Lies escrita por E R Henker


Capítulo 2
Capítulo 1




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O vento do Caribe batia nas velas dos navios em alto mar impulsionando-os para longe do porto de Tortuga, em busca de novas aventuras, tesouros, ou simples contrabandos e abordagens... bem calculadas ou não.

 

Sentada sobre o baixo telhado de uma casa próxima ao cais, Katherine apertava os olhos azuis em direção a um navio, forçando-os a enxergarem por contra o sol. O Pérola Negra estava atracado na ilha desde a noite anterior, e pela forma como os tripulantes carregavam mantimentos para o navio desde que o mesmo atracara, ela teve certeza que ele não continuaria ali por muito mais tempo.

 

Dentro do navio, ela podia muito bem ver, dois homens discutiam sobre algum assunto de aparente importância, mas sempre cuidando para não deixarem aquilo transparecer. Eles provavelmente estavam discutindo as cláusulas de um acordo, cada qual tentando puxar mais para seu lado, como ela sabia que aconteceria.

 

O pirata de vestes negras e um chapéu de mau gosto, Capitão Barbossa era o nome dele, estava parado próximo a proa do navio, admirando o horizonte. Já o outro homem, o de roupas excêntricas e um andar bêbado um tanto quanto duvidoso, Capitão Jack Sparrow ela fez questão de recordar-se, aproximou-se do outro, e parecera que lhe falava algo por sobre o ombro, de um jeito que fez Katherine lembrar-se da forma como ele lhe chamara de ladra na noite anterior. Jack Sparrow rondava ao outro homem, sussurrando-lhe coisas, de um lado, depois do outro. Ela notou que os movimentos dele, pareciam os de um demônio a tentar um ser humano, sussurrava algo aqui, algo ali, induzia as pessoas a pensarem como ele, a entrarem no seu plano. Ela sorriu, ele era um homem astuto, ela teve de admitir. Mas ela era uma mulher, e era muito melhor, concluiu.

 

- Esta na hora de intervir! – disse ela, ficando de pé no telhado da casinha, e pulando para o chão, onde caiu perfeitamente ereta.

 

E agora, vamos jogar o meu jogo, Capitão. Era o que Katherine pensava enquanto dirigia-se para o navio ao qual estivera observando.

 

Dentro do Pérola, Jack ainda tentava convencer Barbossa a lhe entregar o navio e ficar esperando, enquanto ele iria em busca da Fonte da Juventude com o Pérola Negra, encontrava a mesma, voltava e cedia de bom grado uma garrafa com a água da fonte para Barbossa.  E além de tudo isso, para Barbossa não lhe julgar um mau homem, lhe daria junto uma garrafa de rum de alta qualidade junto a uma cesta de maçãs. O problema é que Barbossa tinha seus próprios planos, ao qual envolvia Jack lhe entregar o mapa, ficar a espera de Barbossa que partiria com o Pérola em busca da Fonte da Juventude, a encontraria, e então retornaria e cederia a Jack não só uma garrafa com água da fonte, mas também o prazer de poder servir como oficial de comando do Pérola Negra, que estaria, é claro, sobre o comando do Capitão Barbossa.

 

- Mas, se você for analisar bem a situação... – dizia Jack, agora não mais andando de um lado para o outro, como estava fazendo até então – a sua palavra não me é confiável. Sendo assim, eu deveria ficar com o mapa e o Pérola e partir em busca da Fonte da Juventude. Afinal, eu nunca quebrei uma promessa feita a você.

 

- Sim, mas já atirou em mim. – respondeu Barbossa.

 

- Mas nunca quebrei uma promessa feita a você! – reafirmou Jack, gesticulando daquele seu jeito tão particular.

 

Barbossa girou os olhos, Jack Sparrow era infinitamente irritante e infantil, e ele tinha quase certeza que o Capitão excêntrico era um carma vindo direto do inferno para atormentar-lhe a vida! Porque não importava o quanto ou o quê Barbossa fizesse, Jack Sparrow sempre dava a volta por cima e voltava para lhe atazanar. Ah céus, como ele era irritante!

 

- Já que você não disse nada, - recomeçou Jack, e Barbossa teve de controlar-se para simplesmente não estourar os miolos do Capitão com um tiro – vou entender isto como um sim. Pois como dizem, quem cala consente.

 

Jack começou a direcionar-se para o mastro do navio, e começava a gritar ordens para que os marujos subissem logo com os provimentos, e que ele, Capitão Jack Sparrow, não toleraria preguiça e desleixo.

 

- Proponho-lhe outro acordo... - disse Barbossa, fazendo com que Jack se calasse prontamente e o escutasse – navegamos os dois no Pérola Negra, em busca da Fonte da Juventude, a encontramos, bebemos de sua água, e deixamos para decidir coisas pequenas e fúteis como quem será o Capitão do Pérola Negra depois que a morte já não for problema nosso. O que me diz?

 

- Você tem uma certa obsessão pela imortalidade, não é mesmo?! – questionou Jack, como se aquilo que saia de sua boca fosse algo realmente importante - Ou isso tudo será puro medo de envelhecer, hein Barbossa? Porque se for o segundo caso, sinto muito companheiro, mas não tenho boas notícias para lhe dar!

 

- Okay Sparrow, você acabou de perder a chance de ficar calado, - disse Barbossa, puxando a pistola de sua cintura e apontando-a para a cabeça do pirata – e vivo!

 

- Oh, Barbossa! Não seja tão sentimental, companheiro! – dizia Jack, com as duas mãos para o alto - O que você estava falando sobre navegarmos juntos mesmo?!

 

- Acho que não Jack, - falava Barbossa, casualmente, como se estivesse discutindo sobre o tempo que faria – acabei de decidir que prefiro matar você e então roubar-lhe o mapa, para depois jogar seu corpo no mar, para que sua alma possa ser carregada pelo jovem Turner. Sem contar, é claro, que Jack Sparrow bom, é Jack Sparrow morto! – terminou ele, sorrindo.

 

Barbossa estava, definitivamente, divertindo-se muito com aquela situação. Ter o Capitão Sparrow sob a mira de sua arma era, no mínimo, extremamente divertido!

 

- Mas não se preocupe Jack, não é nada pessoal! São só... negócios! – respondeu Barbossa, ainda sorrindo.

 

- Então, tenho de lhe informar, Capitão Barbossa – disse uma mulher, que acabara de subir no navio e caminhava na direção deles, os olhos azuis dela firmes e desafiadores contrastando com seu rosto e sorriso angelical – que és um péssimo negociante.

 

- E quem a Senhorita pensa que é - disse Barbossa, apontando a arma para a mulher, mas logo voltando a apontá-la para Jack, ao perceber que o mesmo tentava pegar a pistola que estava na sua cintura – para subir no meu navio, atrapalhar os meus negócios, e me impedir de matar este traste?

 

- Claro, claro, me perdoe a má educação, - dizia a mulher, com um sorriso convencido nos lábios – meu nome é Katherine Marie Swan, mas prefiro que me chamem, Senhores, de Capitã Swan!

 

Jack Sparrow estava pronto para tomar alguma atitude, fosse ela correr, abaixar-se, ou qualquer coisa rápida e esperta que lhe fizesse escapar da bala que Barbossa tentaria meter em sua cabeça, quando escutou aquela voz, aquele arzinho presunçoso, o bater decidido das botas no chão do navio... aquilo lhe soava estranhamente familiar. Oh, claro, pensou ele, aquilo lhe lembrava Elizabeth Swan.

 

Mas ele sabia que não era a jovem Sra. Turner que estava ali, salvando-lhe a vida, até mesmo porque, ela costumava querer salvar sua vida, e sim, acabar com esta. Então ele se recordou, de outra mulher, mais bela e ousada, ele sorriu canalha ao lembrar do beijo, com o mesmo timbre de voz mandão e irritante, e de queixo tão ou mais empinado do que o da ex-Senhorita Swan, e agora a mais nova Sra. Turner.

 

Obrigada Calypso, agora você definitivamente acabou comigo! Era o que o Capitão pensava, baseando-se na noite anterior, e no tapa que fechara com chave de ouro a aparição da mulher. Sua suspeita provou-se estar certa, quando a mulher que ainda caminhava na direção dele e de Barbossa entrou em seu campo de visão. Com toda a certeza que o rum em seu sangue permitia lhe dar, aquela era a mulher que o beijara tão de repente na noite passada, e a quem ele havia chamado de ladra. Definitivamente, ele estava ferrado.

 

- Quanto a lhe impedir de matar ao Capitão Sparrow, – continuou ela – pode fingir que não estou aqui, juro que não me importo, - ela falava, dando de ombros, - porém, como eu disse, não seria algo inteligente. Mas faça aquilo que lhe fizer sentir bem!

 

Jack Sparrow estava perdido demais em suas lamentações e conclusões próprias, quando ao a ouvir dizer aquilo, olhou para a mulher com uma cara de choque e até mesmo descrença. E então, como se houvesse um estalo em sua cabeça, finalmente percebeu algo que havia deixado escapar antes.

 

- Espera aí, - disse ele, virando-se para Katherine e esquecendo-se da arma que Barbossa mantinha apontada para sua cabeça – você disse Swan? Do tipo, Elizabeth Swan?

 

- Não, - respondeu ela, seca, para logo depois sorrir em desdém – do tipo Katherine Swan!

 

Barbossa teve de sorrir perante o comentário, ela era uma mulher astuciosa e decidida, e ao que tudo lhe indicava, não gostava de ser comparada a outras pessoas. Ou talvez... o problema fosse apenas o fato de ser comparada com Elizabeth Swan. Não que isso fosse do interesse dele, é claro.

 

- Você se importaria de me dizer o porquê seria um mau negócio matar Jack Sparrow, - falou Barbossa, fazendo com que os dois parassem de se encararem e encarassem a ele – ou eu terei de esperar vocês dois decidirem seus probleminhas particulares?!

 

Katherine encarou Barbossa com fogo nos olhos, manter-se alheia a algumas das coisas ali ditas, estava lhe custando bastante, mas ela segurou-se, era preciso agüentar tudo aquilo se ela queria de fato que tudo terminasse como havia planejado. Ela engoliu seu orgulho e também boa parte dos impropérios que estava pronta para falar, colocou um sorriso falsamente respeitoso no rosto, e preparou-se para fazer algo no qual ela era muito boa, enrolar as pessoas. E se preciso fosse, pensou ela, com um sorriso quase que diabólico, mentir.

 

- Primeiro? Porque ele tem a péssima mania, assim como você, de não se manter morto por muito tempo. – disse ela, sorrindo – Segundo, porque ele é protegido da Deusa Calypso e também da Rainha Pirata, você deve muito bem saber. – continuava ela, não conseguindo evitar fazer uma leve careta ao falar na Rainha – Terceiro, porque por mais idiota e irritante que ele possa ser, - e neste momento Katherine sorriu abertamente e de forma sincera – mesmo assim ele tem o seu valor, e tem em seu poder também, o mapa.

 

Barbossa não estava convencido, Katherine tão pouco, e ambos sabiam disso. E isso foi o que fez o Capitão Barbossa ficar intrigado. Ela estava se esforçando demais para deixar Jack Sparrow vivo, e por motivos que ela não podia revelar, não naquele momento ao menos.

 

- Você não vai me convencer com tão pouco, criança. Então, ou você começa a falar a verdade, ou então, pode simplesmente calar a boca e me deixar fazer o que tem de ser feito. – disse Barbossa.

 

Katherine crispou os lábios ao ser chamada de criança, e Jack sorriu debochado, esquecendo-se por segundos que ela estava tentando fazer com que ele continuasse vivo. Ela o olhou e apertou os olhos ferozmente.

 

- Quer saber, Capitão Barbossa?! – disse ela, com rancor. – Faça o que bem entender, eu não me importo mais. Mas antes de jogá-lo ao mar, não esqueça de retirar o mapa que ele esconde na cintura, seria um real desperdício se você o fizesse.

 

- Desgraçada! – foi o quê Jack falou, baixo, para não ser ouvido.  O que foi em vão, já que ambos o ouviram, mas Katherine simplesmente fingiu ignorar, e virando-se de costas para ambos, permitiu-se sorrir.

 

- Que mapa?! – questionou Barbossa, curioso.

 

- Não existe mapa algum, ela é louca! – disse Jack, enquanto girava o dedo indicador ao redor da cabeça, para dar maior ênfase ao que dizia. – Sabe como é... Coisa de família.

 

- Entregue o mapa, Sparrow. – falou Barbossa, olhando enfaticamente para sua arma quando o outro tentou negar-se.

 

- Isso mesmo, entregue o mapa a ele, Jack! – disse Katherine, sorrindo de uma forma quase que cúmplice.

 

Mas Jack não conseguia entender o sorriso da mulher, e interpretou-o como deboche, até o momento em que ao pegar o mapa e entregá-lo a Barbossa, notou algo diferente no mesmo. Apertou um pouco os olhos, estava intrigado, olhou novamente para mulher e percebeu que ela havia aberto mais ainda o sorriso ao perceber que ele notara algo de diferente no mapa. Então ele percebeu, não sabia como nem porquê, mas aquele não era o mapa que ele guardava sempre consigo, era um mapa falso, e ele sorriu ao perceber isto.

 

Katherine olhou para ele e ele lhe retribuiu o olhar, e então ela falou algo com os lábios, mas sem emitir som algum. Jack não entendeu muito bem, mas ela parecia ter dito, pegue a arma.

 

- O que me diz então, Capitã Swan... - começou Barbossa, ainda admirando o mapa, encontrava-se extasiado com aquilo que nele continha, afinal, era o sonho de todo pirata encontrar algo como aquilo ao quê o mapa levava, mas parou rapidamente ao ver que a mulher tinha sua arma apontada em sua direção, assim como Jack.

 

A situação na qual eles encontravam-se, era a de Katherine e Jack com a arma apontada para Barbossa, e este, com sua própria arma apontada inicialmente para o Capitão Sparrow, mudando-a logo para Katherine, mas retornando novamente par ao peito do Capitão e ali permanecendo.

 

Barbossa ergueu levemente a sobrancelha ao olhar para a pirata. Ele esperava algo mais esperto da parte dela, mas notou como os olhos dela brilhavam quando olhavam em direção ao mapa que ele tinha nas mãos, e então, decidiu que aquele brilho só poderia ser ambição, e resolveu jogar com ela, baseado neste fato.

 

- Como eu estava dizendo, Capitã, - recomeçou Barbossa – nós podemos fazer um acordo. Eu e você. Eu mato Sparrow, e lhe deixo com este mapa como garantia de que não irei trair sua confiança, então, zarpamos com o Pérola Negra, te faço minha primeira imediata até lá, e dividimos o lucro. Depois, você pode fazer como quiser, e ter seu próprio navio, se assim desejar. O que me diz?

 

- Eu digo, Capitão, que não costumo negociar de mãos vazias. – respondeu ela, engatilhando a arma que tinha em mãos – Sendo assim, me entregue o mapa.

 

Jack deu seu sorriso ladino tão conhecido, e admitiu para si mesmo, que apesar de todos os pesares, ela era uma grande mulher, uma grande negociante. E talvez, até mesmo, rendeu-se ele, uma grande pirata. Barbossa estendeu a mão que segurava o mapa na direção de Katherine, que esticou sua mão e pegou o mapa, tendo que puxá-lo, devido a resistência que Barbossa impunha ao fato de ter de entregar tal mapa a alguém.

 

- Ótimo, agora, vamos aos negócios! – disse Katherine, sorrindo larga e cinicamente.

 

- Já não era sem tempo, querida! – falou Jack, sorrindo para a mulher de uma forma falsamente lisonjeira, no que Barbossa simplesmente girou os olhos, e Katherine lhe sorriu cinicamente por um breve momento.

 

- Quais as condições, Srta. Swan? – questionou Barbossa, e Jack fez uma careta a menção do sobrenome, pensar em Elizabeth ainda lhe causava sensações e lembranças muito conflituosas.

 

- Bem, nós todos aqui sabemos que Jack Sparrow é um imprestável, - começou ela, com um tom de voz sério, mas um sorriso nos lábios. Jack ao ouvir aquilo, encarou-a intrigado e fez uma careta, no que ela simplesmente sorriu mais ainda – mas mesmo assim, eu o quero vivo.

 

Jack sorriu para Barbossa, como quem diz “Viu? Ela me quer vivo!”, e este mais uma vez, limitou-se a girar os olhos, já cansado de tudo aquilo.

 

- Então, prestem bem atenção no que nós iremos fazer. Barbossa, você tem o navio. Jack, no entanto, tem o mapa da Fonte. E eu, bem, - dizia ela, enrolando o mapa com a mão livre e guardando-o dentro de seu corpete, entre ele e blusa que tinha por baixo do mesmo, colocando o mapa bem no meio dos seios, e sorriu logo após – eu tenho o mapa que nos fará eternamente ricos!

 

Barbossa sorriu concordando, ele gostava da forma como “eternamente rico” lhe soava. Jack também sorria, mas diferente de Barbossa que estava a fitar os olhos de Katherine, Jack fitava o local onde ela havia escondido o mapa, e fez uma leve careta seguida de um falso pedido de desculpas ao ver que Katherine percebera e ficara zangada.

 

- Iremos os três, sem brigas, sem trapaças, - continuou ela, agora não mais sorrindo – primeiro em busca da eternidade, e depois, da riqueza eterna. Mas – ela parou para dar ênfase ao “mas” – se algum de você ao menos pensar em me trapacear, eu destruo o mapa, e então estará tudo acabado. Savvy?

 

- Certo. – respondeu Barbossa – Mas eu ainda não consigo compreender por que não podemos simplesmente matar Sparrow e pegar-lhe o mapa da Fonte.

 

- Porque eu o quero vivo! – foi o que ela respondeu, autoritária – E porque, caso não tenha notado Capitão Barbossa, eu e o Capitão Sparrow temos nossas armas apontadas para o seu peito, e nós poderíamos simplesmente lhe matar e pegar o seu navio, que até onde eu lembro não é de fato seu, e sim do Jack. Mas mesmo assim, eu escolhi lhe deixar vivo, e estou lhe deixando ir conosco, além da vida, estou lhe dando a imortalidade Capitão, quando eu poderia simplesmente deixá-lo morrer.

 

- E o que a faz pensar que Sparrow não a trairia, não a mataria?! – questionou Barbossa, em escárnio.

 

- Primeiro, desculpe-me a sinceridade Capitão Barbossa, mas não tem ninguém melhor aqui por quem Jack poderia me trocar ou trair, já que vocês se odeiam, e vivem em uma disputa idiota e infantil desde o motim que você armou contra ele. – disse Katherine, sorrindo convencida a cada momento que parava de falar – Sem contar, é claro, que ele jamais me mataria...

 

- Não?! – questionou Jack, com uma cara confusa.

 

Katherine olhou para ele em deboche e passou sua mão livre por sua própria face e lábios, de modo sensual e sedutor, e foi descendo-a em direção ao vale entre seus seios, onde o falso mapa estava seguramente guardado. E então Jack lembrou-se do beijo, e do fato de que ela estava com o mapa verdadeiro.

 

- É, não! – foi o que ele disse, fazendo Barbossa revirar os olhos pela milésima vez naquele dia, e Katherine sorrir vitoriosa mais uma vez.

 

- Eu quero uma confirmação segura de que não haverá traições até chegarmos a Fonte. – disse Katherine, firme.

 

- Eu, Capitão Barbossa, dou minha palavra de Capitão e de um dos Nove Membros da Confraria, de que não haverá trapaças e traições da minha parte até nossa chegada a Fonte da Juventude. – falou Barbossa, com a mão esquerda sob o cabo da espada, em sinal solene ao juramento.

 

- Jack, é a sua vez! – disse Katherine, ao ver que o mesmo tentava escapar do juramento.

 

- Está bem! – respondeu Jack, retirando seu chapéu e colocando-o sobre o peito, também em sinal solene ao juramento – Eu, Capitão Jack Sparrow, dou minha palavra de Capitão e de um dos Nove Membros da Confraria, de que não haverá trapaças e traições da minha parte até nossa chegada a Fonte da Juventude.

 

- Perfeito! E agora, minha vez! – disse Katherine, retirando um punhal que ficava preso na parte interna de sua bota direita, e erguendo-o na altura de seus olhos azuis, em sinal solene ao juramento que seria feito por ela. – Eu, Capitã Katherine Swan, dou minha palavra de Capitã e, hum, prima do Rei Pirata, de que não haverá trapaças e traições da minha parte até nossa chegada a Fonte.

 

Os piratas que já estavam, em sua maioria, a bordo do Pérola, encaravam curiosos aquela cena. Não era difícil ver Jack e Barbossa enfrentando-se, mas o que lhes intrigava, era a presença da mulher junto a eles, e a liderança que ela aparentava possuir. Imaginar dois homens como Jack Sparrow e Hector Barbossa sobre o possível comando de uma mulher, os fez lembrar de outra mulher, de cabelos mais claros, e nariz tão empinado quando aquele, Elizabeth Swan. E aquilo os fez pensar se estariam por enfrentar novas aventuras sob companhia e muitas vezes comando de uma nova Elizabeth Swan. Além de, claro, uma linda mulher... À bordo do navio. Um navio cheio de piratas.  

 

- E agora, que estamos todos resolvidos, eu vou me retirar! – disse Katherine, desengatilhando a arma, e pondo-a na cintura, para logo depois, simplesmente dar as costas e caminhar, sem medo algum de levar um tiro, em direção aos tripulantes do navio – Ah, antes que eu me esqueça, a cabine do Capitão é minha! – falou ela, virando-se para os dois homens que ainda a observavam, e então voltando a caminhar em direção a cabine.

 

Barbossa e Jack não expuseram nenhuma condição contra aquilo, ainda estavam um tanto quanto chocados com a situação em si. Ela não era como Elizabeth, ela parecia ser pior. Muito pior.

 

Diante do burburinho iniciado pelos tripulantes que antes permaneciam calados e apreensivos, Jack travou sua arma e começou a caminhar na direção a qual a mulher havia ido. “Capitã Swan, Katherine!” chamava ele, enquanto oscilava entre um caminhar e uma quase corrida até a Cabine.

 

- O que foi, Jack?! – perguntou ela segurando a porta da Cabine, com um ar cansado, mas que soava mesmo assim como debochado.

 

- Qual o seu plano? O que você pensa que está fazendo? – perguntou ele, o mais perto de sério que seu jeito afetado o permitia dizer – Você acabará mal, se não acabar morta.

 

- Não sou estúpida Jack, sei bem o que estou fazendo! – respondeu ela, aproximando seu rosto do dele.

 

- Quem, afinal de contas, é você?! – perguntou ele, passando a mão próxima ao rosto dela, fazendo com que ambos sentissem o calor da pele um do outro, e parando sua mão na nuca dela, apertando seu pescoço com o polegar.

 

- Alguém de quem você não pode vencer, Jack! – sussurrou ela, com a boca próxima a dele, e então direcionando-a para perto do ouvido dele, completou – Avise-me quando estivermos em alto mar, Capitão!

 

E dizendo aquilo, Katherine soltou-se dele e entrou na Cabine do Capitão, batendo com força a porta do local, deixando para trás um Jack atônito e descrente. Sparrow virou-se e saiu dali, havia muito a ser feito, velas a serem abertas, curso a ser decidido e ordens a serem dadas. E não era uma simples mulher de nariz empinado e ar mandão que o tiraria de seu curso, de seu caminho. Afinal, ele era o Capitão Jack Sparrow, e nenhuma mulher, por mais bela que fosse, o fazia perder a cabeça.


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Notas finais do capítulo

N|A: Bom pessoal, espero que estejam gostando! E que mandem reviews, é claro!

Aqui segue o link do vídeo da fic: http://www.youtube.com/watch?v=-sDeUb51l1I
E aqui, segue o link do meu orkut, podem add: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=1526726295525673395&rl=t

Beijos, e deixem reviews!