“- Vim trazer uma mensagem. _ falava o homem em um alto tom. – Aizentaichou mandou avisa-la que seu comparecimento hoje, ao 5º esquadrão, será desnecessário.

- O que quer dizer com isso? _ perguntava surpresa, isso nunca ocorreu nestes quatro anos de trabalho, seria compaixão vinda do capitão?

- É somente isso que sei. _ dizia. – Porem...

Ele manteve o silêncio por um curto tempo.

- Compareça no portão sul de Seiretei, àuma missão a ser comprida. Ordem do Comandante Yamamoto.

Ela se surpreendeu ao ouvi-lo, um pressentimento nada agradável tomava conta de si.

- Uma missão?”

...

“– Quando penso que tudo está perdido, que o mundo aonde vivo está desmoronando, aonde meus sentimentos mais puros são derrotados tão facilmente... – É quando eu acordo.”

Hinamori on:

- Por que motivo o Comandante nos convocaria há uma missão diretamente? Sou apenas uma tenente. _ indaguei confusa.

- Não fui informado sobre isso, desculpe. _ Disse com seriedade. Antes que pudesse respondê-lo ele havia desaparecido.
Ficará a encarar janela à fora, hesitei por um momento, não queria mesmo sair naquele estado, quando meus olhos estavam inchados e minhas tristezas e frustações eram visíveis. Creio que não terei nem uma opção, antes de tudo sou tenente, nunca deveria desrespeitar uma ordem superior, isso estava fora de meus requisitos.

Deixava aqueles pensamentos ruins de lado, por um momento, e logo meapresso para arrumar minhas coisas. Tinha uma missão a cumprir.

~X~

Hitsugaya on:

“ – Não posso deixas as coisas do jeito que está... Não perderei a pessoa de maior importância para mim... Não novamente!” _ dizia em pensamentos enquanto tomava coragem de levantar-me, já passava das 10 da manhã, e ainda nem ao menos havia me aprontado para o trabalho, acabei adormecendo na sala, e lá ainda permanecia, pensando nela. – Aizen... Seu desgraçado...

Sentado no sofá encarava o teto daquela casa vazia, era desta maneira que me sentia, vazio por dentro.

- Taichou! _ ouvia uma voz estridente e familiar vindo detrás de mim, tentava me virar para encarar a ruiva estridente porem fui bloqueado por um abraço sufocante. – Taichou... O que ouve com você? Esqueceu-se do trabalho é?

- Por favor, Matsumoto... Deixe-me em paz! _ dizia friamente.

- Ora, Taichou, não precisa falar assim poxa. Fiquei preocupada com você, não é de costume se atrasar para o trabalho... _ continuava a garota, desta vez fazendo biquinho.

- Não se preocupe. _ me livrava daqueles braços que me apertavam, me levantava indo em direção ao meu quarto. – Irei me aprontar.

- Espere Taichou! _ aquela mulher estridente me segurava pelo braço, não havia entendido o motivo daquilo, então me virei para encara-la. – Na verdade, vim aqui lhe dar um recado importante.

- Diga então, Matsumoto.

- Algo muito estranho está acontecendo aqui... _ Começou a garota. – Antes de vim para cá, fui parada pelo comandante Yamamoto...

- Pelo comandante? _ sim isso era realmente estranho, pensava eu. – O que ele lhe disse?

- Disse que hoje nos convocaríamos para uma missão,no portão sul de Seiretei. Um tipo de missão secreta... E o mais curioso foi seu pedido, não dar nem uma informação sobre a missão para três capitães, do 5º, 3º e 9º esquadrão... _ Matsumoto me olhou confusa. – Taichou, o que está acontecendo?

- E eu que sei? _ Disse me direcionando para meu quarto. – Espere que logo iremos.

“ – Isso é realmente muito estranho” _ Me arrumava rapidamente, não poderia mais demorar um segundo se quer, apronto minha Zanpakutou e meu kimono, foi neste momento que algo me veio a mente. – 5º esquadrão... AizenSousuke, então você realmente estra tramando algo.

- Matsumoto! _ gritava ao sair do quarto. – Vamos logo!

“- Hinamori pode está em perigo...”

~X~

Hinamori on:

Estava há caminho do portão sul de Seireitei, aonde seria o ponto de encontro marcado,as ruas estavam calmas o que havia me estranhado. – O que está acontecendo...?

Logo à frente avistei um sinal forte de fumaça vindo da direção do portão sul, e foi quando apressei meus passos desesperadamente, um súbito medo cresceu dentro de meu coração; Ao avistar todos reunidos envolta de uma pequena casa em chamas, dois dos Capitães apressaram comandos para seus subordinados, e imediatamente o fogo foi apagado.

- Ei, o que está acontecendo por aqui? _ Pousava nos telhados guiando minha voz para quem quisesse ouvir.

- Tenente Hinamori. Não se preocupe com isso, foi apenas um acidente comum. _ Um Shinigami direcionou sua explicação, e concordei ao ouvir, mesmo assim não podia negar uma estranheza naqueles incidentes.

- E o comandante? _ Direcionei meu olhar a frente, e ao notar os portões fechados conclui minha pergunta sem ao menos uma resposta e com isso desci dos telhados. - Entendi. _ disse ao rodar novamente meu olhar e para-lo no meliante capitão Byakuya, que esperava inquieto em um canto. Não importaria o quanto eu perguntasse, ninguém saberia responder.
Caminhei até Unohanataichou e escorei pela parede ao seu lado, esperando algo impensável.

~X~

E aos poucos o céu foi tomando por um tom acinzentado, e por cima das casas corria o mais rápido que podia, o albino estava perdido em pensamentos, enquanto uma ruiva suspirava profundamente de preocupação.

- Taichou...

- O que? _ Dizia ele, sem ao menos desviar seu olhar.

- aconteceu algo entre você e s Momo-chan? _ Seu tom de voz naquele momento foi tão baixo quanto um sussurro.

Hitsugaya apenas trincou os dentes e deu de ombro.

- Eu sabia. _ Matsumoto concluiu, e então voltou a falar em um tom mais seguro. – Você sabe não é, Taichou? Eu gosto muito de vocês dois, e por isso iria ajuda-los sem pensar duas vezes...

- Eu não preciso de ajuda. _ Ele apertou os pulsos e ergueu seu olhar para o céu. – Este é o momento em que tenho de lutar sozinho.

...

A chuva aos poucos aumentava sua intensidade, foi quando Hitsugaya pousou ao chão molhado e olhou ao redor, avistou uma casa em cinzas perto dos portões ao sul, e quando pensou em levantar a voz para questionar os acontecimentos, a ruiva ao seu lado se adiantou.

- Uau... _ Ela caminhava despreocupadamente na frente de seu capitão. – Acho que perdemos uma festa e tanto. _ Matsumoto comentou em um tom de deboche, Hitsugaya apenas suspirou profundamente, e reparou no capitão Byakuya, que esperava por algo sentado debaixo de uma arvore robusta o suficiente para deter os pintos da chuva.
Byakuya olhou para Hitsugaya por breves segundos e direcionou seu olhar à frente novamente, então o pequeno capitão se aproximou.

- Parece que algo não muito normal anda acontecendo em Seireitei, _ Comentou enquanto encostava na arvore ao lado oposto do capitão.

- Pois é. _ Respondeu despreocupadamente, não demonstrando interesse em tal assunto.

Então uma voz familiar foi-se surgindo aos fundos, o albino trincou os dentes e engoliu seco.

- Desculpe a demora, KuchikiTaichou. _ Ele disse tentando buscar ar, então o capitão levantou-se com um semblante enraivecido.

- A quanto tempo, Abarai-san. _ Hitsugaya se afastou da arvore olhando de canto o ruivo com uma expressão de surpresa e seus lábios entreabertos.

- Hitsugaya-ku... Taichou! _ Ele segurou sua antiga mania despreocupada de se referir a alguém superior, então virou o olhar.

Hitsugaya caminhou até Abarai, reparando brevemente em seu braço o emblema que só os tenentes possuíam, então olhou-o ultimamente antes de partir.

- Há muitas “coisas” que gostaria de te perguntar. “Coisas” de tempos atrás.

Abarai apenas fechou seus olhos com força, enquanto apertava levemente seus punhos.

E quando Hitsugaya foi prosseguir com suas palavras, o pequeno capitão se conteve quando Byakuya ergueu a voz e voltou a caminha em frente. – O comandante chegou, resolva assuntos pessoas depois.

...

Ela rodava seus olhos diante a multidão que se formou em segundos, porem seus olhos buscava curiosamente por apenas uma pessoa.

- Parece que ele não virá.

- Está se referindo ao Taichou? _ Uma voz pousou lentamente em seus ouvidos tirando-a de seus pensamentos, então Hinamori ergueu seu olhar para a ruiva em sua frente.

- Não... _ Disse em um tom seguro. – Aizen. Estou falando do capitão Aizen.

- Entendo. _ Matsumoto olhou para a pequena tenente em sua frente, seu olhar percorria de cima á baixo como se tivesse analisando sua alma. Hinamori se arrepiou com isso. – Então se apaixonou pelo AizenTaichou.

- N-não! Não é nada disso... _ Hinamori se enraiveceu com a confirmação da ruiva, foi quando aquela palavra rodeou em sua mente e concluiu algo obvio: Shiro-chan está aqui.

~X~

Hinamori on:

Aquele pensamento fez-me estremecer por inteira, uma mistura de medo e angustia foi tomando conta de mim a cada segundo que passava.

- Hi- Hitsugaya... kun... Ele está por perto? _ Meu coração doía, mas mesmo assim perguntei.

- Uhm... Claro, se estou aqui... _ Era obvia sua resposta, então só pude me permitir morder os lábios e conter as lagrimas.

- Entendi.

Logo o comandante tomou seu posto de frente aos shinigamis naquele pequeno pátio e prosseguiu com seu discurso, mas antes de me permitir ouvir suas palavras, rodei meu olhar buscando aquela pessoa que estaria assombrando meus pensamentos. E o vi, parado ao lado do capitão Byakuya. Deus dedos gelaram e gotas frias escorreram pelo meu rosto, engoli seco e pus-me a olhar o comandante.

- Talvez vocês não estejam cientes do por que de estarem aqui.

O pátio foi tomado pelo silêncio. E então o comandante guiou seu olhar em minha direção, pensei ser apenas uma imaginação á parte, até ele prosseguir com suas palavras.

- Encontramos Akio Maeda em Hokungai.

~X~

O silêncio de antes foi devastado por um enxame de palavras, era notável por parte de alguns shinigamis o medo em seus olhares, alguns apenas não poderiam acreditar que ele estaria vivo. E Hinamori paralisou. Sua mente era dilacerada por aquela frase: Encontramos Akio Maeda.

Hitsugaya engoliu seco, e sem pensar correu em frente no intuito de para-la, ele, mas que ninguém sabia do ódio mortal que Hinamori carregava por tempos.
Foi então que seus olhos azuis turquesas a encontrou. O rosto pálido e os lábios entreabertos de Hinamori o deixaram sem reação. O que faria? O que poderia fazer? Estas perguntas rodavam sua mente, foi quando virou seu rosto enraivecido de encontro ao comandante e vociferou.

- O que pensa que está fazendo, comandante Yamamoto?

Todos os olhares foram direcionados ao pequeno capitão, menos Hinamori, que continuava á encarar o chão com aquela expressão assustadora.

- Do que está falando, capitão Hitsugaya? _ Ele se fez por desentendido e então o fitou.

- O senhor... _ Hitsugaya abaixou seu tom de voz antes de prosseguir. – Mais do que ninguém... Sobre os sentimentos dela, deve entendê-los melhor do que eu. _ Abaixou seus olhos e moveu-os rapidamente até a morena. – Então, por quê?

O comandante sorriu discretamente. – Por este motivo capitão Hitsugaya. Sei do poder da vingança.

- Mas... _ O albino deu passos a frente.

- Já chega.

A atenção foi guiada até a morena, que apertava seus pulsos tão forte que poderia rompê-los. Suas palavras trêmulas, porem firmes, fez com que todos se aquietassem.
O seu semblante havia mudado, e no lugar de seus olhos abatidos e seus lábios secos, a determinação e força fez transparecer em seu rosto.

- Comandante, dê-me informações.

- Hinamori, o que você...

- Cale-se! _ A garota cortou as falas preocupadas de Hitsugaya. Os shinigamis em sua volta se assustaram com suas palavras, nunca alguém prosseguiria á um capitão de forma tão agressiva.–Sei o que vai dizer. Não vou parar, e você, Shiro-chan, sabe disso. Deveria me apoiar...

O garoto apenas a fitava, e vacilou em dizer algo, apenas apertou seu olhar enfurecido. Ele sabia, ele sempre tentou, mas nunca conseguiu apoia-la nesta decisão, antes de tudo ele á queria salva, e não perder mais uma pessoa importante em sua vida.

- Tenente Hinamori. _ O comandante caminhou até a garota. – O quanto deseja partir neste momento?

- Tanto quanto prezo por minha vida. _ Ela confirmou, então o comandante assentiu sua resposta e voltou a frente dos Shinigamis.

- Acho que todos aqui presentes sabem sobre Akio Maeda e seus feitos diabólicos. Sabem também que não estão lidando com um Shinigami comum. _ Ele passou os braços por trás do corpo e apertou seus dedos enquanto pigarreava. – Akio foi encontrado ao sul de Rukongai em uma caverna na floresta, o anúncio de seu encontro permaneceu em silêncio até as informações chegarem em meus ouvidos, por isso, creio eu que ele ainda permanece no mesmo local.

Todos olharam conformados com a informação, então o portão foi erguido pelo guardião local e as últimas palavras soaram como um mandato do comandante.

- Hinamori... Vá.