Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Mais um saindo do fornooooo *-*
Saudades de vocês, mas meu PC tava quebradoooo kkkk
Sei que poderia ter postado de algum outro lugar
mas tava meio desmotivado a postar.
As vezes consigo responder algumas reviews pelo celular srsrsrrs
Mas acho que o importante é ter mais capítulos , né?
Chega de blah blah blah :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354568/chapter/38

*--Williams--*

— Onde? Onde estou? — Com uma vista muito embaçada tento levantar-me. Estava deitado em galhos e folhas secas da floresta Nerfal. Tudo está um pouco confuso e não lembro exatamente o que aconteceu. Tudo que lembro na verdade, é daquela garota vadia bruxa e que eu já estava quase quebrando seu pescoço, quando por alguma razão ela conseguiu escapar. Mas como?

O sol está quase nascendo e estou sujo de lama, provavelmente choveu nesta madrugada. Tento sem muito sucesso me levantar, mas todo meu corpo está formigando, o que me leva a acreditar que fiquei nesta posição muitas horas, sem se quer mover um músculo. Depois de alguns sofridos minutos esperando meu corpo voltar ao normal, consigo recuperar um pouco dos movimentos corporais, sentei e encostei numa árvore próxima a mim. Levantei a cabeça quando senti o primeiro raio de sol encostar e esquentar minha face esquerda, fechando os olhos e respiro fundo o úmido e puro ar da floresta.

Perdi minha única chance de recuperar meu corpo original? Vou ficar sempre neste maldito corpo? O que Sabrina achará de mim, quando saber o que aconteceu? Que eu sou um fracassado. Por que diabos ela é tão importante para mim? Até parece que esqueci do meu verdadeiro grande amor, Charlote. Acho que na verdade, o que sinto por Charlote é repulsa, apesar de ama-la com todas as minhas forças. Ela me abandonou quando mais precisei dela, talvez eu seja uma pessoa melhor sem ela. Quem sabe a Sabrina seja minha cara metade? Aliás, por que perder meu tempo pensando em algo tão fútil, quanto o amor? Tudo que consigo ver dentro de minha alma é trevas, solidão, desespero, ódio, raiva, ira. Não sei explicar este sentimento negro, que vaga as profundezas do meu ser. Não entendo como alguém tão insignificante quanto a Sabrina, possa me fazer pensar em coisas tão puras e cheias de luz, quanto o amor.

Percebendo enfim que meu corpo já esta totalmente recuperado consigo ficar de pé. Não sei exatamente o que aconteceu esta noite, mas sei, que aqueles aspirantes a bruxos irão me pagar. Por alguns segundos senti minha mão direita ficar pesada e então a encarei. A mão, que estava com o simbolo de gêmeos estava carbonizada, mal dava para ver os ossos de meus dedos, mas eu sinceramente não sinto absolutamente nada. Talvez pela resistência dada pelas trevas, mas não consigo mover nada de minha mão direita, droga. Se eu tinha ódio da nova ordem de bruxos, agora definitivamente eu tenho muito mais.

*-- Erick--*

— Não deveríamos ficar faltando aula, isso levanta muitas suspeitas.

— Cara, relaxa! — O Jhon parecia preocupado demais com a escola, nem eu que sou todo ansioso e medroso, estou me importando tanto assim. — A gente só precisa de uma pessoa, um voluntário ou não, para fazer o tal anel sanguessuga.

— Ok, você tem razão. — Ele fala enquanto descemos do ônibus.

— E a Lexa? Já conseguiu o que disse que ia pegar? — Perguntei preocupado.

— Na verdade, ela acabou de me mandar um sms e sim, conseguiu.

— Ótimo! Nada pode dar errado.

Do outro lado da cidade tem muita gente envolvida com a cultura de Mágica Nerfal. Muitos dos bruxos que já foram da linhagem mágica decidem morar neste lugar, Jhon me explicou que aqui é onde se encontra o concelho de magia de toda a cidade. Ou seja, muitos sacerdotes aposentados, ou anciões naturalmente frequentam toda essa área. Uma coisa legal aqui, é que, acho que posso ser eu mesmo, até porque, quase todas as pessoas possuem a unha marcada.

— É um lugar bem estranho. — Argumentei olhando em volta. Tudo neste lado da cidade é bem gótico, meio sombrio. Como se a qualquer momento eu pudesse olhar para um beco fechado e ver um grupo de pessoas ou na verdade, bruxos, fazendo rituais por algum motivo. Fora as vestes, cheias de capas pretas e maquiagens pesadas. Apenas acho que os bruxos estão se estereotipando, se vestindo do jeito que todos acham que somos. Capas de couro, tatuagens de caveiras, corvos ou lua é bem comum nas pessoas por aqui. Muitos com moicanos de diversos tipos e percingis por quase todo corpo, sim, é o tipo de lugar que meu pai me proibiria de vir.

— Eu não acho. — Jhonatan sorriu.

— Certo, como vamos conseguir algum voluntário? — Questionei e esfreguei os braços. Aparentemente aqui é muito frio.

— Tá com frio né? — Jhon parece que leu meus pensamentos.

— Sim e muito. — Respondi.

— Isso é devido aos moradores daqui. — Eu olhei desconfiado, fazendo uma expressão facial do tipo que pergunta "como assim?". Entendendo minha expressão Jhon continua a falar. — Olha só! Nós, assim como muitos dessa cidade, somos bruxos. — Assenti, seguindo a linha de raciocínio dele. — Como seres sobrenaturais de alto nível de magia, nós atraímos uma quantidade significante de energia negativa. Por isso temos que fazer rituais de purificação, para que nossos espíritos não sejam guiados as forças negativas.

— Isso funcionaria comigo? — Perguntei aflito.

— Isso o que?

— Ritual de purificação.

— Olha Erick, eu duvido muito. — Ele fez um biquinho triste. — Como sabemos o que está em você é o próprio mal, as trevas pura e sombria.

— Ok, ok entendo. Mudemos de assunto — Eu meio que ri tentando mudar de assunto e não querendo parecer mais preocupado que já estou. — Como vamos fazer para achar alguém aqui?

— Ha, ha! Essa pergunta é bem fácil de responder. — Ele andou mais rápido e eu me apressei a acompanhá-lo. — Muitas das pessoas, neste lado da cidade, sabem sobre a existência da bruxaria.

— Achei que pessoas comuns fossem proibidas de saber sobre nós. — Reclamei.

— Mas são pessoas confiáveis, a maioria são de família de alguns bruxos.

— Entendo. — Eu disse. — Mas como isso nos ajuda?

— Aí é que estar. — Ele parou de andar e se aproximou. Aparentemente ninguém pode ouvir o que ele está prestes a me dizer. — Isso é ilegal no ramo da magia, mas existem pessoas, humanos, que se oferecem em alguns rituais.

— Por que alguém faria isso?

— Em troca de dinheiro, mas o que?

A ideia de existirem pessoas que são capazes de tudo por dinheiro me assusta.

— Certo entendi. — Sussurrei. — Como faremos para encontrar alguém? E quanto isso vai nos custar?

— A Lexa me falo que o sinal para alguém que quer se vender para algum ritual é simples, — Ele levantou a mão com a unha marcada sigilosamente, de uma forma que só eu pudesse ver. — Geralmente essas pessoas se encontram encostadas em postes de iluminação. Tudo que precisamos fazer é olhar para a pessoa, de forma que ela olhe de volta para nós e passar a unha marcada no meio dos lábios. — Assim Jhon fez. Passando a unha marcada no meio dos lábios, como um gesto de alguém dizendo que não quer mais falar, tirando a parte infantil de tirar o zipper e jogar fora.

Andamos alguns minutos até eu avistar alguém do jeito que a Lexa instruiu ao Jhon. Um garoto como o cabelo escorrido preto, cobrindo o olho direito. Ele usava lápis de olho preto, contornando seus grandes olhos castanhos. O garoto até parecia alguém morto, o que me deu calafrios do quanto o moleque era pálido. As vestes não eram diferentes de outras pessoas que circulavam por este lado da cidade. O Jhon ainda não vira o garoto, então tentei fazer o gesto por conta própria. Infelizmente o mesmo não me notava no meio de tantos, me concentrei em seu pescoço e forcei sua cabeça a seguir onde eu estou. Ele parecia assustado e relutante mas consegui fazer ele me olhar.

— O que você está fazendo? — Jhon segurou meu braço me tirando a concentração.

— O que foi? — Reclamei. — Estava chamando atenção daquele...

— Você tá ficando maluco? — Jhon me interrompe, me levando para longe do local.

— Mas, o que foi que eu fiz? — Perguntei aflito.

— Não se pode usar magia nas ruas, — Andávamos quase correndo. — Os outros bruxos podem sentir.

— Qual o problema disso? — Ao perguntar e ainda acompanhado a velocidade que Jhon andava, eu meio que olhei para trás e vi várias das pessoas que andavam normalmente nas ruas, paradas e nos encarando, com uma expressão nada agradável ou receptiva. — Ok, entendi o problema disso.

Depois de andarmos muito já cansados paramos, em frente a uma lanchonete.

— Ok, estou faminto e acho que não nos seguiram. — Jhon diz enquanto entravamos.

— O que foi aquilo? — Sento-me num dos altos bancos. A lanchonete não era grande. Tinham duas mesas, um alto balcão acompanhados de altos bancos. No balcão, tem um fiteiro com alguns salgados que não pareciam nada novos e depois dele, uma garçonete descabelada e super acima do peso.

— O que vão querer? — Ele pergunta sorrindo com aqueles dentes amarelos e batom mega vermelho, fazendo os lábios dela parecerem enormes até demais.

— Uma fatia de torta de frutas vermelhas e uma coca por favor. — Jhon pede com naturalidade.

— E você? — Ela pergunta olhando para mim.

— Apenas uma água por favor. — Sorrir tentando não forçar uma cara de nojo. — Você pode me responder agora o que foi aquilo? — Perguntei novamente.

— Aqui nesta região, existe uma coisa chamada, luta mágica.

— Luta mágica? — Repeti totalmente estranhando o quanto isso soava. A primeira impressão que posso ter de algo assim, é tipo, bruxos usando magias uns nos outros por motivo algum.

— Yeah. É tipo, para ver qual o bruxo mais poderoso do lugar.

— Isso é ridículo. — Meio que surtei. — Sabe o quanto medieval isso soa?

— Sei, as lutas entre bruxos foram abolidas a muito tempo...

— Aqui sua torta querido — A garçonete interrompe. — e sua coca.

— Obrigado. — Jhon agradece.

— E aqui sua água meu bem.

— Muito obrigado. — Sorri e dando graças a Deus pela água estar engarrafada e lacrada. Jhon deu uma grande garfada na fatia de torta e continuou a falar de boca cheia.

— Mas ainda existem muitas gangues de bruxos por aqui.

— Tá, agora entendo porque não devo usar magia nas ruas por aqui.

— E principalmente por você não ser um bruxo da área, é que você tem mais chances de arranjar uma briga e serio — Ele para de falar e solta um big arroto. — esses caras são barras pesadas.

— Obrigado pela explicação. — meu estomago estava embrulhado até mesmo para tomar água.

— UH! Celular tocando. É a Lexa vou atender. — Jhon levanta do banco, assenti ele e vai até a frente da lanchonete.

Olhando atentamente para o lugar onde estamos, o local em si tem uma melancolia fora do comum. Algumas pessoas que estavam sentadas as mesas, não conversavam entre si. A garçonete abria um papel e sua feição ficara mais desapontada, contas? As luzes são fracas, como se a qualquer momento a energia pudesse acabar. Respiro fundo e abro a garrafa para poder beber minha água.

— Hey, foi você não foi? — Olhei para o lado e meio que me assustei quando vi. Era ele, o garoto que eu usei a magia para me olhar.

— Si- sim. Quer dizer, achei que pudesse...

— Sei o que você é e sei do que precisa. — Ele disse de forma direta e sem rodeios.

— Quanto você cobra? — Perguntei.

— Geralmente trezentas pratas, mas como o negócio não está nada legal, faço por duzentas. — Ele está me saindo bem caro e nem sei se tenho o dinheiro pra agora, mas pera aí né? Tô tentando salvar minha mãe.

— Fechado. — Ergui minha mão para fechar um acordo.

— Onde e quando? — Ele perguntou de um jeito profissional.

— Hoje, as vinte três horas e meia, na estátua da praça Luce Nerfal. — Dei as coordenadas.

— Tudo bem te vejo lá e fique sabendo que assim que me encontrar lá, quero o dinheiro ou nada feito. — Ele me encarou enquanto se levantava do banco.

— Claro! — Confirmei.

— Então tudo bem. — Ele saiu andando lentamente, meio que esbarrou com Jhon que voltava de sua conversa com Lexa.

— O que aquele cara queria?

— Simplesmente — Abaixei a voz. — nos doar um pouco de seu sangue para nosso ritual. — Sorri contente. Jhonatan também sorriu. — E o que a Lexa falou.

— Está tudo pronto, apenas por um probleminha.

— Problema? Que problema?

— Ainda não temos a adaga de jade. — Ele me lembrou o nosso maior problema.

— Esse não vai ser nada fácil. — pronunciei aflito. Como poderemos roubar uma adaga do museu de Jacob Nerfal. Um museu protegido por bruxos e pior, protegido pelo ancião Marcus Kefrer. Meio que ele é uma das poucas pessoas boas que me entendem, mas duvido que ele vá me emprestar uma adaga feita há uns mil e quinhentos ou até mais, anos atrás. Lembrar agora do Senhor Kefrer, me lembra que tenho que fazer um ritual chamado portões. E sei que adiar esse ritual, só vai fazer o mal tomar conta mais rápido de meu corpo. Mas agora neste exato momento, o que mais me preocupa é a saúde de minha mãe, os outros problemas terei de resolver depois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado capitulo meio curtinho, mas foi o que saiu.
:3 Próximo (vou dar Spoil ééééé)
Anel sanguessuga, será que finalmente ele sai?
Até o próximo cap.
Abraço do Erick e os outros _______O_______



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mágica Nerfal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.