Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 13
Paz é sinônimo do desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Hayley teve mais um pequeno surto emocional, mas nada comparado ao que ela acaba vendo... A vida dela anda tão difícil...



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Passei aquela noite fria e assustadora ao lado de Rob. Eu estava me sentindo segura e protegida ao seu lado. Aquecida também. Ele possuía uma pele muito aconchegante e uma temperatura muito agradável. Entretanto, logo precisei sair de seu quarto, afinal, não queria ter a necessidade de ter de explicar para sua mãe - quando ela entrasse para acordar seu filho- o acontecido e mudar sua idéia sobre manter minha ida ao hospital em segredo.

            Segui para o quarto de hóspedes apreensiva pelo fato de ter tido uma das minhas mais antigas  "alucinações" ou "paranóias' - chame como quiser- e não desejava vê-las novamente ali, já que, ultimamente, até de dia já não tinha mais paz...

            Olhei cautelosamente por todo o quarto  a procura de algo anormal, mas o ambiente estava em um silêncio mortal. suas paredes estavam normais, como se nada houvesse jamais acontecido ali... Essa sempre era uma das piores sensações...

            Arrumei a cama colocando a colcha estendida sobre ela e segui para o banheiro no final do corredor do andar da casa. Conhecia aquela casa desde o dia que virei amiga de  Robert na minha infancia...

           Abri a porta e fiquei pasma com a minha visão. O banheiro estava duas vezes maior do que antes. Suas paredes tinham uma cor meio amarela com exceção de uma  que era feita só de espelho. O piso era branco reluzente e o teto estava coberto por um forro escuro e desenhado de madeira. No centro dele, havia um lustre de cristais enorme e, logo abaixo, existia uma espécie de... jacuzzi?

Aquele lugar era muito lindo e eu ainda não conseguia acreditar que fazia parte da casa. Ele era perfeito de mais... Não que a casa não fosse digna daquilo, mas ele era tão diferente dos outros cômodos... Era como de uma essência única...

           Mas, apesar de estar completamente maravilhada com aquilo, de repente, o ar começou a ficar pesado e foi coberto por uma leve camada de vapor parecido com a neblina.

            O espelho foi ficando embaçado lentamente, mas, por incrível que pareça, era o lugar aparentemente mais ‘iluminado’ do cômodo enquanto a fumaça cobria todo o resto.

            Aproximei-me dele alguns poucos passos. Percebi aquelas pequenas gotas de suas extremidades escorrerem para seu centro e irem formando letras que, mais tarde, formaram a palavra “ASSASSINA”.

            Fiquei imóvel por um longo momento observando aquela palavra ser reescrita mais vezes no espelho com uma agressividade cada vez maior.

            Senti algo atrás de mim me abraçar com um pouco mais de força do que o necessário. Minha reação imediata foi dar-lhe uma cotovelada. Foi um ótimo golpe, acertei uma área macia, não machucando meu cotovelo, e afastando o desconhecido de mim.

Olhei rapidamente para trás e reconheci ser Robert resmungando de dor e pressionando a lateral de sua barriga.

- O que eu fiz?

- Me desculpe...

- Hahahaha! – Gargalhou alto., - Assassina! – Acusou-me.

            Muitas lagrimas se formaram instantaneamente ao redor dos meus olhos, mas eu não iria permitir que elas caíssem. Controlei-me o máximo que pude ignorando o comentário de meu amigo e o que eu vi no espelho

            - O que foi? – Perguntou com um tom de preocupado. - Pobre assassina... – Completou com um tom irônico.

            Nesse momento, nada que fizesse iria interromper aquelas lagrimas. Deixei-as rolarem pelo meu rosto aos montes. Minhas mãos estavam completamente tremulas e eu estava gélida. Aquilo estava ficando fora de controle e nada estava fazendo sentido.

            Para piorar, uma voz começou a  sussurrar em meu ouvido coisas incompreensíveis, mas seu som se parecia muito com aquele som de chocalho de cascavel daquela sombra na parede do quarto. Ela estava sussurrando cada vez mais alto uma espécie de oração em latim. Minha cabeça começou a girar. Não conseguia mais pensar. Minhas mãos voaram para os meus ouvidos pressionando-os com todas as minhas forças tentando calar aquela voz, mas foi em vão. Ela foi ficando cada vez mais alta e alta.   

            - Hayley... – Robert disse e colocou a mão em meu braço tentando me acalmar.

            Seu toque quente teve um forte contraste contra minha pele gelada. Senti como se tivesse sido ‘queimada’ pelo seu toque. Decidi, por fim, sair daquele lugar antes que eu surtasse de vez.

            Passei por meu amigo esbarrando nele com força o suficiente para jogá-lo contra a parede. Desci o grande lance de escadas em direção a porta da rua de sua casa e, pouco tempo depois, já estava na porta da minha casa virando a chave e correndo para o meu quarto onde me tranquei e permaneci lá, jogada na cama com as mãos no ouvido e completamente encolhida em uma posição fetal.

            - Some daqui! – Gritei enquanto aquele sussurro me deixava surda.

            - Immundissime! – Sussurrou novamente em latim. Ele repetiu essa palavra milhões de vezes em meu ouvido enquanto eu gritava e chorava na tentativa falha de calá-la.

...

            E mais uma vez, fui derrubada por essas paranóias e loucuras que, ultimamente, não deixavam-me nem, ao menos, respirar... Estou ficando cansada disso, cansada desses surtos e desses medos... Talvez, remédios sejam uma ótima opção... Ou, talvez, descobrir o verdadeiro assassino fosse a única saída... Porque, apesar de tudo, sabia que não tinha matado ninguém... Bem, pelo menos, sabia que EU não havia cometido esse crime, mas, quem sabe, um amigo e inconscientemente  eu esteja o acobertando?

            Depois de uma longa hora de tortura mental e pensando novamente naquela noite, resolvi voltar e conversar com Robert. Ele merecia um pedido de desculpas e explicações... Entretanto, antes de qualquer coisa, decidi que daria a ele um jogo que ele estava louco para ter, mas estava sem dinheiro para comprar.

            Tomei um longo e quente banho deixando aquela água cair em meu rosto e limpar todas as minhas lagrimas enquanto esvaziava minha mente por um período temporário. Vesti meu jeans preto surrado, com uma camiseta do AC/DC Back in Black e um xadrez vermelho e preto por cima. Enquanto existiam algumas pulseiras de tiras de couro no meu pulso direito e eu usava meus All Star velhos e azuis de cano médio. Esse é o tipo de roupa que visto, basicamente, quase todos os dias.

            Ao sair de casa, peguei as chaves do outro carro velho na gaveta da cozinha – veiculo que, mais tarde, sabia que ganharia da minha mãe – e entrei nele ligando seu radio na minha estação de rock favorita e depois dirigindo até a loja de jogos dentro de um pequeno shopping local.

            Mas, durante o caminho, talvez por força do destino – mesmo não acreditando muito nessas coisas – acabei virando a cabeça para o lado e observei uma lanchonete velha em frente ao hospital em que fiquei internada poucos dias atrás.

            Meus olhos correram por toda a extensão do local. Era uma lanchonete pequena, mas, apesar disso, existiam diversas mesas redondas de madeira com, pelo menos, 4 cadeiras dobráveis em cada mesa. Existia também, ao fundo, um longo balcão cheio de cadeiras posicionado exatamente na frente de uma prateleira enorme de bebidas. O ambiente era escuro e cheio. Mas, não foi o suficiente para evitar que o que acabara de ver...

            Robert estava sentado na mesa de centro com um copo em sua mão enquanto conversava com uma garota de  longos cabelos loiros e magra. Ela era muito familiar para mim, parecia que já nos conheciamos. Até que ela se virou revelando seu rosto perfeitamente esculpido e sutilmente maquiado. Pressionei fortemente minhas mãos contra o volante do carro tentando reprimir minha visão.

Violet? -  Perguntei surpresa com o que estava vendo.

A mão dela estava em cima da mesa, um pouco longe da mão de Robert que estava encostada em um pequeno copo de bebida. Refrigerante, provavelmente, afinal, conhecia-o o suficiente para saber que não bebia. Mas o que mais me incomodou foi ve-lo ali com aquela mulher que ele havia conhecido a tão pouco tempo… Não poderia estar acontecendo aquilo… Aquela minha paranoia meio que me revelou o futuro mas de um jeito diferente? O que realmente  aconteceu? Antes de tudo, nem sabia da existencia de Violet além dela ser uma ‘assombração’ minha, mas, agora…  Ela estava ficando cada vez mais ‘proxima’ dele mexendo com minhas emoções de uma maneira tão estranha… 


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso, demorei, mas postei e agora tenho que imaginar como serão os proximos capitulos porque estou terrivelmente sem ideias devido as minhas outras historias... :/



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