Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 12
As lembranças nunca vão embora


Notas iniciais do capítulo

Mesmo quando pensamos ter esquecido algumas coisas ou simplesmente ter deixado-as de lado... Uma hora ou outra elas sempre voltam para nos assombrar, mesmo que sejam simples memorias de um passado distante...



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PDV – Hayley.


                Meu dia com o Robert não poderia ter sido melhor. Passamos aquele final de noite só bagunçando e tocando musica muito alto incomodando quase toda a vizinhança. A manhã no shopping indo em algumas lojas de jogo e não fazendo nada com nada foi hilária e a noite que se sucedeu foi ainda melhor, pois passamos a maior parte do tempo jogando vídeo-game, comendo pipoca e batendo um no outro, porque eu estava avançando muito e não estava dando cobertura para ele e, conseqüentemente, ele estava morrendo várias vezes.

                E, a mãe de  meu amigo cedeu-me o quarto de hospedes para passar o resto da noite. Afinal, meus pais não estavam em casa e eu havia parado no hospital então eles acharam melhor aquilo e, após uma outra longa conversa, consegui convencê-la de não contar aos meus pais sobre o ocorrido, caso o contrario, seria bem provável me mandarem para uma clinica psiquiátrica para fazer um forte tratamento...

                No final das contas, apesar do potencial que a noite prometia, não fomos dormir muito tarde... Não chegou a passar das 02 da manhã, mas, teríamos virado a noite se eu não estivesse tão exausta por culpa das medicações que tomei... Elas ainda estavam fazendo efeito sobre meu corpo, sem contar que  dormi pouco na noite anterior devido aquela toda agitação e nossa ansiedade para comprar o novo jogo.

                Fiquei acomodada em um quarto muito confortável. Era grande, tinha uma pintura marrom escura sutil e possuía um grande closet com um espelho gigante que ficavam de frente para uma cama king-size gigante. E, do lado esquerdo, havia uma porta com uma pequena sacada. Foi impossível não ficar boquiaberta com um quarto de hospedes daquele. Aquele cômodo, simplesmente, não parecia com o resto da casa que, apesar de grande, não tinha tantas mordomias assim.

                Joguei-me na cama sentindo aquele colchão completamente macio batendo em minhas costas e jogando-me para cima. Ele tinha molas também. Foi impossível segurar uma gargalhada e, joguei-me novamente sobre ele diversas vezes rindo sozinha daquela situação até ouvir a porta se abrir e sentar-me na beirada da cama rindo do acontecido.

                - Se divertindo? – Robert perguntou segurando um travesseiro na mão.

                - aham – Admiti com um sorriso largo no rosto.

                - Então ta... só vim trazer um travesseiro – Entrou no quarto e ficou a poucos passos de mim.

                - Já tem um aqui, mas obrigada – Agradeci e abracei o travesseiro macio devido as penas de ganso que se encontravam dentro dele.

                - mas não estou a fim de guardá-lo... – Disse e, com um movimento rápido, lançou o travesseiro que segurava contra o meu rosto. Senti o forte impacto da espuma e plumas jogar meu rosto poucos centímetros para trás e, logo em seguida, a gargalhada dele já  havia tomado conta do cômodo todo.

                Joguei o travesseiro que eu estava segurando contra o rosto dele e também causei o mesmo efeito que sofri nele, mas, com mais intensidade, afinal, era apenas de penas de ganso tornaram aquele travesseiro mais pesado e bem mais duro.

                Ele agarrou com toda sua força o travesseiro que o atigiu e pulou na cama partindo com velocidade para cima de mim e acertando minha cabeça algumas vezes. Joguei-o para o lado e, devido a mola do colchão, ele praticamente foi lançado para fora da cama, mas equilibrou-se e tentou se levantar quando o acertei com o travesseiro que ele havia jogado em mim. Meu golpe o desequilibrou e jogou-o contra a beirada da cama. Ao tentar se virar, errou o lado e caiu de cara no chão, entretanto, levantou-se rapidamente e arremessou o travesseiro na minha direção novamente. Desviei em um rápido reflexo e joguei-me em cima dele atingindo-o varias vezes com o objeto macio que estava na minha mão.

                - Parou, o primeiro round acabou. Chega! – Implorou aos risos.

                - A menos que você jogue a toalha! – Gritei sem parar de golpea-lo.

                - Jamais!

                - Então nada feito!  - Golpeei-o com mais força no rosto, mas, nesse momento, cambaleei para o lado dando uma brecha para ele me jogar contra o chão e ficar por cima de mim com um riso irônico de vitoria.

                - E ai? Quem vai se render agora?

                - Jamais! – Repeti o que ele dissera a pouco tempo atrás

                - Você não precisa dizer nada... – Ele se aproximou lentamente de mim, ficando a poucos centímetros do meu rosto. – Só precisa...

                - Robert? – A mãe dele gritou.

                - Só preciso...? – Sussurrei de volta tentando terminar o que ele iria dizer.

                - Shiu! – Disse e jogou o travesseiro no meu rosto. Senti seu corpo sair de cima do meu bruscamente e deslizar para o lado escondendo-se embaixo da cama.

                Levantei-me rapidamente e arrumei minha roupa. Peguei os travesseiros do chão e joguei-os na cama. Puxei a colcha para baixo e enfiei-me embaixo dela fingindo estar quase dormindo quando a mãe de Robert parou no vão do quarto e olhou para mim por algum tempo.

                Ela fechou a porta e saiu silenciosamente chamando o filho em um tom de voz mais baixo. Robert surgiu pelo canto, olhou para mim e suspirou profundamente aliviado. Ele se levantou, sentou na beirada da minha cama. Desejou-me um “boa noite” após dar-me um longo beijo na testa e saiu do quarto sem dizer nada. Apenas olhou para trás e sorriu para mim. Retribui seu sorriso e virei de lado para dormir.

                Revirei na cama por muito tempo antes de cair em um profundo sono, na verdade, nem cheguei a dormir apenas cochilei. Olhei para o radio-relogio no criado-mudo e observei os minutos passando lentamente. E, a cada vez que o olhava, haviam passado apenas cinco ou sete minutos. Lembro-me ter sido 03:10 a ultima vez que o olhei.

                - Ela pode nos ouvir... – Ouvi um sussurro próximo a mim.

                - Ela pode nos ver... – Ouvi um sussurro diferente vindo de outro lugar.

                Sentei-me na cama apavorada com aquelas vozes e olhei à minha volta tentando encontrar aquelas pessoas. Apenas enxerguei uma luz fraca batendo na parede à minha esquerda revelando algumas sombras que se moviam sutilmente.

                - Silencio... – Uma terceira voz sussurrou. Sua voz tinha o som de uma cascavel balançando seu chocalho.

                Esfreguei os olhos com toda a força que eu tinha tentando limpar minha visão, mas aquilo não saia sumia, pelo contrario, ela ficava ainda mais desenhada. Arregalei os olhos e continuei observando aquela movimentação sem conseguir me desligar daquilo.

                Aquelas três sombras, agora, estavam em um pequeno escritório conversando em um tom de voz tão baixo que era possível apenas ouvir seus sussurros, mas sem conseguir compreender. Eles se moviam cada vez mais agitados e seus sussurros ficavam cada vez mais intensos.

                Senti a ponta dos meus dedos congelarem lentamente e senti o ar ficar cada vez mais pesado até as folhas da janela do quarto baterem  violentamente contra a parede devido à uma forte ventania que a atingiu. O ar ficou ainda mais frio e uma luz ainda mais forte invadiu o quarto por um longo momento até tudo cair em uma escuridão total e a janela se fechar sozinha.

                Enfiei-me encolhida embaixo da colcha da cama tremendo incontrolavelmente sentindo pavor. Minha respiração estava falha e descontrolada e era possível ouvir o barulho do meu coração pulsando em minha jugular freneticamente. Se possível, meu coração iria sair pela boca.

                Fechei os olhos e tentei me tele transportar para outro lugar, tentei imaginar algo bom, imaginar algo que eu gostava, mas aquela cena cão saia da minha mente. Lembrei-me da época em que eu vi esse tipo de sombra pela primeira vez quando tinha entre quatro e seis anos. Entretanto, nunca tinha ouvido a voz deles, apenas visto e tina ficado dessa mesma maneira. Mas, eu era criança demais para entender então fingi que aquilo era apenas coisa da minha mente fértil...

                Senti-me tão frágil e vulnerável e uma necessidade incontrolável de sair dali e ficar perto de alguém. Tomei a decisão de sair daquele quarto naquele exato momento. Enrolei-me na colcha e corri em silencio até o quarto de Robert. Entrei silenciosamente lá e deitei-me ao lado dele. Ele acordou logo em seguida assustado com o que tinha acabado de acontecer e perguntou:

                - O que aconteceu?

                - Estou com medo... – Disse com a voz tremula.

                Ele entendeu no exato momento do que se tratava e abraçou-me envolvendo meu corpo com seus braços fortes. Ele estava vestindo uma camiseta branca meio rasgada. Consegui enxergar vagamente seus bíceps perfeitamente esculpidos embaixo daquela camisa. Ele era magro, mas estava ficando cada vez mais esculpido.

                - Relaxe... – Sussurrou.

                Enterrei minha cabeça em seu peito e o abracei com toda minha força. Ele sentiu meu corpo estremecer muito e então cobriu-me com seu cobertor. Não era frio, era medo, mas aquela  calor me fez melhorar um pouco mais rápido.

                Minha respiração estava ficando controlada e meus batimentos cardíacos estavam normalizados. Minha tremedeira estava indo embora e resolvi relaxar em seus braços entregando-me ao cansaço que lentamente se apoderava do meu corpo. Robert  acariciou meu rosto tranquilamente enquanto cantarolava uma canção de ninar. Ele fez aquilo até que eu dormisse...


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me pela demora... Fiquei sem tempo e sem ideia... Também fiquei doente ai ferrou tudo. Mas ai está mais um pequeno capitulo trazendo de volta a vida 'normal' de Hayley ^^ os proximos serão mais tranquilos, não quero me focar muito mais nas paranoias dela e sim na escola e no que aconteceu no acampamento, então não deixem de acompanhar!



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