Gotas De Vida. escrita por Agridoce


Capítulo 5
Capítulo 05 - Abelha.


Notas iniciais do capítulo

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Ele estava na minha frente.

E tudo que eu conseguia fazer era sorrir.

- Bella ? - Sua voz encontrou meu corpo e milhares de sensações foram abrigadas. - Bella, amor, é você ?

Mais sensações.

Eu sabia que ele não conseguia me ver.

Eu jogava as mãos para o alto em busca de seus olhos mas, ele só enxergava além de mim.

Para ele, ele falava com a parede.

Mas para mim era mais.

Ele ainda acreditava em mim.

Que eu estava esperando por ele.

Mesmo que a promessa de seu espírito fosse cumprida, que ele não iria se lembrar de nossa última conversa, ele sabia internamente que eu estava com ele.

E estaria por um longo tempo.

Seus olhos em poucos segundos, transformaram-se em cachoeiras.

- Bella, eu sei que é você! Por que não me responde ?

Eu gostaria de respondê-lo mas não sabia como.

A minha companheira, a incrível borboleta, passou na velocidade de um raio por mim e parou ao outro lado da sala.

A árvore se mexia e com isso, suas folhas caíram no piso branco da mansão.

A borboleta estava sobre um pequeno quadro com a barra de madeira em volta.

Caminhando até o local, e sentindo o olhar de Edward sobre mim, observei a imagem:

Edward abraçado a Alice.

Pelas roupas, a foto foi tirada fazia alguns anos.

Muitos anos.

A foto estava em preto e branco, porém, eu ainda sentia a risada de Alice e a felicidade de Edward.

- Por que você me deixou, Bella ? Eu a amava tanto, e agora, olhe para mim... - Sua voz continha uma melancolia e eu poderia sentir as lágrimas quentes e salgadas mesmo do outro lado do oceano. - Por que não me deixou ir em seu lugar ? Qualquer morte seria melhor do que conviver com a certeza de que jamais terei você novamente.

As palavras de Edward foram como um ferrão em meu coração.

Eu desejei não sentir mais amor, não sentir mais minhas emoções, não sentir mais vida.

Eu desejava estar morta. De verdade.

No vácuo eterno ou seja lá o que for.

Qualquer escuridão era pior do que escutar isso de Edward.

Eu desejava ter James ao meu lado para ele poder me ajudar a voltar para o corpo físico.

Eu precisava de pelo menos uma hora ao lado de Edward.

Uma hora como mulher e não alma.

Senti todo o meu corpo formigando novamente, e uma luz branca envolvendo meu corpo.

Eu sabia que era a hora de voltar.

"Não! Eu quero ficar com Edward!" 

Eu implorava, porém, não sentia mais nada quando as asas da borboleta me abraçaram.

Foi um calmante para a minha alma.

/

James estava a minha espera na mesma sala em que eu fui mandada de volta a Terra.

Ao seu lado, uma pequena figura loira e de exuberantes olhos perolados, segurava em sua mão.

Meu rosto estava abatido.

Eu sabia porque eu estava lendo os pensamentos de James e ele não repetia nada mais além de: Como você está horrível, Bella.

Voando para um enorme e transparante casulo, na mesma sala, a borboleta juntou-se a suas irmãs na dança eterna da vida.

Percebendo o silêncio, James deu início:

- Então, Bella... 

- Não me pergunte como foi.

- E nem preciso, você sabe, quero apenas manter um clima amigável. 

Mordendo meu lábio, encarei a menina ao seu lado.

Ela tinha um enorme e brilhante sorriso em seus lábios.

James olhou para a menina e logo depois para mim.

- Bella, essa é Bee. - O olhar dos dois se encontraram e uma sintonia diferente atravessou meu corpo.

Melhor do que a fadiga que eu tinha antes.

- Bee ? - Eu perguntei.

- Sim. - A menina se pronunciou. Sua voz parecia em uma dimensão diferente.

Superior a minha.

- Por que esse nome ? - Minha curiosidade estava aguçada.

E ela me disse que era por ser como uma abelha: doce, mas com uma picada terrível.

James percebendo a pequena ruga de dúvida e confusão em minha testa, sussurrou:

"Ela é um Anjo, Bella. 

Um Anjo que está aqui para lhe ajudar."

- Me ajudar ? - Perguntei novamente.

A menina soltou a mão de James e caminhou até toda a distância ser apenas uma lembrança para nós duas.

"Sou o seu Anjo da Guarda, Bella.

Eu a protejo desde muitas outras vidas passadas, e por favor, eu gargalhava todas as vezes que você pensava que eu era uma... Como se diz em seu Planeta ?"

- Assombração. - Eu sussurrei.

Era doentio pensar no quanto eu era infantil a ponto de acreditar que todas as vezes que sentia presenças em torno de mim, eu me assustava e chegava a crer que eram espíritos ruins.

O irônico no final é que agora eu sou o espírito.

Eu sou a "assombração."

- Não, Bella. Ninguém é. - James, quase esquecido por meus pensamentos, se pronunciou.

- Se você é um Anjo... Cade as suas asas ?

Uma gargalhada infantil e ao mesmo tempo, com um que de personalidade madura, brotou dos lábios de Bee.

Porém, foi James que disse:

- Bella, por favor. Não acredite no que humanos querem pregar para crianças acreditarem.

Senti uma forte vibração quando as mãos de Bee encontraram com as minhas, uma de cada lado de meu corpo, e seus dedos transmitiam mensagens de amor e afeto.

"Você precisa de paz, Bella.

E Edward não consegue dar isso para você no momento.

Por isso eu estou aqui... Para ajudar vocês dois!"

- Mas você ainda é uma criança. 

Mais risadas.

- Acredite, Bella, eu sou uma das mais antigas almas.

Mordendo meu lábio inferior, direcionei meu olhar a James.

- Esme e Charlie já sabem de minha morte ?

Senti um forte choque em meus dedos e com um "ai", livrei minhas mãos de uma Bee risonha.

- Desculpe por isto, Bella, mas você precisa entender uma coisa: A morte não existe. E a vida material, a que você teve na Terra, foi apenas uma rápida passagem.

Eu acreditava, no fundo, nas palavras que a sábia Bee dizia.

Ela aparentava ter apenas doze anos mas algo em seu olhar me cativava a crer que ela não era tão ingênua ou jovem como parecia.

E eu a reconhecia.

De um modo estranho, porém, ainda assim, a reconhecia.

Em um suspiro frustado, James sussurrou:

- Eles sabem e temo que a próxima surpresa não será aparentemente boa para você.

- Surpresa ?

Ninguém no local disse uma só palavra.

Bee fugiu de minha pergunta procurando se silenciar enquanto brincava com o casulo de borboletas.

Tinha muitas para distrai-la.

De diversas espécies.

- James... - Em um súplico desesperado, murmurei, logo após a mordida em meu inferior: - Que surpresa ?

- Seu caso com o Campbell ainda não acabou, porém, tem mais um na lista agora.

Eu tinha medo da resposta.

Eu não sabia o que teria acontecido após minha morte.

Os lobos tinham lutado para matar os Volturi ?

Era algum colega da escola ou algum vizinho ?

Algum membro da família Cullen ? Carlisle ? Não! Eu sabia a resposta o tempo todo, porém, eu não gostava de acreditar.

Na realidade, eu jamais gostei da ideia de acreditar.

Engolindo a seco, sussurrei:

- Meus pais ?

Um aceno de cabeça em positivo e tudo no universo entrou em conexão com meu corpo novamente.

As palavras mais temidas por mim, escaparam dos lábios de James:

- Charlie foi morto esta manhã. E você precisa salvá-lo!


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