Verdade Ou Consequência? escrita por Mariaa


Capítulo 5
Nobody's Home.


Notas iniciais do capítulo

Sabe uma das coisas mais difíceis de crescer? É que você não está preparado.
Não se dá conta de como a sua vida mudou até que percebe que ao invés de escrever uma história, está mergulhada de livros e mais livros.
Que aquele sentimento que te fazia chorar, suspirar e principalmente escrever ... foi embora e o que sobrou no lugar foi apenas vazio.
Isso aí, zero, nada.
Essa reflexão filosófica foi só pra dizer que eu sinto muito por ser uma "autora de um sucesso só", de sofrer da síndrome de " eu não consigo mais acabar uma história decente".
e pra dizer que eu ainda estou aqui, tentando.
Talvez quando eu conseguir, vocês ainda estejam aqui pra ler.

Obrigada e bom capítulo.
P.s: Música tema - Nobody's home, Avril Lavigne.



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Tonks

         Ela simplesmente não acreditava. Sua melhor amiga era a amante de seu pai, e revelou isso na frente de todos. Tinha como a noite ficar pior?

- Hey Tonks? – Remus estava ao seu lado, assim que Emme saiu pela porta de sua casa e aquele brutamontes do time de futebol a soltou. – Você está legal?

- Me tira daqui Remm? – ela pediu, com os olhos cheios de lágrimas, exatamente do jeito que fazia quando tinha cinco anos e Sirius fazia alguma coisa que a magoava.

         Ela odiava isso.

         Odiava porque, por mais que tentasse, Remus sempre a via como uma garotinha, uma irmã mais nova.

- Você quer conversar? – ele perguntou preocupado, assim que se sentaram em um banco da pracinha perto de sua casa.

- Não, eu quero beber. – respondeu, entornando uma garrafa de Big Apple que tinha pegado escondido antes de sair da festa. – quer um pouco?

- Porque você age assim? – ele perguntou irritado.

- Assim como?

- Como se não se importasse com nada, com ninguém... Como se a sua vida fosse uma merda e ...

- Novidades para você:  A MINHA VIDA É UMA MERDA! Já não basta o fato de meu pai ter um caso, ele ainda tem que fazer isso com a minha melhor amiga, a minha mãe está com depressão e as minhas amigas gostam mais daquela loira azeda do que de mim...

- Hey, não fale assim de Dorcas!

- Porque não? Desde que ela chegou aqui, minha vida se tornou um inferno. Ninguém tem olhos para mim com ela por perto, VOCÊ não liga mais para a “pirralha” aqui.

- Não diz isso. – ele a abraçou – Eu sei que nunca fiz nada para separar a rixa de vocês, mas é porque eu sei que essa sua queda por mim é só uma paixonite infantil e...

- CALE A BOCA! Eu cresci Remus, eu não sou mais aquela garotinha chorona que você sempre tinha que defender.

         Ela resolveu jogar tudo para o alto naquele momento. Se ela tinha alguma chance de vencer aquele desafio, ela só saberia tentando.

- Quer saber qual é o meu desafio esta noite?

- eu não acredito que você ainda consegue pensar nessas...

         Mas antes que ele pudesse terminar, Tonks já tinha sentado em seu colo e começado a beijá-lo vorazmente.

- O que é isso? – Remus a afastou, assustado.

- O meu desafio. E acho melhor se calar, porque até o fim dessa noite eu tenho que ir até a terceira base com você.

- Mas...

-QUER DIZER ENTÃO QUE ALÉM DE TRAÍDA EU VOU FICAR CARECA? Porque se você não sabe, se eu não cumprir isso, terei meu cabelo rasp...

         Remus a beijou, devolvendo todo a intensidade com que ela o tinha beijado da primeira vez.

         Por mais que estivesse com raiva, e soubesse que nunca mais olharia nos olhos de Emmeline, ela tinha que ser grata, porque por causa de seu desafio ela teria a chance de ter Remus.

         Nem que fosse por uma noite.

- espera... – ele pediu, enquanto Tonks começava a desabotoar a braguilha de seus jeans.  – Tonks, espera, eu não posso.

- Porque, você não me quer? – ela riu apontando para o volume que ela já podia perceber em sua calça.

- Eu sou homem.

- Obviamente. – ela respondeu monotamente, enquanto recomeçava o “serviço”.

- Tonks, é sério. Me desculpa, eu... – ele a soltou rapidamente, enquanto se levantava e caminhava para longe dela – Eu, eu não consigo.

- Porque? PORQUE REMUS?

- PORQUE EU GOSTO DA DORCAS, TÁ LEGAL? – ele explodiu, até que segundos depois se arrependeu do que disse – Me desculpa, eu não devia ter dito isso.

- SAI DAQUI! SAI DA MINHA FRENTE. Eu te odeio Remus Lupin, EU TE ODEIO.

         Depois disso ela sumiu. Pegou o que restava de suas economias e sua guitarra e se mandou para Londres com um cara que ela conheceu enquanto afogava as mágoas no pub local.

         Três dias depois eles brigaram quando ela se recusou a traficar drogas com ele e ela acabou indo parar na rua. Sem um tostão sequer. Não teve outra alternativa a não ser tocar em uma galeria qualquer, disputando espaço com outros mortos de fome que nem ela.

- Ei gatinha, quer dar uma volta? – um cara de vinte e poucos anos lhe perguntou, enquanto ela contava as moedas que tinha ganho por mais um dia de “trabalho”.

- Porque não? – Porém naquele mesmo dia, em frente ao espelho do motel barato que ele tinha alugado só pra transar com ela, ela finalmente descobriu.

         Olhando os cabelos sujos, roupas rasgadas e os quilos a menos que aquela aventura tinha lhe custado ela percebeu que seu problema não era sua família, Emmeline, Remus ou até mesmo Dorcas; mas sim ela mesma e o que vinha fazendo consigo.

- To caindo fora. – ela disse para o cara, enquanto pegava suas roupas espalhadas pelo chão.

- Pensei que ficaríamos mais um pouco. Afinal, eu paguei pela noite toda.

- Tenho certeza de que pode se virar sozinho. Eu estou indo para casa.

         Na segunda, enquanto caminhava para a escola podia sentir todos os olhares em si. Talvez fosse o fato de que ela tinha se mandado por um mês depois daquela maldita noite, o casaco rosa que vestia por cima da inseparável calça skinny preta, ou quem sabe fosse seu cabelo?

 Ou a falta dele, By the way.

         Ela não se importava.

Às vezes uma garota tem que chegar no fim do túnel para perceber que depois disso, as coisas tendem a melhorar.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo desabafo. É que eu queria me explicar por passar tanto tempo sumida.
Me sinto mal por ter abandonado vocês, se é que ainda sobrou alguém aqui.