Eu acordei com uma terrível dor de cabeça e não queria abrir os olhos. Me sentia flutuando, o que era estranho, então fiz um esforço e abri levemente um dos meus olhos. Senti um ardor e depois uma suavidade, mas também uma grande sonolência. Eu estava num novo tanque experimental, que continha liquido curativo. Eu havia lido sobre isso uma vez. Eu era uma cobaia. Mas antes que eu pudesse dizer algo, reparei que eu tinha a boca tapada por algo. Então toquei levemente o respirador que tocava minha boca e nariz. Olhei para os lados e vi uma silhueta algo, então minha sonolência aumentou e eu apaguei.

Quando acordei novamente, me senti em uma cama. Talvez uma maca de hospital dessa vez? A dor de cabeça já havia passado, então virei lentamente a cabeça e abri um olho, devagar. Meu corpo parecia pesado. Olhei em volta. Apenas via vidro. Sera que eu estava em uma prisão? Olhei para o outro lado e vi alguém. Talvez a mesma silhueta de antes? Era um homem, garoto na verdade, alto, de cabelos pretos como graxa e olhos escuros como obsidiana. Escuros e frios. Ele tinha um rosto indiferente, e parecia não ter chegado nem aos 20 anos ainda.

Ele me analisava de cima a baixo, e eu me senti incomodada.

–Quem é você? – eu disse, e não gostei da forma como minha voz saiu. Rouca e fraca.

–O importante agora é: quem é VOCÊ, e como você esta se sentido. Quase morreu.

–Como? Eu estava bem pouco antes daquele homem chegar...

–Homem que alias está morto. Enfim, ele envenenou as chaves que te deu com um veneno de sapo. Ele é um estrupador e assassino procurado a 3 anos. – ele deu um leve sorriso que não chegou a seus olhos. – Mas, voltando ao assunto, como você se sente?

–Bem... Só um pouco pesada. Posso me levantar?

–Se você conseguir... – ele apontou minhas mãos com a cabeça, e então eu percebi que estava presa com algemas a maca. Eu respirei fundo.

–Só pode ser brincadeira...

–Ah, e encontramos a sua mochila no hotel. Qual o seu verdadeiro nome mesmo? – ele se aproximou e ainda me analisando de cima a baixo. Foi quando eu finalmente percebi que estava nua, tapada apenas por um lençol branco. Pronto, além de com os sentidos lerdos eu ainda estava desnuda e acorrentada.

–Por favor... – eu disse o mais fragilmente possivel, oq eu não foi nenhum esforço – me solte... – e deixei que uma lagrima teatral caisse e escorresse em minha face. Ele olhou aquilo sem se comover. Entou voltou a me analisar incomodamente, sem mudar a expressão. Aquilo me matava. Eu não sabia o que ele estava sentido.

Eu não conseguia tirar os olhso de seu corpo. Era uma tortura. Então encarei seu rosto quase indetectavelmente teatral e suspirei. Peguei a chave e a soltei. Ela se levantou, quase deixando o tecido que a cobria cair, e meu coração disparou. Por pouco. Então ela se cobriu, enrolou o tecido em torno de si e se levantou.

–Então... – disse ela se aproximando lentamente – Você é detetive ou o quê? – ela se aproximou até ficar a centimetros de mim. Uma coisa eu tinha que admitir. Essa garota sabe quem é, suas qualidades, e sabe ussar isso. Eu segurei a respiração para não sentir o cheiro de perfume que exalava dela.

–Não te interessa, senhorita. Com todo o respeito, é claro. – Ela sorriu e segurou de leve em meus ombros, então com toda a minha força de vontade eu me afastei. Até que ela me chutou nas bolas. Eu cai gemendo de dor e tudo que pude ver foi ela correndo, quebrando o vidro com a maca e saindo. Droga, eu havia me deixado enganar. Mas em uma coisa eu acertei. Era ela.