POV Stefan

Isso tinha que dar certo. Agora com a autorização do Conselho Superior, eu poderia estar com Elena presencialmente, sem precisar me esconder dela. Lógico que tinha algumas restrições como manter a distância em certas ocasiões e saber distinguir e não ter certos sentimentos, mas para mim estava tudo bem, pois assim eu poderia cuidar dela e procurar notícias sobre meu irmão.

– Você sabe que isso não vai dar certo, né?

Caroline... Ô pessoinha pessimista! Como que ela conseguiu virar um arcanjo e como esse ser se tornou minha melhor amiga?

– Claro que vai dar certo. Eu me tornando “psicólogo” da Elena vou ter mais tempo para buscar informações sobre Damon e até de Klaus.

Caroline me olhou com tristeza e raiva, pois esse não era um assunto que ela gostava de tratar. Klaus era o arcanjo superior, que junto de Caroline, supervisionava nós, anjos protetores. Eles tinham um relacionamento amoroso de 1 ano, aprovado pelo Conselho Superior e ele era o melhor amigo de Damon. Tão amigo que acabou se tornando um arcanjo caído por sua culpa.

– Klaus tomou sua decisão ciente do que estava fazendo, Stefan. Ele escolheu Damon e a corrupção ao invés de o Plano Superior e a mim, agora ele está sofrendo as consequências de sua escolha e não precisa ser procurado. Por favor, não toque mais nesse assunto, eu não quero mais conversar sobre isso.

– Ok, Car, mas saiba que eu não vou deixar de procura-los. Essa história da queda dos dois após a noite daquele acidente está muito mal contada. Mudando de assunto então, eu tenho uma noticia para te dar, Barbie.

– Meu Deus, Stefan. Toda vez que você começa uma conversa assim, é porque vai me meter em uma roubada. O que é dessa vez?

– Hoje quando fui ao Conselho pedir minha permissão, pedi uma para você também, para que possa me ajudar com Elena já que está tudo tranquilo com o supervisionamento dos Protetores. A sua permissão também foi concedida e eles já pediram a Lexi que assuma seu lugar provisoriamente enquanto você começa a frequentar as aulas da faculdade de Mystic Falls e se torna amiga de Elena e Bonnie.

Enquanto eu falava, via aqueles pequenos olhos azuis se arregalarem de surpresa e raiva.

– Você não fez isso Stefan. STEEEEEEFAAAAAAAAAAAAAAAN!

Um segundo depois, tinha uma cadeira voando na minha direção.

*****

POV Caroline

Eu não estava ouvindo aquilo.

Definitivamente, Stefan tinha perdido o juízo.

– Você não fez isso Stefan. STEEEEEEFAAAAAAAAAAAAAAAN!

Peguei a primeira coisa que vi pela frente e arremessei contra ele, que conseguiu desviar a tempo.

Filho de uma mãe. Eu era SUPERVISORA de Protetores, não uma PROTETORA. Como ele podia ter feito aquilo sem ao menos consultar minha opinião? Agora eu teria que auxiliá-lo com a tal de Elena e Bonnie também. Elena parecia ser uma boa pessoa, apesar de ter ficado meio perturbada após o acidente com sua família e ter um fraco senso de moda e Bonnie era até legalzinha e tinha um 6º sentido muito aguçado, o que me levava a acreditar que ela se tornaria um anjo protetor, quando fosse a vontade divina.

– POR QUE VOCÊ NÃO ME CONSULTOU PRIMEIRO? – Eu gritava irritada Stefan.

– Porque eu sabia que você diria não, e como a ordem vem do Conselho, você terá de obedecê-la. Ah, só para titulo de informação; você será minha priminha mais nova e morará comigo no centro de Mystic Falls.

Stefan sorria debochado, enquanto falava.

Pronto, mais isso ainda? Além de ter de ser uma universitária, eu teria de ser subordinada a ele como uma prima mais nova?

STEFAN SALVATORE, EU REALMENTE TE ODEIO.

*****

POV Stefan

Depois de mais alguns gritos ensurdecedores e arremessamentos de objetos contra mim, Caroline concordou relutantemente em me ajudar como minha protegida, desde que ela tivesse o próprio carro. Tive que revirar os olhos para ela, tamanho o seu pedido infantil. Que fosse, pelo menos eu teria um reforço para cuidar de Elena.

Após termos acertados tudo, e termos sidos informados que tudo já estava preparado para a nossa chegada a Mystic Falls, voltei ao Plano Terreno para “conhecer” Elena. Quando cheguei ao hospital e em seu quarto, bati na porta suavemente e pedi licença para entrar. Uma vozinha fina e gaguejante respondeu:

– C-claro doutor, p-pode entrar!

Bonnie abraçava Elena de um jeito estranho e me olhava com uma cara bestificada. Ver aquela cena e a expressão de Bonnie me dava vontade de rir.

Olhei para o lado e vi Elena que parecia estar bastante melhor, ela tinha um pequeno sorriso em seu rosto que foi se desfazendo e se tornando em uma expressão de espanto e reconhecimento de algo familiar, enquanto me encarava. O sorriso sutil logo retornou, junto com um leve tom rosado em suas bochechas. Elena desviou o olhar de mim e olhou para baixo envergonhada.

Ela era tão linda...

– Olá Elena, bom ver que você está melhor! Meu nome é Stefan Salvatore, seu novo psicólogo. Não se preocupe, tudo vai ficar bem com você.

– Ol-olá doutor. Prazer em conhece-lo...

Ela me olhou novamente e naquele momento eu percebi que algo tinha mudado. Seu olhar estava mais sereno e parecia até um pouco mais feliz, não parecendo nada com o daquela garota deprimida e sem vida de quem eu via cuidando. Seus olhos me observavam decididos e pareciam guardar um grande e misterioso segredo. Será que ela me tinha me reconhecido ou se lembrado do dia anterior de quando eu a socorria ou a visitava?

Olhos castanhos serenos e misteriosos, em olhos verdes especulativos.

–Eu vou dar licença a vocês dois para que fique a vontade.

Bonnie sorria enquanto falava e saia do quarto.

Após Bonnie sair do quarto, me sentei perto de Elena, em sua cama.

–Bem Elena, hoje eu vou ter apenas uma conversa rápida com você, mas quando você sair daqui precisará ir ao meu consultório para algumas sessões, tudo bem para você?

– Sim, doutor. O senhor já sabe quando eu terei alta?

– Oh, por favor, me chame de Stefan e pelo que me informaram logo você sairá daqui, pois sua recuperação está sendo milagrosamente rápida.

Tive vontade de rir de meu trocadilho infame. “Milagrosamente”,. Sério, Stefan?

– Que bom... Não gosto muito de hospital...

– Acho que ninguém gosta, mas há um motivo especifico para isso, Elena?

– Sim. - ela disse relutantemente. - Passei muito tempo em coma no hospital a uns meses atrás e nem pude ir ao enterro de meus pais e de minha irmã...

Eu sei querida, eu estava ao seu lado, frequentava os seus sonhos enquanto você estava em coma e tentava te convencer a acordar...

Enquanto lembrava aqueles momentos difíceis, encarava Elena com angustia transbordando em meus olhos, e ao mesmo tempo ela me observava com um inicio de compreensão em seu olhar, parecendo que estava se recordando de algo. Ou de alguém.

Elena piscou rápido duas vezes e me olhou diretamente nos olhos.

Naquele momento eu soube que ela me reconhecera.

– Desculpe Stefan, mas eu tenho uma sensação estranha com relação a você. A gente já se conhece de algum lugar, não é verdade?