Meu bem me deixa sempre muito á vontade

Ela me diz que é muito bom ter liberdade.

Que não há mal nenhum em ter outra amizade.

E que brigar por isso é muita crueldade.

Depois de ficar horas conversando com Chouji, Shikamaru e Sasuke, decidi voltar para casa. Possivelmente, Aka já teria voltado e ela com certeza ia ouvir muito.

Já estava quase girando a maçaneta da porta, quando escutei gargalhadas altas vindo lá de dentro. Eu olhei desconfiado para os lados. Já era tarde para receber visitas. Quem seria o mal educado que bateria na minha porta para conversar com a minha mulher a uma hora dessas?! Pensei que pudesse ser Sakura, conversando com Hinata a respeito de algum assunto feminino. Mas me enganei. Pude ouvir bem claramente uma risada bem grossa.

“Tem um homem na minha casa com a minha mulher!” pensei furioso, não podendo conter a ira espumante dentro de mim. Seja quem for eu vou acabar com a raça do infeliz! Isso não é hora de ficar de papinho com a mulher dos outros.

Abri a porta bufando, como se fosse um cachorro raivoso. Olhei bravo para Hinata que estava no sofá, servindo docemente bolinhos de arroz para aquele “cara”: Inuzuka Kiba.

- Konbanwa, Naruto! – cumprimentou-me o Inuzuka. Eu fiz pouco caso, resmunguei um “Hunf” e olhei indignado para Hinata.

- Naruto, o Kiba veio me fazer uma visita...

- Visita a essas horas?! – falei torcendo o nariz para Kiba.

- Er... Gomennasai, Naruto. Mas é porque eu precisava falar com a Hina... – começou ele.

- Mesmo assim não é hora de voce vir aqui. – resmunguei olhando para Hinata e pedindo maiores explicações com minha sobrancelha franzida.

- Ele veio contar que os filhotinhos do Akamaru nasceram. Não é incrível, Naruto! – exclamou ela tentando conter-se.

- É. – falei sem um pingo de animação, o mais ríspido possível. – Já que ele já falou, ele pode ir embora agora.

- Naruto! – reclamou Hinata.

- É isso mesmo Hinata. Não é hora desse cara vir até a minha casa visitar minha mulher.

- Esse cara é o Kiba, Naruto. – disse Hinata chateada.

- Mesmo assim eu não acho isso certo! – cruzei os braços, contrariado.

- Er... Eu vou indo... Desculpa... Hinata, Naruto... – falou Kiba sem graça encaminhando-se até a porta.

- Desculpe o Naruto, Kiba. – falou ela bem baixo. – Depois você volta...

Ela dirigiu-se até a porta, acompanhando o amigo. Despede-se mais uma vez e se vira finalmente a encarar o marido emburrado dela.

- Que cena foi aquela, hein, Uzumaki Naruto?! – pergunta ela brava. Para ela me chamar pelo nome completo ela tinha que estar temidamente furiosa.

Hinata podia apresentar serenidade e calmaria, mas depois que nos casamos e Aka nasceu, ela ficou bem mais segura de si, não se importando de expor sua opinião quando estivesse contrariada.

- Ora, Hinata, você sabe que eu não gosto que você fique de conversinhas com o Kiba!

- Hun?! O Kiba é meu amigo, Naruto! Pare de ficar insinuando coisas...

- Eu não estou insinuando! Eu estou vendo! Ele vem aqui e fica conversando na maior intimidade com você! Você acha que eu não fiquei irritado?!

- Você ainda tem ciúmes do Kiba?! Fala sério Naruto! Eu o conheço desde criança e eu não vou parar de falar com ele por causa de uma implicância boba.

- Implicância boba?! Ele deu em cima de você!

- Errado! Ele disse que gostava de mim e isso foi há quase vinte anos! Eu e você nem estávamos juntos ainda...

- Ele disse que era apaixonado por você, Hinata! A-pai-xo-na-do!!! – gritei fazendo questão de dar ênfase em cada sílaba.

- Não seja bobo! Nós somos só amigos...

- Mas mesmo assim eu não gosto!

- E você acha que eu gosto da sua amizade com a Sakura?! Tá! Tudo bem! Vocês são amigos há muito tempo, você sempre foi apaixonado por ela e quase que vocês se casaram! E eu não fico dando crises de ciúmes por aí só porque você conversa com ela! Eu não me importo! Acho até bom você ter sua liberdade e eu também quero a minha.

- Mas Hina...

- Nem meio “mas” Naruto! Você está sendo muito bobo e infantil! Eu vou dormir! – disse ela saindo pisando dura para o quarto.

- Espera Hina!

Mas eu me mordo de ciúme!

Mas eu me mordo de ciúme!