James Sirius Potter

Ainda era noite e eu estava no Salão Comunal da Corvinal, uma festa ótima tenho que dizer. Nesse momento, a gata da Penélope Zabine estava dançando contra meu corpo, uma garota morena se aproximou de Fred II ao meu lado. A reconheci, perdendo a diversão a minha frente. Clarie Clearwater tentava beijar Fred II que pra mim já estava pra lá de bêbado, acho que o hidromel já tava fazendo mal á ele.

– Fred! Larga ele garota! – Mandei e a garota me obedeceu.

– Qual é James? Prefere defender o namorado a ficar aqui comigo? – Perguntou a Zabine. Cara, essa garota era provocante até demais, conseguia me deixar no delírio.

– Ele não é meu namorado, e é claro que prefiro ficar com você, mas ele já ta muito bêbado! – Expliquei tentando levantar Fred II da cadeira. Clarie o empurrou de novo na cadeira sentando em seu colo. - Garota você não tem vergonha não? Não basta ter destruído a fama do meu irmão e ainda quer destruir a fama dele, vai fazer o que depois? Se trancar num armário com o Jones de novo? – Perguntei chegando perto dela.

– Claro que não, James, eu só... – Tentou.

– Pra você é Potter! – Corrigi.

– Claro que não, Potter! Aliás, o Jones já está interessado em outra pessoa. – Falou se afastando de Fred II.

– Eu sei bem onde ele tá se metendo... – O que me faz me lembrar de Lily hoje com o idiota do David, o outro Jones. – Garanto que um deles não vai acabar bem.

– É claro que não, e se você quiser, eu posso te ajudar. – Disse me imprensando na parede e pegando minha gravata vermelha.

– Ah é? – Perguntei entrando em seu joguinho, ela acenou com a cabeça. – Acontece que eu posso pegar qualquer uma que eu quiser, mas garanto que você não está na minha lista, de maneira alguma eu ficaria com você, agora saí daqui Clarie. – Ordenei, a festa estava bombando, Scorp bebia um copo de cerveja amanteigada e Frank II conversava com ele.

– Sua lista é infinita, não é James? – Perguntou me irritando. – Pena que a Dominique não esteja nela, porque será em? – Falou sumindo da minha vista e era até melhor, que garota insuportável. O lado bom de tudo isso foi que ela me fez lembrar-se de Domi, cara! Porque eu estava tão preocupado com essa garota? Aquele namorado dela era um terror, ela não o merecia e eu não podia fazer nada, além de chutar algumas vezes lugares indesejáveis de Josh.

– Não liga pra ela, Potter! Ela magoou seu irmãozinho, mas o pequeno Alvo não é de se jogar fora... – Começou Penélope.

– Do que está falando? – Perguntei confuso. Porque será que Scorp e Frank II não se divertiam como eu? Fred II vomitava na cadeira azul do Salão da Corvinal.

– Quem sabe, não posso dar um jeito nele pra você... Tudo por você, Potter! – O que ela queria afinal? – Sei que o seu irmãozinho é meio lentinho quando o assunto é garotas. Se quiser eu posso ajudá-lo com isso, se é que me entende. – Disse abrindo os botões de meu uniforme bem devagar.

– E em troca, o que quer? – Perguntei rindo de canto. Ela suspirou e fechou os botões da minha blusa novamente, acho que ela não queria se precipitar aqui.

– Sempre esperto, Potter! Vejamos o que eu quero... – Disse lambendo de leve meu dedo, senti um arrepio, mas consegui me manter firme. – Que tal? Uma noite de prazer glorioso com um certo Potter maroto? – Perguntou rindo de canto e dando uma mordida em meu pescoço.

– Eu aceito se... – Ela bufou. – O meu irmão tiver tratamento especial... – Falei rindo.

– Ótimo! Todo trabalho vai valer a pena... Afinal mesmo sendo um Potter, seu irmãozinho é lento até demais. – Disse se levantando do meu colo. Eu duvido ela conseguir conquistar Alvo. Ele é bobo e ela é sexy demais pra meu irmãozinho. Fui dançar um pouco, ás pessoas no Salão adoravam as festas que se faziam pelo castelo e eu como maroto, também gostava, mulher tava dando sopa lá. Percebi um Scorp abatido atravessar o Salão indo em direção a porta, fui atrás dele.

– HEY! O que deu em você? – Perguntei tocando em seu ombro, eu sabia ajudar um amigo quando se precisava.

– É só que... – Ele ia mentir, mas quando viu meu olhar, bufou irritado e se sentou. – To chateado com Rose... Ela anda me ignorando muito. – E isso não era bom?

– Cara isso é ótimo! Desencana Scorp, tanta mulher bonita por ai e você pensando na Rose, claro que ela é linda e minha prima, mas não vale a pena, elas são Morangas agora, ou seja, lá o que isso for... – O nome era incrivelmente ridículo. – O caso é, você tá se tornando um otário, por ficar tão meloso com uma menina. – Desabafei irritado.

– Será que só eu que sou otário James? Pelo menos não corro atrás de qualquer rabo de saia que passa na minha frente, não fui eu quem fiquei com a escola toda e também não fui que precisa de mulher pra preencher o espaço que falta aqui dentro. – Disse apontando para seu coração, quando ele ficou tão gay? O joguei na parede.

– Você não pode falar comigo desse jeito. Você não faz o que quer, Scorp. – Falei irado, quem ele pensa que é? Levantei minha mão, esse cara tava merecendo um bom soco.

– James... Não vale a pena... Você já deve ter tomado algumas... Melhor ficar na sua... – Disse Frank II abaixando a minha mão e soltando Scorp.

– Ia mesmo bater em mim? – Scorpius perguntou parecendo ofendido. O que eu iria fazer, afinal? – Cara eu sou seu amigo! Não quero brigar com você e muito menos por um grupo... Mas você passou de todos os limites, James. Não sei mais quem é você. – Disse ajeitando a roupa e saindo dali. Frank II foi com ele.

– Cara, eu não sei como vocês pegam tanta mulher... – Tentou Lorcan atrás de mim, eu esquecia que ele era da Corvinal de vez em quando.

– Cala a boca Lorcan! Leva o Fred daqui. – Mandei e ele olhou de lance pra Fred II que estava deitado na cadeira de tão bêbado, ele apenas obedeceu.

– Acho melhor essa festa acabar, ando acobertando vocês de mais, James! – Disse Hugo entrando no Salão e olhando a bagunça, suspirei derrotado, pra mim essa festa já deu. Hugo estranhou eu ter passado pela porta sem reclamar. Fui caminhando até o corredor da Grifinória, já era tarde e eu não queria ser pego.

– James! – Uma voz me chamou, me virei e dei de cara com Alice II Longbottom, ela estava fazendo patrulha que droga! Receberia uma bronca com toda certeza. – Preciso de ajuda! – HAN? O que tava acontecendo com esse povo hoje? – Avistei um garoto, ele parecia raivoso, disse que queria achar a Dominique, o mandei ir pra seu Salão, mas ele não obedeceu e foi pra Torre de Astronomia. Ele parecia irado e amanhã eu falarei pra Minerva, mas hoje estou cansada e será que você não podia dar uma força? Até porque ela é sua amiga e é bom que pelo menos assim a Minerva fica sabendo que você ajudou e acaba te livrando de alguns castigos. – Disse suspirando cansada. Quem estaria atrás da Domi á essa hora?

– Não se preocupe Alice, á essa hora a Domi deve estar dormindo, quem que ia invadir o Salão? Não tem como! – Falei despreocupadamente.

– Que tal Josh William? – O QUE? Ele estava atrás da Domi? O que ele iria fazer com ela? É claro que como namorado dela, talvez ele soubesse a senha do Salão da Grifinória, mas que droga! Saí dali correndo, nem falei com Alice II direito, corri pra o meu Salão. Cheguei ao quarto de Domi, ás meninas estavam dormindo e sua cama estava vazia. Não sei como isso é possível! Melhor nem acordá-las, corri pra meu dormitório, os meninos também estava dormindo, menos Fred II que estava desmaiado, eu acho! Nossa que monte de problemas pra resolver com todo mundo. Tem o Scorp, o Fred II, e agora a Domi. Peguei o mapa do maroto e procurei com pressa o nome da Weasley, não o encontrei de modo algum. Algumas palavras vieram a minha mente.

“Sabe Rose, o único lugar que não aparece no mapa do Maroto é a Sala Precisa, foi assim que eu impressionei sua mãe, quando começamos a namorar.”

A voz do tio Rony parecia ecoar na minha cabeça. Sala Precisa. Sala Precisa. Corri até o sétimo andar e fiquei em frente a um corredor com a parede branca, uma porta se abriu e entrei correndo, com minha varinha presa nas vestes. A sala tinha assumido a forma da Torre de Astronomia. Domi estava sendo encostada a uma parede por Josh, ele a segurava forte.

– O que está fazendo? – Perguntei fraco, mal podia acreditar no que estava vendo.

– ÔÔ Potter! Impedimenta! – Gritou Josh apontando sua varinha, fui arremessado pra longe. – Nunca aprende, não é James? Primeiro de tudo se faz a reverência!

– O quer com ela? – Domi parecia assustada e eu também.

– O que quero? – Ele lançou mais um feitiço, mas murmurei Protego e consegui me defender, ele riu baixo. – Quero que ela faça o que fez a todos lá do Salão. Uma dançinha especial pra o namoradão aqui. O que pensa que ela é? Uma vagabunda da qual pode se gabar por ter recebido uma dança idiota? – O que ele estava pensando em fazer? Ele continuava a atacar, mas eu não conseguia absorver tudo aquilo. – Não, James! Ela não é uma das suas, ela é minha! E vai fazer o que eu quiser, eu mando nela, e ela só obedece. – Disse apontando a varinha pra Domi que arregalava os olhos.

– Porque disso? Você é louco? – Cara! Eu não sei ser o herói, eu sou ridículo, eu não sabia o que fazer.

– Diffindo! – Murmurou apontando a varinha pra Domi, sua testa começou a sangrar e seu braço também. Corri em direção a ele, ele não podia fazer isso com ela! – Expelliarmus! – Murmurou fazendo minha varinha voar pra longe, Josh retirou uma faca do bolso. Arregalei meus olhos, ele jogou-a contra mim, mas por ser ágil em Quadribol, consegui desviar, mas a faca ainda conseguiu atingir raspando meu ombro. Ai! Corri até minha varinha de novo, mas antes que eu a pegasse. – Estupefaça! – Me atingiu em cheio, cai no chão com tudo. – Agora você vai fazer pra mim o que exatamente você fez pra ele... E é melhor nem tentar escapar... – Acho que alguém contou a ele o que aconteceu, a tal da cena em cima da mesa, por isso estava tão irado, mas agora era tarde demais, desmaiei. Quando finalmente consegui abrir os olhos, pisquei duas vezes pra ter certeza que ainda estávamos na Sala Precisa. Olhei para o lado, ainda caído. Josh estava em cima de Domi enquanto a mesma estava deitada no chão, apenas de lingerie. Droga! Meus braços doíam, principalmente meu ombro. – Vamos... Você nunca fez nada disso pra ninguém não é? Nem ao menos pra mim! Mas pra o Potter...

– Josh! Por favor, me solta! – Pedia Domi chorando, Josh alisava seu braço com delicadeza.

– Cale a boca, sua vadia! Você nunca quis dar o próximo passo comigo. E do nada faz um showzinho daquele... – Falou batendo forte em seu rosto, tentava me levantar.

– Não, foi nada demais! Não rolou nada eu juro, eu não estou pronta, por favor, Josh! – Implorava Domi, nunca pensei em ver uma cena dessas, meu corpo tremia.

– Já mandei calar a boca! – Gritava Josh lançando Diffindo em sua barriga fazendo a mesma sangrar, peguei minha varinha ia lançar um feitiço, mas Josh foi mais rápido me fazendo cair de novo. – Pensou que não tinha te visto ai, Potter? Mesmo sendo um mero jogador, não tem tanta rapidez, além do mais, você lembra quem ganhou o duelo, não é mesmo? – Perguntou cínico. Domi se levantou, suas roupas rasgadas no chão. - IMPEDIMENTA! – Gritou.

– PROTEGO! – Gritei de volta.

– EXPELLIARMUS! – Mandou. Defendi com Protego. – CRUCIUS!

– Protego! AAAHHH! – Tentei, mas não fazia ideia de que ele iria mandar uma maldição imperdoável. Cai no chão, meu corpo doía, começava a tremer, e Josh ria mais ainda, era como levar um choque. – Você nunca vai tê-la, Potter, eu já disse, ela é minha! – Falou beijando Domi que tentava empurrá-lo, mas sem sucesso. Aquilo me dava nojo, o modo como ele a tocava, o modo como ele encostava-se a ela, o modo como ela estava machucada e eu não podia fazer nada. Algumas palavras invadiram minha mente.

“Pai, as pessoas acham que eu sou algum tipo de herói, eu não sou assim, o Alvo é assim, eu não quero que as pessoas me achem herói, ou algum tipo de coisa, não sei ser como você, não sei suportar perder tantas pessoas queridas.” – Desabafei com meu pai. Em meu quarto ano as pessoas diziam que eu era lento e que esperavam mais de mim, porque nessa época meu pai já tinha ganhado um torneio.

“Você não precisa ser um herói, James. Seja quem você é, garanto que elas gostarão de você assim. E eu não aprendi a suportar a dor das pessoas que se foram naquela guerra, essa dor está sempre comigo e esse medo de perder cada vez mais pessoas queridas, também. Mas eu me alegro só de imaginar que eu posso fazer a diferença, que eu posso simplesmente salvar mais e mais pessoas, e é isso que faz cada um de nós ser um herói, o fato de lutar pra proteger os outros. Mesmo que você tente não ser um herói, você será, porque te conheço e sei que vai sempre proteger as pessoas que ama, e é isso que te faz ser um herói, meu filho.”

Meu coração acelerou, bateu mais forte, me levantei daquele chão. Erguendo minha varinha, Josh não percebeu, meu corpo tremia de adrenalina.

– EVERTE STATUM! – Gritei. Josh foi lançado pra longe dando piruetas no ar. Ele levantou rápido pegando sua varinha.

– RICTUSEMPRA! – Gritou.

– PROTEGO! – Defendi. – BOMBARDA! – Eu sei, esse feitiço é mais usado pra explodir coisas, mas bem feito. Josh foi atingindo em cheio, ele caiu longe e uma fumaça começou a subir, acho que tinha queimado sua roupa. Corri até Domi que chorava sem parar.

– James! – Ela me abraçou e sentamos no chão frio.

– Vem! Vou te levar pra enfermaria. – Tentei.

– Não! Fica comigo. – Pediu me abraçando e chorando, suas lagrimas começaram há molhar um pouco minha roupa, mas eu não estava nem um pouco incomodado com isso, eu queria mesmo era protegê-la, meu pai sempre disse pra protegermos as pessoas que amamos, e foi o que eu fiz.

– Ferula! – Murmurei apontando para seu braço que agora era o que mais sangrava, bandagens saíram da varinha, enrolando seu pulso, fiz o mesmo com sua barriga que também sangrava. – Não se preocupa, ele é um idiota! Agora vamos sair daqui. – Falei a pegando no braço, ela assentiu encostando-se a meu ombro.

– James! Minhas roupas! – Alertou olhando pra sala.

– Você fica mais bonita assim! – Ela riu de lado. – Tá vendo eu fiz você rir.

– Minhas roupas. – Pediu. As peguei no chão e coloquei em meu ombro.

– A vista tá ótima assim! – Falei rindo de canto e saindo da Sala Precisa. Vi Minerva chegando perto de nós.

– James o que foi que você fez dessa vez? Alice me chamou! – Perguntou espantada.

– Não é nada disso diretora! Acontece que eu... – Tentei.

– Você não pode fazer isso, Potter! Temo em dizer, mas você está expulso.

– Não, ele me defendeu! Josh William, diretora! Ele me atacou. James apenas de defendeu. – Disse Domi envergonhada.

– Então nesse caso... – Disse Minerva envergonhada.

– Ele usou a maldição Cruciatus em mim... – Falei e ela pareceu chocada. – Veja na varinha dele, diretora.

– Sim, irei fazer isso, senhor Potter! Agora melhor irem pra enfermaria, seu ombro está muito feio. Comunicarei a seus pais sobre o acontecido e expulsarei o Senhor William das dependências do colégio. – Ordenou e saímos dali indo para enfermaria, Domi permanecia calada. Meu braço estava doendo muito, por conta da faca, mas a segurar me fazia bem. Deitei-a na cama e peguei uma das roupas de hospital que lá se encontravam, ela se cobriu e chamei Madame Pomfrey que nos deu alguns remédios e depois se foi, dizendo que nos daria alta pela manhã.

– James! – Domi me chamou atenção, também estava deitado. – Muito obrigada! – Agradeceu, eu ri de canto.

– Não iria perder a oportunidade de ver uma menina de lingerie. – Falei envergonhado, o caso é que eu não sabia o que fazer.

– James! Sem máscaras... – Pediu. - Obrigada! – Disse segurando minha mão, as camas estavam perto uma da outra.

– Por nada! – Falei beijando sua mão, ela riu e virou a cabeça para o outro lado, ainda agarrava sua mão. Era tão bom se sentir especial, creio que não me perdoaria se algo acontecesse a Dominique, ela era especial pra mim de um jeito diferente, era como a solução para os meus problemas, nossa isso ficou tão gay! Mas que se dane! O que essa garota fazia pra eu conseguir pensar nela? Qual o tipo de bruxaria que ela usava? Tinha até medo de pensar assim, mas algo bem no fundo, dizia que eu estava certo, a defendendo, a protegendo, lutando contra qualquer tipo de coisa que pudesse se quer fazer mal á ela. Adormeci com vários pensamentos em minha cabeça, e com a mão de Domi junto a minha.