If There's A Future We Want It Now. escrita por Triz


Capítulo 2
One. - Fred.


Notas iniciais do capítulo

Gente!!! Que isso??
Scrr, primeiro DIA de fic e já tenho 16 leitores, 12 comentários e 2 favoritos, SÓ COM O PRÓLOGO?
OMFG. Tô feliz, sério *-*
Bem vindo a todos os leitores! Espero que minha fic agrade vocês.
Aqui vai o primeiro capítulo, fresquinho.



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Acordei com um suspiro pesado, desejando do fundo do meu coração que tudo tivesse sido um pesadelo. Um pesadelo bem real, daqueles que você só tem certeza que foi um sonho ruim quando acorda.

Na verdade, isso era uma pergunta um tanto difícil de ser respondida, eu não sabia como e nem quando eu tinha ido dormir.

Pode ser idiotice, mas eu estava com medo de olhar para meu próprio braço.

E se fosse real?

E se tivesse realmente acontecido?

E... Soltei um suspiro pesado e me levantei lentamente, arrastando-me pelo quarto. Jorge ainda dormia, e hoje era dia de regressar a Hogwarts. Eu não fazia a mínima ideia de que horas eram.

Caminhei até o banheiro, e me fitei no espelho. Eu estava péssimo, devo dizer que até meu clone mal feito estava mais bonito do que eu – Cara, eu devo estar realmente mal, porque pra dizer que Jorge está mais bonito do que eu o negócio tá feio... Eu trajava uma calça de moletom azul escuro, e uma blusa grossa de moletom também, de manga comprida, cinza. Ergui as mangas até os cotovelos, como fazia todos os dias de manhã, mas não me atrevi a olhar para meu antebraço.

Lavei o rosto, e peguei a escova de dentes. Passei o creme dental e com a mão esquerda, comecei a escovar os dentes; então, quando eu fui cuspir na pia, apoiei minha mão, deixando meu braço esticado, sobre a borda da pia. Quando ergui o rosto e fitei meu reflexo no espelho, em meu braço eu pude ver... Era horrível. Era horrenda. E pior de tudo... Era real. A marca negra estava lá em meu braço, com um contraste horroroso sobre a pele branca. Meus joelhos fraquejaram, e eu caí no chão, com um baque, minha cabeça bateu na parede.

– Fred? – A voz rouca e assustada de Jorge me chamou lá do quarto.

– Eu to bem, Jorge. Só escorreguei, volta a dormir, não se preocupe. – Meu clone mal feito deve ter sussurrado alguma coisa, mas eu não prestei atenção. Coloquei meus joelhos para cima, apoiando a sola de meu pé descalço na base da pia. Apoiei meus cotovelos em meus joelhos, e enterrei a cabeça nas minhas mãos. Um soluço doloroso expeliu-se de meu peito, e eu comecei a chorar. Chorava como um bebe. Eu era um monstro.

Eu era um deles.

Eu era um comensal.

Eu... Eu não tenho ofensas pra me definir nesse momento. Eu me odeio.

Outro soluço. Olhei a marca em meu antebraço. Maldita profecia. Maldito Voldemort.

Vocês não sabem do que eu estou falando ? Eu vou explicar.

Há anos atrás, logo que meus pais se casaram, uma profecia foi feita: A família que sete irmãos possui, um dos iguais, àquele que não se deve nomear se aliará, e ao triunfo, o ajudará a retornar. O fato é que ninguém nunca temeu essa profecia, apesar de muitos rumores de que ela era voltada a minha família. Afinal, existem muitas famílias com sete irmãos, não é mesmo? Mas minha família foi crescendo... E crescendo... E na época em que nasci Voldemort estava no auge. No auge do sucesso, espalhando terror em tudo e todos. Então, ninguém temeu, apesar de ter “dois iguais”, pois ainda não existam Rony nem Gina. Um ano depois que eu e Jorge nascemos, foi quando Rony veio ao mundo. E foi nesse mesmo ano, que Voldemort caiu. O tempo foi passando, e agora nós temos sete irmãos. Gui, Carlinhos, Percy, eu, Jorge, Rony e Gina. Estou em meu sexto ano em Hogwarts, e a cinco anos Voldemort tem tentado desesperadamente voltar ao poder. E adivinhem? Ele descobriu a profecia. E sabe quem é o “um dos iguais” da profecia? Sou eu.

Eu venho a dias recebendo cartas dizendo que devo comparecer na antiga casa dos Riddle, ou minha família entra em perigo, só não levei a sério, achei que fosse uma brincadeira de mal gosto.

Mas ontem... ontem foi a gota d'água. Recebi uma carta, de Bellatrix Lestrange, dizendo que atacaria minha casa se eu não fosse. E eu fui. De madrugada, sem que ninguém me visse.

E agora aconteceu, eu sou o tal igual da profecia, e sou um comensal da morte. E sabe o que é mais legal? Eu não posso fazer nada pra mudar isso, nem tentar ajudar Harry a derrotar esse maldito, nem nada do tipo, porque se não, quem morre é o bem mais precioso que eu tenho: minha família.

Pois é, caro leitor, eu estou sozinho.

Mais lágrimas escorreram de meus olhos, queimando como se ácido estivesse escorrendo pelo meu rosto. Soltei um suspiro pesado, e abaixei a manga da blusa, cobrindo aquela marca horrorosa. Sequei as lágrimas e voltei para o quarto. Pude notar pela fresta aberta da janela, que ainda era de madrugada. Forcei a vista e conseguir ver no relógio de parede que era quatro e meia. Eu não dormi nem duas horas.

Deitei em minha cama e me cobri, com os edredons grossos e pesados.

Jorge roncava na outra cama. Mas eu não consegui dormir.

Minha cabeça ficou girando, imaginando o que eu tinha feito. Imaginando como eu podia me livrar daquilo.

Imaginando como seria daqui pra frente. Imaginado como eu ia conseguir superar tudo isso sozinho. Merlin, por que és tão cruel comigo?! Por que não me mata de uma vez? Eu já vou pro inferno mesmo.

Eu chorava feito um bebe, isso não é típico de Fred. Tenho certeza que “acordaria” parecendo um zumbi. Fiquei rolando na cama, até dar a hora de dona Molly nos acordar.

.

.

.

.

– FRED, JORGE, DESÇAM, O CAFÉ TÁ NA MESA! – Ouvi a voz de minha mãe gritar lá de baixo. Me levantei e abaixei até o que pude da manga de minha blusa, de maneira que aquilo não ficasse exposto. Cocei os olhos, Jorge estava se espreguiçando, e logo voltou a dormir. Dei com o travesseiro na orelha dele, que acordou assustado.

– TERREMOTO, TERREMOTO! – Ele gritava.

– Jorge, pelo amor de Deus, eu só te acordei. – Revirei os olhos, e saí do quarto, fechando a porta atrás de mim.

Trombei com Hermione no corredor, que estava saindo de seu quarto, no terceiro andar da casa. Ah, Hermione e Harry estão passando as férias aqui, n'A Toca. Porém, ela não parecia bem, estava com os olhos inchados e vermelhos.

– Hermione... Desculpe. Está tudo bem? – Perguntei coçando os olhos. Ela assentiu, e foi sua vez de me analisar.

– Estou... Fred, você está horrível! Dormiu bem de noite? – Ela perguntou, olhando fundo em meus olhos.

– Não... fiquei acordando, tive pesadelos. – Murmurei. – Estou exausto.

Hermione limitou-se a sorrir, e desceu as escadas. A segui, e meu estômago roncou ao chegar na cozinha. O cheiro de muffins e panquecas era forte.

Me deparei com uma enorme mesa de café da manhã, com muffins de chocolate, panquecas, leite, suco, torradas e pães de queijo.

– ISSO, é injustiça! – Meu clone menos bonito falou atrás de mim, acabara de chegar.

– O quê? – A família fez coro, inclusive Hermione e Harry.

– Vocês nunca fazem isso quando eles dois – Jorge gesticulou para Hermione e Harry – não estão aqui. Seus puxa-saco! Hey, vocês dois, podem vir sempre, ok? – Ele disse, e todos riram. Exceto eu. Eu não conseguia rir, nem ao menos sorrir.

Eles então começaram uma mini discussão que era horrível aos meus ouvidos. Sentei-me, distante de todos, o mais distante o possível. Consequentemente, perto de Hermione, que estava distraída, mexendo em seu suco com um canudo. Peguei um muffin e um copo de leite, apenas isso. Mas não conseguia comer. Forcei o muffin garganta abaixo, tomando o leite por cima pra ajudar a engolir. 

Eles discutiam felizmente, e pareciam contentes. Fiquei pensando como essa alegria acabaria fácil se descobrissem o que eu sou. Minha vontade foi de me enfiar em um canto, e nunca mais sair.

Olhando todos eles, felizes da vida, discutindo e conversando alegremente, eu pude perceber: eu tinha uma família maravilhosa, com seis irmãos magníficos, e pais dedicados,que sempre batalharam para dar o melhor que podiam para mim e meus irmãos. Eu tinha amigos como Harry e Hermione que eram demais. Eu era cercado de pessoas, amigos que sempre estiveram comigo, mas eu estava sozinho... Sozinho, enfrentando toda  a dor de saber que a qualquer momento eu podia receber a missão de apunhalá-los pelas costas, um por um, para o bem deles. Ninguém jamais entenderá o que eu sinto nesse momento Apesar de ter todos eles em meu dia a dia, convivendo, eu estava sozinho... Isso, é a pior coisa a se sentir.

Sentir que está sozinho, mesmo estando rodeado de pessoas. E é assim que eu estou. 

Infelizmente, vai ser assim, até eu conseguir reverter tudo isso. Se eu conseguir. 


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Notas finais do capítulo

Entãaaao? O que acharam do nosso Fred? Bom.
Eu tentei fazer uma introdução simples pra não ficar cansativa a leitura.. Então, aí está. (: