Filha De Todos escrita por Anne Kath


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo também não tem muita ação, mas ainda assim espero que gostem... :D



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Melany

Depois de toda a confusão Quíron ordenou que todos os campistas retornassem para os chalés, ele não me obrigou a entrar, mas me alertou sobre as Harpias que voltariam a fazer ronda daqui a meia hora.

Fiquei olhando o mar, ele me tranquilizava, o cheiro da água salgada, o som das ondas quebrando na areia, e a lua refletida na água, fechei meus olhos e me deixei levar.

–Como sabia meu nome e o de Annabeth?- dei um pulo com a voz que veio de trás de mim, virei e vi Percy, me encarando com um olhar desconfiado e desafiador.

–É uma longa história, e pelo que sei, não temos muito tempo!

–Não sairemos daqui até que comece a falar.- ameaçou Percy. Suspirei, sabia que ele não estava brincando.

–Eu sou uma meio- sangue, e... Por algum motivo todos os deuses me deram parte de seus poderes, se eu fosse uma humana teria morrido, meu corpo não aquentaria.

–Espere você tem o poder de todos os deuses?- revirei os olhos.

–Com exceção de Dionísio.

–Por que?

–Não sei!

–Ok, e onde eu e Annabeth entramos nessa história?

–Eu fui criada no Olimpo, como se fosse uma verdadeira deusa, e como todos os deuses, eu tinha uma fonte, essa fonte é como uma televisão, a diferença é que você vê através da água aqueles que estão sob sua responsabilidade e/ou espaço, ou seja se eu sou Zeus e você passou pelo céu, você iria ser visto. Mas somente de acordo com o seu poder, como eu tenho o poder de todos, poderia ver você e Annabeth aonde quer que estivessem, eu sabia que vocês falavam a verdade sobre Cronos, falei para Zeus, mas ele não quis me ouvir, era como se o fato de ele não acreditar pudesse mudar o que realmente estava acontecendo.

–Então você nos conhece pela fonte?!

–Sim!- disse.

–Incrível!- ele disse, sorri para ele.

–Mas se você tinha todos esses privilégios, por que foi embora?

–Quero descobrir meu passado!

–Mas por que?

–Porque é quem eu sou Percy- disse agora impaciente.- como você se sentiria em um lugar em que sabe que é diferente de todos... um lugar em que você é o estranho? Como você se sentiria se todo mundo tentasse te convencer de algo que você sabe que não é?

Percy olhou para o chão pensativo, em seguida para mim, agora determinado.

–Eu vou te ajudar! Pode contar comigo, Melany!

Sorri e não consegui me conter corri para dar no Percy o abraço mais agradecido que eu poderia dar a alguém. Naquele momento percebi, que se tinha alguém que poderia me compreender esse alguém era o Percy.

–Muito obrigada!- sussurrei.

–De... de nada!


. . .



Entrei no chalé que na porta dizia ser o número 1, peguei o meu pijama que estava jogado na cama, o coloquei e deitei para dormir.


Quando fechei meus olhos, pensei no sorriso que Hades deu para Nico, não era comum, Nico estava tramando alguma coisa. E a missão era apenas o primeiro passo.


. . .


Já estávamos ao lado da árvore de Thalia, minha espada estava presa no cinto, e a mochila nas minhas costas estava com tudo que se pode ser necessário a um meio-sangue, eu estava pronta para partir. Percy me olhou com aqueles olhos azuis e abriu um largo sorriso.

–E então? Vamos?-Perguntou Percy. Respirei fundo.

–Vamos.

– Boa sorte!- gritou Quíron enquanto descíamos a colina. Sorte aí está algo que iremos precisar.

Quando havia acordado naquela manhã recebi um pacote, um dos filhos de Hermes havia batido na minha porta com o pacote nas mãos. No pacote estava escrito.


Do monte Olimpo – Empire State.


Para; Melany – Acampamento meio- sangue, chalé 1.

Tinha um bilhete dentro do pacote, li ele primeiro. Nele a elegante letra de Hera dizia:

Sei que nunca fui como uma grande mãe para você, mas saiba que tenho você em meu coração imortal, você pode não perceber, mas eu te amo querida, não como uma mãe, mas como alguém que realmente quer o seu bem, não minto quando digo que você está no meu coração, Melany, espero que isto te ajude, com todo amor e carinho, Hera!

Dentro do pacote tinha uma certidão de nascimento, mas estava... amaldiçoada, era possível ver meu nome, data de nascimento e o horário que nasci, o resto estava em branco, como isso poderia me ajudar?

Depois de alguns minutos a certidão desapareceu em um pó dourado, como se fosse ouro, a brisa de minha janela espalhou o pó pelo meu quarto. Afinal, o que Hera quis me dizer com isso? Porque eu iria querer saber algo que já sei? Não faz o menor sentido.

–Vamos pegar o táxi das irmãs cinzentas?- Perguntou Grover, me tirando de meus devaneios.

–Não!- eu e Percy falamos ao mesmo tempo. Annabeth bufou.

–Por que não?

–Porque da última vez que eu peguei esse táxi, eu quase morri.- disse eu e Percy ao mesmo tempo novamente.

–Tá legal! Isso, foi sinistro!- disse Grover.

Eu e Percy olhamos um para o outro os dois com uma sobrancelha erguida, e do nada, simplesmente do nada começamos a rir, enquanto isso, Annabeth, Grover e Nico nos olhavam boquiabertos, e isso só aumentou ainda mais a nossa crise de risos. Eu já estava chorando de tanto rir, e quando olhei para Percy ele também estava chorando, então começamos a rir de novo.

–Já chega!- gritou Annabeth, eu já estava com as bochechas e o abdômen doendo de tanto rir.- Eu vou chamar um táxi comum.- disse Annabeth impaciente. Ela parecia... triste, fiquei séria. Comecei a me perguntar se era por que estava com ciúmes de Percy, ou se pelo o que Atena havia sussurrado em seu ouvido.

–Annabeth! –chamei- Você está bem?- perguntei quando ela estava a um passo de atravessar a rua.

Ela se virou para mim, a impressão que eu tive era que ela iria cortar a minha cabeça e empalhar na parede do chalé de Atena, encolhi os ombros.

–Você quer realmente saber se estou bem?- ela falou entre os dentes, os olhos cinzas pareciam mais claros, as pupilas pareciam menores.

– Bem eu...

–Não, Melany, eu não estou bem! E sabe por quê?- ela gritava. Ergui minhas mãos em defesa e comecei a andar para trás enquanto ela andava para frente me ameaçando. – Você é meio- sangue mais sortuda desse mundo, você tem o poder de todos os deuses...

–Como você...

–E é temida por todos eles, e como se ter o mundo em suas mãos não bastasse, você tinha que tentar roubar de mim o meu namorado.- Arregalei os olhos surpresa, eu não queria roubar o Percy de Annabeth, de jeito nenhum, a aura deles era tão linda por que iria querer atrapalhar isto? Quando ia abrir a boca para responder ela me interrompeu pela terceira vez.- E o pior é perceber que você está conseguindo.- Ergui uma sobrancelha. O que? Fiz com que o poder de Afrodite tomasse minha visão, e me concentrei na aura de Percy e Annabeth, eles estavam irritados um com o outro, mas a aura estava intacta, até parecia mais forte. Pisquei duas vezes e esvai o poder de Afrodite de minha visão.

–Annabeth, pare com isso, ela não está tentando me roubar de você!- disse Percy impaciente. Annabeth agora olhava para Percy, eu também olhava para ele, e ele parecia simplesmente com raiva, mas quando voltei meu olhar para Annabeth, percebi que para ela não era somente isso. Seus olhos agora brilhavam com lágrimas.

–Ela tinha razão!- ela disse.- Minha mãe tinha razão.- ela correu para um beco do outro lado da rua, sem medo de ser atropelada, os carros buzinavam mas Annabeth não ligava, simplesmente corria.

–Annabeth!- Percy gritou, estava prestes a seguir ela quando o puxei pelo braço.

–Espere!- disse para ele.- Eu resolvo isso.

Percy me olhou desconfiado, até que Grover também o segurou pelo braço.

–Cara, isso é um caso que somente garotas conseguem resolver.- Percy abriu a boca para descordar mas a fechou novamente.

Corri em direção ao beco, enquanto Percy me encarava com a expressão confusa.

–Annabeth!- chamei.

–O que você quer?- perguntou ela com a cabeça entre os joelhos.

–O que Atena disse a você?- perguntei. Ela ergueu a cabeça furiosa.

–Isso não te interessa!- eu deveria estar com uma expressão muito assustadora, pois enquanto um trovão soava no céu, um vento forte agora derrubava as latas de lixo cheias do beco, gotas de água se erguiam a minha frente do chão úmido, e meus cabelos flutuavam, Annabeth encolheu os ombros e engoliu todos os insultos que eu sabia que ela pretendia me dizer. Fechei os olhos e respirei fundo. O vento no beco cessou, as gotas caíram no chão, trovões não soavam mais no céu e meus cabelos não flutuavam.

– O que ela disse, Annabeth?- perguntei, os olhos ainda fechados.

–Ela... ela disse que... que

Abri os olhos e olhei para ela impaciente.

–Ela disse...- ela suspirou nervosa e começou a falar.- Ela disse...

“ Se eu fosse você não a olharia desta forma, não a subestime, no futuro, Percy não irá gostar que você fique contra ela, até os deuses a temem, ela tem o poder de todos nós, então prove que é filha de Atena, seja sábia e a tema também.”

Pisquei duas vezes surpresa, e ergui as sobrancelhas.

–Annabeth, eu jamais em nenhum momento pensei em roubar o Percy de você.

– Então o que ela quis dizer com que no futuro Percy ficaria contra mim por você, se eu a tratasse desse jeito?- perguntou ela sarcástica. Foi aí que caiu a ficha, Atena não desafiaria Zeus me dizendo algo, porém para Annabeth...

–Você não percebe?- Annabeth inclinou a cabeça sem compreender.

–Não... o que?

– A mensagem não era para você, Annabeth, era para mim. – Annabeth olhou para o chã pensativa, quando pareceu compreender levantou em um pulo, eu segurei seus ombros e virei ela para que me olhasse.- Percy deve ter alguma coisa haver com meu passado, e é claro os motivos para eu ter o poder de todos os deuses,... Atena não desafiaria Zeus dando uma dica direta a mim, mas transmitir uma mensagem através de você e como um conselho para uma filha, a deixaria fora do julgamento de Zeus completamente.

– Atena!- Afirmou Annabeth agora sorrindo.- Deusa da estratégia.

Assenti.

–Percy havia me dito que havia sonhado com você, mas quando você ainda era uma criança, talvez tenha sido uma lembrança.- disse Annabeth.

–E Hera me mandou um pacote com a minha certidão de nascimento, mas ela estava amaldiçoada, só tinha meu primeiro nome, minha data de nascimento e o horário em que nasci, mais nada.

–As certidões dos meios-sangues ficam no subterrâneo da biblioteca pública de Nova York, em Manhattan.

–A certidão amaldiçoada havia desaparecido poucos minutos depois, acha que devemos ir até a biblioteca atrás de minha certidão?- Ergui minha sobrancelha, estava sentindo que estávamos dando um longo passo.

–É exatamente o que eu acho!- corremos para fora do beco.

Annabeth chamou o pessoal. Eles estavam sentados do outro lado da rua no chão. Quando Annabeth chamou, levantaram e correram para o táxi que eu e Annabeth estávamos entrando, nos apertamos no táxi.

–Para a biblioteca pública em Manhattan.- O taxista nos olhou desconfiado.

–Tá esperando o que?- perguntou Annabeth impaciente.

O taxista deu de ombros e mexeu na marcha, começou a dirigir.

Annabeth me olhou e sorriu.

Pelo visto, Annabeth não estava mais com tanta raiva de mim, mas também não parecia simpatizar tanto assim comigo ainda.

Espero que isso mude, com o tempo.



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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Espero que este deixem vocês curiosos para o próximo...;)



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