Entre A Lâmina E A Espada escrita por Shiota


Capítulo 10
Capítulo 9 - 3 Dias


Notas iniciais do capítulo

Oooooi genteee!! Voltei, renasci das cinzas auehauheuae quase literalmente. Bom, primeiramente peço desculpas pela enorme demora para postar o capítulo novo, sei que foram cinco meses e que isso é realmente frustrante pros leitores (também sou um afinal x) sei como se sentem) mas não foi por mal, juro. Acontece que eu viajei para o exterior por um tempo e lá não tinha tempo para atualizar a história, mas não foi só isso haha, lá eu contrai uma bactéria e acabei internado por alguns meses seguintes, foi uma briga feia, mas eu venci no fim das contas e cá estou eu, lindo e saudavel de novo :DD uaheuaehauhe Espero que possam entender e que me perdoem por isso. Bom agora vamos ao que interessa, o novo capitulo, pra falar a verdade ele já esta escrito a alguns meses, eu só n tinha como postá-lo por causa do acontecido. É isso, espero que gostem, boa leitura!!



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Dia 14, Mês do Sol – 3 Dias para a Execução de Jarvan IV e Promoção de Jericho Swain.

– Não! Não vou ficar aqui parado enquanto o homem que é como um irmão para mim está prestes a ser executado! – Garen estava agitado, falava alto e andava em círculos, nervoso. – Não posso abandoná-lo... – Ele parou, o olhar perdido, sua atenção em nada. Falou baixo para si mesmo. – Não de novo...

– Não poderei enviar reforços por conta da tensão entre as tribos em Freljord. A qualquer momento pode haver uma batalha e meus seguidores já estão prejudicados pelo ataque daquele monstro. Preciso de todos que ainda podem lutar. – Ashe falava com calma, contrastando com as frases de Garen. Ela mantinha um tom firme que passava segurança e conforto, uma característica de uma verdadeira líder. – Mas posso oferecer nossos melhores cavalos e alguns mantimentos para a viagem, basta vocês esperarem até o amanhecer.

– Não há tempo a perder, Ashe. Preciso partir agora. – Garen insistiu.

Katarina se aproximou com passos curtos e rápidos, silenciosa como uma boa assassina. Ela se pôs de frente a Garen, colocou uma das mãos no peitoral de sua armadura e falou:

– Você sabe que não chegará lá sem um cavalo. Além disso, há uma tempestade lá fora, você teria sorte se não morresse congelado. Não banque o idiota. – Seu tom era sério, mas não hostil. Era como uma mãe dando conselhos a um filho.

Garen olhava em seus olhos, também sério. Seu coração acelerou ao encará-la. Ela estava certa, não havia como partir naquele momento. Ele suspirou pesadamente e relaxou os ombros, vencido. Katarina olhou para Ashe, que entendeu o que devia ser feito.

– Muito bem. – Ela se dirigiu a um soldado que guardava a porta da sala. – Mande prepararem nossos dois melhores cavalos e mantimentos para 2 dias, eles partirão ao amanhecer. E leve-os a um quarto de hospedes.

O soldado assentiu e se virou para sair da sala e ao abrir a porta deu de cara com um homem alto com grandes cabelos negros lisos que quase chegavam à sua cintura. Ele estava sem camisa, mostrando seu musculoso peitoral com pelos tão escuros quanto os da cabeça. Não parecia sentir frio de forma alguma. Na cabeça, usava um capacete com chifres. Sua expressão era fria, mas falou em tom amigável:

– Ora, temos visitas. – Ele entrou na sala andando em direção à Ashe. Cumprimentou Garen com um movimento de cabeça e encarou Katarina com uma clara expressão de confusão no rosto.

– Tryndamere! Você voltou! – Ashe falou se aproximando.

– Minha rainha... – Ele se ajoelhou em frente à ela em reverência.

Ashe sorriu.

– Vá soldado, leve nossos hospedes para seu quarto.

– Espere. – Interrompeu Tryndamere. – Garen, fique, tenho notícias que podem lhe interessar.

Garen olhou para Katarina, ela apenas se virou e saiu da sala seguindo o soldado. Quando a porta fechou, Tryndamere começou a falar:

– Creio que já saibam o que está acontecendo entre Demacia e Noxus. – Ashe e Garen assentiram. Ele continuou. – Bom, na volta para cá, abati por engano uma ave mensageira de Demacia e ela trazia uma mensagem de pedido de reforços para um ataque à Noxus. – Garen se mexeu incomodamente. – Pelo jeito já falaram disso...

Ashe falou.

– Vou lhe atualizar do que aconteceu enquanto estava fora. Por hora, basta saber que já está tudo sob controle. – Tryndamere sorriu para ela. – Pode ir Garen, descanse, amanhã você terá muito o que fazer.

Garen assentiu e saiu da sala.

Ashe se sentou pesadamente em uma grande cadeira e disse com um suspiro:

– Um problema atrás do outro...

Tryndamere andou até a cadeira e se agachou de frente para Ashe.

– Eles ficarão bem, Garen é um dos guerreiros mais preparados do continente. – Ele fez uma pausa. – E se não me engano ele está viajando com outra guerreira exemplar... só que... de Noxus. – Ele concluiu confuso.

– Ainda mais essa! – Ashe se levantou e começou a andar em círculos. – O que Garen acha que está fazendo? Uma noxiana! Pior: a filha de um general! Não há explicação aceitável para tamanho absurdo.

Tryndamere se pôs à frente dele novamente, fazendo-a parar de andar. Segurou suas mãos nas dele e disse:

– Você sabe que há. – Uma pausa. – Se não houvesse, uma princesa nunca daria atenção a um bárbaro.

Ashe sorriu e aproximou o rosto do dele. Ele a tomou nos braços e os dois se beijaram.

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Katarina estava deitada em uma cama não muito confortável, mas quente, o que já era o suficiente no meio daquele deserto gelado. Aparentemente sozinha no quarto, de repente, ela fala:

– Pode sair, você sabe que sei que não estou sozinha.

Uma voz masculina familiar soou na forma de uma gargalhada. Era Talon.

– Ora, pelo menos do seu treinamento você não esqueceu, já que esqueceu seus valores.

Mais rápido que uma batida de pálpebras, Katarina surgiu na frente dele com uma adaga em seu pescoço.

– Eu disse para não voltar, eu avisei que não teria piedade.

Ele riu.

– Eu vim em paz. Só quero lhe fazer uma pergunta.

Katarina nem piscou, até sua respiração estava inaudível apesar do frio. Talon continuou:

– Quero saber o que você acha que vai acontecer quando vocês voltarem, ou você espera que todos aceitem? Um demaciano e uma noxiana juntos já é algo absurdo, imagine sendo um general de Demacia e a filha de um de Noxus.

– Eu não quero mais ouvir sobre isso Talon! Vá embora antes que eu mude de ideia e acabe com você aqui mesmo.

Talon ignorou o que ela disse e voltou a seu discurso:

– Ah! Você não se importa com o que vão achar de você. – Ele riu. – Mas... e com ele? Você se importa? – Ela sabia que ele estava querendo manipula-la. – O que vão falar do grande Garen de Demacia? O poder demaciano, o orgulho do exército! Por mais que Demacia seja um conto de fadas vivo não acho que vão aceitar uma das bruxas más entre seus príncipes e princesas...

Katarina gelou, ele estava certo, não havia o que refutar. Por mais que ela não se importasse com o que teria que sofrer para ficar com Garen, não queria de forma alguma que ele passasse pelas mesmas coisas. Talon percebeu que conseguira o que queria.

– Só há uma forma de poupá-lo de tantos problemas. – Ele fez uma pausa, a encarou e continuou. – Venha comigo, vamos voltar para Noxus. Dou minha palavra de que nunca tocarei nesse assunto novamente.

Ela paralisou, seu cérebro estava fervilhando, seu coração apertava, ela não queria ir, mas tinha que fazê-lo. Contos de fadas não existiam, naquele mundo ela tinha que fazer o que tinha que fazer.

– Vamos partir agora. – Ela disse fria e foi até a janela. Seu coração apertava cada vez mais, mas mesmo assim ela pulou. O que está feito, está feito.

Talon a seguiu e o quarto ficou vazio.

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– Quinn e o esquadrão Olhos de Águia obtiveram sucesso em se infiltrar e já estão coletando informações. – Lux estava sentada em sua cadeira na sala de reuniões dos generais, com muitos papeis à sua frente, como de costume. Poppy, Xin Zhao e o Rei a escutavam atentos.

– Ótimo, nos mantenha informados. – Disse o Rei. – E os reforços, Poppy?

– Por motivos desconhecidos nenhuma mensagem que enviamos foi respondida, Majestade.

O Rei suspirou pesadamente.

– Então seremos só nós... – Ele fez uma pausa. – Como está a preparação das tropas Xin?

– Todas as tropas já foram acionadas Majestade, o exército está pronto para partir amanhã ao meio-dia.

– Muito bem. – O Rei se levantou. – Preparem-se, partiremos amanhã, sem atrasos.

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Garen entrou no quarto com os ombros baixos. Estava exausto, mas não sabia se conseguiria dormir. Muita coisa estava fervilhando em sua cabeça. Uma delas, ele encontraria agora: Katarina. Isso o deixaria feliz... nervoso... mas feliz. Katarina havia se tornado um motivo a mais para continuar vivo e ele queria ficar a sós com ela desde o acontecido na batalha contra Thresh. Ele ergueu a cabeça esperando vê-la, mas ela não estava lá. O quarto estava deserto.

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Dia 15, Mês do Sol – 2 Dias para a Execução de Jarvan IV e Promoção de Jericho Swain.

– Jarvan estava em sua cela, sentado com os braços abertos presos a correntes. Seu peito estava nu e os pés descalços, usava apenas uma calça de algodão cru, surrada e imunda. Seu cabelo, antes liso e chegando à altura do pescoço, agora estava oleoso e grudado em seu rosto. Sua feição estava abatida, manchas de sangue coagulado contrastavam com a pele clara por todo o corpo. Mas sua expressão continuava firme, mesmo naquela situação deplorável.

De repente, Jarvan escutou o som de passos cortando aquele silêncio infernal. Pouco tempo depois, Darius apareceu do outro lado das largas barras da cela, estava acompanhado de Draven.

– Ora, ora, vejam só... o grande príncipe de Demacia: Jarvan IV! – Sua voz continha um tom irônico. – Que cena triste... tão respeitável... tão viril... preso numa cela imunda. – Ele fez uma pausa. – Mas até que a miséria lhe cai bem.

Jarvan nem se mexeu, olhava para Darius com sua expressão inexorável. Darius também não se abalou com o silêncio. Duas personalidades fortes de dois grandes guerreiros estavam se chocando naquele momento. O ar, quase podia-se sentir mais pesado.

– Bom, estou aqui para lhe informar de como será sua execução. – Ele esperou alguma reação, mas Jarvan continuou imutável. – Vamos te devolver sua armadura e sua lança, você estão lutará contra Draven pela sua vida. Se você vencer... bom isso nunca aconteceu, mas supostamente você estaria livre. Mas como é um convidado tão especial você morrerá do mesmo jeito.

Draven sorriu e falou em seguida:

– Mas não se preocupe, eu cuidarei para que não demore muito. – Ele gargalhou.

Jarvan moveu a cabeça devagar, sua boca estava seca, ele falou com a voz rouca:

– Não vou lutar.

Draven parou a gargalhada e encarou Jarvan, confuso. Darius sabia que Jarvan não ia servir os noxianos, ele morreria com uma expressão de coragem e determinação no rosto, para mostrar a honra de Demacia. Mas Draven era impulsivo demais para perceber isso.

– O que? – Draven indagou furioso. – Você está se negando a lutar comigo? – Jarvan não mexeu nem um músculo. – Ora seu principezinho... Quem você pensa que é? Você lutará sim! Meu jogo, minhas regras.

Darius bateu o pé no chão, Draven se calou e olhou para o irmão.

– Ele não tem que lutar se não quiser.

Draven contorceu o rosto numa expressão de ódio, sabia que Darius estava certo. Lutar pela vida era uma opção do réu em Noxus e normalmente só os mais estúpidos escolhiam essa opção, pois acabavam morrendo de uma forma mais dolorosa, demorada e humilhante. Draven se virou para Jarvan e gritou:

– Covarde! Principezinho de merda! – E cuspiu no rosto dele. Jarvan fechou os olhos por um breve segundo e os abriu novamente, sem nenhuma reação adicional. Aquilo enfureceu ainda mais Draven, que virou e se afastou, bufando e resmungando. Darius esperou até que os passos ficassem inaudíveis e falou:

– Muito bom. – O tom era de diversão. – Você descobriu meu hobbie. Não é ótimo irritar esse idiota? – Ele deu uma curta gargalhada. – Muito bem, então sem luta. – Ele saiu da cela, trancou-a e antes de ir embora disse. – Pense bem nas suas últimas palavras. – E saiu. Os passos se afastaram até sumirem.

Jarvan suspirou, relaxando os ombros e deixando o peso do corpo ser sustentado pelas correntes.

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Lux entrou na sala de reunião afobada. Havia sido convocada para uma reunião de emergência. Há tempos não ia a uma dessas, algo importante deveria ter acontecido. Poppy, Xin Zhao e o Rei já estavam na sala, sentados em suas cadeiras, e sentado na cadeira de Garen, ao lado do Rei, estava um rapaz que Lux nunca havia visto antes. Ele tinha os cabelos um pouco grandes e volumosos, loiros como os dela. Uma tatuagem de um símbolo estranho marcava a maçã direita de seu rosto. Usava roupas diferentes, de explorador ou algo assim. Na cabeça, levava grandes óculos de aviador que ajudavam a controlar seus cabelos. Era jovem, da mesma idade de Lux ou talvez um pouco mais velho. Possuía uma beleza delicada e fina, porém não aparentava ser frágil, pelo contrário, seu semblante demonstrava uma alma aventureira e que não teme o perigo. Lux o encarou por alguns segundos, ele sustentou seu olhar, com uma amigável e interessada expressão. Ela corou de leve, desviou o olhar e falou:

– Desculpem a demora, vim o mais rápido que pude.

O Rei levantou-se e disse.

– Ora, sem problemas querida. – Ele se direcionou para todos. – Já que todos estão aqui, podemos começar. Convoquei essa reunião para que vocês conheçam um convidado especial. – Ele se virou para o rapaz loiro ao seu lado. – Esse é Ezreal, ele veio de Piltover e vai nos ajudar na nossa missão. – Ezreal se levantou e cumprimentou todos com um sorriso. O rei continuou. – Seja bem vindo Ezreal, agradecemos e valorizamos a sua compaixão nesse momento turbulento. Espero que possa ficar à vontade em Demacia, mesmo com os acontecimentos recentes.

Ele cumprimentou o Rei com um curto movimento de cabeça e falou:

– Obrigado Majestade, pela hospitalidade. É uma honra para mim poder servi-lo. – Sua voz era limpa e clara, apesar do tom agudo de voz de um jovem. – Trago noticias de Piltover e de Ionia que podem lhes interessar. – O Rei se sentou, como se permitindo que ele falasse. – Piltover sente muito por não poder mandar mais reforços, mas estamos passando por uma corrida tecnológica e armamentista contra Zaun para um projeto importante que espero ter oportunidade de apresentar futuramente. – Ele fez uma pausa. – Ionia não pôde enviar reforços porque sofreu uma invasão surpresa de um esquadrão noxiano, atualmente todos os guerreiros estão lutando para defender o país.

Um silêncio dominou a sala quando Ezreal terminou de fazer seus anúncios. Todos estavam assimilando as informações. Poppy foi a primeira a falar:

– Noxus pensou em tudo, esse ataque à Ionia provavelmente tinha o objetivo de impedir que eles nos suportassem.

– Freljord provavelmente está passando pela mesma situação. Os avarosianos devem está sob batalha eminente com as outros tribos. – Disse Xin Zhao.

– Pelo menos Noxus provavelmente não receberá reforços de Zaun graças a essa corrida contra Piltover. – Comentou Lux.

– Ainda assim estamos em vantagem, pois temos o apoio de Bandle City para fazer a defesa de Demacia enquanto as tropas estiverem fora. – Disse Poppy.

– E Ezreal. – Completou Xin Zhao.

Lux o olhou de canto de olho, Ezreal a observou de volta, com olhos atentos e rápidos. Ela desviou o olhar. Ele sorriu.

– Muito bem, continuaremos com o plano. Ezreal ficará no esquadrão de Lux como apoio. – O coração dela quase parou quando o Rei disse isso. – Lux, depois repasse as instruções para ele. Estão dispensados, por hora.

Todos levantaram. Lux se apressou para sair da sala o mais rápido possível. Estava nervosa , seu coração estava acelerado e era como se houvessem borboletas em seu estômago. Ela chegou ao seu quarto e pegou seus planos de batalha. Em cima de uma grande cama acolchoada e cheia de cortinas, ela começou a analisar onde seria melhor por Ezreal, mas não conseguia se concentrar. Seu corpo estava cansado, trabalhava dias a fio, sem dormir direito. O conforto e a falta de concentração acabaram propiciando uma situação perfeita para um cochilo. Ela não conseguiu resistir e adormeceu.

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Dia 16, Mês do Sol – 1 Dias para a Execução de Jarvan IV e Promoção de Jericho Swain.

LeBlanc acordou com um susto. Estava suando frio e tremendo de leve. Outro pesadelo com Evelynn, isso não era um bom sinal. Ela levantou da cama com um pulo e começou a circular pelo pequeno aposento em que vivia, que mais parecia uma cela de masmorra transformada em quarto. Pegava vidros em prateleiras e armários espalhados pelo quarto e despejava seus diferentes e irreconhecíveis conteúdos no caldeirão próximo à lareira. Em uma das passagens pelo caldeirão, com uma explosão de fumaça brilhante fez surgir uma cópia sua, que passou a mexer a mistura que fervia. Ela continuava acrescentando mais e mais ingredientes estranhos, até que parou de frente ao caldeirão e falou para seu clone:

– Chegou a hora de usar esse feitiço. – Ela pegou um pequeno recipiente de vidro, tirou de dentro dele um único fio de cabelo de uma cor púrpura viva e jogou no caldeirão. Imediatamente a mistura mudou de cor e imagens começaram a se formar. LeBlanc observava atenta, nem piscava os olhos. No caldeirão, via-se montanhas bem altas com topos pontiagudos, caminhos sombrios onde a luz do sol não chegava eram revelados. Os caminhos tortuosos se sucediam como se fosse uma rápida viagem por um labirinto. Ela suava frio, o feitiço consumia sua energia rapidamente. Seu clone sumiu em uma nuvem de fumaça brilhante, ela continuava tentando identificar o local que via-se no caldeirão. A imagem agora era de um espaço aberto entre rochas cinzentas, o ambiente ainda era escuro, mas ao longe entre brechas nos paredões, via-se uma cidade que lançava faixas de fumaça preta no ar. LeBlanc reconheceu a cidade, era Zaun. Ela tinha uma referência, mudou a direção para olhar em volta e sabe para que direção ficava aquele lugar. Observava tudo devagar e atenciosamente. Tudo estava quieto, ela quase sentia a tensão e o frio do lugar que explorava de tão longe. Estava nervosa, tão concentrada que não percebeu que também estava sendo observada. Uma voz soou:

– Ora, ora. Então era para isso o fio do meu cabelo? – O coração de LeBlanc apertou. Era a voz de Evelynn. – Pode esperar querida, eu vou te achar, leve o tempo que levar... Apesar de que eu diria que não falta muito.

– Onde você está?! – Perguntou LeBlanc com a voz trêmula.

– Você não me vê? Mas que coisa, não era para isso que servia o feitiço? Acho que seus truques não podem vencer meus poderes. Pois vá se preparando, quando eu chegar até você, será como esse feitiço, o fim vai chegar sem você perceber.

E quando ela falou isso, uma garra rasgou a imagem no caldeirão, o líquido ficou preto e LeBlanc gritou com o susto. Ela saiu bambeando até sua poltrona, pegou um mapa sobre a mesa e, tremendo, marcou um ponto com um “x”.

– Montanhas Pico de Ferro... – Ela murmurou e desmaiou de cansaço.

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O exército Demaciano estava pronto para partir. Os esquadrões estavam organizados e todos sabiam o que tinham que fazer e a importância daquilo. A excitação pairava no ar, a tensão a fazia companhia. E apesar desses sentimentos tão intensos, um terceiro marcava presença: a tristeza. Principalmente no esquadrão que deveria está sendo comandado por Garen. Ele? Logo ele? Um traidor? Não! Essa ideia era tão repugnante que logo era suprimida, independente da mente de quem surgia, mas principalmente na de Lux. Para ela essa possibilidade não existia, ela tinha certeza de que havia uma explicação para o desaparecimento do irmão. Não conseguia pensar em nada, mas sabia que havia. Mas não podia ficar pensando nisso, naquele momento ela era símbolo de força e devia passar confiança a seus homens, além de que devia está totalmente focada na batalha.

– Relaxe. – Uma voz, masculina, porém não tão grave chegou aos seus ouvidos. – Nossas chances são boas. – Era Ezreal. Como o Rei havia mandado, ele estava lá, no esquadrão de Lux, esperando para receber as ordens de sua comandante. Ela gelou. Na noite passada estava tão cansada que não havia pensado onde encaixa-lo e quando acordou teve que cuidar dos últimos preparativos para a partida do exército. Ela sabia que ele esperava as ordens, mas não tinha uma resposta para dar. O que ele pensaria? Que tipo de general ela era? Também não poderia o colocar em qualquer lugar, isso poderia estragar tudo, o esquadrão de Lux era especializado em ataques à distância e isso exigia muita estratégia de posicionamento, tanto para não serem atacados, quanto para não machucarem seus aliados. Ela estava tensa, seus músculos enrijeceram. Abriu a boca sem saber o que ia falar, mas antes que sua voz saísse, Ezreal disse:

– Vou ficar na sua retaguarda, será um prazer lhe dar cobertura. Dessa força você poderá me mostrar as incríveis habilidades da Dama da Luz de Demacia. – Ele estava sorrindo, simpaticamente.

Ela desabou de alivio, aquilo seria muito conveniente, os inimigos normalmente tinham um assassino especialmente para Lux. A cada batalha suas habilidades causavam enormes baixas no exército inimigo e isso acabou a deixando famosa. Não num bom sentido. Ela era uma das mais caçadas durante uma batalha, e apesar da organização impecável de seu esquadrão, já ocorreu de ela ter que lutar contra um assassino, sozinha. Felizmente havia sido vitoriosa até agora. Ela não respondeu nada, apenas fez um curto movimento com a cabeça, aceitando o que Ezreal sugerira. Ele sorriu.

Nesse momento uma corneta soou. Houve uma movimentação geral dos soltados entrando em sentido. O Rei falou:

– Homens, hoje não vamos lutar por território ou por imposição política. Hoje estamos lutando por um amigo, por alguém importante para nós. Vamos lutar para salvar o príncipe, vamos lutar pelo meu filho. – Ele fez uma pausa. – Peço que me emprestem sua força. – Outra pausa. – Por Demacia!

E um coro descomunal correu s ares de Valoran. Foi tão alto e firme que alguns juravam que poderia ser ouvido de todos os cantos do continente.

– Por Demacia! – E o exército começou a marchar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Não esqueçam de comentar e deixar suas reviews para que eu possa melhorar! A opinião de vocês é muito importante pra mim. Ah qualquer erro de digitação também me avisem que mudo na mesma hora haha :) Bom, desculpas novamente pela demora do capítulo, não vai acontecer de novo, espero... auheuahueae Enfim, gostaria de pedir mais uma coisinha, um pouco de paciência da parte de vcs pq estou resolvendo muitas coisas que ficaram pendentes durante esse tempo na minha vida e além disso preciso reler todos os capítulos para poder continuar a história (pelo tempo que deixei vocês esperando, sugiro que façam o mesmo também se puderem), vou tentar fazer isso bem rápido para não deixar vcs esperando mais :D No mais, continuem acompanhando por favor, estamos quase no fim!! Até a próxima gente hihi bjo, bjo