Filha De Todos escrita por Anne Kath


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Aí gente mais um cap... espero que vcs gostem... Beijinhos para vcs!!



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Nico

Entrei no quarto de Melany, estava vazio. Tinha somente a cama. Fui até a cama e deitei nela, fechei os olhos e imaginei como seria se ela tivesse ao meu lado.

A memória de quando a salvamos do mundo inferior e... e eu...

“Melany, eu prometo te proteger... prometo”

Percebi que a cama estava tremendo. Eu estava soluçando, as lágrimas desciam de meus olhos sem parar.

-Melany!- choraminguei.         

“Nico!” fechei meus olhos com força, tentando expulsar a voz dela de minha cabeça. Eu não queria lembrar, eu não queria sofrer ainda mais.

“Nico!” A voz gritava agora. Apertei o edredom que cobria a cama com força tentando tirar ela da minha cabeça.

“Não me abandona!” a voz estava falha, como se estivesse chorando. “Nico! Por favor!”

Eu vou te deixar em paz, Melany!

“Não, Nico!”

Adeus, meu amor!

“Não! Nico, espera! Nico!”

E depois o silêncio.

Percy

O modo mais rápido de chegar ao mundo inferior seria pela sombra de Nico. Mas como ela não está à disposição, eu não tinha outra opção... Realmente, não tinha jeito, eu teria que pegar o táxi das irmãs cinzentas.

                                                                   Nico

Continuei olhando para o teto durante horas, com os olhos ardendo de tanto chorar. Ouvi a porta fazer um ruído, continuei encarando o teto, nem me dei o trabalho de olhar quem estava na porta.

-Nico!

-Me deixe em paz, Annabeth!

-Eu deixaria, se não fosse um assunto sério.- suspirei.

-Não quero saber.

-Percy foi para o mundo inferior. –sentei na cama em um pulo.

-Ele o que?

-Eu segui o Percy até a saída do Olimpo, ele saiu dizendo: “Estou chegando, Melany”, e continuou correndo.

-Ele perdeu a cabeça!- falei levantando da cama.

-Eu continuei seguindo ele. - ela suspirou- Ele pegou o táxi das irmãs cinzentas.

-Temos que chegar na entrada do mundo inferior antes dele.- Annabeth assentiu.

-Vem... vamos achar o Percy!- invoquei uma sombra peguei a mão de Annabeth e a puxei junto comigo.

Chegamos na porta do mundo inferior em um segundo.

-Hmm... obrigado!- olhamos na direção de onde vinha a voz e lá estava ele, havia acabado de chegar. Ele estava verde, provavelmente enjoado por conta da viagem que ele odiava no táxi das irmãs cinzentas. Pelo menos ele não estava gritando.

Percy olhou o táxi ir embora antes de dar o seu primeiro passo em direção a entrada, e quando  o fez olhou para frente e fixou o olhar em nós. Percy arregalou os olhos, mas logo se recompôs.

-Não tentem me impedir. –falou logo de cara.

-Você perdeu a cabeça?- gritei com ele.

-Não, Nico!- gritou ele de volta.- Você perdeu a cabeça.- Ele apontou o dedo indicador para mim com raiva- Prometeu cuidar de minha irmã quando pediu ela em casamento,... e antes disso também. –Percy caminhou em minha direção balançando a cabeça, indignado- Claro agora é mais fixo!- falou Percy abaixando a mão- Mas a questão Nico, é que no primeiro obstáculo você desistiu dela.

-Eu jamais desistiria de Melany!- gritei.

-E o que você está fazendo agora, Nico?- o olhar de Percy dizia que ele poderia me matar agora- Você a abandonou!- Percy riu sem humor- Me responda uma coisa, Nico. –Ele se aproximou ainda mais de mim, me desafiando. – Você sentiu a morte de Melany?- engoli em seco. Encarei o rosto furioso de Percy procurando em minha memória o momento em que eu provavelmente tinha sentido a morte de Melany. Mas está era a grande questão. Eu não o encontrei, eu não me lembrava de ter sentido a morte de Melany em momento algum. Meus olhos se arregalaram com a revelação.

-Eu não senti!- sussurrei. Ouvi Annabeth arfar atrás de mim. Percy balançou a cabeça novamente, indignado.

-Mais uma prova de que você a abandonou. – encolhi os ombros com culpa- Melany falou comigo, Nico!- o encarei confuso agora- Ela disse que tentou falar com você, mas que para você era como se ela não existisse mais.

Aquilo me atingiu de tal maneira, que era como se o céu tivesse caído sobre os meus ombros agora, e junto com ele, veio a lembrança. Antes de Percy aparecer no Olimpo, no quarto de Melany quando eu estava sozinho.

A voz! A voz que eu pensava ser ilusão de minha cabeça... era ela, era ela o tempo todo.

“’ Nico! Não me abandona!’

Adeus,  Melany!’” Olhei para Percy de olhos arregalados.

“ Você a abandonou!” Sim eu a abandonei.

-A voz!- falei.

-Então você a ouviu?- Percy ficou ainda mais furioso.

-Rá! É pior do que eu pensei... Fique você sabendo, que eu nunca vou apoiar o casamento de vocês.- Suspirei.

-Antes de discutirmos o casamento, precisamos resgatar a noiva. –Ergui minha mão e invoquei outra sombra- E... nunca é uma palavra muito forte. Por exemplo, eu disse que nunca te perdoaria pela morte de minha irmã, e... olha que coisa,- ergui as sobrancelhas- eu perdoei.

-É diferente!- falou Percy entre os dentes.

-É claro que é... se trata do começo de uma vida, e não do fim dela, mas a gravidade não deixa de ser a mesma.- falei sorrindo. Percy cerrou os dentes com raiva. Balancei minha cabeça em direção a sombra- Vamos por aqui! Será mais fácil passarmos despercebidos por aqui do que pela entrada.

-Com toda certeza!- Annabeth falou se aproximando de Percy. Tinha até esquecido dela. Ela não havia dito uma palavra nem por um segundo no meio de minha discussão com Percy. O que é uma raridade.

-Há você está aí?- falei brincando.

-Há você está aí?-respondeu Annabeth no mesmo tom brincalhão. Não entendi a resposta dela, e ela pareceu notar isso. –Parece que a ressurreição de Melany, trouxe o Nico de volta. –meu sorriso murchou por um segundo, e meu coração se inflou com o pensamento de que logo teria Melany nos meus braços novamente.

-Vamos!- falei já entrando na sombra. Mal entrei e já estava no mundo inferior. Percy e Annabeth saíram logo depois.

-E agora Nico? Para onde vamos?- perguntou Annabeth.

Balancei a cabeça em negativa.

-Ela pode estar em qualquer lugar.- me virei para olhar Annabeth e Percy.- Meu pai não seria burro de prender Melany na cela novamente... sem contar que daquela vez ele a colocou lá para que a resgatássemos de novo. Agora... é diferente. –expliquei.

-Melany não está com Hades!- falou Percy- Bianca de alguma forma conseguiu esconder ela aqui sem que Hades pudesse notar.

-Então será ainda mais difícil.- falou Annabeth.- Se nem mesmo o dono sabe onde ela está.

Percy suspirou e olhou a sua volta, quando de repente foi como se ele tivesse levado um choque.

-Melany está falando comigo!- me aproximei dele.

-O que ela está falando?

-Ela esta falando...

-O que?- perguntei desesperado.

-Ela disse que eu não posso dizer!- disse Percy olhando para Annabeth, que o olhava de volta- Alguém de Hades pode ouvir.- Percy agora dirigiu um olhar preocupado a mim. Sabia que minha expressão não deveria estar melhor do que a dele. Ela tem razão, seria arriscado demais. –Ela irá entrar em contato com você... pelo... pelo menos irá tentar. Você a expulsou de sua mente. – Percy riu sem humor, e voltou a me olhar com raiva- Desde então ela não consegue mais entrar em contato com você. –Assenti, eu sabia disso.

-Diga que ela pode tentar!- Não levou um segundo e eu já podia ouvi-la.

“Nico!”

Melany! Fechei meus olhos para me concentrar em sua voz. Ha, Melany, me perdoa!

“Não a tempo para isso agora. Bianca está por um fio. Você terá que vir rápido. Eu estou ao Leste, a alguns metros de distância da área das almas dos heróis.”

Sei onde fica. Aguente firme, eu estamos chegando.

“Rápido!”

-Vamos!- abri os olhos- Eu sei onde Melany está!

Corremos em direção a ala dos heróis, era só virar a curva logo ali e chegaríamos. Viramos a curva . Annabeth gritou. Haviam três fúrias em nosso caminho.

-Ora, ora, ora! Olá “patrãozinho”!- dei um passo para trás. Um calafrio me subiu pela espinha, logo depois foi como se um terremoto tivesse começado, mas ele só levou três segundos. As fúrias olharam em volta confusas.

“Nico! Obrigada!”

Pelo que?

“Estou em você agora.”

O que? Melany?

-Agora!- gritou Annabeth.

Percy e Annabeth passaram correndo por mim, e eu os segui um segundo depois. Queríamos ultrapassar as benevolentes enquanto ainda estavam distraídas. Mas não deu muito certo.

As Benevolentes foram mais rápidas que nós e cada uma pegou um de nós. Percy puxou a espada ao mesmo tempo que eu, mas as Benevolentes pareciam já esperar isso. De alguma forma elas tiraram nossas espadas de nós, e agora riam de nossas caras assustadas.

Elas estavam mais fortes, ri sem humor. É claro que estavam, nós estávamos no território delas.

-Aonde vocês pensam que vão?- perguntou a fúria que segurava Percy. Ela ria do olhar furioso que Percy a lançava.

-Hmm... vamos comê-los, ou levá-los a Hades?- perguntou a fúria que me segurava.

-Vamos comê-los.- falou de imediato a fúria que segurava Percy. Percy revirou os olhos como quem já esperava esse tipo de resposta.

-É melhor não!- disse a fúria que segurava Annabeth. As outras duas fúrias a encararam com raiva- Um deles é filho do chefe.

-Um filho traidor!- cuspiu a fúria que segurava Percy.

-Um filho traidor, e seus amigos apetitosos, eu sei, mas que sabem a localização da garota. – As fúrias rosnaram de raiva.

-Os levaremos ao chefe.

As fúrias nos carregaram até o grande salão, onde estava o trono de meu pai. Sentado no trono estava meu pai e... Há que maravilha... sentada no outro trono, ao lado de meu pai, estava Perséfone. Ela me olhava como sempre me olhou, com ódio.

-Trouxemos esses invasores para o senhor!

Hades não olhou nem para Percy nem para Annabeth, seus olhos estavam fixos em mim.

-O que te traz aqui, Nico di Angelo?- perguntou meu pai.

Nico di Angelo?

-Não sou mais seu filho querido?- perguntei sarcástico.

-Me admira você ainda se colocar nesta posição, moleque!- falou meu pai. Estreitei os olhos com raiva. Não, essa eu não ia engolir.

-Acho que tenho esse direito levando em conta o fato de que você enfiou esse seu pau imortal no útero da minha mãe, gerando assim esse moleque.-falei com raiva.

-Como ousa?- gritou Hades. Uma névoa negra se espalhou pelo salão, continuei encarando meu pai sem me deixar intimidar. Uma gargalhada ecoou sobre o salão. Perséfone ria enquanto me olhava.

-É! Por mais que eu odeie admitir, ele é seu filho. Não tem nem como disfarçar, o menino puxou a você até mesmo na ousadia. –Hades olhou para Perséfone com raiva. Perséfone também não pareceu se importar com seu olhar furioso.

-Já que você é meu filho.- Hades olhou para mim- Acho que está na hora de você conhecer o meu lado de pai!- Perséfone olhou  para ele espantada. Espera eu entendi direito? Ele iria me bater?

Hades caminhou em minha direção com as mãos em punhos. Um calafrio subiu pela minha espinha novamente. Só que aí , mais um terremoto tremeu o mundo inferior, fazendo poeira cair do teto.

 Olhei para cima, uma nuvem negra se formava acima de nossas cabeças. Ninguém parecia notar, só eu. Olhei para meu pai no último segundo. Ele estava com a mão erguida fechada, pronta para me dar um soco, quando... eu a vi. Surgindo do teto, do meio da nuvem negra, com seus lindos cabelos castanhos caindo em nossa direção. Ela deu uma cambalhota no ar e chutou meu pai. O impacto foi tamanho que meu pai foi parar do lado esquerdo do salão, e ela escorregou para o lado direito. Ela se levantou rapidamente jogando o cabelo para trás tirando o do rosto. E foi aí que eu vi. Ela não tinha mais olhos azuis, seus olhos estavam castanhos escuros, da cor... da cor dos meus olhos.

Ela ergueu a mão no ar, como se para pegar alguma coisa, um vulto passou diante de meus olhos e um segundo depois, avistei o elmo de Hades na mão dela. Como isso era possível? Ninguém controla o elmo, a não ser o próprio Hades.

 Uma gosma preta saiu do elmo indo para a mão dela. A gosma se dissolveu em fumaça negra e desceu aos pés, em seguida começou a girar em círculos a sua volta. Conforme a fumaça subia, um vestido preto ia se formando a sua volta. Ele tinha babados e deixava a parte da frente das cochas de Melany a mostra, mas a lateral e atrás iam até seus pés. Em cima da saia o vestido era colado em seu corpo, e a alça era grossa e prendia no pescoço, era possível perceber que a costa era nua. Quando a fumaça chegou ao seu pescoço, uma gargantilha feita com uma fita de veludo preta com o pingente de uma caveira no centro, estava grudada no meio de sua garganta. Logo depois a fumaça chegou a sua cabeça fazendo um coque, e por último, a fumaça fez uma tiara negra no topo de sua cabeça. A tiara tinha pedras negras que refletiam o pouco de luz que havia no local, fazendo termos a impressão de que ela tinha a noite estrelada em sua cabeça.

Meu coração acelerou com a visão dela... Melany, a princesa do submundo.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Espero que sim!! :D