem, são três a menos.

— Hey, são vocês que iram me enfrentar? — Sorri sarcástico saindo de trás da árvore onde me escondia.

— Não sei o que você e seus comparsas estão tentando fazer, mas no nosso turno, pessoas que tentam roubar, são pessoas que morrem. — O tal Rafael falou tentando me intimidar.

— Ui, eu tô morrendo de medo. — Debochei, fazendo com que o próprio usasse sua mágica em mim.

Ele esticou o braço direito para frente com força, fazendo com que uma estaca de gelo viesse em minha direção. Eu apenas desviei, dando dois pequenos passos rápidos para o lado. O que Rafael não sabia, é que seu amigo tentava me atacar por trás. Eu só estava me concentrando em criar uma inocente ilusão, de que não havia ninguém atrás de mim. A estaca passou muito rápido quase como uma flecha, contudo, ainda consegui fazer com que levitasse mais para o lado, evitando que acertasse em cheio o coração do guarda atrás de mim. Entretanto a estaca perfurou seu ombro.

O bruxo atingido pelo próprio amigo, se ajoelha tremulo no chão, dando um alto e sonoro rugido doloroso. O sangue escorreu ensopando sua farda, o bruxo que investiu no ataque, corre em direção ao amigo me olhando com atenção. Provavelmente achando que eu poderia lhe atacar de forma covarde, eu queria ajudar o cara que foi atingido, mas seu amigo está com ódio o suficiente para me matar. Tentar me aproximar seria um grave erro. O cara que lançou a estaca de gelo estava fazendo uma magia de cura, não levará mais que alguns minutos para que ele cure o amigo por completo. Espero mesmo que Erick e Lexa venham logo, não temos muito tempo.

*--Erick--*

Lexa e eu corremos. O som do alarme era insuportável. De algum jeito estranho, estava sendo afetado por esse alarde sonoro irritante. Eu estava um pouco atordoado e enjoado, como se tivesse dado muitas voltas rápidas num carrossel e precisasse vomitar. Ainda segurando a adaga em minha mão, a observo enquanto corro, ela pode mesmo repelir as trevas? Que tipo de poder essa adaga contém afinal?

— Ei vocês! — Três guardas aparecem a nossa frente. — Não vão roubar essa adaga. — Um dos bruxos levitou Alexa de forma abrupta contra parede. Tentei usar qualquer tipo de magia, ou levitar um deles, isso eu sei fazer, entretanto não consegui. Nem se quer uma faísca de mágica eu sentia em meu corpo.

— Hey, solta essa adaga. — Um outro bruxo gritou comigo. Eu não tenho muitas opções, fora o fato deles terem a Lexa presa, eu não consigo usar magia. Respirei fundo e já estava colocando a adaga no chão, quando uma bola de fogo acertou em cheio um deles.

— Sei que vocês precisariam da minha ajuda. — Jhon sorriu. — Que som irritante é esse? — Jhonatan cai de joelhos, rangindo os dentes.

— Esse é o alarme do museu. — O homem que empurrara Lexa contra parede fala sorrindo. — Todos os bruxos que estão aqui dentro, perdem seus poderes enquanto esse som estiver na ativa. — Então ele faz com que ela caia no chão.

— Não entendo, — Lexa diz deitada, no frio e belo mármore escuro do museu — vocês são bruxos, por que não está afetando vocês?

— Haha, está vendo estas pulseiras que estamos usando? — Diz o cara que Jhon acertara com a bola de fogo. Ele levantou-se do chão e levantou o pulso. Um pouco abaixo de sua mão, preso em seu pulso, estava uma puceira feitas com algum tipo de galho seco, um pedaço de cristâneo estava pendurado, junto há algum pingente com uns símbolos nada familiares.

Lexa me olhou, mas ela não parecia estar sendo afetada pelo horroroso som. Provavelmente por ela não conter mais mana mágica, o que significa que ela está fingindo sofrer alguma coisa, esperta. Jhon estava de joelhos ainda, imóvel, com as mãos nos ouvidos. Do jeito que ele parecia estar sofrendo, tenho a impressão que o som afeta muito mais ele, do que eu, talvez a adaga sozinha não tenha repelido as trevas afinal. Alexa se levantou e correu.

— Como ela consegue se mover desse jeito? O som deveria afetá-la. — Gritou um dos guardas.

— Talvez não seja bruxa. — Outro soltou.

— Sim, eu sou bruxa. — Ela esbravejou — Mas digamos que sou especial. — Ela assoprou com força algum tipo de pó, fazendo com que os guardas caíssem no chão adormecidos. O engraçado é que eles subestimaram tanto ela, achando que ela fosse humana, que não pensariam neste pó.

— O que jogou neles? — Perguntei, andando ainda meio enjoado.

— O mesmo pó que Williams jogara no Jhon outro dia. — Lexa é mesmo um poço de inteligencia. — Vem eu te ajudo.

— Não, ajuda o Jhon, ele parece sofrer mais do que eu com esse som desgraçado.

— Tudo bem. — Ela levantou Jhonatan por um dos braços e o apoiou em seu ombro. Juntos saímos do museu. Lá fora tinha dois guardas no chão, não pude olhar muito tempo, mas de relance percebi que um deles estava ferido. O Jhon fez aquilo? Agora não importa, o que importa mesmo é ir direto para a praça Luce Nerfal. Aliás, marquei com o tal garoto as vinte três e meia e já são vinte três e cinquenta. Torcendo com toda minha alma que esse garoto ainda esteja lá.

*--*--*--*--*

Eu e Lexa entramos no carro dela e Jhon subiu em sua moto. Já estávamos mais do que atrasados e provavelmente, o garoto que nos irá oferecer seu sangue já se fora. Mesmo assim, ainda tenho uma pitada de esperança que esse garoto, por alguma razão, está esperando por nós. Talvez ele precise mais do dinheiro do que eu imagine, ou talvez ele seja paciente. Isso Erick! Pensamento positivo sempre ajuda. Enquanto ainda estávamos na estrada, indo direto a praça Luce Nerfal, Lexa segura o volante com uma de suas mãos e com a outra, ela segura forte a minha mão. Aquilo me tranquilizou, sorri para ela e mesmo que por alguns segundos, esqueci os muitos problemas que eu tenho para resolver.

Assim que Lexa estacionou o carro e destravou as portas, eu abro rápido as portas e corro para onde se encontra a estátua de anjo, quase no início da praça. Infelizmente não tinha ninguém lá, droga! Ele se foi. Coloco as mãos na cabeça de forma desesperadora e sento-me ao chão, me encostando na fonte, onde no centro etá estátua de anjo. Essa hora quase não dava para ver os coloridos peixes que nadam por essas águas da fonte.

— Ele já foi embora? — Lexa vem rápido com passos alongados e senta-se ao meu lado. Pude ouvir sua respiração profunda de frustração. — Podemos fazer o anel amanhã. — Ela sugere.

— É, podemos. — Mesmo confirmando e tentando aceitar que não dá pra fazer hoje, ainda tenho uma certa angustia dentro de mim. Aliás, quanto antes fazermos essa droga de anel, mais rápido minha mãe terá saúde. Só em lembrar de seu cabelo caindo, seu esforço para sorrir, tentando não me mostrar suas frustrações e preocupações, como ela é guerreira. Merda! Eu posso fazer algo para ajudá-la e me sinto como se não estivesse fazendo nada. Tudo que faço não me parece o suficiente. Sem perceber, lágrimas estavam escorrendo em meu rosto, meu nariz provavelmente já está vermelho, escondo minha face dentro de meus braços, que estavam fechados por cima de meus joelhos dobrados, como quando uma criança começa a chorar.

— Hey! Não quero ver você ficar assim. Você é forte e vai conseguir ajudar sua mãe. — Lexa me abraça, me envolvendo em seus braços. É incrível o quanto ela pode ser amável. Uma verdadeira e confiável amiga. Esfrego meus olhos, meu rosto ainda estava quente.

— Obrigado. — A abracei.

— Hey, desculpem o atraso. — Olhamos ao mesmo tempo. O tal garoto aparece, acompanhado pelo o Jhon.

— Encontrei esse carinha enquanto vinha por outro caminho. — Jhon sorri, levantando a mão que segurava um capacete. Alexa e eu sorrimos felizes, até Jhon perceber algo diferente em meu rosto. — Pera, — ele puxa meu braço — você tá bem?

— Tô legal, — sorri escondendo o rosto — obrigado por ser meu amigo.

— Então ok maninho. — Ele sorri de volta.

Caminhando no meio da negra floresta, andávamos por uma parte da floresta onde já estava sendo desmatada. Lexa disse que marcara um carvalho recém cortado, para que eu pudesse riscar com a faca o símbolo da lua negra. A lua não estava cheia, nem minguante, ela estava quase completado a fase cheia, era um circulo meio oval. Jhon segurava uma grande mochila com muitos de nossos materiais. Lexa estava segurando uma pequena caixinha e eu apenas segurava a adaga e uma imagem rabiscada da lua negra.

A imagem nem era muito complicada era apenas uma lua minguante, fora dos traços desta lua e dentro da circunferência, tem uma outra menor. Pra finalizar a imagem, um pequeno circulo negro no centro de tudo.

— Antes de começar o tal ritual de vocês — O garoto estranho fala — preciso que me paguem adiantado.

— Tudo bem. — Falei pegando minha carteira. Antes de ir ao museu peguei uma parte de minhas economias, não, eu não tenho muito dinheiro. Sabe as moedas que guardamos por muito tempo? Dinheiro de trocos, as sobras de mesadas e coisas do tipo? Yeah. Usei esse dinheiro para pagar. Ainda fiquei com um dólar e poucos centavos. Entreguei o dinheiro ao garoto e decidir perguntar. — Qual seu nome?

— Me chame de Zin. — Ele me olhou meio de lado e seguiu a Lexa que estava mais a frente.

— Não se preocupe — Jhon se aproxima — eles nunca dizem o nome verdadeiro.

— Ele tem medo da gente né? — Perguntei, mas basicamente já sabia da resposta. Jhon assente e sorri.

— Você está nervoso?

— Minhas mãos estão suadas — sorri de lado esfregando minhas mãos em minha camisa — nervoso nem se compara ao que sinto.

— Não se preocupe — ele diz — Lexa sabe o que está fazendo.

— Não tô preocupado com isso na verdade, a Lexa é um gênio da magia. — Nós rimos — Minha mãe depende desse anel e se eu não for capaz de fazê-lo?

— Para o único entre nós que pode carregar uma adaga mágica de mil e quinhentos anos, você tem um alto-estima bem baixo sabia? — Yeah. Definitivamente ele sabe me deixar em paz.

— Por aqui gente! — Alexa grita.

Entramos numa parte menos desmatada, as corujas e outros bichos noturnos, faziam bastante barulho. Mas o que mais eu podia escutar, era o som dos grilos, fazendo suas serenatas por todos os lados. A área onde entramos tinha muitas árvores, diferente dos cotocos que vimos agora apouco. Neste lugar, havia apenas uma árvore desmatada.

— Um carvalho? — Jhon pergunta.

— Sim. — Lexa sorri orgulhosa. — Erick, risque com a adaga o desenho que te dei. — Ela aponta para a raiz e tronco do carvalho desmatado. — Faça o símbolo grande e no centro do tronco.

Enquanto eu desenhava, Lexa ia retirando algumas velas pretas da bolsa de Jhon. O Zin apenas estava parado em pé, olhando para nós. Ele parece nervoso, meio assustado, mas não parece do tipo que irá correr. Alexa separa as velas negras perto de nós, ao redor do carvalho. O que nos ajudou muito, o lugar não estava tão escuro, a lua nos fornecia um pouco de sua luz, mas as luzes alaranjadas das velas acessas fora de grande ajuda.

— Terminei. — Eu disse observando o belo trabalho que eu fiz. O simbolo recém feito ficara idêntico ao desenho que a Lex me deu. A mesma fora a primeira a se aproximas.

— Perfeito. — Ela sorri. — Prontos para começarem o ritual? Porque eu estou. — Ela encara todos os presentes no sombrio e frio lugar. É agora, nesta noite, que faremos o anel sanguessuga.


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Notas finais do capítulo

Provavelmente esse foi o maior capítulo da FIC
e um de meus preferidos *-*
Próximo capitulo será definitivamente
A vinda do Anel Sanguessuga.
Um dos acessórios mais esperados pelos meus Nerfáticos.