Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 1
Apenas o início...


Notas iniciais do capítulo

O que poderia ser uma garota comum como qualquer outra, mostra-se mais complexa e misteriosa do que se poderia imaginar, entretanto, ela ainda ira surpreende-los com seus segredos, passado e futuro inimaginável.



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“Em uma determinada época, passamos a odiar nossas vidas. Pensamos em morrer ou em como seria nascer e viver em outro lugar distante daqui e dos problemas que nos cercam. Isso nos torna egoísta, pois não pensamos em quem nos amou mesmo antes de nascermos, não pensamos em quem daria a vida para nos ver feliz, tampouco em nossos amigos, só desejamos ter nascido longe dessa confusão.

Cada um foi destinado a algo na vida, talvez ser famoso ou simplesmente ser alguém normal – nunca se sabe o que o futuro nos esconde – pois, de certa forma, existe uma razão, além da nossa concepção, que explica o motivo de estarmos aqui e o que iremos fazer...

Mas, é incontestável que sempre seremos importantes, insubstituíveis e amados para alguém, porque podemos sofrer hoje, mas nunca sabemos o que o depois de amanhã reserva para nós...”

De uns tempos para cá tudo anda dando errado – algo que me deixa extremamente desanimada - parei de me importar com a opinião de certas pessoas no momento em que elas deram as costas para mim, julgando-me sem conhecer o meu passado, e agora... Meus dias se tornaram uma rotina interminável e tediosa, praticamente trancada dentro de minhas próprias alucinações, entretanto, desejo muito da minha vida, desejo fazer dela um conto incrível, desses que só se vê em filmes ou em livros, quero torná-la única e especial e aproveitar a cada momento ao máximo, pois sei que sou capaz de superar todos os problemas que me cercam. Porém, para isso, antes preciso enfrentar os pesadelos do que aconteceu naquele dia em que tudo mudou de uma só vez...

Ouvia o uivo do vento gélido de inverno ricochetear os galhos da arvore contra a janela do meu quarto. A neblina, lá fora, cobria tudo tornando impossível enxergar algo. A única coisa que conseguia ver, com dificuldade, eram algumas luzes vindas da casa do meu melhor amigo, Robert.

Nesses dias lembro-me realmente quem sou.

Sou Hayley Thomas Campbell, nascida dia 17 de junho de 1995 em uma das cidades mais frias dos Estados Unidos, International Falls, Minnesota. Tenho problemas psicológicos decorrido de traumas passados e vejo pessoas mortas com frequência.

Fui remetida a um passado do qual odiava me recordar, por isso, não conseguia dormir e estava deitada em minha cama, pensando nas decisões certas e erradas que tomei por impulso e com medo de ter alguma alucinação.

Por um longo momento, fiquei pensando no que iria acontecer comigo no futuro, pois não ia mais para a escola, não depois que quase todos os alunos me culpavam por aquelas mortes, quando eu era apenas uma sobrevivente. Eu estudava por conta – apenas quando tinha vontade – Robert trazia os trabalhos que os professores pediam, eu os fazia e ele entregava para eles. Era assim que estava compensando minha ausência.

Entretanto, desde aquela noite, nada mais fazia sentido. Sempre me encontro caminhando por florestas macabras, passando por vilarejos desertos e sombrios e escorregando, varias vezes, nas pedras molhadas que estão à minha frente. Mesmo assim, nada me prende, nada me segura e nada me derruba. Posso cair hoje e sofrer com as coisas que vejo, mas sempre encontro forças para me levantar, cada vez mais forte. Quanto maior for meu tombo maior será minha força e irei destruir aquele que me fez sofrer, que passou por cima de mim, sem dó ou piedade. Pode ter certeza do que eu digo, eu não minto nem omito, faço e falo.

Eu já sofri e me machuquei muito guardando comigo aqueles pesadelos. Como qualquer criança, tinha medo dos monstros que existiam no meu armário, mas, diferente delas, realmente existiam monstros em meu quarto, esperando o momento certo para atacar. Porém, de todo mal, retirei um pouco e aprendi a deixar de ser a garota idiota que se importava com o que os outros iriam pensar de mim, serviu para aprender a ter atitude e responder, para não sofrer tanto por um amor...

Pensamentos assim fazem minha cabeça e não seria novidade senti-la doer, junto do coração pulsando freneticamente e as mãos tremulas. Era como se meu cérebro processasse muito de uma vez e do nada parasse – tento ver por essa maneira - meus sonhos, algumas vezes, se tornam realidade... É como se eu já soubesse o que vai acontecer nos dias seguintes, por isso, não gosto de dormir, ou, sonho com a noite dos assassinatos o que é mil vezes pior.

Vendo que não iria me levar a nada esses pensamentos, decidi que iria tentar encontrar alguma coisa para ver na televisão. O caminho até a sala é muito curto, mas está tudo escuro, só tem uma luz acessa. Não que eu tenha medo, mas nessas horas deparo-me em situações tensas.

Durante o caminho, ouvi um barulho vindo da sala. Em um rápido movimento, peguei o taco de beisebol em meu quarto e desci cuidadosamente sem fazer ruído algum. Se fosse uma alucinação, isso não iria adiantar, mas, se fosse um invasor, ah, isso sim iria ser de grande serventia.

Ao chegar na sala, vi uma pessoa mexendo na estante, revirando-a, jogando algumas coisas em cima do sofá. Instintivamente acertei-o nas pernas derrubando-o rapidamente.

– HEY!!! – Ele gritou do chão. – Sou eu Hayley, só vim pegar alguns filmes! – Continuou gritando, levantando os braços em defesa.

Bati a mão no interruptor, na parede atrás de mim, iluminando totalmente o ambiente e notando Robert deitado no chão, ainda em posição de defesa, arfando e apavorado.

– Está tudo bem? – Indagou se sentando ali mesmo onde estava.

– Não, não esta. – Suspirei profundamente sentando-me ao seu lado.

– Que foi? – Perguntou enquanto passava a mão em seus cabelos castanhos, arrumando-os do jeito arrepiado para frente da maneira que sempre gostou.

– Minha mãe, ela quer que eu vá para a nossa casa da praia, quer que eu me afaste de tudo e todos...

– Culpa das alucinações...? – Assenti com a cabeça, controlando algumas lagrimas que queriam cair. - Eu vou com você!

– Que? – Indaguei com um sorriso torto no rosto, tinha certeza que isso me faria completamente bem.

– Eu vou! – Repetiu decidido.

– Acho que meu pai não vai gostar da ideia...

– Ah, foda-se eu quero estar junto da minha “best besta” – Fez aspas, rindo. Ele me abraçou forte, retirando todo meu ar e, de vingança, soquei seu braço com força.

– Está disposto a desafiar a fera? – Arqueei as sobrancelhas imaginando o que poderia acontecer.

– Claro, e também não tenho nada pra fazer mesmo. – Deu de ombros.

– Quanto amor, só está indo comigo para não morrer de tédio – Revirei os olhos – Interesseiro – Completei.

– Nhá, assume que você não vive sem mim – Divertiu-se.

– Diga você que não vive sem mim. – Dessa vez, fui eu quem se divertiu com a careta que ele fez para dizer um “sim”.

Você sabe que é a única pessoa que me entende... – Disse em um tom baixo.

– Sim, eu sei que você me ama e que quer passar o resto da vida comigo – Ri.

– Qual é?! Pare de ser convencida Paranoid. – Sim, ele usava o nome da musica do Black Sabbath para me perturbar, pois sempre amei aquela banda.

Dei um tapa em seu rosto fazendo o barulho do movimento ecoar por toda a casa. Ele resmungou várias coisas incompreensíveis enquanto esfregava seus dedos na marca vermelha de minha mão em sua bochecha.

Obrigada por ter nascido e por ter virado meu melhor amigo... Pensei comigo mesma. Recusava-me a assumir isso, porque daria muitos motivos para ele me zoar pelo resto da minha vida.


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