Scorpius Malfoy

Ferrou de vez, sabe quando a gente sabe que as coisas não vão dar certo? Pois é! Agora é uma boa hora pra dizer: Ferrou! Ultima pergunta da manhã: “O que está acontecendo aqui?”.

– Acho que um casal se beijando... – Tentou Alice II, ela não fazia ideia da merda que tinha dito.

– NÃO SE META! Não quero discutir com você... – Os olhos de James queimavam, cheios de ódio, e logo quem decidiu quebrar suas regras? Fred II, ele é o melhor amigo de James, e sabe como esse grupo é importante pra ele.

– James! Pega leve. – Tentou Alvo.

– Pega leve? Ok! Eu vou pegar leve. Fred quero falar com você lá fora... – Pediu James. Ia dar mais em merda do que eu pensava. Frank II e eu nos olhamos e saímos também da barraca. Fred II saiu logo depois os outros ficaram lá. – Tá, apenas me explique o que foi aquilo? Tínhamos um acordo lembra? Ou será que não? Você lembra que sou seu amigo também, Weasley? O caso é o acordo dizia que... – Apenas olhávamos.

– Eu sei o que a merda daquele acordo idiota dizia. E nós nos beijamos, um dia no banheiro. Estávamos nos encontrando lá, algum problema? – Perguntou Fred II cruzando os braços. Tudo estava explicado, por isso ele gaguejava cada vez que alguém perguntava pra onde ele estava indo. – Não sabia que para namorar alguém tinha que ter tudo isso... – Nossas bocas caíram no chão. Ele estava namorando com a Lysander?

– Vocês estão namorando? – Perguntou James com a voz fraquejada. Fred II assentiu. – Pensei que fosse esperto amigo, mas to vendo que caiu nas garras de uma delas, e o pior, a da mais esperta... Não vê que ela não quer nada com você... – Agora os outros já tinham saído da barraca. Lysander parecia ofendida, mas não dizia nada.

– Quer que eu fale quem foi que caiu nas garras de quem, James? – Perguntou Fred II.

– Eu não caí nas garras de ninguém, Weasley! – O que? Ele estava gostando de quem?

– Eu a amo e você próprio se entregou, James! Ou... – Fred II não conseguiu terminar a frase. Lysander o olhou chocado e nós também, ele admitiu na frente de todo mundo que a amava, mas não foi tão bonito quanto achávamos que seria, pois James pulou literalmente em cima dele, conseguindo acertar um soco em sua face. Frank II e eu corremos pra tentar impedir, mas Fred II ficou por cima de James, lhe retribuindo o soco. – Seu idiota! – Falava enquanto acertava mais um. Frank II conseguiu segurar uma mão de Fred II. Foi o bastante pra James empurrá-lo derrubando Frank II e Fred II de um jeito só. James deu um soco na barriga de Fred II, o mesmo perdeu o ar por algum momento. Segurei James, mas ele chutou minha canela. Ai!

– PARA! – Gritou Alvo e todos olharam pra ele. Nesse momento ficamos tipo estatua. James por cima de Fred II. Frank II segurando a mão de James, eu segurando a perna de Fred II. – Estão agindo como crianças, vem vindo uma chuva pela frente e temos que nos juntar aos outros, agora se levantem daí e vamos tentar achar o acampamento.

– Desculpe! – Pediu Frank II.

– Você não! O James e o Fred. – Disse Roxy, ele assanhou os cabelos e se levantou. E a chuva começou. Levantamos dali e começamos a andar pela floresta. James e Fred II não se olhavam, Frank II ficava no meio dos dois para impedir que eles não brigassem, mesmo eu sabendo que eles não iam, por causa de Alvo. As meninas iam na frente com exceção de Dominique e Rose. Cheguei perto das duas, e elas me olharam troncho.

– O que foi? – Perguntei não entendendo.

– Lysander está feliz pelo fato de Fred ter admitido que a ama, mas ela tá triste, pois acha que tá no meio da amizade dos dois... – Disse Rose. Eu a entendo!

– Mas porque isso tudo? Quer dizer, é só um grupo, nós temos o nosso e adoramos a ideia de a Lysander tá namorando o Fred, ou quase se pegando, mas o James leva tudo tão a sério, queria realmente entender o verdadeiro motivo por ele gostar tanto desse grupo idiota. – Disse Domi. Rose me olhou como se pedisse pra eu contar tudo á ela. Domi era da família de James, mas nós, éramos mais presentes, por ela estar sempre viajando com sua família pra França. Rose acelerou os passos e andou junto com as meninas na frente e Alvo. Suspirei, ia ser uma longa conversa, mas vamos lá!

– Tudo bem. Senta que lá vem história... – Ela riu. Olhei pra trás e James, Frank II e Fred II passaram na nossa frente, ambos com as caras não muito boas, Domi entendeu o recado, eu não queria que James escutasse o que eu ia lhe contar. – Quando, James, Alvo e eu entramos em Hogwarts, nós todos não éramos tão chegados. Eu conhecia Alvo e foi assim que fiquei amigo de James, mas na época eu sabia apenas o que Alvo me contava sobre sua família, Alvo era o único entre nós que cursava o 1ª ano. James se sentia menos querido por seus pais, o que Alvo e eu sabíamos que era pura mentira, mas James não acreditava em nada do que tentávamos dizer á ele. Por mais difícil que isso seja, Alvo era mais querido na escola, James sentia raiva de tudo que ele fazia, e os dois construíram essa amizade que eles têm até hoje a partir disso. O caso é que... Faziam digamos, brincadeiras com James, brincadeiras pesadas... Alguns garotos mais fortes pegavam pesado com ele. Colocavam digamos assim, James de “castigo” por ser quem ele era, o prendiam no armário de vassouras, atolavam sua cabeça na privada, o insultavam das piores maneiras... – Domi prestava atenção enquanto andávamos. – Então tudo estava bem pra mim e para o Fred até que começaram a fazer essas mesmas brincadeiras de mau gosto com a gente. James resolveu botar um fim nisso, e Fred sugeriu que criássemos um grupo de Hogwarts, pra sermos respeitados pelos outros, assim não bateriam mais na gente. Copiamos os marotos verdadeiros e criamos nosso grupo, James e Fred foram os que mais tiveram a ideia, eu e Steve, o outro integrante, apenas entramos na onda, por também sermos excluídos por todos...

– Muito inteligente o que vocês fizeram... – Sorri de canto.

– A intenção do grupo era apenas defender os mais fracos, nunca, nem uma se quer vez, batemos em alguém que não atrapalhasse a gente, os nossos objetivos eram crescer nessa escola e apenas bater naqueles que entrassem em nossos caminhos, mas as brincadeiras ainda continuavam. Foi no 3ª ano que Alvo conseguiu sua namorada, e ai os garotos começaram a colocar ele no topo. James percebeu que garotas nos deixariam também no topo, então ele sugeriu que imitássemos Alvo. Começamos a treinar Quadribol, não foi tão difícil aprender, já que estava no nosso sangue... – Domi riu do meu ego inflado. – E quando finalmente conseguimos tudo que precisávamos, Alvo foi traído por sua namorada, isso fez as coisas meio que abalarem, demos apoio moral pra ele e ficamos cada vez mais famosos, por apenas sermos nós mesmos. A diferença de antigamente é que ninguém prestava atenção em garotos do 2ª ano fazendo marotices, mas com o grupo, nós tivemos mais destaque. E é isso que James valoriza, nós entramos nesses acordos com vocês apenas pra nos ajudar e agora o Fred desrespeita uma de nossas leis por causa de uma garota...

– Quer dizer que ele ficou com muita raiva porque o Fred foi quem ajudou a criar o grupo e agora segundo James, está o destruindo? – Perguntou Domi prestando muita atenção na história. – Mas isso ainda não explica o porquê de vocês serem tão galinhas. – Eu ri.

– Explica por um lado. Eu e Fred nunca fomos disso, mas James insistia, ele sempre usava o motivo da traição de Alvo pra nos empurrar pra sermos desse jeito. Ele dizia que se confiássemos numa garota como Alvo, o grande filho de Harry Potter confiou, nós nos daríamos mal, e a nossa reputação iria ser esmagada, como a de Alvo, por um lado pelo menos. Alvo não liga tanto pra isso, ele sempre foi tímido, mas James defendia bastante o irmão, isso explica um pouco o fato de Alvo acalmar um pouco mais James do que o resto da galera. – Domi riu orgulhosa.

– E a história de vocês sendo galinhas? – Perguntou cruzando os braços, ela tropeçou e quase caiu, mas a ajudei a levantar, ela riu. Continuamos andando.

– Steve e Fred se tornaram, digamos cópias do James, Steve era o mais maroto e Fred o mais safado, quando Steve se mudou pra outra escola e você veio pra cá, já que saiu da Beauxbatons, tudo mudou. Então chega o Josh na história, e entra também o Frank. Ah o Frank, esse sim é como eu. Creio que ele nunca se tornará uma cópia do James, assim como o Steve se tornou, o James parou de pegar tanto no nosso pé, por causa disso, ele queria que fossemos como ele e o Fred, mas quando viu que o Frank não era desses, ele deixou passar, melhor isso do que um grupo inexistente. – Comentei.

– Então... Onde entra o Josh nessa história toda, quer dizer, onde eu entro, nisso tudo?

– Você! Você é a parte mais importante da historia. Bom... O Josh desde que chegou e começou a namorar com você, não deixou os garotos mais fracos pra trás, eles apanhavam de Josh o tempo todo, sem você saber... É claro que o vigiamos, e por isso não gostávamos dele. Ele era um babaca. – Domi concordou. – Se contássemos isso a você, você nunca iria acreditar, até... Aquilo acontecer com você... – Ela abaixou a cabeça. – Não se preocupe, James me contou tudo. E eu sei o verdadeiro motivo dele ter te defendido naquela noite... – Ela arqueou uma sobrancelha pra mim. – Ele gosta de você... – Vi que ela ia falar algo. – Não fala nada! Ele gosta de você e o Fred sabe disso. Você viu o que ele disse ao James na briga, você conseguiu Domi, você fez o James se apaixonar por você. Ele só se sente seguro com o grupo unido. Mas sozinho, ele se sente desprotegido. É por isso que ele não quer que o Fred faça o grupo acabar, ele acha que pode voltar a ser o velho James, desprotegido e acuado por todos. Não diga pra ele que eu te disse isso, talvez ele me ponha pra fora do grupo também... – Nós rimos. – Mas uma coisa eu sei, você conseguiu ele, mas uma coisa que vai demorar a conseguir é fazer o grande e orgulhoso James Sirius Potter admitir que gosta de você... – Falei tendo a atenção tirada por gritos.

– VOCÊS VOLTARAM! – Gritou uma voz masculina muito a nossa frente. Vi os sorrisos das meninas e principalmente o de Rose. Ela era linda, e estava linda mesmo suja de lama e com as roupas molhadas assim como nós. – Graças a Merlin, o que aconteceu? – Reconheci a voz, era de Hagrid. Suspirei aliviado. Juntamos-nos aos outros alunos. Miranda William veio ao meu encontro, pergunta: Porque ela não me abraçou? Simples porque estávamos todos sujos de lama, com exceção de Fred II e James que estavam também sujos de sangue, mesmo com a chuva, a briga deles ainda dava pra ser percebida, os dois ficaram com os olhos roxos. Avistei uma cabeleira ruiva um pouco mais longe, nossos olhares se cruzaram por dois segundos, mas senti que ela estava decepcionada comigo. Eu não queria ser mais o maroto Scorpius Malfoy, eu quero apenas ser o Scorp, aquele que gosta da Rose. Eu queria seguir o exemplo de Fred II, eu queria desafiar quem quiser que fosse pra poder ficar com ela, apenas ela, mas porque eu tinha que ser tão covarde? Talvez estivesse no sangue dos Malfoy, não, meu pai mudou de lado, ele não era covarde e eu também não seria.

– Que bom que voltaram, Roxy me contou que vocês se perderam... Foi verdade? – Nós assentimos a pergunta de Teddy. – Ficamos preocupados, principalmente as meninas... – Teddy revirou os olhos. – Digamos que é difícil tomar conta de tanta mulher junta no meio da floresta... – Ele sussurrou, apenas nós conseguimos ouvir, eu ri. – Pena que o acampamento acabou, peguem suas coisas que vamos partir. Não mandei ninguém se perder... – De repente Victoire aparatou um pouco atrás de nós. Teddy e todos se surpreenderam.

– Oh querido! Eu estava preocupada, mandei uma coruja á Hogwarts e disseram que você foi acampar, a partir das localidades de Hogsmeade, trouxe comida e... Teddy Lupin desde quando você tem que acampar com um monte de garotas de shortinhos e blusas molhadas? – Perguntou enfurecida reparando nas meninas. Eu ri.

– É que choveu, e elas são minhas alunas... – Tentou Teddy, coitado dele!

– Não quero saber, eu venho até aqui, trago biscoitos que aprendi a cozinhar com nossa avó enquanto você fica com garotas oferecidas de roupas curtas que não tiram os olhos de você, faça-me o favor! – Falou aparatando de volta de onde ela veio. Uma coisa ela tinha razão, as garotas olhavam Teddy como o um pedaço de carne, qual é? Temos que admitir que ele era bonito, e ainda mais sendo um pouco mais velho e tendo emprego, as garotas piram em caras mais velhos.

– Hagrid será que você poderia levar os alunos para Hogwarts em segurança? Digamos que estou com problemas familiares e irei me atrasar demais... – Hagrid assentiu. – Merlin cuide do meu corpo! – Sussurrou enquanto aparatava, acho que pra Toca. A gente riu enquanto os outros alunos ficavam com caras de quem não estavam entendendo nada. Pus-me ao lado das meninas e caminhamos até chegar a Hogwarts. Tirei minha blusa toda melada de barro e lama e algumas garotas suspiraram, pedi para Frank II fazer o mesmo e ele o fez, tirando a atenção das garotas de mim pra ele. Ótimo! Todos dirigiram-se para os seus Salões Comunais. Já era noite e eu estava morrendo de fome. Dirigi-me até a cozinha escondido, já que o horário do jantar já tinha se passado. Peguei algumas comidas com os elfos que me adoravam e aos outros marotos também. Coloquei tudo em uma cesta e fui para o Salão da Grifinória, avistei Rose indo entrar pelo quadro da mulher gorda, sem que ninguém percebesse, toquei em sua pele fria e a puxei para um canto escuro.

– Quer comer alguma coisa? – Apontei a cesta em minha mão. Ela sorriu, a puxei para os jardins, ninguém nos incomodaria a essa hora.

– O que você quer? – Perguntou já no jardim, enquanto comia um sanduiche da cesta, fiz o mesmo e rimos. Estávamos sujos, de boca cheia, no jardim, isso não era nada romântico, não como deveria ser, mas também quem liga? Eu não! E acho que nem a Rose!

– Quero você! – Rose ia falar algo. – Rose eu precisava de um sinal, todos esses dias, eu me perguntava se você gostava de mim, cara! Eu te seguia pra Biblioteca, ficava vendo você estudar lá. Sei seus livros favoritos. Sei suas disciplinas favoritas... Eu te observava o tempo todo na hora do jantar, eu gosto de você! E por aquele sonho... – Tentei.

– Scorp! – Tampei sua boca com a minha mão, ela arregalou os olhos.

– Rose eu sei que você gosta de mim, não adianta negar. E não, eu não estou sendo convencido demais, mesmo que eu esteja sendo, não importa, agora eu sei que você me quer, que você gosta de mim do mesmo jeito apaixonado que eu gosto de você... – Alisei seus lindos cabelos vermelhos melados de lama. – Quero mais que tudo que possamos ficar juntos, demorei muito tempo pra perceber que você é a pessoa certa, me desculpe... – Pedi abaixando a cabeça. Rose levantou a mesma com sua mão delicada e gélida. Ela se aproximara de mim, mas não era assim que deveria acontecer. – Não! Lembra do acordo? Não quero que saía queimada, eu que tenho que sair queimado dessa. – E como no sonho, meus lábios tocaram finalmente os seus, minha boca abriu um leve sorriso enquanto estávamos com as bocas ainda coladas. Rose fez o mesmo. O que parecia ser um simples selinho se tornou um beijo cheio de desejo e volúpia, minha língua entrou com fúria em sua boca, seus lábios frios de encontro ao meu. Como se fossemos opostos e por um lado éramos. Rose também começou com os movimentos, apenas segui os dela. Nossas línguas atravessavam nossas bocas com precisão e nada acontecia devagar. Tudo era mais e mais apressado. Envolvi minhas mãos em suas coxas, a trazendo para perto. Rose ficou de joelhos na grama e envolveu seus braços ao redor do meu pescoço. Infelizmente o ar interminável não faz parte do meu corpo, então ele faltou e nós tivemos que nos separar. Seus olhos esverdeados pareciam surpresos.

– Pensei que não, mas seu beijo é muito melhor do que no sonho... – Disse me dando um longo selinho. Cara eu não podia estar mais feliz!

– Faço coisas muito melhores do que te dar um simples beijo... – Falei maliciosamente. Ela deu uma tapa na minha cabeça. – Mas isso não será agora, só quando você quiser... Afinal de contas, temos que respeitar o tempo certo da namorada... – Falei abrindo um sorriso, ela se levantou me puxando. Nossas mãos se entrelaçaram e fomos para seu Salão Comunal. Chegando lá, avistei todo o pessoal, até mesmo Alvo. Seus olhares voaram logo para nossas mãos entrelaçadas. James pareceu criar mais ódio do que nunca.

– ÓTIMO! Mais um! Quer saber? Foda-se! Se vocês não levam esse grupo a sério, eu levo. Alguém ai viu a Zabine? To devendo um favor á ela... – Disse saindo dali. Olhei diretamente para Dominique, eu não havia entendido, mas ela havia. E pelo que percebi em seu olhar, o James ia fazer uma grande merda pela frente.