Damn Eyes escrita por Markonoha
-Então foi assim que você foi amaldiçoado Zero? – perguntou a pequena Lin.
Zero suspirou e então sorriu para a menina.
-Foi sim. Mas não se preocupe. Eu vou ficar bem, com o tempo vou achá-lo. – comentou o homem sorrindo.
Ele sabia que a tarefa era difícil e que as chances de obter êxito eram poucas, mas não podia falar para Lin, ela era muito fiel ao seu mestre. A única forma de agradecer isso era mantendo aquele sorriso no seu rosto.
-Zero, para onde vamos agora? – perguntou a menina curiosa.
-Não sei. Tenho que planejar isso ainda. Agora vamos, você deve estar com fome, vamos comer algo. – falou Zero.
Lin levantou-se da escadaria da igreja e seguiu Zero que cumprimentava as pessoas. O homem tinha um porte médio, alto e magro. Seus cabelos brancos balançavam com a leve brisa da cidade. Suas botas de couro faziam o familiar “tap” quando ele pisava no chão de pedra.
-Chegamos. – disse Zero sorrindo para Lin.
-O que vamos comer mestre? – perguntou a menina, envergonhada.
-O que você quiser. Pode escolher o que quiser e pedir Lin. – respondeu Zero.
Ele pôs a mão esquerda no ombro da menina e os dois entraram no restaurante. Era velho e baixo, mas era aconchegante ao mesmo tempo.
-Ei, meu amigo. O que vocês têm para o almoço hoje? – perguntou Zero ao dono do restaurante.
Eles pediram o prato do dia e comeram até se fartar.
-Mestre. – chamou Lin ao acabarem de comer.
-Diga.
-Quando o meu Curse vai se manifestar? – perguntou a menina de cabeça baixa.
O mestre entendeu a situação e soube como responder.
-Não tenha pressa minha querida, quanto mais demoram a aparecer melhor serão. – falou Zero.
-Obrigado mestre! – disse Lin sorrindo.
Ao ver esse sorriso o mestre lembrou-se dos tempos difíceis. Quando encontrou Lin ela era órfã. Seus pais morreram e foi deixada nas ruas. Zero estava atrás de uma pista muito quente sobre um dos subordinados de Lúcifer e enquanto fazia perguntas aos moradores foi abordado por Lin, a menina estava suja e mal vestida, seus olhos tinham uma expressão de tristeza que tocou Zero. Após conversar com a menina e descobrir que ela não tinha pais e que morava nas ruas, Zero a convidou para viajar com ele. Prometeu dar-lhe comida e abrigo. Ao ser perguntado pela garota por que levaria ela deu a seguinte resposta: “Eu vivo sozinho. Minha vida, tal como a sua é apenas solidão. Ando de cidade em cidade sempre solitário. Quem sabe uma companhia não me traga mais felicidade.” E assim começou uma amizade eterna, entre uma garota de oito anos e um Curser amaldiçoado pelo resto da vida.
-Vamos Lin, devemos partir para Farhill. Conheço algumas pessoas lá, e além do mais há um dojô onde talvez eu consiga aliados. – falou Zero pensativo.
-Companhia! Finalmente mestre. – comemorou Lin.
-Sim minha pequena, se tudo der certo teremos companhia. – falou Zero sorrindo.
Pagou a conta e saiu com Lin ao seu lado. Despediram-se da dona da pousada onde ficaram e esta deu alguns sanduíches à Lin. Zero agradeceu a gentileza e partiram para Farhill.
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