“- por que fui agir sem prensar? E agora? Como Shiro-chan ira reagir ao saber que não o obedeci?”

- Nada bom...

Apresava meus passos de encontro com a sala de aula, entro normalmente ignorando todos os alunos que falavam de mim, já estava mais do que acostumada, e no momento, poderia me explodir a qualquer momento.

- Onde está o professor? _ perguntava a Rukia assim que cheguei a minha mesa.

- Ele se retirou, disse que não estava se sentindo muito bem. _ dizia Rukia calmamente.

- Entendo... _ era estranho tal coisa acontecer, sinto que Aizen deve está planando algo maior do que podia imaginar.

- Hina-chan... Então, você realmente ira entrar em um esquadrão? _ Rukia perguntava. Ainda mantinha sua voz calma, o que não era de seu feito.

- Sim... _ Abaixava minha cabeça, não era o que eu queria, e também não era só isso! Ele avia dito que me tornaria sua tenente, fico pensando se isso seria de mais...

- Entendo, meus parabéns. _ Ela sorria.

- Sim, meus parabéns, Hinamori Momo. _ Uma voz fria vinha de trás de mim, e para a minha infelicidade era Miki e Kaori.

- Claro... Uma “gênio” como você conseguiria qualquer coisa, ou estou errada? _ prosseguia Miki com sua provocação, era a primeira vez em que discutimos de frente, e eu não estava em um bom dia.

- Não quero discutir. _ me sentava em minha carteira olhando para frente.

- Não viemos para discutir, Hinamori, quero apenas que diga a verdade, não só eu como toda a turma! _ ela se aproximava de minha mesa se debruçado na mesma.

- A verdade? _ já me irritava com aquilo.

- Claro... Por que se fingiu de plebeia por todo esse tempo? _ Ela me desafiava com o olhar.

- Me fingir? Do que está falando, não estou me fingindo! Não sou nobre como você! Dei duro para entrar na academia como todos. _ prosseguia com isso, quando menos esperei já avia caído em suas provocações.

- Não me faça rir, Hinamori. Acha mesmo que acreditamos que é uma “gênio”? Há tempos esta turma vem aturando suas mentiras... Não é possível uma garota, nobre como você, ter tantas vantagens acima de nós. _ falava a mesma dando algumas risadas de sarcasmo.

Me levando com raiva, e com toda minha força dou soco na mesa, tentando me conter, minha vontade era quebrar a cara daquela vadia. – Escuta aqui, garota, você esta insinuando que nós, moradores de Rokungai, estamos em um nível abaixo de vocês? Por qual motivo? Por que tem mais dinheiro que nós? Ou será por que somos LIXO para vocês?

Hinamori! _ Rukia se levantava se sua carteira e segurava minha mão.

- Rukia, eu não posso mais aturar isso... _ Lagrimas desciam pelo meu rosto rapidamente.

- Já chega... _ ela dizia em um tom frio. – Miki tem razão... Chega de mentir!

- O que? _ puxava minha mão soltando a dela. – O que está dizendo Rukia? Você sabe que eu... Eu moro em Rokungai, junto a Shiro-chan, você sabe! É minha amiga!

- Sim, isso eu vi, mais não comprova nada. _ ela continuava, levava seu olhar de encontro ao meu, estava sem brilho e fosco. – Nunca, em toda história da academia Shinigami, tivemos algo assim! Como uma simples aluna de Rokungai poderia se tornar uma Shinigami sem ao menos se graduar? Você esta comprando as pessoas não é?

- Isso não é verdade! _ as lagrimas escorriam cada vez mais rápido, olhava para Izuru-san e Abarai-san, os dois me olhavam como Rukia, com desprezo, logo fui percebendo que todos da turma me olhavam igualmente.

Não aguentava mais aquilo, juntava meu material rapidamente e me retirava daquela sala de aula.

“- Era ultima vez que iria pisar nesta sala!”

~X~

Histugaya on:

“- Este homem, não é normal...” _ já estava chegando a meu limite, minha respiração estava ofegante, meus olhos embaçados, e pelo meu rosto escorria o suor do cansaço, mesmo estando tão frio que poderia me congelar a qualquer momento.

Dava alguns passos para trás, notava que o mesmo não se cansava, atacava de frente sem ao menos se preocupar, minha única escolha era defender até achar uma forma de contra-atacar, tinha que acabar com isso, logo chegarei ao meu limite.

Nossas espadas cruzavam no ar, faíscas saiam da mesma, era um fogo azul. – Você não irá se cansar disso? Por que está lutando comigo? _ dava um salto para trás distanciando-me do mesmo, deste modo poderia vê-lo melhor e planejar algo, não achava que ele iria se render tão rapidamente.

“- Por que, você pergunta. Não é obvio?”

Continuava com aquele jogo de palavras sem sentido.

- Claro! Você é minha Zanpakutou, parte de minha alma, deveria obedecer há mim! _ tentava chegar há algum lugar com esta conversa, mais sabia que nada adiantaria contra aquele homem.

“ Hum, você é um idealista, garoto? Só pensa dentro de seu mundo.”

- Não, eu não sou nem um idealista. E meu nome não é “garoto”. _ me preparava para atacar novamente, avia percebido que conversar com ele seria perda de tempo, e tempo era algo que eu não tinha muito. – Sou Hitsugaya Toushirou. _ dizia enquanto corria em direção ao mesmo, antes de nos chocar, usei Shunpo, apareci por trás do mesmo apunhalando minha katana em suas costas.

“– D-droga...”

O mesmo se ajoelhava ao chão, seu sangue tomava conta de toda parte, manchando aquela pura neve de vermelho.

- Ira me obedecer, Hyourinmaru? _ guardava a katana, aproximava do mesmo que estava estendido no chão. Quando mais me aproximava mais seu corpo ia desaparecendo como poeira. – N-não pode ser... _ ficava parado naquele local, o corpo do mesmo avia sumido de minha vista.

“– Meus parabéns, Hitsugaya Toushirou. Provou merecedor de mim.”

Sua voz ecoava por trás de mim, mais dessa vez ele não parecia querer me atacar, então abaixei minha guarda um pouco. – É claro, se eu não for merecedor de minha própria alma, quem seria? _ dizia sério.

“– No momento em que eu, Hyourinmaru, aceitar ser sua Zanpakutou será um caminho perigoso de se trilhar, não poderá se arrepender, não poderá recuar e caso não veja uma salvação, irá falhar. Está pronto?”

- Claro! _ respondia rapidamente e confiante sua pergunta. – E por que não estaria? Certamente, uma pergunta inútil vindo de sua parte. _ sorria para o mesmo.

O mesmo sorria para mim pela primeira vez.

“– Certamente é uma pergunta inútil, porem este é o sentido dela, alguns ao ouvi-la vindo de sua Zanpakutou logo iria recuar, iria ficar de certa forma confuso e isso o faria questionar sobre seu caminho. Mais vejo que não é seu caso, Hitsugaya Toushirou. Está Hinamori deve ser alguém muito importante para você arriscar sua vida.”

- Sim. _ Me aproximava do mesmo lentamente. – Ela é a pessoa no qual daria minha vida protegendo-a, é meu único motivo para lutar.

“– Você não precisa de mais nada, Hitsugaya, está pronto.”

O mesmo estendia sua mão em minha direção, neste momento via aquela mesma luz azul tomando conta de Hyourinmaru, segurava em sua mão antes que aquela luz invadisse por todo o local, a ultima coisa que vi antes daquela imensidão branca desaparecer: Um enorme dragão de gelo voando pelo céu.

Abria meus olhos novamente, parecia que aquilo tudo foi apenas um devaneio de minha parte, ainda podia sentir aquele mesmo floco de neve derretida escorrer pelo meu rosto. Mais não era bem isso.

Continuava naquela mesma posição, um sorriso tomava conta de meus lábios, fechava novamente meus olhos apenas sentindo aquela fina neve caindo lentamente.

- Agora poderei seguir ao seu lado... _ apertava minha mão forte, meus dedos deslizavam pela Zanpakutou, era como se estivesse há reconhecendo.

~X~

Hinamori on:

“– No fim, eu era apenas uma escoria para eles”.

Olhava para trás, seria a ultima vez em que entraria naquela academia, mais não me arrependia de nada, pude aprender coisas novas, fui bem recebida por parte de alguns, e fiz bons amigos. Ao menos pensava assim, queria pensar assim.

Apresava meus passos em direção a minha antiga casa em Rokungai, porem, por mais que apresava meus passos, parecia que mais longe era meu objetivo; não me importava mais com aquilo, apenas segui em frente revendo todas minha memorias, felizes e tristes.

Quando menos esperei, lá estava, aquela pequena casinha aonde tive milhares de lembranças, o local aonde fui recebida com amor, tratada como membro da família, mesmo sendo uma intrusa, e foi naquele local em que vivi junto há Shiro-chan. Ele era o único que sempre esteve comigo.

Minha vontade naquele momento era gritar, meu coração não estava mais aguentando de tanta tristeza, mais a única coisa que fiz foi ficar ali parada, apenas deixando minhas lagrimas escorrer pelo meu rosto.

A neve caia lentamente, era fria porem aconchegante, de alguma forma me deixava tranquila, fazia me esquecer das minhas dores, aqueles finos flocos de neve, era como ele.

- Shiro-chan... _ me sentava naquela varanda feito de madeira, aonde eu e Shiro-chan costumávamos ficar conversando, olhando o por do sol, comendo melancia. Foi naquele local aonde nos beijamos pela primeira vez.

Sentia sua falta, sentia falta de Sora, só desejava apenas uma coisa: Que aqueles dias de felicidade voltassem.

Mais Sora-chan havia partido de uma forma trágica e sem sentido, ela havia morrido para que seu amado pudesse realizar seus sonhos. Mais o que aquele desgraçado fez foi apenas brincar com a vida das pessoas.

Lembrar-me disso era o que mais doía. Só em pensar que Sora-chan amava alguém que só a enganou. Por isso, em troca daquela mentira, eu há pagaria com minha vingança. É meu objetivo e meu orgulho.

Foi quando eu realmente parei para pensar no que fazia. Tudo isso era movido pela minha vingança? Não... Não era somente isso, este objetivo foi se transformando em meu orgulho, logo já fazia parte de mim.

“– Eu irei mata-lo, mesmo que eu precisasse me sacrificar para isso.”

- Então, você estava aqui.

Levantava meu olhar de encontro ao dono daquela serena voz, não conseguia me mover, apenas chorei, minha única reação naquele momento.

- Hinamori, o que ouve com você? _ ele se sentava ao meu lado me abraçando, somente ele podia acalmar meu coração.

- Shiro-chan, me perdoe, eu errei, eu lhe desobedeci... _ fechava meus olhos com força ao dizer isso, minhas lagrimas não paravam de cair.

- o que você fez? _ ele me afastava de seus braços para me olhar nos olhos, mais a expressão enraivecida na qual esperava se tornou uma expressão de preocupação.

Enxugava minhas lagrimas, olhava em seus olhos tomando coragem. Foi então que lhe contei tudo, dês da proposta do Aizen, de seu jogo de manipulação, até mesmo da mudança de comportamento de meus amigos. Por mais que doía falar sobre isso, eu já avia o desobedecido uma vez, não podia esconder isso do mesmo.

Um silêncio tomou conta do local.

Shiro-chan se levantou da varanda, ficou encarando o chão por alguns minutos, o que estava pensando? Estava enfurecido?

“– Não...”

O mesmo ergueu sua mão em minha direção, segurei-a forte, neste momento ele levou seu olhar ao meu encontro com um sorriso. – Não importa o que fez Hinamori, não foi sua culpa...

Levantei-me junto ao mesmo, queria abraça-lo, despachar toda aquela dor e preenche-la com o amor de Shiro-chan; foi então que eu percebi.

- Shiro-chan... _ pronunciava seu nome ao notar aquele objeto em sua cintura. Por mais que eu queira mudar minha expressão, a única coisa que consegui foi encara-lo seriamente.

Ele olhava para mim com um sorriso, aquele lindo sorriso que me fazia tão bem.

- Não se preocupe mais, Hinamori. Agora poderei seguir ao seu lado.

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