Se há coisa que Scorpius Malfoy sabia era que falar com os Weasley e os Potter era contra tudo aquilo que ele tinha aprendido em toda a sua vida, contra tudo o que o seu pai lhe disse antes de entrar em Hogwarts. Lembra-se muito bem daquele dia em que ele lhe disse: ''Aqueles são os Weasley e os Potter, não se aproxime deles, e se você se aproximar tem que ser para humilha-los, para mostrar que você é um Malfoy e que os Malfoy são melhores em tudo o que fazem. Principalmente melhores que eles. '' naquele dia Scorpius não percebeu porque é que tinha que criar rivalidade com os colegas ainda antes sequer de entrar na escola, não entendeu porque é que tinha que marcar os inimigos ainda antes de fazer amigos. Entrou na casa da Sonserina, seu pai mandou muitas corujas felicitando-o, dizendo o quão orgulhoso estava, como estava feliz. Os seus supostos inimigos tinham ficado todos na Grifinória, bem como todos os irmãos e primos deles que foram entrando a cada ano que passava. Todos iguais, todos felizes. Eram tudo o que ele não era, tinham tudo o que ele não tinha. Nunca tinha visto uma familia tão grande, tão feliz, tão acolhedora. A sua familia era feliz sim, mas não se comparava com aquilo. Nada a ver. Eram muito formais, muito controlados e educados. Os Weasley e os Potter não eram em nada parecidos com eles, eram tão descontraidos, tão brincalhões, tão divertidos, chegava a dar inveja. Porque ele não conseguia ser assim, era tão mais contido, tão mais serio, mais frio, mais calculista. Tudo o que sua família o ensinara a ser. Nunca se aproximou dos Weasley e dos Potter, nunca tentou sequer supera-los como o seu pai lhe tinha dito. Eles eram muito populares, muito mesmo, por causa dos seus pais, por causa da guerra, do Lorde Voldemort... tudo. Ele, pelo contrario, ninguém se aproximava dele, excepto sonserinos, por ele ser filho e neto de quem era, por seu avô ter sido um comensal, por seu pai quase ter sido o responsável pela morte do antigo director Alvo Dumbledore, por toda a sua familia estar ligada ao Lorde Voldemort. Havia muitos filhos de comensais em Hogwarts, mas os outros alunos pareciam só descriminar a ele, por ser filho de quem era. Não que isso lhe importasse, era bem relacionado na Sonserina, tinha amigos, que também não eram bem vistos pelas restantes casas. Todos tiravam conclusões precipitadas dele, diziam que ele odiava nascidos trouxas, que ele defendia o regresso do Lorde Voldemort, que ele iria reabrir a câmara dos segredos. Como se isso fosse possível, Lorde Voldemort estava morto, bem como o Basislisco da câmara secreta. Mas a ignorancia acabava por ser maior que o conhecimento das pessoas.

Já Rose Weasley, via Scorpius Malfoy como o rapaz mais misterioso de toda Hogwarts, nunca o via sorrir, estava sempre tão sério, tão calado, nunca lhe dirigiu uma única palavra. Lembra-se quando estava indo pela primeira vez para Hogwarts, seu pai lhe deixou claro que a familia Malfoy não era aquilo que se considerava amigável. Embora sua mãe lhe tivesse dito que devia deixar de lado as velhas divergências dos pais e fazer os amigo que ela quizesse. Ela sabia que se se aproximasse do Scorpius, seu pai teria um colapso. Sempre tive muita curiosidade em relação a isso, não sabia porquê o seu pai tinha tanta aversão a aquela familia até um dia que em conversa com os seus primos soube que o pai do Malfoy e o seu Tio Harry eram mais que rivais quando andaram em Hogwarts, ela soube das coisas horríveis que os Malfoy fizeram, que eles eram responsáveis por muitas mortes, que o avô do Scorpius eram um homem terrível que acabou os seus dias em Azkaban. Quando pediu mais pormenores ao pai, ele foi ainda mais longe, dizendo que os Malfoy's bem como todos os Sonserinos, eram más pessoas, que não eram dignos de confiança, que ela tinha que se manter longe de todos os Sonserinos e principalmente do pequeno Malfoy. Sua mãe não achou certo ele dizer aquilo, mas Rose pode ver, nos olhos dela, que ela achava o mesmo. E se sua mãe achava isso, ela acreditava, porque sua mãe era uma pessoa sensata e nunca fazia juizos de valor precipitados. Por isso Rose obedeceu ao pai, e nunca se aproximou de ninguém da Sonserina, muito menos do Malfoy.

Scorpius creceu ouvindo o pai dizer que eles eram melhores que tudo e todos, que eles não se humilham, que eles são isso, que eles são aquilo, que eles não podem se relacionar com Grifinórios, principalmente Weasley's e Potter's. No inicio não percebia porquê, depois sua mãe lhe contou que ele tinha uma rixa antiga com todos eles, e que se odiavam, que falar bem deles em frente ao pai era o mesmo que ser um traidor de sangue. Por isso Scorpius nunca se pronunciou sobre o assunto, e preferiu fingir que os deprezava, embora eles não lhe despertassem sentimento algum. 

Tanto ele como Rose Weasley estavam no quarto ano em Hogwarts, e  a professora McGonagall tinha decidido fazer um comunicado no final do banquete de inicio de ano.

- Bem, antes de mais bem vindos a Hogwarts, em especial aos novos alunos, creio que não será preciso recordar que a floresta é proibida para todos os alunos. Mas isso não é novidade para ninguém, as verdadeiras novidades vou revelar agora! Primeiro, quero apresentar o novo professor de Herbologia, Neville Longbottom! - Um professor moreno se levantou sorrindo confiante. Scorpius olhou para ele espantado, seu pai já tinha lhe falado dele, aquele não parecia o mesmo rapaz  que o pai descreveu, disse que ele tinha muita falta de autoconfiança, que ele era muito desastrado, muito idiota e que ele tinha fracas habilidades como bruxo. E no entanto ele estava alí, transpirando a confiança, sorridente, e tina conseguido o cargo de professor. - A professora Sprout se reformou este ano, e ele virá substitui-la, e irá me substituir a mim também como directora da casa da Grifinória. - Todos os Grifinórios aplaudiram o seu novo director entusiasmados. - Outra novidade é que eu decidi aplicar uma nova medida em Hogwarts para melhorar o ambiente entre casas. A partir desse ano lectivo todos os alunos, sem excepção terão que se relacionar, alunos de casas diferentes, trabalharão juntos, em parceria em todas as aulas, não obrigo ninguém a se relacionar fora das aulas, podem estar com quem quiserem, mas essa medida irá melhorar muito o ambiente na Escola, e fará com que essa rivalidade entre as casa se acabe. - Ouviu-se um murmúrio, os alunos não queriam aquilo, principalmente os Sonserinos e os Grifinórios. A professora fez um sinal com a mão e todos se calaram .-  E isso começará agora, se levantem , não quero mais essa divisão das mesas. - alunos levantaram e alinharam-se todos a pé da parede, enquanto Minerva, com um feitiço simples, juntava todas as mesas. - Agora quero que alguns de vocês se alinhem a minha frente, irão escolher um papel desse frasco, os papeis tem os nomes de todos os alunos, aquele que calhar será o vosso parceiro, quando vocês tocarem no frasco, o papel que tem o vosso nome irá se desfazer em picadinho para que ninguém vos escolha já que já terão um parceiro, primeiro quero aqui alinhados a minha frente 10 alunos da Sonserina, 10 alunos da Grifinória, 10 do Lufa-Lufa e 10 do Corvinal, os restantes podem se sentar.

40 alunos se alinharam, entre eles estavam, Alvo Potter, Lorcan Scamander, Dominique Weasley, Ted Lupin, Scorpius Malfoy, Chloe Andersen, Ellen Thomas, entre outros. Rose, seu irmão e seus restantes primos,  sentaram-se esperando que os outros escolhessem os papeis.  Chloe Andersen, uma Sonserina do primeiro ano foi a primeira, assim que tocou no frasco, um papel se desfez, era o que tinha o nome dela, tirou um papel e deu a professora que leu em voz alta.

- Lysander Scamander! - Lorcan olhou para o irmão gémeo sibilando a palavra ' Azar' e sorriu, o irmão não queria ficar com nenhum Soserino, já bastava ter ficado separado do irmão nas casas. Lysander tinha ficado na Grifinória enquanto Lorcan ficou no Corvinal. Chloe saiu emburrada e foi se sentar do lado do seu novo parceiro, ele tentou puxar com ela.

- Quer ir comigo ver zonzobulos amanhã?

- Ah não acredito.... você é da familia da lunática? - Perguntou ela azeda.

- Quê? - Perguntou ele confuso.

- Você, é da familia da Luna Lovegood!

- Ah sim, minha mãe. Mas agora é Luna Scamander. Não sabia que ela tinha esse apelido.

- Só me faltava, além de ter que ficar com um Grifinório, é um dos Lunáticos.

Ele apenas a ignorou, e observou os restantes colegas. Agora quem iria escolher era uma rapariga chamada Ellen Thompson, uma menina que era da Lufa-Lufa, tirou um papel e entregou a directora. 

- Hugo Weasley!- A menina quase derreteu quando soube que ele era um Weasley, saiu sorridente e se sentou do lado dele.

- Oi.

- Oi. - Disse ele constrangido.

- Prazer, Ellen Thompson.

- Prazer.

Agora era a vez de Ted Lupin a escolher.

- Victoire Weasley! - Ele sorriu corado, todo o mundo sabia que eles estavam namorando há alguns meses, foi uma sorte mesmo.  Logo em seguida Alvo Potter, que já estava no seu terceiro ano, tirou um papel entregou  a directora que disse:

- Wendy Lewis. - Alvo sorriu para a garota do Corvinal, mas ela virou a cara, se pudesse gritava, o sorriso de Alvo se desfez, não sabe porquê é que aquela menina o odiava tanto, nunca conseguiu ter nenhuma conversa com ela porque ela simplismente não deixava.

Foi a vez de Dominique, ela ficou com um garoto da Sonserina chamado Clint Franklin, ela se sentou e nem dirigiram a palavra um ao outro. Lorcan Scamander tirou um papel e McGonagal leu:

- Lilian Potter. - Eles se olharam, nem se conheciam, apenas sorriram.  Um garoto da Sonserina  chamado Jonh Stuart avançou e tirou um papel, McGonagal leu:

- Tiago Potter. - todos riram, os dois se olharam emburrados.

- Que droga, todo o mundo ficando com meninas e eu vou ter que ficar com um garoto, que é da SONSERINA ainda por cima. É dose.

Um garoto da Lufa-Lufa tirou um papel , e McGonagall disse:

- Louis Weasley. - Todos voltaram a rir.

- Pelo menos o seu não é da Sonserina. - Disse Tiago já rindo para o primo de 11 anos que estava também com um ar chateado. 

- Oi, você é um Weasley não é?! - Disse o garoto se sentando do lado dele e falando muito rapido. - Eu sou nascido Trouxa, sei tudo sobre a vossa familia, Os Weasley e Os Potters, li nos livros de historia da magia. Meu nome é Alden Andrews. Nossa fico tão feliz por poder conhecer a vossa família, quero muito conhecer os vossos pais. Sabe que eu também sou do primeiro ano?

-É eu sei, você estava na fila do chapéu selector comigo.

- Nossa você se lembra de mim.

- Nossa, é um fã. - Disse Tiago rindo-se.

Agora era a vez de Scorpius Malfoy, ele tirou o papel e Macgonagal leu.

- Rose Weasley. - Todo o salão ficou mergulhado num grande silencio. Uma Weasley com um Malfoy? Era impensável, era contra tudo o que as famílias de ambos defendiam. - Senhor Malfoy faça o favor de se ir sentar ao lado da sua colega. - ele obedeceu, sentou-se sem sequer olhar para a garota.

- Papai não vai gostar nada disso. - Disse Hugo em voz baixa para a irmã.

- Não tenho culpa! - Disse ela igualmente em voz baixa.

Scorpius não dizia nada, o que é que o seu pai iria pensar daquilo?  Ele não tinha culpa.