Sentia um peso sobre minha Zanpakutou, iria atacar imediatamente porem não podia deixar de hesitar por um momento. – Acalme-se Hinamori... _ aproximava-se mais de mim, eu por vez fui dando passos para trás tentando evitar aquela pessoa, quando senti me encostar na parede logo passei a mão procurando a receptor de luz, ao acende-lo tive uma surpresa de imediato.

– V-você...

~X~

Um tempo antes...

“- Não deixarei meus ciúmes lhe magoar mais...” – Andava calmamente pelas ruas de Seireitei, o garoto de cabelos brancos se culpava por tudo que havia ocorrido mais cedo, o modo frio como tratou Hinamori... E aquilo somente por imaginas coisas, imaginar sua garota nos braços daquele homem, foi o suficiente para lhe tirar do sério.

Des de que se tornou capitão não tinha tempo de ver a garota, sempre levava em mente que só se tornará Shinigami para poder acompanhar Hinamori e protege-la, porem durante esse caminho descobriu um novo motivo para isso, ele agora era capitão do 10º esquadrão, não é pouco cargo para um garoto de 15 anos, foi considerado um gênio, o mais novo Shinigami de toda a história da Soul Society [...] Por um momento havia perdido em mente seu verdadeiro objetivo por causa de tanta responsabilidade. E isso também incluía o tempo sem vê-la, por tantos meses, nem mesmo sabia se a garota realmente estava bem.

Porem estava decidido, ele iria vê-la desta vez, se desculpar por hoje, pela ignorância do mesmo e principalmente por se ausentar da vida daquele na qual era a mais importante para si...

– Estamos nos esbarrando bastante hoje, não é mesmo... Hitsugaya-kun? _ uma voz calma tirava o garoto de seus pensamentos, hesitou em se virar, não queria olhar para aquele homem novamente, ele o enojava. – Deve haver um significado para nossos encontros.

– O que quer Aizen? _ perguntava calmamente o garoto. – Não tenho tempo para você e suas bobeiras agora... _Hitsugaya seguia seus paços firmes até que foi interrompido com uma rizada sarcástica de Aizen.

– Deixe-me adivinhar... _ ele caminhava para mais perto do garoto. – está indo ver minha querida tenente?

– Cale-se! _ dizia tais palavras em um tom alto após ouvir o que o maior falava.

– Estou errado?... _ voltava a caminhar até o lado do garoto. – Está preocupado com ela? Não é para menos... O modo como a tratou foi muito cruel Hitsugaya-kun, se você visse como ela chorava por causa de sua ignorância, nunca mais faria algo igual...

Por algum motivo essas palavras acabaram tendo um impacto forte em Hitsugaya, o garoto fechava sua mão um tanto forte, sentia raiva de si.

– Você não precisa mais se preocupar... _ dizia Aizen, suas palavras soavam sério. – Alguém já foi vê-la... _ dava um sorriso sarcástico, parecia se divertir com isso.

– O que disse? _ em um ato violento, Hitsugaya tirava sua Zanpakutou na bainha apontando para o mesmo.

Ele nada disse, apenas sorriu, Hitsugaya havia perdido sua paciência e decidiu ir logo atrás de Hinamori, sentia um mau pressentimento com o que poderia acontecer.

~X~

Enquanto isso...

– Não pode ser... _ Hinamori abaixava sua Zanpakutou após ver aquele rosto familiar.

– Há quanto tempo... Hinamori-kun. – caminhava para mais perto da garota com um sorriso forçado ao rosto.

A morena parecia surpresa com o reaparecimento do mesmo, porem estava feliz ao vê-lo. Mais de alguma maneira não compreendia o porquê de sua presença em seu quarto. Porem o que mais surpreendeu a garota foi ver o símbolo do 3º esquadrão no braço do mesmo.

– Izuru-san...

O loiro sorria ao ouvir Hinamori pronunciar seu nome tão calmamente. – você parece bem.

– O que faz aqui? _ perguntava Hinamori guardando sua Zanpakutou de volta a sua bainha.

O garoto nada disse, apenas ficou encarando-a por uns segundos, até mesmo seu sorriso falso desaparecia. – Eu estaria mentindo se dissesse que vim só para vê-la.

– Então não minta. _ A garota se sentava em sua cama, ficava a encarar o loiro por um momento.

– Hinamori, como vão as coisas entre você e o Hitsugaya taichou? _ perguntava friamente, o modo como falava de Hitsugaya, mesmo chamando-o formalmente, não deixava de ter um ódio em suas palavras, ele não havia mudado nem um pouco nestes quatro anos.

– Por que se preocupa com isso, Izuru-san? _ respondia friamente. – há quanto tempo você deixou de se preocupar comigo... Digo o mesmo de Rukia e Renji...

Ele desviava seu olhar do meu, parecia entristecido com algo, tentou varias vezes dizer algo porem suas tentativas eram em vão.

– Ele não merece você! _ dizia finalmente, porem essas palavras enfureciam a jovem.

– Pare de dizer coisas sem sentidos! _ retrucava as maldosas palavras do loiro.

– Não é sem sentido Hinamori... Você não vê? Ele não liga mais para você, simplesmente não se importa! _ Izuru também se enfurecia. – Eu vi o modo como ele há tratou hoje mais cedo... Estava lá, te observando... Ele há fez chorar.

– Não importa quantas vezes eu chorar, ele pode me magoar, mais sempre irei ama-lo! _ se levantava da cama junto de sua voz, caminhava até o mesmo furioso.

– Se eu fosse você, não tentaria amar alguém que lhe trairia. _ ele aproximava cada vez mais de Hinamori, fazendo a garota dar passos forçados para trás, ela parecia um pouco surpresa com as palavras do loiro, porem mantinha seu ar furioso.

– Do que está falando? _ encarava o garoto.

Ele deu um sorriso de canto, parecia se divertir com aquilo. – Hitsugaya está traindo você.

– O q-que? _ dizia surpresa, porem começava a dar altas gargalhadas com o que havia escutado. – hahaha o Shiro-chan?... Traindo-me? Impossível. – ela voltava com sua expressão furiosa, desta vez enraivecida com o que o loiro tentava fazer.

– Não acredita?

– Não. _ dizia, simplesmente.

– Já desconfiava disso... _ ele abaixou seu olhar levando suas mãos até o bolço de seu kimono preto, retirava de dentro do mesmo um envelope. – Olhe... _ o loiro jogava o envelope encima da cama de Hinamori. – Depois não se arrependa... Eu avisei a ti.

– espere... _ antes de terminar, Izuru já avia se retirado do quarto da garota.

Hinamori caminhava até sua janela na tentativa de avistar o loiro, porem foi algo inútil, ficava naquele local por um longo tempo olhando para as estrelas que no céu brilhava. – já é noite... _ levava seu olhar até sua cama, avistava aquele envelope alaranjado que Izuru havia deixado; aquilo a incomodava tanto quanto o que o mesmo tinha lhe dito. Confusa, pensava varias vezes em abrir aquele envelope, porem sentia um medo, talvez... “– Desconfiança?” _ logo a garota abre um sorriso em seu rosto. – não... Ele não faria algo assim... _ porem seu sorriso desaparecia ao lembrar-se do que tinha ocorrido consigo esta tarde.

Séria, a garota voltava seus passos até sua cama se sentando lentamente, olhava para a janela, logo levando seus olhos por todo quarto, parecia opressiva, suspirava fundo e pegava o envelope. “- Se ele não fez isso, não tenho motivos para ter medo, não é?... É tudo uma farsa.” _ dizia a morena confiante enquanto abria o envelope com cuidado, notava que dentro deste havia varias fotos. – Mais... O que é isso? _ ficava boquiaberta com o que via, seus olhos estalados escorriam lagrimas rapidamente, neste momento era inevitável, o que via era algo horrível, como a dor que sentia neste momento. – hahaha não é verdade... – repassava as fotos varias vezes, não estava conformada com aquilo, fotos de Shiro-chan em um parque, em seu escritório, sua casa... Em todo lugar, acompanhado por uma garota, loira de olhos azuis. – não, é só um mal entendido..._ pensava a garota por um tempo, porem seus pensamentos eram cortados pela ultima foto. Apertava suas mãos com força amaçando às fotos que segurava, neste momento as lagrimas que desciam por seu rosto eram incontroláveis.

– Isso... Não pode estar acontecendo...

~X~

“- Sinto um mal pressentimento sobre isso...” _ pensava o garoto enquanto corria sobre os telhados das casas.

– “ É como se... Eu tivesse perdido algo...ou alguém...HINAMORI!!” – Com tal pensamento o taichou viu que corria como nunca antes tinha corrido, apenas parou quando chegou na casa em que Hinamori mora, ele estranhou o fato de ouvir coisas se quebrando, porém não ligou quando sentiu apenas o poder espiritual de Hinamori naquela casa, adentrou-a indo em direção ao quarto de seu pequena, chegando perto de seu quarto ouviu um choro desesperado, um choro que sentiu seu coração tão frio se partindo quando a viu ali parada, com o seu quarto todo destruído, sua bela face encoberta por lágrimas agonizantes.

“ - Eu nunca a vi assim, o que aconteceu?” - Pensava o taichou adentrando o quarto dela e antes que ela reparasse sua presença a abraçou fortemente contra o seu peito sussurrando um “ Está tudo bem, Hinamori” e “Eu estou aqui...”

Ele a sentiu relaxar sobre seu tão forte abraço, porém tão logo quanto o garoto a abraçara ela o empurrara tão forte que bateu na parede de seu quarto rachando-a um pouco. “-De onde você tirou toda essa maldita força para alguém tão pequena como você, Hinamori?”

Hinamori... O que aconteceu? – Ele mirou-a de olhos arregalados quando viu que em seus olhos, além das lágrimas que não paravam viu-se um ódio, uma raiva que ela guardava unicamente para uma pessoa... Agora direcionada para ele...

Ele viu que ela amassava fortemente uma fotografia em suas mãos e via agora espalhadas pelo chão várias delas, ele pegou uma foto que estava perto dele e se possível arregalou ainda mais as suas orbes esverdeadas. Aquelas fotos...

Ele mordeu fortemente seus lábios sentindo um grosso filete de sangue escorrer dali, um ódio cresceu em seu ser quando chegou à compreensão que Aizen fizera aquilo tudo para ela, Hinamori provavelmente não acreditou nele ou quem que tenha a entregado essas fotos e Hinamori pensou o pior... “- Merda o que ele poderá fazer agora?”

Hinamori... – Ele começara a falar, mas fora interrompido bruscamente por um tapa dado fortemente em sua face, ele mirou a sua pequena mão levantada tremendo, arregalou mais os olhos ela estava tremendo tanto. Sentiu o arder em seu rosto, mas ignorou-o e pela primeira vez desde que adentrou naquele cômodo pôde ouvir a voz dela e sentiu seu coração sangrar quando a ouviu.

Não existe mais nada entre nós, na verdade nunca existiu para você mesmo não é Hitsugaya? – Sua voz era fria ele sentia isso, tão fria quanto uma lâmina.

Hinamori escute... Essas fotos são tudo obras de Aizen e... – O taichou fora cortado de novo por um grito vindo da mesma.

CALE SUA BOCA HITSUGAYA, CHEGA DE SUAS MALDITAS MENTIRAS – A voz dela era firme mesmo com o choro ela estava se mantendo firme e ela se orgulhava disso, pelo menos.

Hinamori fora prensada com força na parede e seus lábios foram preenchidos por outros que se encaixavam perfeitamente com os seus, ela lutava para sair daquele aperto, lutava para não se render, ela sabia disso e ele também, as bocas agora travavam uma batalha entre um caçador e sua presa que tem o desejo de fugir, a respiração descompassada, os corações batendo freneticamente, lágrimas de ambos se misturando, desespero, medo, amor... Corações despedaçados que tentam da melhor forma demonstrar todos os seus sentimentos, porém esse a presa consegue fugir... E um forte tapa pode-se ser ouvido seguido pelo silêncio, quebrado pelo pequena garota.

– N-Nunca mais me toque... Vá embora daqui – Ela estava fragilizada, estava despedaçada, ela não queria isso, mas ele a traíra certo?

– Eu nunca a traí Hinamori! _ dizia cabisbaixo. - nossa história ainda não acabou – sussurrava com seus belos olhos cobertos por lágrimas, saíra daquela casa deixando para trás dois corações despedaçados, tanto o dela como o seu.

“ Eu a perdi... Hinamori, mas não desistirei...” Com esse pensamento em mente correra em direção a um lugar onde poderia ficar só sem que ninguém o incomodasse.

~X~

No dia seguinte...

“ – Tudo acabou... Não importa mais...”_ seus olhos abriam lentamente despertando-a de um pesadelo terrível, ou pensava até avistar seu quarto totalmente destruído, sua parede quebras e fotos... Malditas fotos espalhadas por toda parte. – Shiro-chan...

Não ousou em mover-se, a dor que sentia havia paralisada completamente, não pensava em mais nada, apenas naquela cena trazida pela maldita ultima foto, aquela pessoa na qual mais confiava, compartilhando seus lábios com outra pessoa, aqueles finos lábios que até ontem pensava ser somente seu.

Seu coração se corrompia, não bastasse ter perdido seus amigos. “- Rukia-chan... Renji-kun... Izuru-san... e agora…” _ ela suspirava varias vezes, até de mais. – O que eu faço agora... Sora-neechan?

Lentamente tomava coragem para se levantar, em seus olhos as lagrimas não cobriam mais, as mesmas lagrimas transparentes se secaram, junto com sua existência [...]. Notava em seu despertador as horas, estava atrasada, porem nem isso a fez se animar, continuou ali fitando, as fotos que pelo chão espalhava. “ – por quê?” _ se perguntava variadas vezes, não achava um motivo para isso, por que aquele garoto faria isso? Depois de tanto tempo juntos... Aqueles quatro anos foram suficientes para distancia-los? O amor não era suficiente? – Por que...

Lembrava-se daquelas palavras na noite de inverno, o pedido de casamento... Aquilo que parecia eterno se tornou tão temporário. No fim não passava de uma mentira. Quatro anos eram suficientes para perder o amor? Aquele amor de uma vida foi tomado por alguém nestes quatro anos. Por que mentia, desviava seu olhar, lhe ignorava... Era por isso... Que lhe tratava tão mal na manhã passada? - Talvez...

– Aizen-sama tem razão...

A garota caminhava desanimada para o quarto, já que havia adormecido na sala; tinha trabalho neste dia, não era aceitável a falta por algo tão simples... Tão simples apenas para eles. Sua vontade era ficar ali, deitada no chão frio, e nunca mais sair. Pela segunda vez, sentia vontade de morrer.

A raiva lhe cobria rapidamente, se misturava com a tristeza e a dor, formando um arco-íris sombrio dentro de seu coração, já não via mais a luz, perdera o único que ainda lhe iluminava. Isso não seria capaz de pará-la, tinha um objetivo em sua vida, não morreria antes disso, ela ainda tinha que mata-lo... Akio Maeda.

– Tenente Hinamori. _ As palavras objetivas daquele ser tirava a morena de seus pensamentos.

– O que deseja? _ a mesma caminhava até o mensageiro, cambaleava algumas vezes mais logo erguia seu olhar direcionando-o aquela pessoa.

– Vim trazer uma mensagem. _ falava o homem em um alto som. – Aizen taichou mandou avisa-la que seu comparecimento hoje, ao 5º esquadrão, será desnecessário.

– O que quer dizer com isso? _ perguntava surpresa, isso nunca ocorreu nestes 4 anos de trabalho, seria compaixão vinda do capitão.

– É somente isso que sei. _ dizia. – Porem...

Ele manteve o silêncio por um curto tempo.

– Compareça no portão sul de Seiretei, a uma missão a ser comprida. Ordem do Comandante Yamamoto.

Ela se surpreendeu ao ouvi-lo, um pressentimento nada agradável tomava conta de si.

– Uma missão?

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